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Deliberação online: diferenças entre revisões

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'''Deliberação online''' é um termo associado a um conjunto emergente de práticas, pesquisas e [[software]] dedicados a encorajar o debate sério e propositivo através da [[Internet]]. É semelhante, mas não idêntico, à [[democracia virtual]].
'''Deliberação online''' é um termo associado a um conjunto emergente de práticas, pesquisas e [[software]] dedicados a encorajar o debate sério e propositivo através da [[Internet]]. É semelhante, mas não idêntico, à [[democracia virtual|democracia virtual.]] Negando o conceito de alguns deliberacionistas de que a [[racionalidade]] esteja restrita a um local específico, os estudiosos da deliberação online acreditam que as discussões online oferecem ricas contribuições a processos deliberativos.<ref name="MA">[http://www.scielo.br/pdf/op/v22n2/1807-0191-op-22-2-0418.pdf Racionalidade online: provimento de razões em discussões online], por Ricardo Fabrino Mendonça e Ernesto F.L.Amaral, 2016, Opinião Pública, Campinas, v.22, p.418-445.</ref>

A deliberação online é bastante interdisciplinar e inclui práticas tais como [[consultoria online]], [[pesquisa de opinião|pesquisas de opinião online]], [[facilitação online]], [[e-learning]] interativo, diálogo cívico em [[fórum de discussão|fóruns na internet]] e [[chat]], e tomadas de decisão em grupo que utilizam [[software colaborativo]] e outras formas de [[comunicação mediada por computador]]. O trabalho em todos esses empreendimentos é conectado pelo desafio de usar a mídia eletrônica de uma forma que aprofunde o raciocínio e aprimore a compreensão mútua.
A deliberação online é bastante interdisciplinar e inclui práticas tais como [[consultoria online]], [[pesquisa de opinião|pesquisas de opinião online]], [[facilitação online]], [[e-learning]] interativo, diálogo cívico em [[fórum de discussão|fóruns na internet]] e [[chat]], e tomadas de decisão em grupo que utilizam [[software colaborativo]] e outras formas de [[comunicação mediada por computador]]. O trabalho em todos esses empreendimentos é conectado pelo desafio de usar a mídia eletrônica de uma forma que aprofunde o raciocínio e aprimore a compreensão mútua.

Com o estudo inicialmente voltado para a compreensão de iniciativas governamentais, hoje tem sido ampliada a atenção para novos espaços, como as redes sociais. No ano de 2010 o pesquisador luxemburguês Raphaël Kies em sua sintética revisão de estudos deliberacionistas para o seu livro Promises and Limits of Web-deliberation aponta que a presença de justificativas é comum em espaços online, embora o grau de sofisticação não seja sempre elevado<ref>{{Citar livro |nome=Raphael|sobrenome=KIES|título=Promises and Limits of Web-deliberation |local=Nova Iorque |editora=Palgrave Macmillian |ano=2010 |isbn=978-1-349-38183-8}}</ref>. No entanto, se a racionalidade que funda a deliberação diz respeito ao provimento público de razões, e não à exposição de argumentos sofisticados, é possível perceber que as arenas virtuais também são importantes para o movimento deliberacionista.


Conferências internacionais abertas sobre deliberação online foram conduzidas na [[Carnegie Mellon University]] em 2003 e na [[Stanford University]] em 2005. Os participantes da conferência de 2005 votaram pela criação de uma sociedade internacional para deliberação online. Uma força-tarefa foi criada conjuntamente em junho de 2005,<ref>[http://www.deliberative-democracy.net/projects/ Online Deliberative Democracy Consortium]</ref> e é responsável pela definição dos novos passos a serem dados nesta área.
Conferências internacionais abertas sobre deliberação online foram conduzidas na [[Carnegie Mellon University]] em 2003 e na [[Stanford University]] em 2005. Os participantes da conferência de 2005 votaram pela criação de uma sociedade internacional para deliberação online. Uma força-tarefa foi criada conjuntamente em junho de 2005,<ref>[http://www.deliberative-democracy.net/projects/ Online Deliberative Democracy Consortium]</ref> e é responsável pela definição dos novos passos a serem dados nesta área.


A literatura na área de deliberação online tem inspiração nos conceitos de “esfera pública virtual”, explorados na literatura desde o final dos anos 1990. No caso brasileiro, existem trabalho diversos que exploram as potencialidades e limites da deliberação online em casos que envolvem tanto agentes do Estado, quanto agentes da sociedade civil organizada.<ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/pdf/op/v12n1/29402.pdf|titulo=Debates políticos na internet: a perspectiva da conversação civil|data=2006|acessodata=28 de setembro de 2016|obra=Revista Opinião Pública|publicado=Unicamp|ultimo=Marques|primeiro=Francisco Paulo Jamil}}</ref><ref>{{citar web|url=http://compolitica.org/revista/index.php/revista/article/view/50|titulo=Democracia Digital e Práticas Colaborativas: A Wikipédia como espaço de discussão política|data=2012|acessodata=28 de setembro de 2016|obra=Revista Compolítica|publicado=|ultimo=Marques|primeiro=Francisco Paulo Jamil}}</ref>
A literatura na área de deliberação online tem inspiração nos conceitos de “esfera pública virtual”, explorados na literatura desde o final dos anos 1990. No caso brasileiro, existem trabalho diversos que exploram as potencialidades e limites da deliberação online em casos que envolvem tanto agentes do Estado, quanto agentes da sociedade civil organizada.<ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/pdf/op/v12n1/29402.pdf|titulo=Debates políticos na internet: a perspectiva da conversação civil|data=2006|acessodata=28 de setembro de 2016|obra=Revista Opinião Pública|publicado=Unicamp|ultimo=Marques|primeiro=Francisco Paulo Jamil}}</ref><ref>{{citar web|url=http://compolitica.org/revista/index.php/revista/article/view/50|titulo=Democracia Digital e Práticas Colaborativas: A Wikipédia como espaço de discussão política|data=2012|acessodata=28 de setembro de 2016|obra=Revista Compolítica|publicado=|ultimo=Marques|primeiro=Francisco Paulo Jamil}}</ref>

