Guerra de Secessão: diferenças entre revisões

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{{Info/Conflito militar
{{Info/Conflito militar
| cores = background:#99ccff;
|nome = Guerra Civil Americana
|imagem = CivilWarUSAColl.png
| nome_batalha= Guerra Civil Americana
|legenda = '''Sentido horário:'''<br />[[Batalha de Gettysburg]], capitão da [[Exército da União|União]] [[John C. Tidball]] junto com a artilharia, prisioneiros [[Exército dos Estados Confederados|Confederados]], couraçado casamata {{USS|Atlanta|1861|6}}, ruínas de [[Richmond (Virgínia)|Richmond, Virgínia]], [[Batalha de Franklin (1864)|Batalha de Franklin]]
| imagem = CivilWarUSAColl.png
| data = [[12 de abril]] de [[1861]] - [[9 de maio]] de [[1865]]<ref>{{citar web|url=https://www.nytimes.com/1865/05/10/news/important-proclamations-belligerent-rights-rebels-end-all-nations-warned-against.html|título=The Belligerent Rights of the Rebels at an End. All Nations Warned Against Harboring Their Privateers. If They Do Their Ships Will be Excluded from Our Ports. Restoration of Law in the State of Virginia. The Machinery of Government to be Put in Motion There. |obra=The New York Times|agência=[[Associated Press]]|data=10 de maio de 1865|acessodata=30 de dezembro de 2017}}</ref><br /><small>(último tiro disparado [[22 de junho]] de [[1865]])<ref>Baldwin, John, ''[https://books.google.com/books?id=7kS5seueGGgC&pg=PA49&dq=CSS+Shenandoah+-com&ei=zOZbS5C-FJqWygT5zNnKBQ&client=safari&cd=2#v=onepage&q=CSS%20Shenandoah%20-com&f=false Last Flag Down: The Epic Journey of the Last Confederate Warship]'', Crown Publishers, 2007, {{ISBN|5-557-76085-7}}, Random House, Incorporated, 2007, {{ISBN|0-7393-2718-6}}</ref></small>
|data = {{Nowrap|[[Batalha de Fort Sumter|12 de abril de 1861]] [[Conclusão da Guerra Civil Americana#Declaração de Andrew Johnson em 9 de maio|9 de maio de 1865]]{{Efn|[[CSS Shenandoah|O último tiro]] dado foi em 22 de junho de 1865.}}<ref name="NYT JD Cap">{{citar web|url=https://www.nytimes.com/1865/05/10/archives/important-proclamations-the-belligerent-rights-of-the-rebels-at-an.html|título=The Belligerent Rights of the Rebels at an End. All Nations Warned Against Harboring Their Privateers. If They Do Their Ships Will be Excluded from Our Ports. Restoration of Law in the State of Virginia. The Machinery of Government to be Put in Motion There |website=The New York Times|agência=[[Associated Press]]|data=10 de maio de 1865|acessodata=23 de dezembro de 2013}}</ref><br />(4 anos, 3 semanas e 6 dias)}}
| local = [[Região Sul dos Estados Unidos]], [[Região Nordeste dos Estados Unidos]], [[Região Oeste dos Estados Unidos]], [[Oceano Atlântico]]
|local = [[Região Sul dos Estados Unidos]], [[Região Nordeste dos Estados Unidos]], [[Região Oeste dos Estados Unidos]], [[Oceano Atlântico]]
| resultado = Vitória da [[União (Guerra Civil Americana)|União]]
|resultado = Vitória da [[União (Guerra Civil Americana)|União]]:
* Integridade territorial dos Estados Unidos preservada
* Dissolução dos [[Estados Confederados da América|Estados Confederados]]
* Dissolução dos [[Estados Confederados da América|Estados Confederados]]
* [[Abolicionismo|Abolida]] a [[Escravidão nos Estados Unidos|escravidão]] no país
* [[Integridade territorial]] dos [[Estados Unidos]] preservada
* [[Reconstrução dos Estados Unidos|Reconstrução]] do [[Região Sul (Estados Unidos)|Sul]]
* [[Escravidão nos Estados Unidos|Escravidão]] [[Décima Terceira Emenda à Constituição dos Estados Unidos|abolida]]
* Início da [[Reconstrução dos Estados Unidos|Era da Reconstrução]]
| combatente1 = [[Imagem:U.S. flag, 34 stars.svg|borda|25px|link=União (Guerra Civil Americana)]] [[Estados Unidos]]
* Aprovação e ratificação das [[Alterações de Reconstrução|13.ª, 14.ª e 15.ª emendas]] à [[Constituição dos Estados Unidos]]
| combatente2 = [[Imagem:CSA FLAG 28.11.1861-1.5.1863.svg|borda|25px|link=Estados Confederados da América]] [[Estados Confederados da América|Estados Confederados]]
|combatente1 = {{Flagcountry|União (Guerra Civil Americana)}}
| comandante1 = [[Imagem:U.S. flag, 34 stars.svg|borda|25px|link=União (Guerra Civil Americana)]] [[Abraham Lincoln]]<br />[[Imagem:U.S. flag, 34 stars.svg|borda|25px|link=União (Guerra Civil Americana)]] [[Winfield Scott]]<br />[[Imagem:U.S. flag, 34 stars.svg|borda|25px|link=União (Guerra Civil Americana)]] [[George B. McClellan]]<br />[[Imagem:U.S. flag, 34 stars.svg|borda|25px|link=União (Guerra Civil Americana)]] [[Henry Wager Halleck]]<br />[[Imagem:U.S. flag, 34 stars.svg|borda|25px|link=União (Guerra Civil Americana)]] [[Ulysses S. Grant]]<br />[[Imagem:U.S. flag, 34 stars.svg|borda|25px|link=União (Guerra Civil Americana)]] [[Gideon Welles]]
|combatente2 = {{Flagcountry|Estados Confederados da América|1861}} <!-- Bandeira usada durante a maior parte da existência dos Confederados -->
| comandante2 = [[Imagem:CSA FLAG 28.11.1861-1.5.1863.svg|borda|25px|link=Estados Confederados da América]] [[Jefferson Davis]]<br />
|comandante1 = {{plainlist|
[[Imagem:CSA FLAG 28.11.1861-1.5.1863.svg|borda|25px|link=Estados Confederados da América]] [[Robert E. Lee]]<br />
*{{flagdeco|União (Guerra Civil Americana)}} '''[[Abraham Lincoln]]''' ([[Comandante-em-Chefe]])
[[Imagem:CSA FLAG 28.11.1861-1.5.1863.svg|borda|25px|link=Estados Confederados da América]] [[P.G.T. Beauregard]]<br />
*{{flagdeco|União (Guerra Civil Americana)}} [[Ulysses S. Grant]]
[[Imagem:CSA FLAG 28.11.1861-1.5.1863.svg|borda|25px|link=Estados Confederados da América]] [[Joseph E. Johnston]]<br />
*{{flagdeco|União (Guerra Civil Americana)}} [[William Tecumseh Sherman|William T. Sherman]]
[[Imagem:CSA FLAG 28.11.1861-1.5.1863.svg|borda|25px|link=Estados Confederados da América]] [[Stephen Russell Mallory|Stephen Mallory]]<br />
*{{flagdeco|União (Guerra Civil Americana)}} [[David Farragut]]
[[Imagem:CSA FLAG 28.11.1861-1.5.1863.svg|borda|25px|link=Estados Confederados da América]] [[Stonewall Jackson]]
*{{flagdeco|União (Guerra Civil Americana)}} [[George B. McClellan]]
| for1 = {{formatnum:2200000}}
*{{flagdeco|União (Guerra Civil Americana)}} [[Henry Halleck]]
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*{{flagdeco|União (Guerra Civil Americana)}} [[Joseph Hooker]]
| baixas1 = {{formatnum:110000}} mortos em ação<br />{{formatnum:230000}} mortos por acidentes/doenças<br />{{formatnum:25000}}-{{formatnum:30000}} mortos em prisões confederadas<br />+ {{formatnum:282000}} feridos<br />{{formatnum:181193}} capturados<br /><br />'''Total''': {{formatnum:828000}} mortos, feridos, aprisionados ou desaparecidos
*{{flagdeco|União (Guerra Civil Americana)}} [[George Meade]]}}
| baixas2 = {{formatnum:94000}} mortos em ação<br />{{formatnum:27000}}-{{formatnum:31000}} mortos em prisões da União<br />+ {{formatnum:137000}} feridos<br />{{formatnum:436658}} capturados<br /><br /><br /><br />'''Total''': {{formatnum:864000}} mortos, feridos, aprisionados ou desaparecidos
''[[Liderança militar na Guerra Civil Americana#A União|e outros...]]''
| notas = <small><center>600 000 – 1 000 000 de mortos (entre civis e militares)</center></small>
|comandante2 = {{plainlist|
*{{flagdeco|Estados Confederados da América|name=Estados Confederados|variant=1861}} '''[[Jefferson Davis]]''' ([[Comandante-em-Chefe]])
*{{flagdeco|Estados Confederados da América|1861}} [[Robert E. Lee]]{{surrendered}}
*{{flagdeco|Estados Confederados da América|1861}} [[Joseph E. Johnston]]{{surrendered}}
*{{flagdeco|Estados Confederados da América|1861}} [[P. G. T. Beauregard]]{{surrendered}}
*{{flagdeco|Estados Confederados da América|1861}} [[Albert Sidney Johnston|Albert S. Johnston]]{{KIA}}
*{{flagdeco|Estados Confederados da América|1861}} [[Braxton Bragg]]{{surrendered}}}}
''[[Liderança militar na Guerra Civil Americana#Os Confederados|e outros...]]''
|força1 = '''2.200.000:'''{{Efn|Número total exibido}}
* {{flagicon image|Flag of the United States of America (1863-1865).svg}} [[Exército da União|Exército]]
* [[Imagem:Emblem of the United States Marine Corps.svg|25px]] [[Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos|Fuzileiros Navais]]
* {{flagicon image|Infantry battalion flag of the United States Navy.svg}} [[Marinha da União|Marinha]]
* {{flagicon image|Ensign of the United States Revenue-Marine (1841).png}} [[United States Revenue Cutter Service|Receita-Marinha]]
'''698.000 {{small|(pico)}}'''<ref name="nps.gov">{{citar web|url=http://www.nps.gov/civilwar/facts.htm|título=Facts|publicado=National Park Service}}</ref><ref>[http://www.oocities.org/littlegreenmen.geo/UASize.htm "Size of the Union Army in the American Civil War"]: Dos quais 131.000 estavam na Marinha e Fuzileiros Navais, 140.000 eram tropas da guarnição e milícias de defesa nacional, e 427.000 estavam no Exército de Campo.</ref>
|força2 = '''750.000–1.000.000:'''{{Efn|Número total exibido}}<ref>Long, E. B. ''The Civil War Day by Day: An Almanac, 1861–1865.'' Garden City, NY: Doubleday, 1971. {{OCLC|68283123}}. p. 705.</ref>
* {{flagicon image|Battle flag of the Confederate States of America.svg}} [[Exército dos Estados Confederados|Exército]]
* {{flagicon image|Flag of the Confederate States Marine Corps.svg}} [[Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Confederados|Fuzileiros Navais]]
* {{flagicon image|Naval ensign of the Confederate States of America (1863–1865).svg}} [[Marinha dos Estados Confederados|Marinha]]
'''360.000 {{small|(pico)}}'''<ref name="nps.gov"/><ref>[http://ebooks.library.cornell.edu/cgi/t/text/pageviewer-idx?c=moawar;cc=moawar;q1=abstract;rgn=full%20text;idno=waro0128;didno=waro0128;view=image;seq=0542 "The war of the rebellion: a compilation of the official records of the Union and Confederate armies; Series 4 – Volume 2"], United States. War Dept 1900.</ref>
|baixas1 = {{plainlist|
*110.000+ mortos em ação/ferimentos
*230.000+ mortos por acidentes/doenças<ref name="civilwarhome.com">Fox, William F. [http://www.civilwarhome.com/foxspref.html Regimental losses in the American Civil War] (1889)</ref><ref name="Official DOD data">[https://dcas.dmdc.osd.mil/dcas/pages/report_principal_wars.xhtml Official DOD data]</ref>
*25.000–30.000 mortos em prisões Confederadas<ref name="nps.gov"/><ref name="civilwarhome.com" />
'''365.000+ total de mortos{{sfn|Chambers|Anderson|1999|p=849}}'''
*282.000+ feridos<ref name="Official DOD data" />
*181.193 capturados<ref name="nps.gov"/>{{Efn|211.411 soldados da União foram capturados e 30.218 morreram em prisões. Os que morreram foram excluídos para evitar a contagem dupla de vítimas.}}}}
'''Total: 828.000+ baixas'''
|baixas2 = {{plainlist|
*94.000+ mortos em ação/ferimentos<ref name="civilwarhome.com" />
*26.000–31.000 mortos em prisões da União<ref name="Official DOD data" />
'''290.000+ total de mortos'''
*137.000+ feridos
*436.658 capturados<ref name="nps.gov"/>{{Efn|462.634 soldados Confederados foram capturados e 25.976 morreram em prisões. Os que morreram foram excluídos para evitar a contagem dupla de vítimas.}}}}
'''Total: 864.000+ baixas'''
|notas = {{plainlist|
*50.000 civis livres mortos<ref name="StatsWarCost" />
*80.000+ escravos mortos (doenças)<ref>Professor James Downs. [https://blog.oup.com/2012/04/black-white-demographic-death-toll-civil-war/ "O daltonismo no número de mortos demográficos da Guerra Civil"]. University of Connecticut, April 13, 2012. "A estimativa aproximada do século XIX foi de que 60.000 ex-escravos morreram com a epidemia, mas os médicos que tratam pacientes negros frequentemente afirmavam que eram incapazes de manter registros precisos devido a demandas de tempo e falta de mão de obra e recursos. Os registros sobreviventes incluem apenas o número de pacientes negros que os médicos encontraram; dezenas de milhares de outros escravos que morreram não tiveram contato com médicos do exército, não deixando registros de suas mortes." 60.000 documentados mais 'dezenas de milhares' sem documentos dão um mínimo de 80.000 mortes de escravos.</ref>
*'''Total: 616.222<ref>Toward a Social History of the American Civil War Exploratory Essays, Cambridge University Press, 1990, page 4.</ref>–1.000.000+ mortos'''<ref>[http://opinionator.blogs.nytimes.com/2011/09/20/recounting-the-dead/ Recounting the dead], Associate Professor J. David Hacker, "As estimativas, com base nos dados do Censo, indicam que o número de mortos [militares] foi de aproximadamente 750.000 e pode ter chegado a 850.000"</ref><ref>Professor James Downs. "Color blindness in the demographic death toll of the Civil War". Oxford University Press, April 13, 2012. "An 2 April 2012 New York Times article, 'New Estimate Raises Civil War Death Toll', relata que um novo estudo eleva o número de mortos de um número estimado de 650.000 para impressionantes 850.000 pessoas. Por mais horrível que esse novo número seja, ele não reflete a mortalidade de ex-escravos durante a guerra. Se ex-escravos fossem incluídos nessa figura, o número de mortos na Guerra Civil provavelmente seria de mais de um milhão de baixas ..."</ref>}}
}}
}}
{{Campanhainfo Guerra Civil Americana}}
A '''Guerra Civil Americana''', também conhecida como '''Guerra de Secessão''' ou '''Guerra Civil dos Estados Unidos''' (ver os [[Nomes da Guerra Civil Americana|nomes atribuídos ao evento]]), foi uma [[guerra civil]] travada entre 1861 e 1865 nos [[Estados Unidos]], depois de vários estados escravagistas do sul declararem sua [[secessão]] e formarem os [[Estados Confederados da América]], conhecidos como "Confederação" ou "[[Região Sul (Estados Unidos)|Sul]]". Os estados que não se rebelaram ficaram conhecidos como "[[União (Guerra Civil Americana)|União]]" ou simplesmente "[[Região Norte (Estados Unidos)|Norte]]". O conflito teve sua origem na controversa questão da [[Escravidão nos Estados Unidos|escravidão]], especialmente nos territórios ocidentais. Após quatro anos de sangrentos combates que deixaram mais de 600 mil [[Povo dos Estados Unidos|americanos]] mortos e destruíram grande parte da infraestrutura do sul do país, a Confederação entrou em colapso, a escravidão foi abolida, um complexo [[Reconstrução dos Estados Unidos|processo de reconstrução]] começou, a unidade nacional foi restaurada e a garantia de [[direitos civis]] aos escravos libertos teve início.
{{Eventos que levaram à Guerra Civil Americana}}
{{Períodos na história dos Estados Unidos}}
A '''Guerra Civil Americana''', também conhecida como '''Guerra de Secessão''' ou '''Guerra Civil dos Estados Unidos''' (ver os [[Nomes da Guerra Civil Americana|nomes atribuídos ao evento]]), foi uma [[guerra civil]] travada nos [[Estados Unidos]] de 1861 a 1865, entre o [[Norte dos Estados Unidos|Norte]] (a [[União (Guerra Civil Americana)|União]]) e o [[Região Sul (Estados Unidos)|Sul]] (os [[Estados Confederados da América|Confederados]]).{{Efn|Embora uma [[Declaração de guerra pelos Estados Unidos|Declaração de Guerra]] formal nunca tenha sido emitida pelo [[Congresso dos Estados Unidos]], nem pelo [[Congresso dos Estados Confederados]], pois suas posições legais eram de tal ordem que eram desnecessárias.}} A Guerra Civil começou principalmente como resultado da longa [[Origens da Guerra Civil Americana|controvérsia]] sobre [[Escravidão nos Estados Unidos|a escravização dos negros]]. A guerra eclodiu em abril de 1861, quando as forças [[Estados Confederados da América|separatistas]] atacaram o [[Batalha de Fort Sumter|Fort Sumter]], na [[Carolina do Sul]], pouco depois de [[Abraham Lincoln]] ter tomado posse como [[Presidente dos Estados Unidos]]. Os legalistas da União no Norte, que também incluíam alguns estados geograficamente ocidentais e do sul, proclamaram apoio à [[Constituição dos Estados Unidos|Constituição]]. Enfrentaram os secessionistas dos Estados Confederados do Sul, que defendiam os [[Direitos dos Estados dos Estados Unidos|direitos dos estados]] para defender a escravidão.


