Lombalgia: diferenças entre revisões

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{{Info/Patologia
{{Sem-fontes|data=fevereiro de 2011| angola=| arte=| Brasil=| ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=|1=|2=|3=|4=|5=|6=}}
| Nome = Lombalgia
| Imagem = Lumbar region in human skeleton.svg
| Legenda = A lombalgia é uma condição comum que afeta a região lombar das costas.
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}}
<!-- Definição e sintomas -->
'''Lombalgia''' ou '''dor lombar baixa''' é um distúrbio comum do [[Sistema locomotor|sistema músculo-esquelético]] que envolve os [[músculo]]s, [[nervo]]s e [[osso]]s das [[Costas (anatomia)|costas]] e que causa dor na região lombar. A dor é de intensidade variável, desde um desconforto constante até dor súbita e intensa.<ref name=NIH2015/> A lombalgia pode ser classificada de acordo com a duração em aguda (dor com duração inferior a seis semanas), sub-crónica (6 a 12 semanas) ou crónica (mais de 12 semanas).<ref name=koes_2010>{{cite journal |vauthors=Koes BW, van Tulder M, Lin CW, Macedo LG, McAuley J, Maher C |title=An updated overview of clinical guidelines for the management of non-specific low back pain in primary care. |journal=European Spine Journal |date=December 2010 |volume=19 |issue=12 |pages=2075–94 |pmid=20602122 |doi=10.1007/s00586-010-1502-y |pmc=2997201}}</ref> Pode também ser classificada de acordo com a causa subjacente em mecânica, não-mecânica ou por [[dor referida]].<ref name=manusov_2012_diag>{{cite journal |author=Manusov EG |title=Evaluation and diagnosis of low back pain |journal=Prim. Care |volume=39 |issue=3 |pages=471–9 |date=September 2012 |pmid=22958556 |doi=10.1016/j.pop.2012.06.003 |url=}}</ref> Os sintomas de dorsalgia geralmente melhoram algumas semanas após o seu aparecimento. Entre 40 a 90% das pessoas recuperam por completo no prazo de seis semanas.<ref name=menezes_2012>{{cite journal |last=Menezes Costa Lda |first=C |author2=Maher, CG |author3=Hancock, MJ |author4=McAuley, JH |author5=Herbert, RD |author6= Costa, LO |title=The prognosis of acute and persistent low-back pain: a meta-analysis. |journal=CMAJ : Canadian Medical Association Journal |date=7 August 2012 |volume=184 |issue=11 |pages=E613-24 |pmid=22586331 |doi=10.1503/cmaj.111271 |pmc=3414626}}</ref>


