Laevistrombus canarium: diferenças entre revisões

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==Uso humano==
==Uso humano==
O nome comum inglês de ''L. canarium'' é "dog conch" (ou concha-cão, em tradução livre); na península malaia, a espécie é conhecida pelos nomes comuns malaios ''siput gonggong'' e ''gong-gong''; siput significa "caracol/caramujo" e gonggong é uma palavra [[Onomatopeia|onomatopaica]] para o latido ou uivo de um cão.<ref name="Cob4" /><ref name=Tan2000 /><ref name="Jawa">{{cite web|url=http://www.wildsingapore.com/wildfacts/mollusca/gastropoda/strombidae/canarium.htm|last=Tan|first=R.|year=2008|title=Online guide to Check Jawa: Gong-gong|work=Wild Singapore: Wild Fact Sheets|accessdate=24 Dezembro 2012}}</ref> A carne de ''L. canarium'' é comestível. É um alimento básico para os habitantes locais que vivem à beira-mar e é pescado em muitas partes do sudeste da Ásia.<ref name="Cob"/> Apesar de seu valor ornamental,<ref name="Poutiers"/><ref>{{cite journal |last=Purchon|first=R. D.|author2=Purchon D. E. A. |year=1981|url=http://mollus.oxfordjournals.org/content/47/3/290.abstract|title=The marine shelled Mollusca of West Malaysia and Singapore. Part I. General introduction and account of the collecting stations|journal=Journal of Molluscan Studies|volume=47|issue=3|pages=290–312|format=abstract}}</ref> conchas de ''L. canarium'' são tradicionalmente utilizadas pelos pescadores como afundadores para redes de pesca.<ref name="Poutiers"/> Estudos de 2008 a 2009 indicam que ''L. canarium'' foi superexplorada em muitas áreas; [[Malacologia|malacologistas]] e ecologistas recomendam a redução das taxas de exploração para manter sua disponibilidade como recurso natural.<ref name="Cob7"/><ref name="Cob"/> Encontrar indivíduos grandes de ''L. canarium'' tornou-se uma tarefa cada vez mais difícil em várias regiões onde esta espécie ocorre.<ref name="Phuket Gazette">{{cite web|last=Choksakulpan|first=P.|title=Phuket bids to save the dog conch|url=https://thethaiger.com/news/phuket/Phuket-bids-save-dog-conch|work=Phuket Gazette|location=Phuket, Thailand|accessdate=29 Setembro 2018|date=May 2010}}</ref> Iniciativas na província de [[Phuket]], no sul da Tailândia, pretendem aumentar os estoques naturais de ''L. canarium'', reintroduzindo animais de cultura em canteiros de ervas marinhas locais. Os pescadores são encorajados a não coletar indivíduos mais jovens e menores que ainda não tenham se reproduzido.<ref name="Phuket Gazette"/>
O nome comum inglês de ''L. canarium'' é "dog conch" (ou concha-cão, em tradução livre); na península malaia, a espécie é conhecida pelos nomes comuns malaios ''siput gonggong'' e ''gong-gong''; siput significa "caracol/caramujo" e gonggong é uma palavra [[Onomatopeia|onomatopaica]] para o latido ou uivo de um cão.<ref name="Cob4" /><ref name=Tan2000 /><ref name="Jawa">{{cite web|url=http://www.wildsingapore.com/wildfacts/mollusca/gastropoda/strombidae/canarium.htm|last=Tan|first=R.|year=2008|title=Online guide to Check Jawa: Gong-gong|work=Wild Singapore: Wild Fact Sheets|accessdate=24 Dezembro 2012}}</ref> A carne de ''L. canarium'' é comestível. É um alimento básico para os habitantes locais que vivem à beira-mar e é pescado em muitas partes do sudeste da Ásia.<ref name="Cob"/> Apesar de seu valor ornamental,<ref name="Poutiers"/><ref>{{cite journal |last=Purchon|first=R. D.|author2=Purchon D. E. A. |year=1981|url=http://mollus.oxfordjournals.org/content/47/3/290.abstract|title=The marine shelled Mollusca of West Malaysia and Singapore. Part I. General introduction and account of the collecting stations|journal=Journal of Molluscan Studies|volume=47|issue=3|pages=290–312|format=abstract}}</ref> conchas de ''L. canarium'' são tradicionalmente utilizadas pelos pescadores como afundadores para redes de pesca.<ref name="Poutiers"/> Estudos de 2008 a 2009 indicam que ''L. canarium'' foi superexplorada em muitas áreas; [[Malacologia|malacologistas]] e ecologistas recomendam a redução das taxas de exploração para manter sua disponibilidade como recurso natural.<ref name="Cob7"/><ref name="Cob"/> Encontrar indivíduos grandes de ''L. canarium'' tornou-se uma tarefa cada vez mais difícil em várias regiões onde esta espécie ocorre.<ref name="Phuket Gazette">{{cite web|last=Choksakulpan|first=P.|title=Phuket bids to save the dog conch|url=https://thethaiger.com/news/phuket/Phuket-bids-save-dog-conch|work=Phuket Gazette|location=Phuket, Thailand|accessdate=29 Setembro 2018|date=May 2010}}</ref> Iniciativas na província de [[Phuket]], no sul da Tailândia, pretendem aumentar os estoques naturais de ''L. canarium'', reintroduzindo animais de cultura em canteiros de ervas marinhas locais. Os pescadores são encorajados a não coletar indivíduos mais jovens e menores que ainda não tenham se reproduzido.<ref name="Phuket Gazette"/>