Dos 34 [[estados dos Estados Unidos]] em fevereiro de 1861, 7 [[Estados escravos e livres|estados escravistas]] do Sul foram declarados por partidários como segregados do país, e os [[Estados Confederados da América]] foi organizado em rebelião contra o governo constitucional dos Estados Unidos. Os Confederados cresceram para controlar pelo menos a maioria do território em 11 estados, e reivindicam os estados adicionais de [[Kentucky]] e [[Missouri]] por declarações de [[Governo no exílio|secessionistas que fugiam da autoridade da União]], mas sem território ou população; esses estados tiveram total representação no [[Congresso dos Estados Confederados|Congresso Confederado]] durante a Guerra Civil. Os 2 estados escravistas restantes, [[Delaware]] e [[Maryland]], foram convidados a ingressar aos Confederados, mas nada de substancial se desenvolveu devido à [[Ex parte Merryman|intervenção]] [[Lei de Suspensão do Habeas Corpus (1863)|das tropas da União]].
Na [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1860|eleição presidencial de 1860]], os [[Partido Republicano (Estados Unidos)|republicanos]], liderados por [[Abraham Lincoln]], se opuseram à expansão da escravidão em [[Territórios dos Estados Unidos|territórios sob a jurisdição dos Estados Unidos]]. Lincoln venceu o pleito, mas antes de sua posse em 4 de março de 1861, sete estados escravagistas, com suas economias baseadas na produção de [[algodão]], declararam sua secessão da União e mais tarde formaram a [[Estados Confederados da América|Confederação]]. O então presidente [[Partido Democrata (Estados Unidos)|democrata]], [[James Buchanan]], junto com os republicanos, rejeitaram a secessão dos estados do sul como inconstitucional. Em seu discurso de posse, Lincoln declarou que sua administração não iria iniciar uma guerra civil, mas a diplomacia falhou. Os oito estados escravagistas restantes continuaram a rejeitar os pedidos de secessão. As forças confederadas então partiram para tomar vários fortes federais no território reivindicado pela Confederação. Uma conferência de paz em 1861 não alcançou qualquer resultado e ambos os lados prepararam-se para a guerra. Os confederados assumiram que os países [[Europa|europeus]] eram tão dependentes do comércio de algodão, que interviriam no conflito e reconheceriam a existência dos novos Estados Confederados da América, o que não ocorreu.


Os Estados Confederados nunca foram reconhecidos diplomaticamente pelo [[governo dos Estados Unidos]] ou por qualquer país estrangeiro.{{Efn|Embora o [[Reino Unido]] e a [[França]] lhe concedessem um [[Beligerante|status beligerante]].}} Os estados que permaneceram leais aos Estados Unidos eram conhecidos como União.{{Efn|Incluindo os [[Estados fronteiriços (Guerra Civil Americana)|estados fronteiriços]] onde a escravidão era legal.}} A União e os Confederados rapidamente criaram exércitos de voluntários que lutaram principalmente no Sul ao longo de quatro anos. Combates intensos deixaram entre 620.000 a 750.000 pessoas mortas, isso é o maior número de mortes militares dos Estados Unidos entre todas as outras guerras combinadas.{{Efn|Pelo menos até aproximadamente a [[Guerra do Vietnã]].<ref>{{citar web| url =https://www.battlefields.org/learn/articles/civil-war-facts|título=Civil War Facts|último =|primeiro =|data=16 de agosto de 2011| website =American Battlefield Trust|publicado= American Battlefield Trust|acessodata=7 de outubro de 2018|citação=}}</ref>}}
As hostilidades começaram de fato em 12 de abril de 1861, quando as forças confederadas [[Batalha de Fort Sumter|tomaram Fort Sumter]], um forte chave mantido por tropas da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] na [[Carolina do Sul]]. Lincoln conclamou cada estado a fornecer tropas para retomar o forte e, consequentemente, mais quatro estados escravagistas aderiram à Confederação, elevando o total de membros para onze estados (dos 34 que formavam os Estados Unidos na época). A União, no entanto, logo controlou os estados fronteiriços e estabeleceu um bloqueio naval que aleijou a economia sulista. A luta na frente leste permaneceu inconclusiva entre 1861 e 1862. No outono de 1862, a campanha confederada em [[Maryland]], um estado da União, terminou com o recuo confederado na [[Batalha de Antietam]], dissuadindo uma possível intervenção [[Segundo Império Francês|franco]]-[[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|britânica]].<ref name="diplomacy">Howard Jones, ''Abraham Lincoln and a New Birth of Freedom: The Union and Slavery in the Diplomacy of the Civil War'' (1999), p.&nbsp;154.</ref> Lincoln emitiu a [[Proclamação de Emancipação]], que tornou o fim da escravidão um dos objetivos da guerra.<ref name="Proclamation 83 – Increasing the Size of the Army and Navy">{{citar web|url=http://www.presidency.ucsb.edu/ws/index.php?pid=70123 |título=Abraham Lincoln: Proclamation 83 – Increasing the Size of the Army and Navy |publicado=Presidency.ucsb.edu |acessodata=23 de janeiro de 2014}}</ref>


A guerra terminou efetivamente em 9 de abril de 1865, quando o general Confederado [[Robert E. Lee]] se rendeu ao general da União [[Ulysses S. Grant]] na [[Batalha de Appomattox Court House]]. Generais Confederados dos estados do Sul seguiram o exemplo, a última rendição em terra ocorreu em 23 de junho. Grande parte da infraestrutura do Sul foi destruída, principalmente os sistemas de transporte. Os Confederados entrarem em [[Conclusão da Guerra Civil Americana|colapso]], a escravidão [[Proclamação de Emancipação|foi]] [[Décima Terceira Emenda à Constituição dos Estados Unidos|abolida]] e 4 milhões de escravos negros foram libertados. Durante a [[Reconstrução dos Estados Unidos|Era da Reconstrução]] que se seguiu à guerra, a unidade nacional foi lentamente restaurada, o governo nacional expandiu seu poder e os [[Direitos políticos|direitos civis e políticos]] foram concedidos aos escravos negros libertados através de [[Alterações de Reconstrução|emendas à Constituição]] e à legislação federal. É um dos eventos mais estudados e escritos sobre a [[história dos Estados Unidos]].<ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=ovYTCwAAQBAJ|page=278}}|título=A History of American Civil War Literature|último =Hutchison|primeiro =Coleman|publicado=Cambridge University Press|ano=2015|isbn=9781316432419}}</ref>
No oeste, no verão de 1862, a União destruiu a marinha confederada e então seus exércitos [[Cerco de Vicksburg|cercaram e conquistaram Vicksburg]], dividindo a Confederação em dois a partir do [[rio Mississippi]]. Em 1863, a incursão confederada ao norte, liderada por [[Robert E. Lee]], terminou em fracasso na [[Batalha de Gettysburg]]. Os sucessos no ''front'' ocidental levaram o general [[Ulysses S. Grant]] ao comando de todos os [[Exército da União|exércitos da União]] em 1864. Enquanto isso, as tropas nortistas, lideradas por [[William T. Sherman]], seguiram a leste para [[Batalha de Atlanta|capturar]] a cidade de [[Atlanta]] e [[Marcha ao Mar|marcharam em direção ao mar]], destruindo a infraestrutura da Confederação ao longo do caminho. A União usou seus vastos recursos materiais e humanos para atacar a Confederação em todas as direções, e pôde se dar ao luxo de promover uma [[guerra de exaustão]] contra [[Richmond (Virgínia)|Richmond]], a então capital confederada e seu centro nervoso político. O [[Exército dos Estados Confederados|exército confederado]] falhou em sua defesa, levando à rendição de Lee a Grant durante a Batalha de Appomattox Court House, em 9 de abril de 1865. Todos os generais confederados renderam-se nesse verão.


== Visão geral ==
A Guerra Civil Americana foi uma das primeiras verdadeiras guerras industriais. Estradas de ferro, o [[telégrafo]], navios a vapor e armas produzidas em massa foram utilizados extensivamente. A mobilização de fábricas, minas, estaleiros, bancos, transportes e alimentos civis prenunciavam a [[Primeira Guerra Mundial]]. O conflito foi a guerra mais mortal na [[história dos Estados Unidos]], matando cerca de entre 600 000 e 1 000 000 de americanos.<ref>{{citar periódico|autor =J. David Hacker |data=dezembro de 2011 |título=A Census-Based Count of the Civil War Dead |periódico=Civil War History |volume=57 |número=4 |páginas=307–348 |bibcode= |doi=10.1353/cwh.2011.0061 |url=//muse.jhu.edu/journals/civil_war_history/v057/57.4.hacker.html |acessodata=2012-04-04}}</ref> O historiador John Huddleston estima o número de mortos em dez por cento de todos os homens do norte, com idades entre os 20 e 45 anos, e 30 por cento de todos os homens brancos do sul, com idades entre 18 e 40 anos.<ref name="google">"''[http://books.google.com/?id=YpAuHGkuIe0C Killing ground: photographs of the Civil War and the changing American landscape]''". John Huddleston (2002). [[Johns Hopkins University Press]]. ISBN 978-0-8018-6773-6. Retrieved 2012-11-28.</ref>
[[Imagem:Flag of the United States (1863-1865).svg|thumb|Bandeira da União]]
Nas [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1860|eleições presidenciais de 1860]], os [[Partido Republicano (Estados Unidos)|Republicanos]], liderados por [[Abraham Lincoln]], apoiaram a proibição da escravidão em todos os [[Territórios dos Estados Unidos]]. Os estados do Sul viam isso como uma violação de seus direitos constitucionais e como o primeiro passo em um grande plano Republicano de abolir a escravidão. Os três candidatos pró-[[União (Guerra Civil Americana)|União]] receberam em conjunto uma esmagadora maioria de 82% dos votos emitidos nacionalmente: Os votos do Republicano Lincoln centrados no Norte, os votos do [[Partido Democrata (Estados Unidos)|Democrata]] [[Stephen A. Douglas]] foram distribuídos nacionalmente e os votos de [[John Bell]] da [[Partido da União Constitucional (Estados Unidos)|União Constitucional]] foram centrados no [[Tennessee]], [[Kentucky]] e [[Virgínia]]. O Partido Republicano, dominante no Norte, garantiu uma [[maioria simples]] de votos populares e a maioria dos votos eleitorais a nível nacional; assim, Lincoln foi eleito presidente constitucionalmente. Ele foi o primeiro candidato do Partido Republicano a ganhar a presidência. No entanto, antes de sua posse, 7 estados escravistas com economias baseadas em [[algodão]] declararam secessão e formaram os [[Estados Confederados da América|Confederados]]. Os 6 primeiros a declarar secessão tiveram as maiores proporções de escravos em suas populações, com uma média de 49%.<ref>[https://cwemancipation.wordpress.com/2011/04/17/slavery-and-secession-1860-census-statistics/ "Date of Secession Related to 1860 Black Population"], America's Civil War</ref> Daqueles estados cujas legislaturas resolveram se separar, os 7 primeiros votaram com maiorias divididas pelos candidatos unionistas Douglas e Bell ([[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]] com 51% e [[Luisiana]] com 55%), ou com minorias consideráveis para esses sindicalistas ([[Alabama]] com 46%, [[Mississippi]] com 40%), [[Flórida]] com 38%, [[Texas]] com 25% e [[Carolina do Sul]], que votaram no [[Colégio eleitoral dos Estados Unidos|Colégio Eleitoral]] sem voto popular para presidente).<ref>Burnham, Walter Dean. ''Presidential Ballots, 1836–1892''. Johns Hopkins University Press, 1955, pp. 247–57</ref> Destes, apenas o Texas realizou um referendo sobre a secessão.