<!--Causa e diagnóstico -->
Denomina-se de '''Lombalgia''' ou '''Lumbago''' o conjunto de manifestações dolorosas que acontecem na região lombar, decorrente de alguma anormalidade nessa região. Conhecida popularmente como dor nas costas, a lombalgia é uma das grandes causas de morbidade e incapacidade funcional, tendo incidência apenas menor que a cefaléia entre os distúrbios dolorosos que mais acometem o homem. De acordo com vários estudos epidemiológicos, de 65% a 90% dos adultos poderão sofrer um episódio de lombalgia ao longo da vida, com incidência entre 40 e 80% da maioria das populações estudadas.
Na maior parte dos episódios de dorsalgia não é necessário identificar uma causa específica, dado que a dor tem geralmente origem em problemas mecânicos como [[entorse]] dos músculos ou das articulações.<ref name=NIH2015/><ref name=casazza_2012>{{cite journal |last=Casazza |first=BA |title=Diagnosis and treatment of acute low back pain |journal=American family physician |date=15 February 2012 |volume=85 |issue=4 |pages=343–50 |pmid=22335313}}</ref> Quando a dor não desaparece com tratamento conservador ou é acompanhada de outros sintomas e sinais de alerta como perda de peso, [[febre]] ou problemas significativos de sensibilidade ou movimento, podem ser necessários exames complementares para diagnosticar uma causa subjacente mais grave.<ref name=manusov_2012_diag/> Algumas dorsalgias são causadas por lesões nos [[Disco intervertebral|discos intervertebrais]], podendo ser identificadas pelo [[sinal de Lasègue]].<ref name=manusov_2012_diag/> Em pessoas com dor crónica, podem ocorrer distúrbios no sistema que processa a dor, causando grande quantidade de dor em resposta a situações sem gravidade.<ref name=salzberg_2012>{{cite journal |author=Salzberg L |title=The physiology of low back pain |journal=Prim. Care |volume=39 |issue=3|pages=487–98 |date=September 2012 |pmid=22958558 |doi=10.1016/j.pop.2012.06.014 |url=}}</ref> Na maior parte dos casos, [[Imagiologia médica|exames imagiológicos]] como a [[tomografia computorizada]] não têm utilidade e apresentam alguns riscos.<ref name=AHRQ_2013>{{cite journal |title = Use of imaging studies for low back pain: percentage of members with a primary diagnosis of low back pain who did not have an imaging study (plain x-ray, MRI, CT scan) within 28 days of the diagnosis |url = http://www.qualitymeasures.ahrq.gov/content.aspx?id=38884 |year = 2013 |publisher = [[Agency for Healthcare Research and Quality]] |accessdate = 11 June 2013 |deadurl = no |archiveurl = https://web.archive.org/web/20131004235722/http://www.qualitymeasures.ahrq.gov/content.aspx?id=38884 |archivedate = 4 October 2013 |df = dmy-all }}</ref><ref name=chou_2009_imaging>{{cite journal |last=Chou |first=R |author2=Fu, R |author3=Carrino, JA |author4=Deyo, RA |title=Imaging strategies for low-back pain: systematic review and meta-analysis. |journal=Lancet |date=7 February 2009 |volume=373 |issue=9662 |pages=463–72 |pmid=19200918 |doi=10.1016/S0140-6736(09)60172-0}}</ref> No entanto, o recurso a imagiologia tem vindo a aumentar.<ref name=deyo_2009>{{cite journal |last1=Deyo |first1=RA |last2=Mirza |first2=SK |last3=Turner |first3=JA |last4=Martin |first4=BI |title=Overtreating Chronic Back Pain: Time to Back Off? |journal=Journal of the American Board of Family Medicine : JABFM |volume=22 |issue=1 |pages=62–8 |year=2009 |pmid=19124635 |pmc=2729142 |doi=10.3122/jabfm.2009.01.080102}}</ref>