O fenômeno do [[imposex]] foi detectado recentemente em ''L. canarium''.<ref name=CobImposex>{{cite journal|last=Cob|first=Z. C.|author2=Arshad, A. |author3=Bujang, J. S. |author4= Ghaffar, M. A. |title=Description and evaluation of imposex in ''Strombus canarium'' Linnaeus, 1758 (Gastropoda, Strombidae): a potential bio-indicator of tributyltin pollution|journal=Environmental Monitoring and Assessment|year=2011|volume=178|issue=1–4|pages=393–400|doi=10.1007/s10661-010-1698-7|pmid=20824325}}</ref> Imposex é o desenvolvimento de órgãos sexuais masculinos em animais fêmeas expostos a compostos orgânicos de estanho feitos pelo homem, como o [[tributilestanho]] (TBT). Tem consequências negativas para várias espécies de caramujos marinhos, desde [[esterilidade]] em alguns indivíduos até a extinção de populações inteiras.<ref name="Castro">{{cite journal|last=Castro|first=Í. B.|author2=Meirelles, C. A. O. |author3=Matthews-Cascon, H. |author4=Rocha-Barreira, C. A. |author5=Penchaszadeh, P. |author6= Bigatti, G. |year=2008|title=Imposex in endemic volutid from Northeast Brazil (Mollusca: Gastropoda)|journal=Brazilian Archives of Biology and Technology|volume=51|issue=5|pages=1065–1069|issn=1516-8913|url=http://www.scielo.br/pdf/babt/v51n5/a24v51n5.pdf|doi=10.1590/s1516-89132008000500024}}</ref> Os compostos de estanho são agentes anti-incrustantes biocidas misturados em tintas para evitar incrustações marinhas em barcos e navios. Altas concentrações desses compostos estão comumente presentes na água do mar perto de [[estaleiros]] e áreas de atracação, expondo a vida marinha próxima a efeitos prejudiciais.<ref name=CobImposex/><ref name="Castro"/>