[[Imagem:Battle flag of the Confederate States of America.svg|160px|thumb|Bandeira do Exército Confederado]]
== Causas da secessão ==
{{mais fontes|Esta seção|data=Janeiro de 2014}}
=== Raízes históricas ===
A origem da divisão dos Estados Unidos em "Norte" e "Sul" data dos tempos coloniais, quando a área que atualmente constitui os Estados Unidos ainda era colónia de três países - [[Espanha]], [[França]] e [[Reino Unido]]. Primariamente, tais diferenças começaram devido a diferenças geográficas na região das Treze Colônias britânicas. No sul, os primeiros ocupantes da região encontraram um [[clima]] quente e um [[solo]] fértil, ideal para o cultivo de [[tabaco]]. Grandes plantações de tabaco foram cultivadas, e mão-de-obra escrava foi trazida em grande quantidade do [[África|continente africano]]. Posteriormente, [[algodão]] e [[cana-de-açúcar]] passaram a ser cultivados também nestes Estados. Rapidamente, a agricultura sob o sistema de ''Plantation'' e um estilo de vida primariamente rural passou a dominar os estados do Sul.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Oito estados escravistas restantes continuaram a rejeitar pedidos de secessão. O presidente democrata cessante, [[James Buchanan]], e os novos Republicanos rejeitaram a secessão como ilegal. O [[Primeiro discurso presidencial de Abraham Lincoln|discurso de posse de Lincoln em 4 de março de 1861]] declarou que seu governo não iniciaria uma [[guerra civil]]. Falando diretamente aos "Estados do Sul", ele tentou acalmar seus medos de qualquer ameaça à escravidão, reafirmando: "Não tenho nenhum propósito, direta ou indiretamente, de interferir com a instituição da escravidão nos Estados Unidos onde ela existe. Acredito que não tenho o direito legal de fazê-lo e não tenho inclinação para fazê-lo."<ref>Deborah Gray White, Mia Bay, and Waldo E. Martin, Jr., ''Freedom on My Mind: A History of African Americans'' (New York: Bedford/St. Martin's, 2013), 325.</ref> Depois que as forças Confederadas tomaram numerosos fortes federais dentro do território reivindicado pelos Confederados, os esforços de compromisso falharam e os dois lados se prepararam para a guerra. Os Confederados supunham que os países [[Europa|europeus]] eram tão dependentes do "''[[King Cotton]]''" que eles interviriam,<ref>Yearns, Wilfred Buck. [| The Confederate Congress]. University of Georgia Press, 1960, 2010, pp. 165–166</ref> mas nenhum o fez e nenhum reconheceu os novos Estados confederados da América.
Enquanto isto, o clima frio e o solo rochoso dos Estados do Norte mostraram-se pouco adequados à prática da [[agricultura]]. Isto forçou os colonos desta região a procurarem outras fontes de renda como o [[comércio]] e a [[manufatura]], favorecendo assim a criação de grandes cidades comerciais como [[Boston]], [[Filadélfia]] e [[Nova Iorque]] - e, apesar de, no ano do início da [[Revolução Americana de 1776]], a maioria da população do Norte ainda vivia em áreas rurais, a economia destes Estados já era baseada primariamente no comércio e na manufatura.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


As hostilidades começaram em 12 de abril de 1861, quando as forças Confederadas [[Batalha de Fort Sumter|dispararam contra o Fort Sumter]]. Enquanto no [[Teatro Ocidental da Guerra Civil Americana|Teatro Ocidental]] a União obteve ganhos permanentes significativos, no [[Teatro Oriental da Guerra Civil Americana|Teatro Oriental]], a batalha foi inconclusiva entre 1861 e 1862. Mais tarde, em setembro de 1862, Lincoln publicou a [[Proclamação de Emancipação]], que fez do fim da escravidão um objetivo de guerra.<ref name="proclamation" /> A oeste, no verão de 1862, a União destruiu a Marinha fluvial dos Confederados, então grande parte de seus exércitos ocidentais, e tomou [[Nova Orleães]]. O bem-sucedido [[Cerco de Vicksburg]] da União em 1863 dividiu os Confederados em duas no [[rio Mississippi]]. Em 1863, a incursão Confederada de [[Robert E. Lee]] no Norte terminou na [[Batalha de Gettysburg]]. Os sucessos ocidentais levaram ao comando de [[Ulysses S. Grant]] de todos os exércitos da União em 1864. Infringindo um [[Bloqueio da União|bloqueio naval]] cada vez mais apertado dos portos Confederados, a União reuniu os recursos e mão de obra para atacar os Confederados de todas as direções, levando à [[Atlanta na Guerra Civil Americana|queda de Atlanta]] em direção a [[William Tecumseh Sherman]] e sua [[Marcha ao Mar|marcha para o mar]]. As últimas batalhas significativas ocorreram em torno do [[Cerco de Petersburg]]. A tentativa de fuga de Lee terminou com sua [[Batalha de Appomattox Court House|rendição no Appomattox Court House]], em 9 de abril de 1865. Enquanto a guerra militar estava chegando ao fim, a reintegração política da nação levaria mais 12 anos, conhecida como a [[Reconstrução dos Estados Unidos|Era da Reconstrução]].
Após a independência dos Estados Unidos, e até a década de 1850, as diferenças entre o Norte, cada vez mais industrializado, e o Sul agropecuário aumentavam gradativamente. Na década de 1850, os Estados Unidos já haviam se expandido até seus atuais limites territoriais na [[América do Norte]]. Posteriormente, adquiriria o [[Alasca]], da [[Rússia]], [[Havaí]] e outros territórios ultramarinos. Então, os Estados Unidos já estavam em uma fase de rápida [[industrialização]]. Porém, o rápido crescimento econômico do país esteve concentrado primariamente nos Estados do Norte. Este crescimento causou o rápido crescimento populacional das cidades da região, gerando grandes avanços na área de transportes e comunicações. Apesar do Sul também ter passado por este processo, o progresso ocorreu muito mais lentamente do que no Norte.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


[[Imagem:Flag of the Confederate States of America (1861–1863).svg|thumb|Bandeira Confederada, "''Stars and Bars''"]]
==== Diferenças culturais ====
A crença de que a população do Norte era mais receptiva à [[tecnologia]] e modernização do que a população do Sul é equívoca. A procura de novas tecnologias de produção era característica tanto da manufatura nortista quanto da agropecuária sulista; foi no Sul que surgiram as primeiras universidades agrícolas do mundo, com o objetivo principal de procurar inovações que melhorassem a eficiência do campo; isto possibilitou que no século XIX os produtores de algodão conseguissem maiores margens de lucros apesar da decadência do preço deste produto no mercado mundial. Pode-se considerar como uma diferença marcante entre Norte e Sul a distribuição da renda, pois no Norte ela era mais equitativa, mais bem distribuída, enquanto que no Sul havia uma concentração de renda nas mãos dos latifundiários e uma grande parcela da população desprovida de renda formal - os escravos. As [[elite (sociologia)|elites]] intelectuais das duas regiões eram muito diferentes entre si; porém, ambas eram defensoras do liberalismo, mas com significados diferentes. No Norte o liberalismo era visto como a defesa do "solo livre", do "trabalho livre", do "homem livre". Já no Sul, o liberalismo significava a defesa da propriedade privada (escravo era tido como propriedade privada) e do livre comércio em oposição ao protecionismo nortista.<ref>Berlin, Ira. ''Generations of Captivity: A History of African American Slaves.'' (2003) ISBN 0-674-01061-2.</ref>


A Guerra Civil Americana foi uma das primeiras [[Guerra industrial|guerras industriais]]. [[Ferrovia]]s, [[telégrafo]]s, [[Navio a vapor|navios a vapor]] e [[Navio de guerra de ferro|navios de ferro]] e armas foram produzidas em massa eram empregadas extensivamente. A mobilização de fábricas civis, minas, estaleiros, bancos, transporte e suprimentos de alimentos prenunciou o impacto da industrialização na [[Primeira Guerra Mundial]], [[Segunda Guerra Mundial]] e nos conflitos subsequentes. Continua sendo a guerra mais mortal da [[História dos Estados Unidos|história americana]]. De 1861 a 1865, estima-se que 620.000 a 750.000 soldados tenham morrido,<ref name="hacker" /> juntamente com um número indeterminado de civis.{{Efn|Uma nova maneira de calcular as vítimas, analisando o desvio da taxa de mortalidade de homens em idade de lutar da norma através da análise de dados do censo, constatou que pelo menos 627.000 e no máximo 888.000 pessoas, mas provavelmente 761.000 pessoas morreram durante a guerra.{{sfn|Hacker|2011|p=307–48}}}} De acordo com uma estimativa, a guerra matou 10% de todos os homens do Norte entre 20 e 45 anos e 30% de todos os homens brancos do Sul entre 18 e 40 anos.{{sfn|Huddleston|2002|p=3}}
Os desentendimentos entre sulistas e nortistas remontam à [[Revolução Americana de 1776-1783]], pois o Sul, no início da [[democracia]] americana, era menos favorecido economicamente; basicamente era uma população mais pobre, mais miscigenada e rústica, portanto, mais sensível aos preceitos do "ter" e do "ser". A cultura nortista era menos [[tradicionalismo|tradicionalista]], menos [[aristocracia|aristocrática]], muito trabalhadora e ambiciosa. Esta cultura foi o principal fator do desenvolvimento econômico espetacular do Norte desde a independência dos Estados Unidos até à década de 1850.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


== Causas da secessão ==
[[Imagem:Cottonfieldpanorama-edited.jpg|thumb|centro|800px|<center>Plantação de [[algodão]] na [[Geórgia]].</center>]]
{{artigo principal|Origens da Guerra Civil Americana|Cronologia dos eventos que levaram à Guerra Civil Americana}}
As causas da secessão eram complexas e têm sido controversas desde o início da guerra, mas a maioria dos acadêmicos identifica a escravidão como uma causa central da guerra. [[James C. Bradford]] escreveu que a questão foi ainda mais complicada pelos [[Negacionismo histórico|revisionistas históricos]], que tentaram oferecer uma variedade de razões para a guerra.<ref>[[James C. Bradford]], ''A Companion to American Military History'' (2010), vol. 1, p.&nbsp;101.</ref> A escravidão foi a fonte central da crescente tensão política na [[Cronologia da história dos Estados Unidos#Década de 1850|década de 1850]]. O Partido Republicano estava determinado a impedir qualquer propagação da escravidão, e muitos líderes do Sul ameaçavam a secessão se o candidato republicano [[Abraham Lincoln]] vencesse a [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1860|eleição de 1860]]. Depois que Lincoln venceu, muitos líderes do Sul sentiram que a desunião era sua única opção, temendo que a perda de representação prejudicasse sua capacidade de promover atos e políticas pró-escravidão.<ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=w_2odcYG-swC|page=99}}|título=The Road to Disunion: Volume II: Secessionists Triumphant, 1854–1861|último =Freehling|primeiro =William W.|data=1 de outubro de 2008|publicado=Oxford University Press|isbn=9780199839919|língua=en|pp= 9–24}} {{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=X_JGtAEACAAJ|page=111}}|título=Historical Atlas of Political Parties in the United States Congress: 1789-1988|último =Martis|primeiro =Kenneth C.|data=1989|publicado=Simon & Schuster Books For Young Readers|isbn=9780029201701|língua=| pp= 111–115}} and {{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=rQSYk-LWTxcC|page=18}}|título=Politics and Ideology in the Age of the Civil War|último =Foner|primeiro =Eric|data=2 de outubro de 1980|publicado=Oxford University Press|isbn=9780199727087|língua=en |pp= 18–20, 21–24}}</ref><ref>{{citar revista|último1 =Coates|primeiro1 =Ta-Nehisi|título=What This Cruel War Was Over|url=https://www.theatlantic.com/politics/archive/2015/06/what-this-cruel-war-was-over/396482/|acessodata=21 de dezembro de 2016|revista=The Atlantic|data=22 de junho de 2015}}</ref>


=== Escravidão ===
=== Escravidão ===
[[Imagem:US Secession map 1861.svg|thumb|upright=1.15|right|{{center|'''Status dos estados em 1861'''}} {{legend|#A40000|Estados que se separaram antes de 15 de abril de 1861}} {{legend|#EF2929|Estados que se separaram após 15 de abril de 1861}} {{legend|#FCE94F|Estados da União que permitiam a escravidão}} {{legend|#204A87|Estados da União que proibiam a escravidão}}
{{Artigo principal|Escravidão nos Estados Unidos|Comércio atlântico de escravos}}
{{legend|#D3D7CF|Territórios}}|alt=Mapa dos Estados mostrando dois tipos de estados da União e duas fases de secessão e territórios]]
[[Imagem:Cicatrices de flagellation sur un esclave.jpg|thumb|upright|Uma foto de 1863 de Gordon, um escravo [[Azorrague|açoitado]], distribuída no Norte durante a guerra.<ref>Miriam Forman-Brunell, Leslie Paris (2010) "''[http://books.google.com/?id=bYE0DuIxkHIC&pg=PA136 The Girls' History and Culture Reader: The Nineteenth Century]''". University of Illinois Press. p.136. ISBN 978-0-252-07765-4. "Recognized as a searing indictment of slavery, Gordon's portrait was presented as the latest evidence in the abolitionist campaign.&nbsp;... Abolitionist leaders such as [[William Lloyd Garrison]] referred to it repeatedly in their work."</ref>]]
A escravidão era uma das principais causas de desunião.<ref>{{cite speech|last=Gallagher|first=Gary|author-link=|title=Remembering the Civil War|event=Sesquicentennial of the Start of the Civil War|date=February 21, 2011|location=Miller Center of Public Affairs UV|publisher=C-Span|url=https://www.c-span.org/video/?298125-1/remembering-civil-war|access-date=August 29, 2017|language=English|quote=Questões relacionadas à instituição da escravidão precipitaram a secessão... Não eram direitos dos estados. Não era uma tarifa. Não foi a infelicidade com forma de costumes que levaram à secessão e, eventualmente, à guerra. Era um conjunto de questões que dividiam profundamente a nação ao longo de uma linha de falha delineada pela instituição da escravidão.}}</ref> Embora houvesse opiniões opostas até nos Estados da União,<ref>{{citar livro|último1 =[[James M. McPherson|McPherson]] |primeiro1 =James M. |data=1 de março de 1994 |título=What They Fought For 1861–1865 |títulotrad= |página=[https://archive.org/details/whattheyfoughtfo00mcph/page/62 62] |url=https://archive.org/details/whattheyfoughtfo00mcph/page/62 |formato= |língua= |local= |publicado=Louisiana State University Press |isbn=9780807119044 }} |</ref><ref>{{citar livro|último1 =[[James M. McPherson|McPherson]] |primeiro1 =James M. |data=3 de abril de 1997 |título=For Cause and Comrades |títulotrad= |página=[https://archive.org/details/forcausecomrades00mcph/page/39 39] |url=https://archive.org/details/forcausecomrades00mcph/page/39 |formato= |língua= |local= |publicado=Oxford University Press |isbn=9780195090239}}</ref> a maioria dos soldados do norte era indiferente ao assunto da escravidão,<ref>{{cite speech|last=Gallagher|first=Gary|author-link=|title=Remembering the Civil War|event=Sesquicentennial of the Start of the Civil War|date=February 21, 2011|location=Miller Center of Public Affairs UV|publisher=C-Span|url=https://www.c-span.org/video/?298125-1/remembering-civil-war|access-date=August 29, 2017|language=English|quote=Os cidadãos leais inicialmente pensavam muito pouco na emancipação em sua busca para salvar a União. A maioria dos cidadãos leais, embora profundamente preconceituosa pelos padrões do século XXI, adotou a emancipação como uma ferramenta para punir os senhores de escravos, enfraquecer os confederados e proteger a União dos futuros conflitos internos. Uma minoria da população branca invocou fundamentos morais para atacar a escravidão, embora seus argumentos tivessem um peso muito menos popular do que aqueles que apresentavam a emancipação como uma medida militar necessária para derrotar os rebeldes e restaurar a União.}}</ref> enquanto os confederados travavam a guerra principalmente para proteger uma sociedade do sul da qual a escravidão era parte integrante.<ref>{{citar jornal|último =Eskridge |primeiro =Larry |título=After 150 years, we still ask: Why 'this cruel war'?. |url=http://www.cantondailyledger.com/topstories/x1868081570/After-150-years-we-still-ask-Why-this-cruel-war |jornal=Canton Daily Ledger |local=Canton, Illinois |data=29 de janeiro de 2011 |acessodata=29 de janeiro de 2011 |url-status=dead |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110201183505/http://www.cantondailyledger.com/topstories/x1868081570/After-150-years-we-still-ask-Why-this-cruel-war |arquivodata=1 de fevereiro de 2011}}</ref><ref>{{citar periódico|último =Kuriwaki|primeiro =Shiro|último2 =Huff|primeiro2 =Connor|último3 =Hall|primeiro3 =Andrew B.|data=2019|título=Wealth, Slaveownership, and Fighting for the Confederacy: An Empirical Study of the American Civil War|periódico=American Political Science Review|língua=en|volume=113|número=3|páginas=658–673|doi=10.1017/S0003055419000170|issn=0003-0554}}</ref> Do ponto de vista anti-escravidão, a questão era principalmente sobre se o sistema de escravidão era um mal anacrônico que era incompatível com o [[Republicanismo nos Estados Unidos|republicanismo]]. A estratégia das forças anti-escravidão era a contenção, parar a expansão e, assim, colocar a escravidão no caminho da extinção gradual.{{sfn|Weeks|2013|p=240}} Os interesses dos escravos no Sul denunciaram essa estratégia como uma violação de seus direitos constitucionais.{{sfn|Olsen|2002|p=237}} Os brancos do Sul acreditavam que a emancipação dos escravos destruiria a economia do Sul, devido à grande quantidade de capital investido em escravos e ao medo de integrar a população negra ex-escrava.<ref>Chadwick, French Esnor. [https://archive.org/stream/causescivilwar02chadgoog#page/n30/mode/1up Causes of the civil war, 1859–1861] (1906) p. 8</ref> Em particular, os Sulistas temiam uma repetição dos "[[Massacre de 1804 no Haiti|horrores de Santo Domingo]]", em que quase todos os brancos, incluindo homens, mulheres, crianças e até muitos que simpatizavam com a abolição, foram mortos após a [[Revolução Haitiana|bem-sucedida revolta de escravos no Haiti]]. O historiador Thomas Fleming aponta para a frase histórica "uma doença na mente do público" usada pelos críticos dessa ideia e propõe que ela contribuiu para a segregação na era de [[Leis de Jim Crow|Jim Crow]] após a emancipação.<ref>{{citar livro|título=A Disease in the Public Mind: A New Understanding of Why We Fought the Civil War |autor =Thomas Fleming |ano=2014 |isbn=978-0306822957}}</ref> Esses temores foram exacerbados pela [[Incursão de John Brown em Harpers Ferry|recente tentativa]] de [[John Brown (abolicionista)|John Brown]] de instigar uma rebelião armada de escravos no Sul.
Em tempos coloniais, os americanos viam a escravidão como algo necessário. Quando os Estados Unidos tornaram-se independentes, os poucos abolicionistas da época pressionaram o governo do país a abolir a escravidão na [[Constituição dos Estados Unidos|Constituição do país]], mas não tiveram sucesso.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