<!-- Tratamento -->
Inicia-se repentinamente e caracteriza-se pela intensidade da dor. Afeta também a região sacra. O paciente, ao tentar levantar-se de um modo inclinado, sente como uma chicotada na região lombar, derrubando-o no chão.
É recomendado que o tratamento inicial tenha por base a atividade física e não seja baseado em fármacos.<ref name=Qas2017/> A pessoa é aconselhada a manter as atividades do dia-a-dia tanto quanto a dor permita.<ref name=menezes_2012/> Quando o tratamento inicial não é eficaz, é recomendada a administração de [[anti-inflamatórios não esteroides]].<ref name=Qas2017>{{cite journal|last1=Qaseem|first1=A|last2=Wilt|first2=TJ|last3=McLean|first3=RM|last4=Forciea|first4=MA|last5=Clinical Guidelines Committee of the American College of|first5=Physicians.|title=Noninvasive Treatments for Acute, Subacute, and Chronic Low Back Pain: A Clinical Practice Guideline From the American College of Physicians.|journal=Annals of Internal Medicine|date=4 April 2017|volume=166|issue=7|pages=514–530|pmid=28192789|doi=10.7326/M16-2367}}</ref><ref name=miller_2012>{{cite journal |author=Miller SM |title=Low back pain: pharmacologic management |journal=Prim. Care |volume=39 |issue=3 |pages=499–510 |date=September 2012 |pmid=22958559 |doi=10.1016/j.pop.2012.06.005 |url=}}</ref> Estão também disponíveis outras opções para pessoas que não melhoram com os tratamentos mais comuns. Os [[opióide]]s podem ser eficazes quando a medicação mais simples não é suficiente, embora não sejam geralmente recomendados devido aos seus efeitos secundários.<ref name=NIH2015/><ref name=miller_2012/> A [[cirurgia]] pode ser benéfica em pessoas cuja dor tenha origem nos discos intervertebrais ou em [[estenose espinhal]].<ref name=manusov_2012_surg/><ref name=chou_2009_surgery>{{cite journal |vauthors=Chou R, Baisden J, Carragee EJ, Resnick DK, Shaffer WO, Loeser JD |title=Surgery for low back pain: a review of the evidence for an American Pain Society Clinical Practice Guideline |journal=Spine |volume=34 |issue=10 |pages=1094–109 |date=May 2009 |pmid=19363455 |doi=10.1097/BRS.0b013e3181a105fc |url=}}</ref> No entanto, não existem benefícios claros para outros casos de lombalgia não específica.<ref name=manusov_2012_surg>{{cite journal |last=Manusov |first=EG |title=Surgical treatment of low back pain. |journal=Primary care |date=September 2012 |volume=39 |issue=3 |pages=525–31 |pmid=22958562 |doi=10.1016/j.pop.2012.06.010}}</ref> A dorsalgia causa frequentemente problemas emocionais, o que pode ser gerido com recurso a aconselhamento psociológico ou [[antidepressivo]]s.<ref name=miller_2012/><ref name=henschke_2010>{{cite journal |vauthors=Henschke N, Ostelo RW, van Tulder MW, etal |title=Behavioural treatment for chronic low-back pain |journal=Cochrane Database of Systematic Reviews |volume= |issue=7 |pages=CD002014 |year=2010 |pmid=20614428 |doi=10.1002/14651858.CD002014.pub3 |url=}}</ref> Existem ainda várias terapias de [[medicina alternativa]], incluindo a [[Técnica de Alexander]] e [[Herbalismo|plantas medicinais]], embora não existam evidências suficientes para que possam ser recomendadas com segurança.<ref name=marlowe_2012/> As evidências da eficácia da [[quiropraxia]]<ref name=walker_2011>{{cite journal |last=Walker |first=BF |author2=French, SD |author3=Grant, W |author4=Green, S |title=A Cochrane review of combined chiropractic interventions for low-back pain |journal=Spine |date=1 February 2011 |volume=36 |issue=3 |pages=230–42 |pmid=21248591 |doi=10.1097/BRS.0b013e318202ac73}}</ref> e da [[manipulação vertebral]] são contraditórias.<ref name=marlowe_2012>{{cite journal |author=Marlowe D |title=Complementary and alternative medicine treatments for low back pain |journal=Prim. Care |volume=39 |issue=3 |pages=533–46 |date=September 2012 |pmid=22958563 |doi=10.1016/j.pop.2012.06.008 |url=}}</ref><ref name=dagenais_2010>{{cite journal |last1=Dagenais |first1=S |last2=Gay |first2=RE |last3=Tricco |first3=AC |last4=Freeman |first4=MD |last5=Mayer |first5=JM |title=NASS Contemporary Concepts in Spine Care: spinal manipulation therapy for acute low back pain |journal=The Spine Journal |volume=10 |issue=10 |pages=918–40 |year=2010 |pmid=20869008 |doi=10.1016/j.spinee.2010.07.389}}</ref><ref name=rubinstein_2011>{{cite journal |journal=[[Cochrane Database of Systematic Reviews]] |year=2011 |issue=2 |pages=CD008112 |title=Spinal manipulative therapy for chronic low-back pain |vauthors=Rubinstein SM, van Middelkoop M, Assendelft WJ, de Boer MR, van Tulder MW |doi=10.1002/14651858.CD008112.pub2 |pmid=21328304 |url=http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD008112.pub2/abstract |volume= |editor1-last=Rubinstein |editor1-first=Sidney M |deadurl=no |archiveurl=https://web.archive.org/web/20130609065203/http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD008112.pub2/abstract |archivedate=9 June 2013 |df=dmy-all }}</ref><ref name=rubinstein_2012>{{cite journal |vauthors=Rubinstein SM, Terwee CB, Assendelft WJ, de Boer MR, van Tulder MW |title=Spinal manipulative therapy for acute low-back pain. |journal=Cochrane Database of Systematic Reviews |date=12 September 2012 |volume=9 |pages=CD008880 |pmid=22972127 |doi=10.1002/14651858.CD008880.pub2}}</ref>
Alguns momentos depois, consegue endireitar as costas, mas não consegue inclinar-se novamente.