==Referências==
==Referências==

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaLaevistrombus canarium
Cinco vistas diferentes de uma concha de L. canarium adulto: abapertural (superior esquerdo), lateral direito (centro), apertural (superior direito), apical (inferior esquerdo) e basal (inferior direito)
Cinco vistas diferentes de uma concha de L. canarium adulto: abapertural (superior esquerdo), lateral direito (centro), apertural (superior direito), apical (inferior esquerdo) e basal (inferior direito)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Littorinimorpha
Superfamília: Stromboidea
Família: Strombidae
Género: Laevistrombus
Espécie: L. canarium
Nome binomial
Laevistrombus canarium
Linnaeus, 1758
Distribuição geográfica

Sinónimos
Strombus canarium Linnaeus, 1758[1]
Strombus taeniatus Quoy & Gaimard, 1834[2]
Strombus vanikorensis Quoy & Gaimard, 1834[2]
Strombus gibbus Issel & Canefri, 1876[3]
Strombus vanicorensis Quoy, 1885[4]

Laevistrombus canarium (frequentemente referido pelo seu sinónimo mais conhecido, Strombus canarium) é uma espécie de caramujo marinho comestível, um molusco gastrópode da família Strombidae. Conhecido de ilustrações em livros que datam do final do século XVII, L. canarium é uma espécie do Indo-Pacífico que ocorre da Índia e do Sri Lanka até a Melanésia, Austrália e o sul do Japão. A concha de indivíduos adultos é colorida de castanho amarelado claro a dourado ou acinzentado. Possui uma característica volta do corpo inflada, um lábio externo grande e espesso com um entalhe estreito e raso. A concha é valorizada como um ornamento e, por ser pesada e compacta, também é usada com freqüência como um afundador para redes de pesca.

A anatomia das partes moles desta espécie é semelhante à de outros caramujos da mesma família. O animal tem um focinho alongado, pedúnculos oculares (omatóforos) delgados com olhos bem desenvolvidos e tentáculos sensoriais, e um pé estreito e forte com um opérculo em forma de foice. Uma análise molecular conduzida em 2006 com base em sequências de DNA de histonas e genes mitocondriais demonstrou que Laevistrombus canarium, Doxander vittatus e Labiostrombus epidromis são espécies próximas do ponto de vista evolutivo. Laevistromus canarium exibe comportamentos comuns entre os Strombidae, incluindo hábito escavador e uma forma característica de locomoção. O primeiro comportamento, no entanto, envolve seqüências de movimento exclusivas para essa espécie.

Este caramujo vive em fundos lamacentos e arenosos, alimentando-se de algas e detritos. É gonocórico e sexualmente dimórfico, dependendo da fertilização interna para a desova. As larvas desta espécie passam vários dias como plâncton, passando por uma série de transformações até atingirem a completa metamorfose. O tempo de vida máximo é de 2,0 a 2,5 anos. Predadores deste caramujo incluem gastrópodes carnívoros, como as volutas. É também presa para vertebrados, incluindo macacos, e também seres humanos, que consomem as partes moles em uma grande variedade de pratos.

Laevistrombus canarium é uma espécie economicamente importante no Pacífico Indo-Ocidental, e vários estudos indicam que ela pode estar sofrendo declínios populacionais devido à sobrepesca e superexploração. Malacologistas e ecologistas recomendaram uma redução em sua taxa de exploração. Iniciativas na Tailândia estão tentando garantir a possibilidade de reprodução em indivíduos jovens adultos e gerenciar as populações naturais em geral. L. canarium demonstra o fenômeno imposex, mas é resistente à esterilidade causada por ele. Portanto, esta espécie pode ser útil como um bioindicador para monitoramento da poluição organoestânica perto dos portos da Malásia.