A escravidão era ilegal em grande parte do Norte, tendo sido proibida no final do século XVIII e início do século XIX. Também estava desaparecendo nos estados fronteiriços e nas cidades do Sul, mas estava se expandindo nos distritos de algodão altamente lucrativos do Sul e Sudoeste rurais. Os escritores subsequentes da Guerra Civil Americana analisaram vários fatores que explicam a divisão geográfica.{{carece de fontes|data=setembro de 2019}}
No período imediatamente após a independência é clara a hegemonia dos Estados do Sul, sendo relevante destacar que durante 32 dos primeiros 36 anos após a independência, a presidência é ocupada por proprietários de escravos provenientes da [[Virgínia]], estado onde estavam 40% dos escravos do país, sendo que 12 das primeiras 16 eleições presidenciais, entre 1788 e 1848, colocaram um proprietário de escravos do Sul na Casa Branca.<ref>[[Domenico Losurdo|Losurdo]], Domenico in Contra-História do Liberalismo, 2006, p. 24</ref>


=== Crise territorial ===
Tal hegemonia devia-se em parte ao peculiar [[Compromisso dos Três Quintos]], segundo o qual, para efeito de determinação do números de representantes dos Estados no Colégio Eleitoral que elegia o presidente, levava-se em conta a população de escravos, que não eram eleitores, reduzida a três quintos.<ref>Izecksohn, Vitor [http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/Topoi06/topoi6a2.pdf Escravidão, federalismo e democracia: a luta pelo controle do Estado nacional norte-americano antes da Secessão] p.8 Topoi. Revista de História ISSN 1518-3319 Revista semestral do Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ nº 6 Janeiro-Junho de 2003 Volume 04</ref><ref>Losurdo, Domenico in Contra-História do Liberalismo, 2006, p. 108</ref>
{{VT|Estados escravos e livres}}
Entre 1803 e 1854, os [[Estados Unidos]] alcançaram uma vasta expansão de território por meio de compra, negociação e conquista. A princípio, os novos estados escavados nesses territórios que entraram na [[União (Guerra Civil Americana)|União]] foram divididos igualmente entre os estados escravistas e os livres. Forças pró e anti-escravidão colidiram sobre os territórios a oeste do [[Mississippi]].{{sfn|Krannawitter|2008|p=49–50}}


Com a conquista do norte do [[México]], a oeste da [[Alta California|Califórnia]], em 1848, os interesses dos proprietários de escravos esperavam expandir-se para essas terras e talvez também para [[Cuba]] e a [[América Central]].{{sfn|McPherson|2007|p=14}}{{sfn|Stampp|1990|p=190–93}} Os interesses do "solo livre" do Norte procuraram vigorosamente reduzir qualquer expansão adicional do território escravistas. O [[Compromisso de 1850]] sobre a [[Califórnia]] equilibrou um estado de solo livre com leis de escravos fugitivos mais fortes para um acordo político após quatro anos de conflito na década de 1840. Mas os estados admitidos após a Califórnia eram todos livres: [[Minnesota]] (1858), [[Óregon]] (1859) e [[Kansas]] (1861). Nos estados do Sul, a questão da expansão territorial da escravidão para o oeste se tornou novamente explosiva.{{sfn|McPherson|2007|pp=13–14}} Tanto o Sul como o Norte chegaram à mesma conclusão: "O poder de decidir a questão da escravidão para os territórios era o poder de determinar o futuro da própria escravidão."{{sfn|Bestor|1964|p=19}}{{sfn|McPherson|2007|p=16}}
No começo do século XIX, vários nortistas começaram a ver a escravidão como errada, desnecessária e imoral para o país, e muitos deles começaram a advocar ideias abolicionistas. Uma minoria dos sulistas, por sua vez, também possuía ideias abolicionistas. Porém, a maioria da população livre do Sul apoiava a abolição da escravatura.<ref name=miller>{{citar livro|autor=Ward, Geoffrey C|título=Civil War|subtítulo=An Illustrated History|idioma=inglês|edição=|local=New York|editora=Knopf|ano=1990|páginas=425|página=24|volume=|isbn=0-394-56285-2 }}</ref> Cerca de metade da população dos Estados do Sul era composta por [[afro-americano]]s e seus descendentes, considerados mão de obra forte, saudável e obediente{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}. A maioria dos sulistas lucrava muito com a escravidão e esta fazia parte da cultura local{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}. Cerca de um terço da população branca do Sul era um membro de uma família dona de escravos. Cerca de metade destas famílias tinham entre um a cinco escravos, e 1% tinham mais de cem. Mesmo muitos sulistas que não possuíam escravos eram a favor da escravidão{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}, o que caracteriza o conceito de ''Sociedade Escravista'' criado pelo professor Douglas Colle Libby da Universidade Federal de Minas Gerais, que significa: aquela sociedade em que ocorre a escravidão e que esta é de tal forma impregnada na sociedade que determina como as demais pessoas se relacionam ao trabalho.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


{{multiple image
Em 1850, um conjunto de atos, reunidos no [[Compromisso de 1850]], foram aprovados pelo [[Congresso dos Estados Unidos|Congresso americano]], numa tentativa de solucionar os atritos entre o Norte e o Sul. Os Compromissos permitiriam a continuação da escravidão, mas proibiriam-na no [[Washington, DC|Distrito de Columbia]]. O Compromisso também admitiria a [[Califórnia]] à União como um estado livre (onde a escravidão seria proibida), mas permitiria a escravidão em territórios recentemente adquiridos ou criados, bem como o direito de decisão entre a permissão ou a proibição da escravidão.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
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[[Imagem:A Race Meeting at Jacksonville, Alabama by W.S. Hedges - BMA.jpg|thumb|esquerda|270px|Membros de uma [[aristocracia]] agrária e escravocrata dominavam a sociedade e a política no [[Sul dos Estados Unidos]].]]
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| caption1 = Sen. [[Stephen A. Douglas]], autor do [[Ato de Kansas-Nebraska]] de 1854
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| caption2 = Sen. [[John J. Crittenden]], do [[Compromisso de Crittenden]] de 1860
}}


Em 1860, quatro doutrinas emergiram para responder à questão do controle federal nos territórios, e todas alegaram que foram sancionadas pela [[Constituição dos Estados Unidos|Constituição]], implícita ou explicitamente.{{sfn|Bestor|1964|pp=19–21}} A primeira dessas teorias "conservadoras", representadas pelo [[Partido da União Constitucional (Estados Unidos)|Partido da União Constitucional]], argumentou que o [[Compromisso do Missouri]] compromete a repartição do território ao norte por solo livre e ao sul pela escravidão deveria se tornar um mandato constitucional. O [[Compromisso de Crittenden]] de 1860 foi uma expressão dessa visão.{{sfn|Bestor|1964|p=20}}
Em 1854, o [[Ato de Kansas-Nebraska]] foi aprovado pelo Congresso, novamente, numa tentativa do governo americano de tentar solucionar os atritos entre o Norte e o Sul. O Acto criou os territórios de [[Kansas]] e de [[Nebraska]], e permitia a escravidão nestes dois territórios. O Acto também especificava que, caso um território fosse elevado à categoria de Estado, a sua população teria o direito de votar a favor ou contra a continuação da escravidão. Porém, muitos nortistas opuseram-se a este Acto, alegando que, uma vez que a escravidão estivesse bem fincada num território, estaria ali para ficar. Em [[1856]], a maioria da população de Kansas votou contra a escravidão, mas grupos pró-escravidão recusaram-se a aceitar a decisão, e, logo, revoltas populares surgiram no estado. Ainda no mesmo ano, o senador abolicionista [[Charles Sumner]] foi espancado até ficar inconsciente por um representante do Sul. Em 1861, o Kansas juntou-se à União como um estado livre.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


A segunda doutrina da preeminência do [[Congresso dos Estados Unidos|Congresso]], defendida por [[Abraham Lincoln]] e pelo [[Partido Republicano (Estados Unidos)|Partido Republicano]], insistia que a Constituição não vinculava os legisladores a uma política de equilíbrio, que a escravidão pudesse ser excluída em um território, como foi feito na [[Lei Noroeste]] de 1787 no critério do Congresso;{{sfn|Russell|1966|p=468–69}} assim, o Congresso poderia restringir a escravidão humana, mas nunca a estabelecer. O [[Wilmot Proviso]] anunciou esta posição em 1846.<ref>{{citar livro|capítulourl={{google books |plainurl=y |id=Eff8PJuBt5IC}}|título=American Law and the Constitutional Order: Historical Perspectives|periódico=The American Historical Review|volume=69|número=2|páginas=327–352|editor-sobrenome =Friedman|editor-nome =Lawrence Meir|editor-last2=Scheiber|editor-first2=Harry N.|data=1988|publicado=Harvard University Press|isbn=9780674025271|língua=en|último =Bestor |primeiro =Arthur |capítulo=The American Civil War as a Constitutional Crisis |jstor=1844986|doi=10.2307/1844986}}</ref>
A [[Decisão Dred Scott]] foi um caso judicial julgado pela [[Suprema Corte dos Estados Unidos|Suprema Corte]]. No caso, [[Dred Scott]], um escravo, reivindicava a liberdade, alegando que já havia morado em um território livre. Porém, a Suprema Corte decidiu que ele, como escravo, era propriedade. Além disso, a Suprema Corte alegou que negros não podiam ser considerados cidadãos americanos. Esta decisão gerou grande controvérsia e raiva no Norte.<ref>{{Citar web|url=http://books.google.com/books?id=bVCVFXG9mqkC&pg=PA105&lpg=PA105&dq=dred+scott+outrage&source=bl&ots=JiNp3E_ObK&sig=Ewixhe9bUODWkRkaKMdEoFUcf68&hl=en&ei=os4AS4nAAsPFlAe5oPCaCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CBIQ6AEwBA#v=onepage&q=dred%20scott%20outrage&f=false|título=Presidents from Zachary Taylor to Ulysses S. Grant: debating the issues |acessodata=15-11-2009}}</ref>


O senador [[Stephen A. Douglas]] proclamou a doutrina da soberania territorial ou "popular", que afirmava que os colonos em um território tinham os mesmos direitos do que nos estados da União para estabelecer ou desestabilizar a escravidão como uma questão puramente local.{{sfn|Bestor|1964|pp=21–23}} O [[Ato de Kansas-Nebraska]] de 1854 legislou essa doutrina.{{sfn|Johannsen|1973|p=406}} No [[Território do Kansas]], surgiram anos de [[Bleeding Kansas|violência pró e anti-escravidão]] e conflitos políticos; a [[Câmara dos Representantes dos Estados Unidos|Câmara dos Representantes no Congresso]] votou para admitir o Kansas como um estado livre no início de 1860, mas sua admissão no Senado foi adiada até janeiro de 1861, após as eleições de 1860, quando os estados do Sul começaram a sair.<ref name=Politics>{{citar web|título=Territorial Politics and Government |url=http://www.territorialkansasonline.org/~imlskto/cgi-bin/index.php?SCREEN=pol_govt&option=more |publicado=Territorial Kansas Online: University of Kansas and Kansas Historical Society|acessodata=10 de julho de 2014}}Finteg</ref>
Em 1858, o senador [[William Seward]], que posteriormente tornar-se-ia o [[Secretário de Estado dos Estados Unidos|Secretário de Estado]] de [[Abraham Lincoln]], caracterizou as diferenças entre o Norte e o Sul como um ''"conflito irreparável"''. O motivo deste conflito, segundo Seward, era a escravidão. Em 1859, um abolicionista extremista, chamado John Brown, e seguidores, tentaram iniciar uma rebelião de escravos num vilarejo da [[Virgínia Ocidental]]. Brown, porém, foi capturado um dia depois. Foi julgado e [[pena de morte|condenado à morte]] por [[Forca|enforcamento]], culpado de [[traição]]. Vários sulistas viram esta rebelião como uma ação do Norte para tentar acabar com a escravidão através da força.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


A quarta teoria foi defendida pelo senador do [[Mississippi]] [[Jefferson Davis]],{{sfn|Bestor|1964|p=21}} um dos soberanos do estado ("direitos dos estados"),{{sfn|Bestor|1964|p=23}} também conhecido como "doutrina de Calhoun",{{sfn|Varon|2008|p=58}} em homenagem ao teórico político e estadista da [[Carolina do Sul]] [[John C. Calhoun]].{{sfn|Russell|1966|p=470}} Rejeitando os argumentos a favor da autoridade federal ou do governo autônomo, a soberania do estado autorizaria os estados a promover a expansão da escravidão como parte da união federal sob a Constituição dos Estados Unidos.{{sfn|Bestor|1964|p=23–24}} "Direitos dos estados" era uma ideologia formulada e aplicada como meio de promover os interesses dos escravos por meio da autoridade federal.{{sfn|McPherson|2007|p=7}} Como aponta o historiador Thomas L. Krannawitter, "a demanda do Sul por proteção federal aos escravos representava uma demanda por uma expansão sem precedentes do poder federal."{{sfn|Krannawitter|2008|p=232}}<ref>Gara, 1964, p.&nbsp;190</ref> Essas quatro doutrinas compreendiam as ideologias dominantes apresentadas ao público americano sobre os assuntos da escravidão, dos territórios e da Constituição dos Estados Unidos antes da [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1860|eleição presidencial de 1860]].{{sfn|Bestor|1964|p=24–25}}
=== A escravidão e a política ===
[[Imagem:Slavepatrols.jpg|270px|thumb|"Patrulhadores de escravos", compostos majoritariamente de [[branco (raça)|brancos]] pobres, tinham a autoridade de parar, revistar, [[tortura]]r e até matar escravos que violassem os códigos do [[Escravatura|escravo]] americano. Acima, [[caricatura]] nortista dos patrulhadores capturando um escravo fugitivo, num [[almanaque]] abolicionista.]]


