Regimento de Guarnição N.º 1
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Regimento de Guarnição N.º 1 | |
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![]() Brasão do RG1 | |
País | ![]() |
Corporação | Exército Português |
Subordinação | Zona Militar dos Açores |
Missão | Defesa Nacional |
Sigla | RG1 |
Sede | |
Sede | Ilha Terceira - Açores |
Página oficial | Portal do Exército Português |
O Regimento de Guarnição N.º 1 (RG1), anteriormente Batalhão de Infantaria N.º 17 (BI17), é uma unidade militar histórica do Exército Português.
História[editar | editar código-fonte]
O Regimento teve a sua génese à época da Dinastia Filipina, quando do início da edificação da actual Fortaleza de São João Baptista, por volta de 1592, por ordem de Filipe II de Espanha (Filipe I de Portugal).
Trata-se de uma grande construção, com mais de 5 quilómetros de muralhas, que rodeia todo o Monte Brasil, numa tentativa de proteger este de qualquer tentativa de assalto por forças inimigas. As grandes e altas muralhas controlavam todos os ancoradouros da cidade de Angra, mais tarde Angra do Heroísmo, até ao sitio da Baía do Fanal, onde os barcos provenientes das possessões Portugueses e Espanholas ancoravam em portos seguros independentemente dos ventos que se fizessem sentir, para descanso da tripulação, aguada e reparação.
Esta grandiosa construção destinada no seu início para a protecção dos navios Ibéricos, provenientes das Índias Ocidentais, é a maior construção militar feita por Espanha em todo o mundo.
Tem cerca de 400 peças de artilharia, o que para uma ilha com a dimensão da ilha Terceira é uma capacidade enorme de defesa.
Esta vontade de defesa não foi novidade mesmo na altura, já que antes da ocupação dos espanhóis, diga-se que a muito custou.
A ilha Terceira e nomeadamente a cidade de Angra do Heroísmo eram considerados sítios invencíveis para a Dinastia Filipina, sendo toda a ilha coberta por uma cortina de cerca de 80 fortes numa extensão de 80 quilómetros.
Esta fortaleza militar é a maior da Europa, tem toda uma área muralhada de cerca de 5 quilómetros muralha, dentro das quais albergava cerca de 1500 homens ao serviço da Dinastia Filipina.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/99/Regimento_de_Guarni%C3%A7%C3%A3o_n_1_Fortaleza_de_S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_Baptista%2C_Monte_Brasil.jpg/250px-Regimento_de_Guarni%C3%A7%C3%A3o_n_1_Fortaleza_de_S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_Baptista%2C_Monte_Brasil.jpg)
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/83/Fort_SJ-BM_RG_2002.jpg/250px-Fort_SJ-BM_RG_2002.jpg)
Foi construída no local do Monte Brasil por motivo não só de defesa das naus que ali se abrigavam como também, para, e numa primeira fase, controlar as gentes rebeldes da cidade de Angra do Heroísmo que não gostavam do domínio da Dinastia Filipina.
A grande importância desta fortaleza não está só no facto da posição geográfica em que se encontra, mesmo em frente à cidade de Angra do Heroísmo, ou da ilha onde se implantou, mas é também um testemunho perfeito de 500 anos de história portuguesa no seu mais importante heroísmo e acontecimentos, em que estão porventura os Descobrimentos Portugueses e as Lutas liberais.
Foi aqui nesta fortaleza que foi hasteada pela primeira vez o Estandarte da Monarquia Constitucional da rainha, a Senhora D. Maria II.
É ainda neste fortaleza que se vê o primeiro monumento construído após a Restauração da Independência Nacional.
Aqui foi construída a 1º igreja em Portugal depois da restauração (1640).
Tem ainda dentro das suas muralhas a casa do governador, um edifício altaneiro com trabalho de cantaria.