Taxonomia

As primeiras descrições publicadas da concha desta espécie apareceram em 1681 no livro mais antigo unicamente sobre conchas marinhas, Recreatio mentis et oculi in observatione animalium testaceorum (Descanso para a mente e os olhos na observação de animais portadores de conchas, traduzido livremente do latim) pelo erudito italiano Filippo Buonanni.[5][6] A espécie foi ilustrada no Index Testarum Conchyliorum quae adservantur in Museo Nicolai Gualtieri (Lista das conchas de mariscos preservadas no museu de Niccolò Gualtieri) pelo médico e malacologista italiano Niccolò Gualtieri. Em ambos os livros, a morfologia de uma concha adulta foi mostrada em diferentes perspectivas.[6]

Em 1758, a espécie foi formalmente descrita e nomeada Strombus canarium pelo naturalista sueco e taxonomista Carl Linnaeus, que originou o sistema de nomenclatura binomial. O nome específico deste táxon, canarium, é derivado do latim canis, que significa cachorro[7] e explica o nome vulgar da espécie dog conch, em inglês, ou concha-cão, em tradução livre. A descrição original dada por Linnaeus em seu livro, Systema Naturae, está em latim: "S. testae labro rotundato brevi retuso, spiraque laevi". Isso pode ser traduzido como "Strombus com uma concha tendo um lábio retuso, curto e arredondado e uma espira lisa". Linnaeus não mencionou uma localidade específica em sua descrição original, informando apenas a Ásia Oriental como a área em que a espécie é encontrada.[1]

O táxon Laevistrombus foi introduzido na literatura como um subgênero de Strombus por Tetsuaki Kira (1955) na terceira impressão da primeira edição de Coloured Illustrations of the Shells of Japan (Ilustrações Coloridas das Conchas do Japão, em tradução livre). Abrangia duas espécies, Strombus (Laevistrombus) canarium e Strombus (L.) isabella Lamarck, 1822. Nenhuma espécie-tipo foi designada, e Kira não deu nenhuma descrição formal ou declaração de diferenciação, como exigido pelo código ICZN para validar o nome. Em uma versão posterior do livro, o Laevistrombus foi elevado ao nível do gênero, mas ainda não tinha uma descrição. Rüdiger Bieler e Richard Petit (1996) consideraram-no nomen nudum, e a autoria foi transferida para Robert Tucker Abbott (1960), que forneceu uma descrição e ilustrações apropriadas de Laevistrombus e especificou uma espécie-tipo, Strombus canarium L., no primeiro volume de sua monografia entitulada Indo-Pacific Mollusca.[8][9][10] A classificação atualmente aceita foi proposta por Sepkoski (2002), que elevou Laevistrombus ao nível do gênero com base em dados paleontológicos.[11]

Os sinônimos são outros nomes binomiais que foram dados ao longo do tempo para este táxon por autores que não sabiam que os espécimes que eles estavam descrevendo pertenciam a uma espécie já descrita por Linnaeus. Em alguns casos, variações locais de cor e forma podem ter levado esses autores a pensar que tinham uma espécie diferente em mãos. Strombus vanicorensis é uma grafia alterada de Strombus vanikorensis por um dos autores originais.[12][13] Existe alguma discordância na literatura sobre se L. canarium e Laevistrombus turturella, de aparência similar, são, na verdade, espécies distintas. Leo Man In 'T Veld e Koenraad de Turck (1998) consideraram que L. canarium e L. turturella são espécies diferentes (mas simpátricas), baseando-se principalmente na morfologia da concha e na comparação da rádula.[14] No entanto, quando Zaidi Che Cob reviu uma série de espécies de Strombus em 2009, examinando tanto os caracteres de concha como os dados anatômicos, incluindo detalhes da genitália, opérculo e radula, ele concluiu que L. turturella era simplesmente um morfotipo e, portanto, um sinônimo de L. canarium. O assunto permanece não-resolvido, pois bases de dados taxonômicas consolidadas, como o World Register of Marine Species e MolluscaBase listam as espécies como distintas.[15]

Anatomia

Side view of dog conch
Ilustração da morfologia externa de L. canarium, presente em Manual of Conchology (1885)[16]