=== Direitos dos estados ===
O [[Ato de Kansas e Nebraska]] gerou raiva e discórdia entre a população do Norte, especialmente entre [[Partido Republicano (EUA)|republicanos]], que eram contra a escravidão, bem como sua expansão a outros territórios dos Estados Unidos. Entre os principais membros do partido estava [[Abraham Lincoln]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
O Sul argumentou que, assim como cada estado decidiu aderir à [[União (Guerra Civil Americana)|União]], um estado tinha o direito de se separar, deixar a União, a qualquer momento. Os Nortistas (incluindo o [[James Buchanan|Presidente Buchanan]]) rejeitaram essa noção em oposição à vontade dos [[Pais Fundadores dos Estados Unidos|Pais Fundadores]], que disseram que estavam estabelecendo uma união perpétua.<ref name="Forrest McDonald 2002" /> O historiador James McPherson escreve sobre os direitos dos estados e outras explicações não relacionadas à escravidão:


{{quote|Embora uma ou mais dessas interpretações permaneçam populares entre os Filhos dos Veteranos Confederados e outros grupos de herança do Sul, poucos historiadores profissionais agora os subscrevem. De todas essas interpretações, o argumento dos direitos dos estados é talvez o mais fraco. Não consegue fazer a pergunta, os direitos dos estados para que finalidade? Os direitos dos Estados, ou soberania, sempre foram mais um meio que um fim, um instrumento para alcançar um determinado objetivo mais que um princípio.{{sfn|McPherson|2007|pp=3–9}}}}
Em 1858, o [[Partido Democrata (EUA)|Partido Democrata]] ficou dividido na criação de uma [[Constituição]] de que habitantes pró-escravidão do território de Kansas esperavam adoptar quando o Kansas se tornasse um Estado. Porém, os líderes do partido tomaram posições opostas na Constituição. Alguns eram a favor da escravidão, outros contra. Esta controvérsia fez com que o partido fosse dividido em dois ramos em 1860, um nortista, pró-abolicionismo, e outro sulista, pró-escravidão.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


=== Seccionalismo ===
Os republicanos escolheram Lincoln como seu candidato nas eleições presidenciais de 1860. Abraham Lincoln, em sua campanha eleitoral, afirmou que os Estados Unidos não podiam viver eternamente, ''"metade livre, metade escrava"'', desencadeando sentimentos havia muito reprimidos pelos sulistas e nortistas. O partido democrata, dividido em dois, tinha dois candidatos, um a favor da escravidão e outro contra. Lincoln acabou vencendo as eleições em todos os estados livres excepto na [[Nova Jérsei]]. Porém, apenas 39% da população do país havia votado em Lincoln, tendo vencido por ter uma pluralidade de votos do [[colégio eleitoral dos Estados Unidos|colégio eleitoral americano]]. Quase nenhum dos votos do colégio eleitoral era procedente do Sul. Lincoln não foi nem colocado na votação como candidato em nove estados da região. Os sulistas temiam que Lincoln impusesse mais restrições à prática da escravidão, ou mesmo sua abolição.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
O [[seccionalismo]] resultou das diferentes economias, estrutura social, costumes e valores políticos do Norte e do Sul.<ref name="sectionalism" /><ref name="sectionalism17" /> As tensões regionais vieram à tona durante a [[Guerra Anglo-Americana de 1812|Guerra de 1812]], resultando na [[Convenção de Hartford]], que manifestou a insatisfação do Norte com um embargo ao comércio exterior que afetou desproporcionalmente o Norte industrial, o [[Compromisso dos Três Quintos]], a diluição do poder do Norte por novos estados e uma sucessão de [[Dinastia da Virgínia|presidentes do Sul]]. O seccionalismo aumentou constantemente entre 1800 e 1860, enquanto o Norte, que eliminava a escravidão, industrializava, urbanizava e construía fazendas prósperas, enquanto o Sul profundo se concentrava na agricultura plantada com base no trabalho escravo, juntamente com a [[agricultura de subsistência]] para brancos pobres. Nas décadas de 1840 e 1850, a questão de aceitar a escravidão (sob o pretexto de rejeitar bispos e missionários proprietários de escravos) dividiu as maiores denominações religiosas do país (as igrejas metodista, batista e presbiteriana) em denominações separadas do Norte e do Sul.{{sfn|Ahlstrom|1972|p=648–649}}


Os historiadores debateram se as diferenças econômicas entre o Norte principalmente industrial e o Sul principalmente agrícola ajudaram a causar a guerra. A maioria dos historiadores agora discorda do [[determinismo econômico]] do historiador [[Charles Beard]] na década de 1920 e enfatiza que as economias do Norte e do Sul eram amplamente complementares. Embora socialmente diferentes, as seções se beneficiaram economicamente.<ref name="progressive" />{{sfn|Woodworth|1996|p=145, 151, 505, 512, 554, 557, 684}}
Por fim, durante o final da década de 1850, a maioria do [[Senado dos Estados Unidos|Senado americano]] passou a ser formada por nortistas. O balanço político entre o Norte e o Sul, anteriormente balanceado somente por causa do número igual de Estados escravistas e abolicionistas, fora quebrado ao longo da década de 1850, após a sucessiva elevação de três territórios à categoria de Estado abolicionista. Uma vez que os sulistas já eram minoria na [[Câmara dos Representantes dos Estados Unidos|Câmara dos Representantes]], por causa da maior população do Norte, os sulistas enfrentavam o risco de tornarem-se numa minoria perpétua em ambas as câmaras do Congresso, e assim, não mais podendo combater tarifas protecionistas, que provocariam estragos na economia do Sul, dependente de material industrializado procedente do Reino Unido, nem mais defender o uso da escravidão.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


=== Protecionismo ===
=== Secessão e formação dos Estados Confederados da América ===
Os proprietários de escravos preferiam o trabalho manual de baixo custo sem mecanização. Os interesses manufatureiros do Norte apoiavam tarifas e protecionismo, enquanto os plantadores do Sul exigiam livre comércio.{{sfn|Thornton|Ekelund|2004|p=21}} Os [[Partido Democrata (Estados Unidos)|Democratas]] no [[Congresso dos Estados Unidos|Congresso]], controlados pelos Sulistas, escreveram as leis tarifárias nas décadas de 1830, 1840 e 1850 e continuaram reduzindo as taxas, de modo que as taxas de 1857 eram as mais baixas desde 1816. Os [[Partido Republicano (Estados Unidos)|Republicanos]] pediram um aumento nas tarifas nas [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1860|eleições de 1860]]. Os aumentos só foram promulgados em 1861, depois que os Sulistas renunciaram seus assentos no Congresso.<ref name="taussig" />{{sfn|Hofstadter|1938|p=50–55}} A questão tarifária era uma queixa do Norte. No entanto, escritores [[neoconfederado]]s o reivindicaram como uma queixa do Sul. Entre 1860 e 1861, nenhum dos grupos que propuseram compromissos para impedir a secessão levantou a questão tarifária.<ref>Robert Gray Gunderson, ''Old Gentleman's Convention: The Washington Peace Conference of 1861.'' (1961)</ref> Os panfletistas do Norte e do Sul raramente mencionavam a tarifa.<ref>{{citar livro|autor =Jon L. Wakelyn|título=Southern Pamphlets on Secession, November 1860 – April 1861|url={{google books |plainurl=y |id=By6K9VHfWtIC|page=23}}|ano=1996|publicado=U. of North Carolina Press|páginas=23–30|isbn=978-0-8078-6614-6}}</ref>
{{Artigo principal|Estados Confederados da América}}
[[Imagem:US Secession map 1861.svg|thumb|esquerda|270px|<center>'''Estados Unidos em 1861.</center>''' {{legenda|#A40000|Estados que se separaram da União antes de 15 de abril de 1861}} {{legenda|#EF2929|Estados que se separaram após 15 de abril de 1861}} {{legenda|#FCE94F|Estados da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] que permitiam a escravidão}} {{legenda|#204A87|Estados da União que baniram a escravidão}}
{{legenda|#D3D7CF| Territórios}}]]
Pouco antes das eleições presidenciais, líderes sulistas começaram a pedir pela secessão do Sul da União, caso Lincoln vencesse as eleições. Muitos sulistas aprovavam a secessão, através da ideia de que os Estados possuem direitos e poderes que o governo federal não poderia proibir através de métodos legais. Os sulistas alegaram que os Estados Unidos por si mesmo eram uma liga de estados independentes, e que qualquer destes estados possuía o direito de tornar-se independente.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


=== Nacionalismo e honra ===
Em dezembro de 1860, a [[Carolina do Sul]] tornou-se o primeiro estado a sair da União. Logo ela foi acompanhada por outros cinco estados - [[Alabama]], [[Flórida]], [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]], [[Louisiana]] e [[Mississippi]]. Os principais líderes políticos e [[senhores de escravos]], em sucessivas reuniões ainda em dezembro de 1860, aprovaram a Constituição confederada, formalizando a criação dos [[Estados Confederados da América]]. Tais Estados elegeram [[Jefferson Davis]], do Mississippi, como presidente do país, estabelecendo em 7 de fevereiro de 1861 uma [[Constituição]], e a capital em [[Montgomery (Alabama)|Montgomery]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
O [[nacionalismo]] foi uma força poderosa no início do século XIX, com porta-vozes famosos como [[Andrew Jackson]] e [[Daniel Webster]]. Enquanto praticamente todos os Nortistas apoiavam a [[União (Guerra Civil Americana)|União]], os Sulistas estavam divididos entre os leais a todos os [[Estados Unidos]] (chamados "unionistas") e os leais principalmente à região Sul e depois aos [[Estados Confederados da América|Confederados]].{{sfn|Potter|1962|p=924–50}} [[C. Vann Woodward]] disse sobre este último grupo:


{{quote|Uma grande sociedade escrava ... havia crescido e milagrosamente floresceu no coração de uma república completamente burguesa e parcialmente puritana. Renunciou às suas origens burguesas e elaborou e racionalizou dolorosamente suas defesas institucionais, legais, metafísicas e religiosas ... Quando a crise chegou, escolheu lutar. Provou ser a luta da morte de uma sociedade que caiu em ruínas.<ref name="counterpoint" />}}
Em seu primeiro discurso após ter sido empossado como [[presidente dos Estados Unidos]], Lincoln afirmou que a Confederação era um movimento sem fundamentos legais, e que ''"a União ficaria unida para sempre, e que a União faria uso de todos os meios possíveis para garantir a possessão de propriedades da União localizados nos Estados do Sul"''. Houve uma tentativa de reconciliação, que os rebeldes não aceitaram. Os confederados ofereceram uma indenização à União pelas propriedades da última em território confederado, oferta que foi recusada por Lincoln.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Insultos percebidos à honra coletiva do Sul incluíam a enorme popularidade do ''[[Uncle Tom's Cabin]]'' (1852)<ref name="southern" /> e as ações do abolicionista [[John Brown (abolicionista)|John Brown]] ao tentar incitar uma [[Incursão de John Brown em Harpers Ferry|rebelião de escravos]] em 1859.<ref name="nationalism" />
Em 12 de abril, os sulistas atacaram Fort Sumter, na baía de [[Charleston (Carolina do Sul)|Charleston]], Carolina do Sul. Três dias depois, o forte rendeu-se. Lincoln começou a juntar tropas para recuperar o forte, e este movimento nortista foi visto como uma declaração de guerra pela Confederação. Mais cinco estados juntar-se-iam aos Estados Confederados da América - [[Arkansas]], [[Carolina do Norte]], [[Tennessee]], [[Virgínia]] e [[Texas]]. [[Richmond (Virgínia)|Richmond]], a capital da Virgínia, foi escolhida como a capital dos Estados Confederados da América.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Enquanto o Sul se movia em direção a um nacionalismo do Sul, os líderes do Norte também estavam se tornando mais voltados para o país e rejeitaram qualquer noção de divisão da União. A plataforma eleitoral nacional Republicana de 1860 alertou que os Republicanos consideravam a desunião como traição e não a tolerariam: "Denunciamos essas ameaças de desunião ... como negar os princípios vitais de um governo livre e como uma declaração de traição contemplada, que é o dever imperativo de um povo indignado severamente repreender e silenciar para sempre."<ref name="republican18" /> O Sul ignorou os avisos: Os Sulistas não perceberam com que ardor o Norte lutaria para manter a União unida.<ref name="nationalism19" />
== As federações ==
{{sem-fontes|Esta seção|data=Janeiro de 2014}}
[[Imagem:US Secession map 1863 (BlankMap derived).png|300px|thumb|Mapa dos [[Estados Unidos]] em 1863:
{{legenda|#002255|Estados da [[União (Guerra Civil Americana)|União]]}} {{legenda|#6895c9|Territórios da União que proibiam a escravidão}} {{legenda|#ffff00|Estados fronteiriços que permitiam a escravidão}} {{legend|#dd5500|Estados da [[Estados Confederados da América|Confederação]]}} {{legend|#EDB360|Territórios da União que permitiam a escravidão}}]]


=== Eleição de Lincoln ===
Ambos os lados - a União, composta primariamente por estados e territórios contra a escravidão, e a Confederação, que primariamente era contra a abolição da escravidão - possuíam "Estados de fronteira" (''border states''), estados que localizavam-se na fronteira entre a União e a Confederação. [[Arkansas]], [[Carolina do Norte]], [[Tennessee]] e [[Virgínia]] eram os estados de fronteira da Confederação, fazendo fronteira com estados da União. [[Delaware]], [[Kentucky]], [[Maryland]] e [[Missouri]] eram os estados de fronteira da União, fazendo fronteira com a Confederação. Parte da população destes estados acreditava na causa dos nortistas, e outra parte na causa dos sulistas. Isto fez com que movimentos separatistas surgissem em vários destes Estados, levando à divisão entre diversas [[família]]s. Muitas pessoas destas famílias lutaram pela União, enquanto parentes lutaram pela Confederação. Diversos casos de familiares lutando entre si em batalha foram registados ao longo da guerra.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
[[Imagem:Abraham Lincoln seated, Feb 9, 1864.jpg|thumb|190px|[[Abraham Lincoln]] em 1864]]
{{artigo principal|Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1860}}
A eleição de [[Abraham Lincoln]] em novembro de 1860 foi o gatilho final da secessão.{{sfn|Potter|Fehrenbacher|1976|p=485}} Esforços de compromisso, incluindo a "[[Emenda Corwin]]" e o "[[Compromisso de Crittenden]]", falharam. Os líderes do Sul temiam que Lincoln parasse a expansão da escravidão e a colocasse no caminho da extinção. Os estados escravistas, que já haviam se tornado minoria na [[Câmara dos Representantes dos Estados Unidos|Câmara dos Representantes]], agora enfrentavam o futuro como minoria perpétua no [[Senado dos Estados Unidos|Senado]] e no [[Colégio eleitoral dos Estados Unidos|Colégio Eleitoral]], contra um Norte cada vez mais poderoso. Antes de Lincoln assumir o cargo em março de 1861, sete estados escravistas declararam sua secessão e se juntaram para formar os [[Estados Confederados da América|Confederados]].