<!-- Epidemiologia -->
Muitas pessoas sofrem com essas dores e elas são causas de incapacidade funcional e [[morbidade]]. O tipo mais conhecido de lombalgia é a de origem [[mecânica]]-[[degeneração|degenerativa]], caracterizada por [[distúrbio]] e/ou alteração funcional, sendo que a dor por um problema mecânico é causada pelo encurtamento dos [[músculo]]s posteriores, ou seja, os [[Anexo:Lista de músculos do corpo humano|músculos da região lombar]], [[Anexo:Lista de músculos do corpo humano|músculos posteriores da coxa]] e os [[Anexo:Lista de músculos do corpo humano|músculos da perna]].
A dorsalgia é extremamente comum. Em qualquer momento no tempo, a condição afeta cerca de 9 a 12% de todas as pessoas no mundo (632 milhões). Cerca de 25% das pessoas afirma ter tido pelo menos um episódio no mês anterior ao questionário.<ref name=hoy_2012/><ref name=vos_2012>{{cite journal|last=Vos|first=T|title=Years lived with disability (YLDs) for 1160 sequelae of 289 diseases and injuries 1990–2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010.|journal=Lancet|date=15 December 2012|volume=380|issue=9859|pages=2163–96|pmid=23245607|doi=10.1016/S0140-6736(12)61729-2}}</ref> Estima-se que cerca de 40% de todas as pessoas no mundo tenham tido ou venham a ter pelo menos um episódio de dorsalgia em algum momento da vida.<ref name=hoy_2012/> Nos [[países desenvolvidos]], a estimativa é de 80% das pessoas.<ref name=malhotra_2011>{{cite book |author1=Vinod Malhotra |author2=Yao, Fun-Sun F. |author3=Fontes, Manuel da Costa |title=Yao and Artusio's Anesthesiology: Problem-Oriented Patient Management |publisher=Lippincott Williams & Wilkins |location=Hagerstwon, MD |year=2011 |pages=Chapter 49 |isbn=1-4511-0265-8 |url=https://books.google.com/books?id=qOhuwkoN15MC&pg=PT1390 |deadurl=no |archiveurl=https://web.archive.org/web/20170908185118/https://books.google.com/books?id=qOhuwkoN15MC&pg=PT1390 |archivedate=8 September 2017 |df=dmy-all }}</ref> A condição afeta de igual forma homens e mulheres.<ref name=NIH2015>{{cite web|title=Low Back Pain Fact Sheet|url=http://www.ninds.nih.gov/disorders/backpain/detail_backpain.htm|website=National Institute of Neurological Disorders and Stroke|accessdate=5 March 2016|date=November 3, 2015|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160304051951/http://www.ninds.nih.gov/disorders/backpain/detail_backpain.htm|archivedate=4 March 2016|df=dmy-all}}</ref> Os primeiros episódios manifestam-se geralmente entre os 20 e 40 anos de idade.<ref name=casazza_2012/> A condição é mais comum nas pessoas entre os 40 e 80 anos de idade, sendo expectável que a incidência aumente à medida que a população vai envelhecendo.<ref name=hoy_2012>{{cite journal |vauthors=Hoy D, Bain C, Williams G, etal |title=A systematic review of the global prevalence of low back pain |journal=Arthritis Rheum. |volume=64 |issue=6 |pages=2028–37 |date=June 2012 |pmid=22231424 |doi=10.1002/art.34347 |url=}}</ref>

==Causas da Lombalgia==
Há muitas causas diferentes para o desenvolvimento da lombalgia: cerca de 90% dos pacientes com dorsalgia desenvolvem dor decorrente de uso excessivo das estruturas dorsais (resultando em entorses e distensões), da deformidade da estrutura anatômica normal ou de trauma; os outros 10% dos adultos apresentam dorsalgia atribuível a uma [[doença sistêmica]]. Mais de 70 dessas doenças foram identificadas.

Uma vez que a maioria dos casos de dorsalgia é autolimitada, o diagnóstico por imagem raramente é necessário. Um cuidadoso levantamento do histórico do paciente é a ferramenta diagnóstica mais importante. Os fatores que levam ao início da dor, bem como a natureza e a duração da dor, propiciam importantes evidências para a busca da provável causa.

A dorsalgia pode ser influenciada por deficiência ou má qualidade crônicas do sono, [[fadiga]], falta de exercícios, exercícios eventuais (esportistas de final de semana) que forçam um musculo que não está acostumado com a atividade e fatores psicossociais. A percepção e o relato da dor pelo paciente e o grau resultante de disfunção e incapacidade são dependentes desses fatores, assim como a resposta do paciente ao tratamento.

A lombalgia também pode ser causada por esforços repetitivos, excesso de peso, pequenos traumas, condicionamento físico inadequado, erro postural, posição não [[ergonômica]] no trabalho (essa é a causa mais freqüente de torção e distensão dos [[músculos]] e [[ligamentos]] que causam a lombalgia), osteoartrose da [[coluna]]; osteofitose (bico de papagaio) e osteoporose (causas também relacionadas à idade. Pois, com o passar do tempo, as [[articulações]] da coluna vão se desgastando, podendo levar à degeneração dos discos intervertebrais - hérnia de disco).