Descrição da concha

Laevistrombus canarium tem uma concha proporcionalmente pesada com um contorno arredondado. O comprimento da concha dos espécimes adultos é de 29 mm (1,1 pol.) a 71 mm (2,8 pol.).[14] A superfície externa da concha é quase completamente lisa, exceto por linhas espirais pouco visíveis e varizes ocasionais na espira. Ao contrário das espécies do gênero Strombus, o entalhe estrombóide no lábio externo é discreto. Quando uma concha dextrógira adulta normal desta espécie é vista ventralmente (vista apertural, com a extremidade anterior apontando para baixo), o entalhe estrombóide pode ser observada à direita do canal sifonal como uma reentrância anterior secundária rasa no lábio externo. O canal sifonal em si é reto, curto e amplo; a columela é lisa, sem dobras.[12] Espécimes adultos têm um lábio externo moderadamente alargado,[14][17] que é consideravelmente espesso e completamente desprovido de espinhos ou plicas marginais. A volta do corpo é inflada no ombro, com alguns sulcos espirais anteriores. A concha tem uma espira em forma de cone, média a alta, com pelo menos cinco voltas delicadamente sulcadas.[13] A cor da concha é variável, de amarelo dourado ao castanho amarelado claro ao cinzento. A parte inferior da concha raramente é escura; mais freqüentemente é mais pálida que o dorso, ou totalmente branca. Em todos os casos, a abertura da concha em si é sempre branca. Os espécimes maduros algumas vezes têm um brilho metálico cinza ou dourado na margem do lábio externo e do calo.[12] Uma rede em ziguezague de linhas mais escuras às vezes está presente do lado externo.[14] O perióstraco, uma camada de proteína (conchiolina) correspondente à parte mais externa da superfície da concha, é marrom-amarelado. É geralmente espesso, reticulado (em forma de rede) e fimbriado (com franjas) acima da sutura.[13] O opérculo córneo é marrom-escuro, e sua forma é bastante típica da família Strombidae: uma foice ligeiramente curva, com sete ou oito serrilhas laterais fracas.[13]

Partes moles

As fêmeas de L. canarium são geralmente maiores (tanto a concha quanto as partes moles) do que os machos, o que também é o caso em outros gastrópodes da família, como Harpago chiragra e a concha-rainha Lobatus gigas.[18] A anatomia externa das partes moles desta espécie é semelhante à dos outros membros da família; o animal tem um focinho comprido e extensível e pedúnculos oculares delgados (também conhecidos como omatóforos), com olhos bem desenvolvidos nas pontas. Cada pedúnculo tem um pequeno tentáculo sensorial que se ramifica perto do final (extremidade distal). O pé do animal é grande, estreito e forte, capaz de executar a forma de locomoção que também é encontrada em outras espécies de Strombidae (como a concha da rainha, L. gigas).[19]

Filogenia

Strombus maculatus

Strombus mutabilis

Strombus microurceus

Strombus labiatus

Strombus fragilis

Strombus urceus

Strombus dentatus

Strombus canarium

Strombus vittatus

Strombus epidromis

Strombus fusiformis

Strombus haemastoma

Strombus wilsoni

Em 2006, Latiolais e colegas propuseram um cladograma (árvore de descendência) que tenta mostrar as relações filogenéticas de 34 espécies dentro da família Strombidae. Os autores analisaram 31 espécies do gênero Strombus (incluindo S. canarium, como assim foi denominado no trabalho) e três espécies do gênero aliado Lambis. O cladograma foi baseado em sequências de DNA tanto da histona nuclear H3 quanto das regiões gênicas codificadoras da proteína citocromo c oxidase I mitocondrial. Na filogenia proposta, S. canarium, Strombus vittatus (sinônimo de Doxander vittatus)[20] e Strombus epidromis (= Labiostrombus epidromis)[21] estão intimamente relacionados, e parecem compartilhar um ancestral comum.[22]