Segundo Lincoln, o povo havia mostrado que pode ser bem-sucedido em ''estabelecer'' e ''administrar'' uma república, mas um terceiro desafio enfrentou a nação, ''mantendo'' uma república baseada no voto popular contra uma tentativa de derrubá-la.<ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=u1xgWBntGYICA|page=1}}|título=A New Birth of Freedom: Abraham Lincoln and the Coming of the Civil War|último =Jaffa|primeiro =Harry V.|data=2004|publicado=Rowman & Littlefield|isbn=9780847699537|língua=en|p=1}} {{ligação inativa|data=setembro de 2019}}</ref>
=== A União ===
{{Artigo principal|União (Guerra Civil Americana)}}


== Eclosão da guerra ==
A União é os [[Estados Unidos]] propriamente dito. Os estados que compunham a União eram [[Califórnia]], [[Connecticut]], [[Delaware]], [[Illinois]], [[Indiana]], [[Iowa]], [[Kentucky]], [[Maine]], [[Maryland]], [[Massachusetts]], [[Michigan]], [[Minnesota]], [[Missouri]], [[Nova Hampshire]], [[Nova Jérsei]], [[Nova Iorque (estado)|Nova Iorque]], [[Ohio]], [[Oregon]], [[Pensilvânia]], [[Rhode Island]], [[Vermont]] e [[Wisconsin]], mais os territórios de [[Colorado]], [[Território de Dakota|Dakota]], [[Nebraska]], [[Nevada]], [[Território do Novo México|Novo México]], [[Utah]] e [[Washington]]. Cerca de 22 milhões de pessoas viviam na União no início da guerra, com mais de quatro milhões delas sendo homens entre 15 a quarenta anos de idade - a faixa etária adequada para serviço militar.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
=== Crise de secessão ===
A eleição de [[Abraham Lincoln]] levou a legislatura da [[Carolina do Sul]] a convocar uma convenção estadual para considerar a secessão. Antes da guerra, a Carolina do Sul fazia mais do que qualquer outro estado do Sul para promover a noção de que um estado tinha o direito de anular as leis federais e até de se separar dos [[Estados Unidos]]. A convenção convocada por unanimidade votou a favor da separação em 20 de dezembro de 1860 e adotou a "[[Declaração das Causas Imediatas que Induzem e Justificam a Secessão da Carolina do Sul da União Federal]]". Argumentou pelos direitos dos estados para os proprietários de escravos no Sul, mas continha uma queixa sobre os direitos dos estados no Norte, sob a forma de oposição à [[Lei do Escravo Fugitivo de 1850|Lei dos Escravos Fugitivos]], alegando que os estados do Norte não estavam cumprindo suas obrigações federais sob a [[Constituição dos Estados Unidos|Constituição]]. Os "estados do algodão" do [[Mississippi]], [[Flórida]], [[Alabama]], [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]], [[Luisiana]] e [[Texas]] seguiram o exemplo, terminando em janeiro e fevereiro de 1861.


[[Imagem:Charleston Mercury Secession Broadside, 1860.jpg|thumb|upright|left|A primeira impressão publicada da secessão, uma publicação emitida pelo ''[[Charleston Mercury]]'', em 20 de dezembro de 1860]]
O [[Kansas]] foi elevado à categoria de estado da União logo no início da guerra. Na região oeste e noroeste do estado confederado de [[Virgínia]], a maior parte da população era maioritariamente leal à União. Em 1863, esta região da Virgínia separou-se da última, assim criando o estado de [[Virgínia Ocidental]], que logo aderiu à União. O Nevada foi adicionado à lista de estados da União em 1864.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Entre as ordenanças de secessão aprovadas pelos estados individuais, os três, Texas, Alabama e Virgínia, mencionaram especificamente a situação dos "estados escravistas" nas mãos dos abolicionistas do Norte. Os demais não fazem menção à questão da escravidão e são frequentemente breves anúncios da dissolução dos laços pelas legislaturas.<ref>[http://www.civil-war.net/pages/ordinances_secession.asp Ordinances of Secession by State] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20040611023102/http://civil-war.net/pages/ordinances_secession.asp |date=June 11, 2004 }}. Retrieved November 28, 2012.</ref> No entanto, pelo menos quatro estados, Carolina do Sul,<ref>The text of [http://avalon.law.yale.edu/19th_century/csa_scarsec.asp the ''Declaration of the Immediate Causes Which Induce and Justify the Secession of South Carolina from the Federal Union''].</ref> Mississippi,<ref>The text of [http://avalon.law.yale.edu/19th_century/csa_missec.asp ''A Declaration of the Immediate Causes which Induce and Justify the Secession of the State of Mississippi from the Federal Union'']. Retrieved November 28, 2012.</ref> Geórgia,<ref>The text of [http://avalon.law.yale.edu/19th_century/csa_geosec.asp Georgia's secession declaration]. Retrieved November 28, 2012.</ref> e Texas,<ref name="Thetext">The text of [http://avalon.law.yale.edu/19th_century/csa_texsec.asp ''A Declaration of the Causes which Impel the State of Texas to Secede from the Federal Union'']. Retrieved November 28, 2012.</ref> também passaram por explicações longas e detalhadas de suas causas para a secessão, todas as quais atribuíram a culpa diretamente ao movimento para abolir a escravidão e a influência desse movimento sobre a política dos estados do Norte. Os estados do Sul acreditavam que a posse de escravos era um direito constitucional por causa da [[Cláusula do Escravo Fugitivo]] da Constituição. Esses estados concordaram em formar um novo governo federal, os [[Estados Confederados da América]], em 4 de fevereiro de 1861.{{sfn|McPherson|1988|p=24}} Eles assumiram o controle de fortes federais e outras propriedades dentro de seus limites com pouca resistência do presidente cessante [[James Buchanan]], cujo mandato terminou em 4 de março de 1861. Buchanan disse que a [[Caso Dred Scott|decisão de Dred Scott]] era a prova de que o Sul não tinha motivos para a secessão e que a [[União (Guerra Civil Americana)|União]] "pretendia ser perpétua", mas que "o poder da força das armas para obrigar um Estado a permanecer na União" não está entre os "poderes enumerados concedidos ao Congresso".<ref name="ucsb" /> Um quarto do [[Exército dos Estados Unidos]] era a guarnição no Texas, foi entregue em fevereiro de 1861 às forças estaduais por seu general comandante, [[David E. Twiggs]], que então se juntou aos Confederados.
A União enfrentou o separatismo em diversos Estados de fronteira. [[Separatismo|Grupos separatistas]] foram criados em Kentucky e em Missouri. Estes grupos enviaram representantes à Confederação, mas os Estados continuaram oficialmente na União. A maioria da população de Maryland e da capital americana, [[Washington, DC]], também apoiava a causa dos sulistas. Porém, o facto de que o governo da União estava localizado em Washington, DC - por direito, o governo dos Estados Unidos controla directamente a cidade - impediu a saída de Washington da União. Já medidas tomadas pelo governo da União impediram a secessão de Maryland aos estados Confederados. Isto foi tomado primariamente como uma medida de protecção - a capital americana Washington, DC está localizada entre Virgínia e Maryland.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
[[Imagem:U.S. flag, 34 stars.svg|thumb|250px|A [[bandeira dos Estados Unidos]] entre 1861 e 1863. Os estados do sul continuaram representados no número de estrelas na bandeiras, visto que a secessão foi considerada ilegal pelo norte. Em 1863, uma estrela foi adicionada para representar o novo estado da [[Virgínia Ocidental]].]]


Quando os Sulistas renunciaram aos seus lugares no Senado e na Câmara, os Republicanos conseguiram aprovar projetos de lei que foram bloqueados pelos senadores do Sul antes da guerra. Isso incluía a [[Tarifa de Morrill]], faculdades de concessão de terras ([[Lei de Morrill]]), [[Homestead Act|Lei de Homestead]], estrada de ferro transcontinental ([[Leis das Ferrovias do Pacífico]]),<ref name="WDL">{{citar web|url=http://www.wdl.org/en/item/4608/ |título=Profile Showing the Grades upon the Different Routes Surveyed for the Union Pacific Rail Road Between the Missouri River and the Valley of the Platte River |publicado=[[World Digital Library]] |ano=1865 |acessodata=16 de julho de 2013}}</ref> a [[National Bank Act|Lei do Banco Nacional]] e a autorização das [[Nota dos Estados Unidos|Notas dos Estados Unidos]] pela [[Legal Tender Cases|Lei de Licitação Legal]] de 1862. A [[Lei da Receita de 1861]] introduziu o [[imposto de renda]] para ajudar a financiar a guerra.
Lincoln, como comandante-chefe das forças da União, foi o primeiro presidente dos Estados Unidos a assumir vastos poderes não estabelecidos na Constituição americana. Lincoln suspendeu o direito ao ''[[habeas corpus]]'' - o direito da pessoa presa a ser ouvida na Corte Judicial. Lincoln recebeu duras críticas por causa desta acção. O Partido Republicano e o governo de Lincoln receberam duras críticas do Partido Democrático da União, que queria o fim imediato da guerra. Mesmo alguns membros do próprio Partido Republicano, que formavam a ala extremista do Partido, criticaram Lincoln, pedindo por esforços de guerra mais agressivos, a imediata abolição da escravatura e mudanças imediatas na estrutura sócio-económica dos Estados do Sul dos Estados Unidos.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Em 18 de dezembro de 1860, o [[Compromisso de Crittenden]] foi proposto para restabelecer a linha de [[Compromisso do Missouri]] ao proibir constitucionalmente a escravidão em territórios ao norte da linha, garantindo-a ao sul. A adoção desse compromisso provavelmente teria impedido a secessão de todos os estados do sul, exceto a Carolina do Sul, mas Lincoln e os Republicanos o rejeitaram.<ref>Rhodes, James Ford. [https://archive.org/stream/historyofunite03rhod#page/41/mode/1up History of the United States from the compromise of 1850 to the McKinley-Bryan campaign of 1896] Volume III (1920) pp. 41–66</ref> Foi então proposto realizar um referendo nacional sobre o compromisso. Os republicanos novamente rejeitaram a ideia, embora a maioria dos norte-americanos e sulistas provavelmente tenham votado a favor.<ref>Rhodes, James Ford. [https://archive.org/stream/historyofunite03rhod#page/147/mode/1up History of the United States from the compromise of 1850 to the McKinley-Bryan campaign of 1896] Volume III (1920) pp. 147–52</ref> Uma [[Conferência de Paz de 1861|Conferência de Paz de fevereiro de 1861]], realizada antes da guerra, reunida em [[Washington, D.C.]], propondo uma solução semelhante à do Compromisso de Crittenden, foi rejeitada pelo Congresso. Os republicanos propuseram um compromisso alternativo para não interferir na escravidão onde ela existia, mas o Sul a considerou insuficiente. No entanto, os oito estados escravistas restantes rejeitaram pedidos de adesão aos Confederados após uma votação de dois para um na Primeira Convenção Secessionista da Virgínia, em 4 de abril de 1861.{{sfn|McPherson|1988|pp=234–266}}
O financiamento dos esforços de guerra foi difícil. Ao longo da guerra, a União gastou cerca de 2,16 bilhões de dólares. Cerca de 20% deste total foram arrecadados através da arrecadação de [[imposto]]s já existentes. Papéis governamentais - comprados a um preço fixo por uma pessoa, que seria posteriormente, após a guerra, reembolsada juntamente com os juros - arrecadaram 40%. 30% foram tomados [[empréstimo|emprestados]] de instituições financeiras. Os 10% restantes foram impressos na forma de [[papel moeda]], impresso em casos de emergência, o que causou grande [[inflação]], na ordem dos 40% ao ano, na União. O crescimento anual dos salários dos trabalhadores não acompanhava o mesmo passo do crescimento da inflação, resultando em [[greve]]s e revoltas por melhores salários e condições de trabalho. Ironicamente, muitas destas revoltas foram iniciadas por sindicatos dominados por [[Americanos brancos|brancos]], que se opuseram ao uso de afro-americanos não afiliados a sindicatos por parte das fábricas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


[[Imagem:President-Jefferson-Davis.jpg|thumb|upright|[[Jefferson Davis]], [[Presidente dos Estados Confederados da América]] (1861–1865)]]
Apesar destes problemas, a Guerra Civil Americana trouxe prosperidade económica para a União. As necessidades de guerra - armas, roupas, alimentos - estimularam bastante a [[agricultura]] e a [[indústria]] de manufaturação. A indústria de mineração cresceu drasticamente - a produção de [[carvão]] e [[ferro]], especialmente - bem como a produção de aço. O crescimento da produção agropecuária da União - primariamente [[lã]], [[algodão]], [[milho]], [[trigo]] e carne - fez com que exportações para países europeus dobrassem - à época, alimentos na Europa estavam em falta, devido a sucessivas plantações mal-sucedidas - assim compensando pela drástica queda nas exportações destes produtos por parte da Confederação, que estava sob bloqueio em terra e mar durante a guerra.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Em 4 de março de 1861, [[Abraham Lincoln]] foi empossado como presidente. Em seu discurso de posse, ele argumentou que a Constituição era uma [[Preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos|''união mais perfeita'']] do que os [[Artigos da Confederação|Artigos anteriores da Confederação e União Perpétua]], que era um contrato vinculativo, e chamou qualquer secessão de "nula legalmente".<ref name="inaugural" /> Ele não tinha intenção de invadir os estados do sul, nem pretendia acabar com a escravidão onde ela existia, mas disse que usaria a força para manter a posse da propriedade federal. O governo não faria nenhum movimento para recuperar as agências do [[Serviço Postal dos Estados Unidos|Serviço Postal]] e, se resistisse, a entrega de correspondência terminaria nas linhas estaduais. Onde as condições populares não permitissem a aplicação pacífica da lei federal, os oficiais e juízes dos Estados Unidos seriam retirados. Nenhuma menção foi feita a barras de ouro perdidas dos Estados Unidos na Luisiana, Geórgia e Carolina do Norte. Ele afirmou que seria política dos Estados Unidos cobrar apenas direitos de importação em seus portos; não poderia haver feridos graves no sul para justificar a revolução armada durante seu governo. Seu discurso foi encerrado com um apelo à restauração dos laços de união, apelando aos "acordes místicos da memória" que uniam as duas regiões.<ref name="inaugural" />
Alguns atos econômicos instituídos pelo governo da União ajudaram neste período de crescimento económico. Tais actos estabeleceram um [[banco central]], uma moeda padrão e o Departamento Governamental de Agricultura, em [[1861]]. Actos instituídos em [[1862]] foram os responsáveis pela aprovação da construção da primeira [[ferrovia]] transcontinental americana, pelo fornecimento de lotes de terras no oeste americano a preços nulos ou muito baixos, e o estabelecimento de instituições de ensino superior. Em 1863, o primeiro [[imposto de renda]] nacional foi instituído. A forte economia da União não somente foi um dos motivos primários da vitória desta sobre a Confederação, mas como também o principal motivo do grande crescimento econômico dos Estados Unidos após o fim da guerra, que fez do país a maior potência industrial por volta da [[década de 1890]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