==Tipos==
Há dos tipos de lombalgia: [[aguda]] e [[crônica]]. A forma [[aguda]] é o "mau jeito". A dor é forte e aparece subitamente depois de um esforço físico. Ocorre na população mais jovem, em torno de 25 anos e, em 90% dos casos, a sintomatologia desaparece em 30 dias, com ou sem tratamento medicamentoso, fisioterápico ou repouso. O risco de recorrência é de cerca de 60% no mesmo ano ou, no máximo, em dois anos. A forma [[crônica]] geralmente acontece entre os mais velhos; a dor não é tão intensa, porém, é quase permanente, persistente durante três meses ou mais. A média de idade destes pacientes é de 40 a 45 anos.

==Diagnóstico==
Nem sempre é preciso fazer exames como a [[ressonância magnética]]. Em mais de 90% das vezes, o diagnóstico e a causa são estabelecidos com uma boa conversa com o paciente e com um exame físico bem feito. Em caso de dúvida, o passo seguinte é a [[radiografia]] simples. A [[densitometria]] é um exame usado na [[osteoporose]], porém esta não provoca dor. O que dói é a fratura espontânea de uma vértebra enfraquecida pela osteoporose, portanto, na maioria das vezes, a densitometria não é necessária nos casos de lombalgia.

==Tratamento==
Na crise aguda, o [[exercício]] está totalmente contraindicado. Deve-se fazer repouso absoluto, deitado na cama. Uma alternativa é deitar de lado em posição fetal (com as pernas encolhidas), importante tambem estar com a coluna reta, utilizando de um apoio no meio das pernas, como um travesseiro ou almofada e não esquecer que o apoio da cabeca deve mante-la tambem alinhada com a coluna. Estão indicados na fase aguda: tração, mobilização articular grau 1 e 2, RPG, alongamento suave e massagem relaxante.

Os [[analgésicos]] e os [[anti-inflamatórios]] podem ser usados. [[Sedativos]] são úteis para ajudar a manter o paciente em repouso no leito. Existem outras substâncias muito usadas, porém sem nenhuma eficácia científica comprovada, tais como: vitamina B12, cortisona, cálcio, gelatina de peixe, casca de ovo, casca de ostra, geleia de tubarão e unha do diabo. Nenhuma delas tem efeito comprovado. Nota-se que, quanto mais bem feito o repouso, menos medicamentos são necessários. Obviamente, deve-se tratar a causa da lombalgia.

Nem todos os casos de [[hérnia de disco]] têm de ser operados. Quase todos regridem com repouso no leito, sem necessidade de cirurgia. Assim, a hérnia murcha e deixa de comprimir estruturas importantes, como os nervos. O tratamento cirúrgico está indicado apenas nos 10% dos casos em que a crise não passa entre três a seis semanas, em pacientes que têm crises repetidas em um curto espaço de tempo ou quando existem alterações esfincterianas (perda de controle para urinar e defecar).

Enquanto, no [[adulto]], a maioria das lombalgias tem causas e tratamentos simples, a [[dor]] lombar no [[adolescente]] é incomum e com causas que devem ser investigadas cuidadosamente pelo médico [[ortopedista]].

==Referências==
<references />


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Revisão das 11h35min de 24 de novembro de 2017

Lombalgia
Lombalgia
A lombalgia é uma condição comum que afeta a região lombar das costas.
Especialidade ortopedia, rehabilitation
Classificação e recursos externos
CID-10 M54.5
CID-9 724.2
CID-11 1815305992
MedlinePlus 007422 007425
eMedicine pmr/73
MeSH D017116
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Lombalgia ou dor lombar baixa é um distúrbio comum do sistema músculo-esquelético que envolve os músculos, nervos e ossos das costas e que causa dor na região lombar. A dor é de intensidade variável, desde um desconforto constante até dor súbita e intensa.[1] A lombalgia pode ser classificada de acordo com a duração em aguda (dor com duração inferior a seis semanas), sub-crónica (6 a 12 semanas) ou crónica (mais de 12 semanas).[2] Pode também ser classificada de acordo com a causa subjacente em mecânica, não-mecânica ou por dor referida.[3] Os sintomas de dorsalgia geralmente melhoram algumas semanas após o seu aparecimento. Entre 40 a 90% das pessoas recuperam por completo no prazo de seis semanas.[4]