Distribuição

Laevistrombus canarium é nativo das águas costeiras da região do Indo-Pacífico.[23] Sua distribuição mais ocidental é a Índia, incluindo Andhra Pradesh, Tamil Nadu (Golfo de Mannar, Tuticorin, Rameswaram) e os Andamans.[24] Ocorre no Sri Lanka (Província Oriental, Trincomalee), Tailândia, Bornéu (Brunei, Sabah), Indonésia (Molucas, Saparua) e Filipinas (Ilha de Cebu, Ilhas Polillo, Palawan). Também é encontrada mais a leste na Melanésia, incluindo a Baía Yos Sudarso na Nova Guiné, Papua Nova Guiné, Malaita e Guadalcanal nas Ilhas Salomão, Nova Caledônia, Ilha Kioa em Fiji e Novas Hébridas. A espécie é conhecida por ocorrer em Queensland, na Austrália, e no norte para o Vietnã, Taiwan e sul do Japão.[12][14] Informações detalhadas estão disponíveis sobre a sua distribuição na área de Estreito de Johor e algumas outras partes da Malásia, onde foi relatado a partir de Tanjung Adang Shoal, Merambong Shoal, Tanjung Bin, de Tanjung Surat e de Pasir Gogok no Estreito de Johor; em Pulau Tinggi, Pulau Besar e Pulau Sibu, Porto de Dickson e Teluk Kemang no leste de Johor, e Negeri Sembilan, Pulau Pangkor, Pulau Langkawi, Cabo Rachado e Kilat no oeste do Estreito de Johor.[13]

Comportamento

Comparado a outros gastrópodes, Laevistrombus canarium tem um meio incomum de locomoção que é encontrado apenas entre os Strombidae. Esta série curiosa de manobras foi originalmente descrita pelo zoólogo americano George Howard Parker em 1922. O animal inicialmente fixa a extremidade posterior do pé empurrando a ponta do seu opérculo em forma de foice contra o substrato. Em seguida, ele estende o pé para frente, levantando a concha e jogando-a à frente em um movimento que foi chamado de como "saltador".[19][25]

O comportamento escavação, em que um indivíduo se afunda inteiramente (ou parcialmente) no substrato, é freqüente entre gastrópodes da família Strombidae.[26] O comportamento de escavação de L. canarium consiste em uma série de movimentos característicos da espécie. Existem três movimentos consecutivos: o primeiro é a sondagem, onde o animal empurra a porção anterior do pé para o substrato para ganhar força; o seguinte é denominado "pá", onde o animal empurra o substrato com seu focinho longo e extensível. A retração é o movimento final, onde ele move a concha ao longo de um eixo antero-posterior para assentar o substrato ao seu redor. Uma vez enterrada, a parte dorsal da concha geralmente permanece visível (embora a superfície ventral e as partes moles do animal estejam ocultas sob o substrato).[26]

A resposta de fuga nos gastrópodes - a percepção de estímulos (por exemplo, a presença de um predador próximo) e um movimento de escape subseqüente - é um alvo freqüente de estudos comportamentais.[27] Em gastrópodes, a percepção de estímulos químicos ambientais originados, por exemplo, de alimentos ou outros organismos é possivelmente mediada por órgãos sensoriais como o osfrádio.[28] No caso de L. canarium, a percepção de um predador pode ocorrer através da quimiorrecepção ou visão (um sentido bem desenvolvido em gastrópodes da família Strombidae).[27][29] A presença de um predador pode alterar significativamente o padrão de movimento de L. canarium, induzindo um aumento na freqüência de saltos.[27]

Ecologia

O caramujo cone, Conus textile, é um conhecido predador de L. canarium.