O Sul enviou delegações a Washington, D.C. e se ofereceu para pagar pelas propriedades federais e firmar um tratado de paz com os Estados Unidos. Lincoln rejeitou qualquer negociação com agentes Confederados porque alegou que os Confederados não era um governo legítimo, e que fazer qualquer tratado com ela equivaleria a reconhecê-la como um governo soberano.{{sfn|Potter|Fehrenbacher|1976|p=572–73}} O secretário de estado [[William H. Seward]], que na época se considerava o verdadeiro governador ou "primeiro-ministro" por trás do trono do inexperiente Lincoln, se engajou em negociações não autorizadas e indiretas que fracassaram.{{sfn|Potter|Fehrenbacher|1976|p=572–73}} O presidente Lincoln estava determinado a manter todos os fortes remanescentes ocupados pela União: [[Fort Monroe]], na Virgínia, [[Fort Pickens]], [[Fort Jefferson (Flórida)|Fort Jefferson]] e [[Fort Zachary Taylor Historic State Park|Fort Taylor]], na Flórida, e [[Forte Sumter]], localizado, Carolina do Sul.
=== Confederação ===
{{Artigo principal|Estados Confederados da América}}
[[Imagem:CSA FLAG 28.11.1861-1.5.1863.svg|thumb|250px|Bandeira dos [[Estados Confederados da América]]]]
Os estados que compunham a [[Estados Confederados da América|Confederação]] eram o [[Alabama]], [[Arkansas]], [[Carolina do Norte]], [[Carolina do Sul]], [[Flórida]], [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]], [[Louisiana]], [[Mississippi]], [[Tennessee]], [[Texas]] e [[Virgínia]]. Quando a Guerra Civil Americana começou, a Confederação tinha cerca de 9,5 milhões de habitantes - incluindo 3,5 milhões de afro-americanos. Cerca de um milhão de pessoas brancas do sexo masculino, entre 15 a quarenta anos de idade viviam na Confederação.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


=== Batalha de Fort Sumter ===
O presidente da União, Abraham Lincoln, possuía vários poderes não estabelecidos na Constituição. Isto não aconteceu na Confederação. Isto porque muitos sulistas sempre se opuseram a um governo central, onde uma única pessoa possui enormes poderes. Por causa disto, o Congresso da Confederação tornou-se dividido, com alguns membros apoiando o poder concentrado nas mãos de uma única pessoa, e com outros membros se opondo a isso. As relações de alguns estados da Confederação com o governo da última, bem como entre alguns destes estados, tornaram-se difíceis. [[Jefferson Davis]], o presidente da Confederação, pediu ao Congresso da Confederação permissão ao exercimento dos poderes exercidos por Lincoln, mas seu pedido foi atendido apenas em parte, e Davis recebeu apenas alguns poderes limitados.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
{{artigo principal|Batalha de Fort Sumter}}
[[Imagem:Fort sumter 1861.jpg|thumb|left|Bandeira Confederada tremulando no Fort Sumter]]
[[Fort Sumter]] estava localizado no porto de [[Charleston na Guerra Civil Americana|Charleston, Carolina do Sul]]. a guarnição foi deslocada para lá, para evitar incidentes com milícias locais nas ruas da cidade. [[Abraham Lincoln]] disse ao seu comandante, major [[Robert Anderson]], que esperasse até ser atingido. O presidente confederado [[Jefferson Davis]] ordenou a rendição do forte. Anderson deu uma resposta condicional que o governo Confederado rejeitou e Davis ordenou que o general [[P. G. T. Beauregard]] atacasse o forte antes que uma expedição de socorro pudesse chegar. Ele bombardeou o Forte Sumter de 12 a 13 de abril, forçando sua capitulação.


O ataque a Fort Sumter reuniu o Norte em defesa do nacionalismo americano. O historiador [[Allan Nevins]] destacou a importância do evento:
Desde o início da Guerra Civil Americana, o financiamento da guerra mostrou-se extremamente difícil para a Confederação. Ao longo da guerra, a Confederação gastou cerca de 2,5 bilhões de dólares. Cerca de 1% deste total foram arrecadados através da elevação de [[imposto]]s já existentes. Esta percentagem é muito pequena porque os confederados temiam que uma drástica elevação nos impostos pudesse causar revoltas da elite do país. 39% foram tomados [[empréstimo|emprestados]] de instituições financeiras e arrecadados na forma de papéis governamentais. Os 60% restantes foram impressos na forma de [[papel moeda]], gerando, assim, [[inflação]] descontrolada, na ordem dos 250% o ano, na Confederação. No final da guerra, os preços em geral estavam cerca de mil vezes mais altos do que no início da guerra. Na Confederação, em [[1861]], um par de [[sapato]]s custava 1,8 dólar e um barril de [[trigo]] custava dois dólares. Em [[1864]], estes itens custavam 200 e 275 dólares, respectivamente, e no final da guerra, o barril de trigo custava mais de mil dólares. Os sulistas passaram a fabricar roupas com tecido de carpete e cortinas e a imprimir [[jornal|jornais]] em papel de parede.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


{{quote|"O trovão de Sumter produziu uma cristalização surpreendente do sentimento do Norte. ... A raiva varreu a terra. De todos os lados, surgiram notícias de reuniões de massa, discursos, resoluções, propostas de apoio às companhias, o agrupamento de companhias e regimentos, a ação determinada de governadores e legislativos."<ref>Allan Nevins, ''The War for the Union: The Improvised War 1861–1862'' (1959), pp. 74–75.</ref>}}
Ao longo da Guerra Civil Americana, a Confederação tentou adaptar-se às necessidades dos esforços de guerra. [[Fábrica]]s civis passaram a fabricar [[arma]]s. A produção de algodão caiu drasticamente, e a produção de [[cereal|cereais]] aumentou. Mas as condições dos soldados da Confederação eram sensivelmente piores do que a dos soldados da União - em matéria de alimentos e armas. Em desespero, um ato instituído em [[1863]] permitiu a agentes federais da Confederação o [[confiscação|confisco]] de propriedade civil que pudesse ser utilizada nos esforços de guerra, como [[cavalo]]s, [[alimento]]s, roupas e armas. Os civis eram pagos com o que os agentes decidissem pagar.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


[[Imagem:Great Meeting Union Square.jpg|thumb|220px|Reunião em massa na cidade de [[Nova Iorque]] em 20 de abril de 1861, para apoiar a [[União (Guerra Civil Americana)|União]]]]
== Forças armadas ==
{{mais fontes|Esta seção|data=Janeiro de 2014}}
{| class="wikitable" style = class="bonita" style="float:right; margin:0.5em 0.5em 0.5em 1em; padding:0.5em; font-size:95%;"
|+ '''Comparação da União e da CSA'''<ref name=numeros>Quilometragem de ferrovias vem de: [[Chauncey Depew]] (ed.), ''One Hundred Years of American Commerce 1795–1895'', p. 111; Para outras informações ver [http://www2.census.gov/prod2/decennial/documents/1860c-01.pdf 1860 US census] e Carter, Susan B., ed. ''The Historical Statistics of the United States: Millennial Edition'' (5 vols), 2006.</ref>
! !! União !! CSA
|-
| População total || 22.100.000 (71%) || 9.100.000 (29%)
|-
| População livre || 21.700.000 || 5.600.000
|-
| Escravos em estados de<br />fronteira em [[1860]] || 400.000 || N/A
|-
| Escravos sulistas em [[1860]] || N/A || 3.500.000
|-
| Soldados || 2.100.000 (67%) || 1.064.000 (33%)
|-
| Ferrovias|| 31.064&nbsp;km (71%) || 14.223.km (29%)
|-
| Manufatura || 90% || 10%
|-
| Produção de armas || 97% || 3%
|-
| Produção de algodão em [[1860]]|| Negligível || 4.500.000
|-
| Produção de algodão em [[1864]]|| Negligível || 300.000
|-
| Exportações pré-guerra|| 30% || 70%
|}


Os líderes da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] assumiram incorretamente que apenas uma minoria de sulistas era a favor da secessão e que havia um grande número de unionistas no sul com os quais se podia contar. Se os nortistas percebessem que a maioria dos sulistas favorecia a secessão, eles poderiam ter hesitado em tentar a enorme tarefa de conquistar um Sul unido.<ref>James Ford Rhodes, [https://archive.org/stream/historyofunite03rhod#page/291/mode/1up History of the United States from the compromise of 1850 to the McKinley-Bryan campaign of 1896] Volume III (1920) pp. 291–92</ref>
Quando a Guerra Civil Americana começou, com o ataque sulista ao [[Fort Sumter]], nem a União nem a Confederação possuíam um plano de recrutamento de [[soldado]]s. O exército da União, no início da guerra, era composto de apenas aproximadamente 11 mil soldados. O exército da Confederação era ainda menor, por volta de seis mil soldados. Em abril de 1861, o Congresso americano aprovou uma convocação inicial de 65 mil homens - todos voluntários - para fazer frente ao ataque sulista. No começo da guerra, tanto a União quanto a Confederação utilizavam apenas voluntários como soldados - participava da guerra quem quisesse. Isto funcionou bem no início da guerra.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Lincoln pediu a todos os estados que enviassem forças para recuperar o forte e outras propriedades federais. A escala da rebelião parecia pequena, então ele chamou apenas [[Os 75.000 voluntários do Presidente Lincoln|75.000 voluntários]] por 90 dias.{{sfn|McPherson|1988|p=274}} O governador de [[Massachusetts]] tinha regimentos estaduais em trens que seguiam para o Sul no dia seguinte. No oeste do [[Missouri]], os secessionistas locais apreenderam o [[Liberty Arsenal]].<ref>{{citar livro|último =Howard Louis Conard|título=Encyclopedia of the History of Missouri|url={{google books |plainurl=y |id=6BPVAAAAMAAJ|page=45}}|ano=1901|página=45}}</ref> Em 3 de maio de 1861, Lincoln convocou 42.000 voluntários adicionais por um período de três anos.<ref name="Proclamation 83 – Increasing the Size of the Army and Navy" />
Porém, à medida que a guerra foi estendendo-se, e o número de baixas em ambos os lados começou a aumentar, mais recrutas passaram a ser necessários. A duração da guerra e os números de baixas, porém, diminuíram muito o entusiasmo pela população de ambos os lados pela guerra, e assim sendo, o número de voluntários acabou por cair. O alistamento forçado acabou por ser instituído em ambos os lados ao longo da guerra. Na Confederação, o alistamento forçado foi instituído em abril de 1862, forçando todas as pessoas brancas do sexo masculino entre 18 a 35 anos de idade e em boas condições de saúde a servirem no exército por três anos. Em fevereiro de 1864, tais limites haviam sido estendidos para 17 a cinquenta anos. Já a União instituiu o alistamento forçado em março de 1863, para pessoas, sem distinção de raça, do sexo masculino, entre 20 a 45 anos de idade. [[Mulher]]es, em momento algum, foram autorizadas a lutar em ambos os lados, embora algumas tivessem se disfarçado como homens, e lutado por suas federações.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Quatro estados do Centro e do Sul do país haviam repetidamente rejeitado as aberturas Confederadas, mas agora a [[Virgínia]], [[Tennessee]], [[Arkansas]] e [[Carolina do Norte]] se recusavam a enviar forças contra seus vizinhos, declaravam sua secessão e ingressavam aos Confederados. Para recompensar a Virgínia, a capital Confederada foi transferida para [[Richmond (Virgínia)|Richmond, Virgínia]].{{sfn|McPherson|1988|pp=276–307}}
A guerra foi cognominada por vários soldados como ''"guerra entre homens ricos, lutas entre homens pobres"''. Isto porque este recrutamento forçado possuía suas excepções. Em ambos os lados, homens que, pelas regras do recrutamento forçado, teriam de servir no exército, poderiam contratar um substituto - geralmente, um homem pobre e sem trabalho - para lutar em seu lugar. Na União, pessoas podiam pagar ao governo 300 [[dólar americano|dólares]] (uma grande soma de dinheiro na época) para não ser forçado a alistar-se. Estas excepções fizeram com que o sistema de recrutamento forçado fosse mal visto por soldados de origem humilde, tanto na União quanto na Confederação. Na cidade de [[Nova Iorque]], em julho de 1863, alguns meses após o alistamento militar forçado ter sido instituído, uma grande revolta popular tomou curso. Os revoltados estavam armados, e exigiam o fim do alistamento forçado. Esta revolta foi suprimida com o uso de força [[polícia|policial]] e militar. Apesar dos problemas, o recrutamento forçado em ambos os lados foram bem-sucedidos em seu principal objetivo, o de aumentar o número de soldados nas forças armadas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


=== Atitude dos estados fronteiriços ===
Outra medida também contribuiu nos esforços de guerra - ambos os lados permitiam que qualquer homem formasse um pequeno [[regimento]] ou uma força mercante a serviço de sua federação, sendo que tais grupos recebiam uma soma do governo. O Norte também instituiu um tipo especial de pagamento, ''bounty payments''. Quando uma pessoa entrasse à força militar da União voluntariamente, ele era recompensado com uma soma em [[dinheiro]]. Esta medida, porém, também causou um problema: várias pessoas alistavam-se voluntariamente, usando nomes falsos, recebiam a soma em dinheiro, e após isto, [[traição|desertavam]]. Muitos deles inclusive alistavam-se e desertavam seguidamente, usando vários nomes falsos.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
{{artigo principal|Estados fronteiriços (Guerra Civil Americana)}}
[[Imagem:US Secession map 1863 (BlankMap derived).png|thumb|upright=1.15|right|Mapa da Secessão dos Estados Unidos em 1863. A [[União (Guerra Civil Americana)|União]] vs. os [[Estados Confederados da América|Confederados]]
{{legend|#002255| Estados da União}}
{{legend|#6895c9| Territórios da União que não permitem a escravidão}}
{{legend|#ffff00| [[Estados fronteiriços (Guerra Civil Americana)|Estados fronteiriços da União, que permitiam a escravidão]]}} (Um desses estados, a [[Virgínia Ocidental]], foi criado em 1863)
{{legend|#dd5500| Estados Confederados}}
{{legend|#EDB360| Territórios da União que permitiam a escravidão (reivindicado pelos Confederados) no início da guerra, mas onde a escravidão foi proibida pelos Estados Unidos em 1862}}]]
[[Maryland]], [[Delaware]], [[Missouri]] e [[Kentucky]] eram estados escravistas que se opunham à secessão e coagiam o Sul. A [[Virgínia Ocidental]] então se juntou a eles como um estado fronteiriço adicional depois que se separou da [[Virgínia]] e se tornou um estado da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] em 1863.