Na maior parte dos episódios de dorsalgia não é necessário identificar uma causa específica, dado que a dor tem geralmente origem em problemas mecânicos como entorse dos músculos ou das articulações.[1][5] Quando a dor não desaparece com tratamento conservador ou é acompanhada de outros sintomas e sinais de alerta como perda de peso, febre ou problemas significativos de sensibilidade ou movimento, podem ser necessários exames complementares para diagnosticar uma causa subjacente mais grave.[3] Algumas dorsalgias são causadas por lesões nos discos intervertebrais, podendo ser identificadas pelo sinal de Lasègue.[3] Em pessoas com dor crónica, podem ocorrer distúrbios no sistema que processa a dor, causando grande quantidade de dor em resposta a situações sem gravidade.[6] Na maior parte dos casos, exames imagiológicos como a tomografia computorizada não têm utilidade e apresentam alguns riscos.[7][8] No entanto, o recurso a imagiologia tem vindo a aumentar.[9]

É recomendado que o tratamento inicial tenha por base a atividade física e não seja baseado em fármacos.[10] A pessoa é aconselhada a manter as atividades do dia-a-dia tanto quanto a dor permita.[4] Quando o tratamento inicial não é eficaz, é recomendada a administração de anti-inflamatórios não esteroides.[10][11] Estão também disponíveis outras opções para pessoas que não melhoram com os tratamentos mais comuns. Os opióides podem ser eficazes quando a medicação mais simples não é suficiente, embora não sejam geralmente recomendados devido aos seus efeitos secundários.[1][11] A cirurgia pode ser benéfica em pessoas cuja dor tenha origem nos discos intervertebrais ou em estenose espinhal.[12][13] No entanto, não existem benefícios claros para outros casos de lombalgia não específica.[12] A dorsalgia causa frequentemente problemas emocionais, o que pode ser gerido com recurso a aconselhamento psociológico ou antidepressivos.[11][14] Existem ainda várias terapias de medicina alternativa, incluindo a Técnica de Alexander e plantas medicinais, embora não existam evidências suficientes para que possam ser recomendadas com segurança.[15] As evidências da eficácia da quiropraxia[16] e da manipulação vertebral são contraditórias.[15][17][18][19]

A dorsalgia é extremamente comum. Em qualquer momento no tempo, a condição afeta cerca de 9 a 12% de todas as pessoas no mundo (632 milhões). Cerca de 25% das pessoas afirma ter tido pelo menos um episódio no mês anterior ao questionário.[20][21] Estima-se que cerca de 40% de todas as pessoas no mundo tenham tido ou venham a ter pelo menos um episódio de dorsalgia em algum momento da vida.[20] Nos países desenvolvidos, a estimativa é de 80% das pessoas.[22] A condição afeta de igual forma homens e mulheres.[1] Os primeiros episódios manifestam-se geralmente entre os 20 e 40 anos de idade.[5] A condição é mais comum nas pessoas entre os 40 e 80 anos de idade, sendo expectável que a incidência aumente à medida que a população vai envelhecendo.[20]

Referências

  1. a b c d «Low Back Pain Fact Sheet». National Institute of Neurological Disorders and Stroke. November 3, 2015. Consultado em 5 March 2016. Cópia arquivada em 4 March 2016  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  2. Koes BW, van Tulder M, Lin CW, Macedo LG, McAuley J, Maher C (December 2010). «An updated overview of clinical guidelines for the management of non-specific low back pain in primary care.». European Spine Journal. 19 (12): 2075–94. PMC 2997201Acessível livremente. PMID 20602122. doi:10.1007/s00586-010-1502-y  Verifique data em: |data= (ajuda)
  3. a b c Manusov EG (September 2012). «Evaluation and diagnosis of low back pain». Prim. Care. 39 (3): 471–9. PMID 22958556. doi:10.1016/j.pop.2012.06.003  Verifique data em: |data= (ajuda)
  4. a b Menezes Costa Lda, C; Maher, CG; Hancock, MJ; McAuley, JH; Herbert, RD; Costa, LO (7 August 2012). «The prognosis of acute and persistent low-back pain: a meta-analysis.». CMAJ : Canadian Medical Association Journal. 184 (11): E613-24. PMC 3414626Acessível livremente. PMID 22586331. doi:10.1503/cmaj.111271  Verifique data em: |data= (ajuda)
  5. a b Casazza, BA (15 February 2012). «Diagnosis and treatment of acute low back pain». American family physician. 85 (4): 343–50. PMID 22335313  Verifique data em: |data= (ajuda)
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