Habitat e alimentação

Esta espécie vive em fundos de areia lamacenta entre algas e bancos de erva marinhas em margens insulares e continentais. Normalmente, prefere as ilhas principais e as costas continentais, em vez das margens de pequenas ilhas, embora isso não seja uma regra absoluta.[12][30] Laevitrombus canarium prefere áreas de ervas marinhas mistas (com predominância de Halophila), e também prefere sedimentos com altos níveis de matéria orgânica.[31] Este caramujo evita ambientes com alta densidade de Enhalus acoroides, uma erva marinha nativa de grande tamanho encontrada nas águas costeiras do Indo-Pacífico.[31][32] L. canarium pode ser encontrado em zonas litorâneas e sublitorais, desde águas rasas até uma profundidade de 55 m (180 pés).[12] É normalmente encontrado em grandes colônias, e é geralmente abundante onde quer que ocorra.[33]

Os gastrópodes estrombídeos foram amplamente aceitos como carnívoros por diversos autores no século XIX, conceito que perdurou até a primeira metade do século XX. Essa idéia errônea originou-se nos escritos de Jean-Baptiste Lamarck, que agrupou os estrombídeos com outros caramujos supostamente carnívoros. Esta ideia foi posteriormente repetida por outros autores, mas não foi apoiada por observações. Estudos subseqüentes refutaram o conceito equivocado, provando sem dúvida que os gastrópodes estrombídeos são animais herbívoros.[34] Em comum com outros Strombidae, Laevistrombus canarium é conhecido por ser um herbívoro, alimentando-se de algas e ocasionalmente detrito.[12][33]

Ciclo de vida

Laevistrombus canarium é uma espécie gonocórica[33][35], o que significa que cada animal individual é distintamente macho ou fêmea. Sua época de reprodução começa no final de novembro e continua até o início de março.[36] Após a fertilização interna, a fêmea produz e gera uma estrutura tubular longa e gelatinosa contendo múltiplos ovos. Esta estrutura então se enrola e compacta, formando uma massa branca. Cada massa de ovos pode conter 50.000 a 70.000 ovos;[19] as fêmeas geralmente as colocam em ervas marinhas, onde permanecem grudadas.[35] Em cerca de 110-130 horas, o embrião de L. canarium cresce de uma única célula para um veliger (uma forma larvar comum a moluscos gastrópodes e moluscos bivalves de água doce e marinhos)[28] e depois eclode. O processo de incubação leva de 12 a 15 horas.[19] Após a eclosão, as larvas podem ser divididas em quatro etapas de desenvolvimento distintas ao longo de suas curtas vidas planctônicas (com base em características morfológicas, entre outras). Normalmente, as larvas com até 3 dias de idade são veligers de estágio I; Larvas com 4 a 8 dias de idade estão no estágio II; Larvas de 9 a 16 dias de idade estão no estágio III e larvas de 17 dias até metamorfose estão no estágio IV.[19] As larvas de L. canarium desenvolvem-se mais rapidamente em comparação com outras espécies da mesma família, incluindo o Preguari (Strombus pugilis) e Lobatus costatus. O desenvolvimento das larvas pode ser altamente influenciado por condições ambientais, como a temperatura, a qualidade e a disponibilidade de alimentos.[37] A metamorfose em L. canarium pode ser reconhecida pela perda dos lóbulos velares larvares e pelo desenvolvimento do típico movimento de saltos das conchas verdadeiras juvenis.[19]

Interações

Muitos gastrópodes marinhos carnívoros são reconhecidos como predadores de L. canarium, incluindo as volutas Cymbiola nobilis e Melo melo[18] e o caramujo cone (Conus textile).[27] A espécie também é predada por vertebrados. Estes incluem o macaco-cinomolgo, Macaca fascicularis, um predador oportunista que vasculha ambientes intermareais.[38] Os seres humanos são um dos principais predadores de L. canarium, submetendo a espécie à pesca intensiva e à exploração comercial.[12][18][23] Conchas vazias de L. canarium são frequentemente ocupadas pelo caranguejo eremita terrestre Coenobita violascens.[39]