Em 2013, os pesquisadores brasileiros Ricardo Mendonça e Ernesto Amaral, na época integrantes da [[Universidade Federal de Minas Gerais]], decidiram analisar o provimento se razões em arenas virtuais. Eles avaliaram comentários de internautas sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo no site [[VotenaWeb|Votenaweb]], nos portais de notícias, em páginas do [[Facebook]] e vídeos do [[YouTube|Youtube]]. Os brasileiros concluíram que a arquitetura da plataforma e a presença do respeito nas discussões podem influenciar o comportamento deliberacionista dos participantes<ref name="MA"/> . Estudos como o de Ricardo Mendonça e Ernesto Amaral trazem grandes contribuições para o ramo da deliberação online, que é cada vez mais crescente na ciência política.


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 21h30min de 11 de abril de 2019

Deliberação online é um termo associado a um conjunto emergente de práticas, pesquisas e software dedicados a encorajar o debate sério e propositivo através da Internet. É semelhante, mas não idêntico, à democracia virtual. Negando o conceito de alguns deliberacionistas de que a racionalidade esteja restrita a um local específico, os estudiosos da deliberação online acreditam que as discussões online oferecem ricas contribuições a processos deliberativos.[1] A deliberação online é bastante interdisciplinar e inclui práticas tais como consultoria online, pesquisas de opinião online, facilitação online, e-learning interativo, diálogo cívico em fóruns na internet e chat, e tomadas de decisão em grupo que utilizam software colaborativo e outras formas de comunicação mediada por computador. O trabalho em todos esses empreendimentos é conectado pelo desafio de usar a mídia eletrônica de uma forma que aprofunde o raciocínio e aprimore a compreensão mútua.

Com o estudo inicialmente voltado para a compreensão de iniciativas governamentais, hoje tem sido ampliada a atenção para novos espaços, como as redes sociais. No ano de 2010 o pesquisador luxemburguês Raphaël Kies em sua sintética revisão de estudos deliberacionistas para o seu livro Promises and Limits of Web-deliberation aponta que a presença de justificativas é comum em espaços online, embora o grau de sofisticação não seja sempre elevado[2]. No entanto, se a racionalidade que funda a deliberação diz respeito ao provimento público de razões, e não à exposição de argumentos sofisticados, é possível perceber que as arenas virtuais também são importantes para o movimento deliberacionista.

Conferências internacionais abertas sobre deliberação online foram conduzidas na Carnegie Mellon University em 2003 e na Stanford University em 2005. Os participantes da conferência de 2005 votaram pela criação de uma sociedade internacional para deliberação online. Uma força-tarefa foi criada conjuntamente em junho de 2005,[3] e é responsável pela definição dos novos passos a serem dados nesta área.

A literatura na área de deliberação online tem inspiração nos conceitos de “esfera pública virtual”, explorados na literatura desde o final dos anos 1990. No caso brasileiro, existem trabalho diversos que exploram as potencialidades e limites da deliberação online em casos que envolvem tanto agentes do Estado, quanto agentes da sociedade civil organizada.[4][5]

Em 2013, os pesquisadores brasileiros Ricardo Mendonça e Ernesto Amaral, na época integrantes da Universidade Federal de Minas Gerais, decidiram analisar o provimento se razões em arenas virtuais. Eles avaliaram comentários de internautas sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo no site Votenaweb, nos portais de notícias, em páginas do Facebook e vídeos do Youtube. Os brasileiros concluíram que a arquitetura da plataforma e a presença do respeito nas discussões podem influenciar o comportamento deliberacionista dos participantes[1] . Estudos como o de Ricardo Mendonça e Ernesto Amaral trazem grandes contribuições para o ramo da deliberação online, que é cada vez mais crescente na ciência política.

Ver também

Ligações externas

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Referências

  1. a b Racionalidade online: provimento de razões em discussões online, por Ricardo Fabrino Mendonça e Ernesto F.L.Amaral, 2016, Opinião Pública, Campinas, v.22, p.418-445.
  2. KIES, Raphael (2010). Promises and Limits of Web-deliberation. Nova Iorque: Palgrave Macmillian. ISBN 978-1-349-38183-8 
  3. Online Deliberative Democracy Consortium
  4. Marques, Francisco Paulo Jamil (2006). «Debates políticos na internet: a perspectiva da conversação civil» (PDF). Revista Opinião Pública. Unicamp. Consultado em 28 de setembro de 2016 
  5. Marques, Francisco Paulo Jamil (2012). «Democracia Digital e Práticas Colaborativas: A Wikipédia como espaço de discussão política». Revista Compolítica. Consultado em 28 de setembro de 2016