Neste castelo podem ainda ver-se as prisões do Corpo da Guarda cavadas na própria rocha do monte. Estas prisões, tinham sido entulhadas por ordem do rei D. João IV, «para não tornarem mais a servir de flagelo contra a humanidade», foram no entanto desentulhadas e utilizadas após a revolução de 1828, acolhendo, mais recentemente, aqueles que foram os primeiros presos políticos do Estado Novo.
Foi o local onde os dois gigantes ibéricos da altura se encontraram, se digladiaram, conviveram e deixaram as suas marcas.
Esta Fortaleza, é ainda tida como uma das melhores da Europa do seu género, essa magnificência estende-se desde a sua construção, essencialmente espanhola, com planta de o Tibúrcio Spanochi e José Vilhena, (engenheiro mor do reino de Espanha).
É também facto importante a referir, que ainda hoje ocupada por tropas portuguesas, esta é a mais ocidental Fortaleza da Europa, sendo igualmente o local por mais tempo ocupado por soldados, desde a sua fundação, 500 anos, ocupando hoje o espaço comum de regimento mais ocidental de Portugal e da Europa, onde ainda até há pouco tempo a maioria dos açorianos cumpria o serviço militar obrigatório, serviço esse que agora passou ao regime de voluntariado, vindo de diversas ilhas, sendo portanto um local privilegiado de encontro entre Açorianos e até mesmo destes com o povo continental.
Heráldica[editar | editar código-fonte]
Escudo[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/58/Bras%C3%A3o_do_RG1.jpg/250px-Bras%C3%A3o_do_RG1.jpg)
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/ba/Divisa_do_RG1.jpg/250px-Divisa_do_RG1.jpg)
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8a/Divisa_do_RG1_por_cima_do_bras%C3%A3o_em_azulejos.jpg/250px-Divisa_do_RG1_por_cima_do_bras%C3%A3o_em_azulejos.jpg)
- Escudo de azul, um castelo de oiro iluminado de azul, acompanhado de duas xaras do mesmo, em ponta quatro faixas ondeadas de prata e verde.
- Elmo militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a destra, Correias de vermelho, perfiladas de oiro.
- Paquife e virol de azul e oiro. Timbre: um açor de oiro bicado, lampassado, sancado e armado de vermelho, firmado na garra sinistra e segurando na dextra uma xara de negro.
Pendente do escudo a Medalha de Ouro de Serviços Distintos.
- Divisa: num listel branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras negras, maiúsculas, de estilo gótico «Antes Morrer Livres que em Paz Sujeitos».
Simbologia e Alusão das Peças[editar | editar código-fonte]
- O Castelo simboliza o Castelo de São João Baptista da cidade de Angra do Heroísmo na Ilha Terceira, insigne monumento da arquitectura militar e uma das mais famosas fortificações artilhadas de Portugal, que foi classificada como Praça de Guerra de 1ª Classe e é iluminada de azul, em alusão aos castelos que figuram nas Armas Nacionais Portuguesas.
- As XARAS são uma alusão à Arma de Infantaria.
- As Faixas “Ondadas” simbolizam o mar dos Açores.
- O Açor, figura natural falante, alude o Arquipélago de que faz parte a ilha Terceira; está bicado, lampassado, sancado e armado de vermelho, como símbolo da sua combatividade.
Os Esmaltes Significam[editar | editar código-fonte]
- O oiro, nobreza, força, constância, fé e pureza.
- O vermelho, fogo, energia criadora e ardor bélico.
- O azul, lealdade.
- A Divisa «Antes morrer livres que em paz sujeitos » é uma frase extraída de uma carta que o então governador dos Açores, Ciprião de Figueiredo, endereçou a Filipe II de Espanha em resposta a outra, em que aquele Monarca procurou obter a rendição desta parcela Portuguesa. Esta divisa foi também, embora mais recentemente, adoptada para a Região Autónoma dos Açores.
Destacamento do Faial[editar | editar código-fonte]
O Regimento de Guarnição N.º 1 (RG1) tem um destacamento na ilha do Faial, permanente, designado por Destacamento do Faial (DF/RG1), na cidade da Horta, no antigo convento do Carmo.