Uso humano

O nome comum inglês de L. canarium é "dog conch" (ou concha-cão, em tradução livre); na península malaia, a espécie é conhecida pelos nomes comuns malaios siput gonggong e gong-gong; siput significa "caracol/caramujo" e gonggong é uma palavra onomatopaica para o latido ou uivo de um cão.[13][17][40] A carne de L. canarium é comestível. É um alimento básico para os habitantes locais que vivem à beira-mar e é pescado em muitas partes do sudeste da Ásia.[23] Apesar de seu valor ornamental,[12][41] conchas de L. canarium são tradicionalmente utilizadas pelos pescadores como afundadores para redes de pesca.[12] Estudos de 2008 a 2009 indicam que L. canarium foi superexplorada em muitas áreas; malacologistas e ecologistas recomendam a redução das taxas de exploração para manter sua disponibilidade como recurso natural.[18][23] Encontrar indivíduos grandes de L. canarium tornou-se uma tarefa cada vez mais difícil em várias regiões onde esta espécie ocorre.[42] Iniciativas na província de Phuket, no sul da Tailândia, pretendem aumentar os estoques naturais de L. canarium, reintroduzindo animais de cultura em canteiros de ervas marinhas locais. Os pescadores são encorajados a não coletar indivíduos mais jovens e menores que ainda não tenham se reproduzido.[42]

O fenômeno do imposex foi detectado recentemente em L. canarium.[43] Imposex é o desenvolvimento de órgãos sexuais masculinos em animais fêmeas expostos a compostos orgânicos de estanho feitos pelo homem, como o tributilestanho (TBT). Tem consequências negativas para várias espécies de caramujos marinhos, desde esterilidade em alguns indivíduos até a extinção de populações inteiras.[44] Os compostos de estanho são agentes anti-incrustantes biocidas misturados em tintas para evitar incrustações marinhas em barcos e navios. Altas concentrações desses compostos estão comumente presentes na água do mar perto de estaleiros e áreas de atracação, expondo a vida marinha próxima a efeitos prejudiciais.[43][44]

Referências

  1. a b Linnaeus, C. (1758). Systema Naturae. 1 10 ed. Stockholm, Sweden: Laurentii Salvii. p. 745 
  2. a b Quoy, J. R. C.; Gaimard, J. P. (1834). Voyage de Découvertes de "l'Astrolabe", Exécuté par Ordre du Roi, Pendant les Années 1826–29, sous le Commandement de M. J. Dumont d'Urville, Vol. 3 (em francês). Paris, France: J. Tastu, Éditeur-Imprimeur. pp. 74–75 
  3. Issel, A.; Tapparone-Canefri, C. M. (1876). «Studio monografico sopra gli strombidi del Mar Rosso». Annali del Museo Civico di Storia Naturale di Genova (em italiano). 8: 337–366 
  4. Tryon, G. W. (1885). Manual of Conchology, Structural and Systematic, with Illustrations of the Species, Vol. 7. Philadelphia, USA: Published by the author. p. 110 
  5. Robertson, R. (2012). «Buonanni's Chiocciole (1681)». Digital collections from the Ewell Sale Stewart Library and Archives. The Academy of Natural Sciences of Drexel University, Philadelphia, USA. Arquivado do original em 14 Janeiro 2013 
  6. a b Buonanni, F. (1684). Recreatio Mentis, et Oculi in Observatione Animalium Testaceorum Italico Sermone Primum Proposita ... nunc ... Latine Oblata Centum Additis Testaceorum Iconibus (em latim). [S.l.]: Rome, Ex typographia Varesii. pp. 431–432 (plates 146 and 147) 
  7. Brown, R. W. (1954). Composition of Scientific Words. Baltimore, Maryland, USA: Published by the author. p. 275 
  8. Kira, T. (1955). Coloured Illustrations of the Shells of Japan. Osaka, Japan: Hoikusha. 204 páginas 
  9. Bieler, R.; Petit, R. E. (1996). «Additional notes on nomina first introduced by Tetsuaki Kira in "Coloured Illustrations of the Shells of Japan"». Malacologia. 38 (1–2): 33–34 
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