O território de Maryland cercou a capital dos Estados Unidos, em [[Washington, D.C.]], e poderia isolá-lo do Norte.<ref>{{citar web|url=http://msa.maryland.gov/msa/stagser/s1259/121/7590/html/0000.html|título=Civil War and the Maryland General Assembly, Maryland State Archives|website=msa.maryland.gov|acessodata=28 de maio de 2017}}</ref> Havia numerosos oficiais anti-Lincoln que toleravam [[Revolta de Baltimore em 1861|tumultos anti-exército em Baltimore]] e a queima de pontes, ambos com o objetivo de impedir a passagem de tropas para o Sul. A legislatura de Maryland votou esmagadoramente (53–13) para permanecer na União, mas também rejeitou as hostilidades com seus vizinhos do Sul, votando para fechar as linhas ferroviárias de Maryland para impedir que elas fossem usadas para a guerra.<ref name="Maryland State Archives">{{citar web|url=http://teachingamericanhistorymd.net/000001/000000/000017/html/t17.html|título=Teaching American History in Maryland – Documents for the Classroom: ''Arrest of the Maryland Legislature, 1861''|publicado=Maryland State Archives|ano=2005|acessodata=6 de fevereiro de 2008 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080111110628/http://teachingamericanhistorymd.net/000001/000000/000017/html/t17.html |arquivodata=11 de janeiro de 2008 |url-status=dead}}</ref> Lincoln respondeu estabelecendo a [[lei marcial]] e suspendendo unilateralmente o [[habeas corpus]] em Maryland, juntamente com o envio de unidades de milícias do Norte.{{sfn|McPherson|1988|p=284–87}} Lincoln rapidamente assumiu o controle de Maryland e do Distrito de Columbia, capturando muitas figuras proeminentes, incluindo prender 1/3 dos membros da [[Assembléia Geral de Maryland]] no dia em que se reuniu novamente.<ref name="Maryland State Archives" /><ref>William C. Harris, ''Lincoln and the Border States: Preserving the Union'' (University Press of Kansas, 2011), p. 71,</ref> Todos foram mantidos sem julgamento, ignorando uma decisão do presidente da [[Chefe de Justiça dos Estados Unidos]], [[Roger B. Taney]], natural de Maryland, de que apenas o Congresso (e não o presidente) poderia suspender o habeas corpus (''[[Ex parte Merryman]]''). De fato, tropas federais prenderam um proeminente editor de jornal de Baltimore, [[Frank Key Howard]], neto de [[Francis Scott Key]], depois que ele criticou Lincoln em um editorial por ignorar a decisão do Supremo Tribunal Federal.<ref>{{citar livro|último1 =Howard|primeiro1 =F. K. (Frank Key)|título=Fourteen Months in American Bastiles|data=1863|publicado=H.F. Mackintosh|local=London|url=https://archive.org/details/fourteenmonthsin00inhowa|acessodata=18 de agosto de 2014}}</ref>
Após o fim da guerra, duas organizações fraternais foram abertas - uma aberta a ex-soldados da União e suas famílias, e a outra para ex-soldados da Confederação e suas famílias. Em 1905, o governo americano instituiu uma medalha de campanha válida a todos os soldados que lutaram na guerra - seja ao lado da União ou da Confederação. O último veterano vivo da guerra, [[Albert Woolson]], da União, morreu em [[2 de agosto]] de 1956, aos 109 anos de idade.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


No Missouri, uma [[Convenção Constitucional do Missouri de 1861 a 1863|convenção eleita]] sobre secessão votou decisivamente para permanecer na União. Quando o governador pró-Confederado [[Claiborne Fox Jackson]] convocou a milícia do estado, ela foi atacada por forças federais sob o general [[Nathaniel Lyon]], que perseguiu o governador e o restante da Guarda Estadual até o canto sudoeste do estado (veja também: [[Secessão do Missouri]]). No vácuo resultante, a convenção sobre secessão se reuniu novamente e tomou o poder como governo provisório unionista do Missouri.<ref name="nevins" />
=== Números ===
Não se sabe o número exacto de soldados que lutaram na Guerra Civil Americana - factores como alistamento por um curto período de tempo, pessoas que se alistaram mais de uma vez na Guerra (por exemplo, quando eram removidos do serviço militar por causa de [[ferida|ferimentos]], voltando após recuperação), pessoas que lutaram na guerra sem registo de soldado, e desertores. Estima-se que o número de soldados que lutaram pela União seja de dois milhões - metade da população masculina dentro da faixa etária militar - e em aproximadamente um milhão o número de soldados que lutaram pela Confederação - quatro quintos da população masculina branca dentro da faixa etária militar.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Kentucky não se separou; por um tempo, se declarou neutro. Quando as forças Confederadas entraram no estado em setembro de 1861, a neutralidade terminou e o estado reafirmou seu status de União, enquanto tentava manter a escravidão. Durante uma breve invasão pelas forças Confederadas em 1861, simpatizantes Confederados organizaram uma convenção de secessão, formada a sombra do [[Governo Confederado de Kentucky]], elegeram um governador e ganharam reconhecimento dos Confederados. Sua jurisdição se estendeu apenas até as linhas de batalha Confederadas da Commonwealth e foi exilada definitivamente após outubro de 1862.<ref name="nevins26" />
O número de soldados no exército da União cresceu desde o início da Guerra Civil Americana. O exército da União tinha pouco mais de 13.000 homens em atividade quando a guerra se iniciou em 12 de Abril de 1861.<ref name=davis>{{citar livro|autor=Davis, William C|título=Brothers in Arms|subtítulo=The Lives and Experiences of the Men who Fought the Civil War - In their Own Words|idioma=inglês|edição=|local=Nova Iorque|editora=Salamander Books|ano=2000|páginas=144|página=12|volume=|isbn=0-8317-0768-2 }}</ref> No final da guerra, o exército da União tinha cerca de 1,12 milhão de soldados. O exército da Confederação atingiu seu máximo em 1863, quando o número de soldados nas forças militares chegou a quase 500 mil. A partir de 1863, o número de soldados no exército da Confederação passou a diminuir gradativamente. No final da guerra, o exército da Confederação tinha menos de 200 mil soldados. Altas taxas de deserção foram a principal causa desta diminuição - especialmente nos meses finais da guerra, quando a Confederação não tinha mais nenhuma hipótese de vitória.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Após a secessão da Virgínia, um [[Governo Restaurado da Virgínia|governo unionista]] em [[Wheeling (Virgínia Ocidental)|Wheeling]] pediu a 48 municípios que votassem em uma ordenança para criar um novo estado em 24 de outubro de 1861. Uma participação eleitoral de 34% aprovou a lei estadual (96% aprovou).<ref name="Convenience WV">{{citar web|url=http://www.wvculture.org/History/statehood/statehood10.html |título=A State of Convenience, The Creation of West Virginia |publicado=West Virginia Archives & History |acessodata=20 de abril de 2012}}</ref> A inclusão de 24 condados secessionistas<ref name="copperhead" /> no estado e a guerra de guerrilha que se seguiu envolveu cerca de 40.000 tropas federais durante grande parte da guerra.{{sfn|McPherson|1988|p=303}}{{sfn|Weigley|2004|p=55}} O Congresso admitiu a Virgínia Ocidental na União em 20 de junho de 1863. A Virgínia Ocidental forneceu entre 20.000 e 22.000 soldados para a Confederados e a União.<ref name="charleston" />
O [[salário]] de um soldado branco da União era de treze [[dólar americano|dólares]] mensais, mais um incentivo anual de 42 dólares, para a compra de [[roupa]]s. O salário mensal de soldados da confederação, até 1864, era de onze dólares mensais. Em julho de 1864, devido à inflação, o salário foi aumentado para dezoito dólares mensais.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Uma tentativa de secessão unionista ocorreu no leste do Tennessee, mas foi reprimida pelos Confederados, que prendeu mais de 3.000 homens suspeitos de serem leais à União. Eles foram detidos sem julgamento.{{sfn|Neely|1993|p=10–11}}
=== Principais líderes ===
{{Imagem dupla|right|Abraham Lincoln seated, Feb 9, 1864.jpg|170|President-Jefferson-Davis.jpg|150|[[Abraham Lincoln]], o 16° [[presidente dos Estados Unidos]].|[[Jefferson Davis]], o presidente da [[Estados Confederados da América|Confederação]] (1861–1865).}}
Os [[presidente]]s da União e da Confederação, [[Abraham Lincoln]] e [[Jefferson Davis]], como Comandantes-em-Chefe de suas respectivas [[nação|nações]], tinham a responsabilidade de escolher as pessoas que iriam ocupar os maiores postos militares de suas federações.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


== Características gerais da guerra ==
Os principais líderes da União foram Abraham Lincoln, [[William H. Seward]], [[Edwin M. Stanton]], [[Ulysses S. Grant]], [[William Tecumseh Sherman]], [[George H. Thomas]], [[George B. McClellan]], [[Henry W. Halleck]], [[Joseph Hooker]], [[Ambrose Burnside]], [[Irvin McDowell]], [[Philip Sheridan]], [[George Crook]], [[George Armstrong Custer]], [[Christopher Carson]], [[John E. Wool]], [[George Gordon Meade]], [[Winfield Hancock]], [[Elihu B. Washburne]], [[Winfield Scott]], [[Abner Read]] e [[Robert Gould Shaw]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
{{VT|Lista de batalhas da Guerra Civil Americana|Liderança militar na Guerra Civil Americana}}
A Guerra Civil foi um concurso marcado pela ferocidade e frequência da batalha. Ao longo de quatro anos, 237 batalhas nomeadas foram travadas, assim como muitas outras ações menores e escaramuças, muitas vezes caracterizadas por sua intensidade amarga e altas baixas. No seu livro ''The American Civil War'', [[John Keegan]] escreve que "A Guerra Civil Americana foi uma das guerras mais ferozes já travadas". Sem objetivos geográficos, o único alvo para cada lado era o soldado do inimigo.<ref>Keegan, "The American Civil War", p. 73. Over 10,000 military engagements took place during the war, 40 percent of them in Virginia and Tennessee. See Gabor Boritt, ed. ''War Comes Again'' (1995), p.&nbsp;247.</ref>


=== Mobilização ===
Os principais líderes da Confederação foram Jefferson Davis, [[Robert E. Lee]], [[Joseph E. Johnston]], [[Thomas J. Jackson]], [[James Longstreet]], [[Pierre Gustave Toutant de Beauregard]], [[John Mosby]], [[Braxton Bragg]], [[John Bell Hood]], [[James Ewell Brown Stuart]], [[William Mahone]], [[Judah P. Benjamin]], [[Jubal Early]], [[Nathan Bedford Forrest]] e [[Ambrose Powell Hill]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
{{VT|Crianças-soldados na Guerra Civil Americana}}
Quando os sete primeiros estados começaram a organizar uma Confederação em Montgomery, todo o [[Exército dos Estados Unidos]] tinha apenas 16.000 homens. No entanto, os governadores do Norte começaram a mobilizar suas milícias.<ref>''"With an actual strength of 1,080 officers and 14,926 enlisted men on June 30, 1860, the Regular Army&nbsp;..." [http://www.history.army.mil/html/bookshelves/resmat/civil_war/extracts/the_civil_war_1861_(pg_199-221).pdf Civil War Extracts] pp.&nbsp;199–221, American Military History.</ref> O [[Congresso dos Estados Confederados da América]] autorizou a nova nação a receber até 100.000 soldados enviados pelos governadores em fevereiro. Em maio, [[Jefferson Davis]] estava pressionando 100.000 homens armados por um ano ou uma duração, e isso foi respondido em espécie pelo [[Congresso dos Estados Unidos]].<ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=9lAfAQAAIAAJ|page=264}}|título=Abraham Lincoln: A History|último =Nicolay|primeiro =John George|último2 =Hay|primeiro2 =John|data=1890|publicado=Century Company|língua=en}}</ref><ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=Z2_ZM0dWVrsC|page=308}}|título=The Confederate States of America, 1861—1865: A History of the South|último =Coulter|primeiro =E. Merton|data=1 de junho de 1950|publicado=LSU Press|isbn=9780807100073|p=308|língua=en}}</ref><ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=9lAfAQAAIAAJ|page=264}}|título=Abraham Lincoln: A History|último =Nicolay|primeiro =John George|último2 =Hay|primeiro2 =John|data=1890|publicado=Century Company|língua=en}} state: "Desde a organização do governo de Montgomery, em fevereiro, foram feitas quatro chamadas diferentes para voluntários do Sul ... Em sua mensagem de 29 de abril ao Congresso rebelde, Jefferson Davis propôs organizar para ação instantânea um exército de 100.000 ..." Coulter relata que Alexander Stephens entendeu que Davis queria o controle unilateral de um exército permanente, e a partir daquele momento se tornou seu oponente implacável.</ref>


No primeiro ano da guerra, os dois lados tinham muito mais voluntários do que podiam efetivamente treinar e equipar. Depois que o entusiasmo inicial desapareceu, não era suficiente confiar na coorte de jovens que chegavam à maioridade todos os anos e queriam ingressar. Ambos os lados usaram um projeto de lei de [[Conscrição|recrutamento]], como um dispositivo para incentivar ou forçar o voluntariado; relativamente poucos foram redigidos e servidos. Os Confederados aprovaram um projeto de lei em abril de 1862 para jovens de 18 a 35 anos; superintendentes de escravos, funcionários do governo e clérigos eram isentos.<ref name="questia" /> O Congresso dos Estados Unidos seguiu em julho, autorizando um esboço da milícia dentro de um estado em que não conseguia cumprir sua cota com voluntários. Os [[História da imigração para os Estados Unidos#1850 a 1930|imigrantes]] europeus ingressaram no [[Exército da União]] em grande número, incluindo 177.000 nascidos na [[Alemanha]] e 144.000 nascidos na [[Irlanda]].<ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=4xgOAAAAIAAJ|page=523}}|título=The German Element in the United States: With Special Reference to Its Political, Moral, Social, and Educational Influence|último =Faust|primeiro =Albert Bernhardt|data=1909|publicado=Houghton Mifflin Company|língua=en}} The railroads and banks grew rapidly. See [[Ellis Paxson Oberholtzer|Oberholtzer, Ellis Paxson]]. {{citar livro|url={{Google books|plainurl=y|id=8jHiEwVmB8MC|page=478}}|título=Jay Cooke: Financier Of The Civil War |ano=1907 |volume= 2 |pp= 378–430}}. See also {{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=hmchAAAAMAAJ|page=69}}|título=A history of the United States since the Civil War|último =Oberholtzer|primeiro =Ellis Parson|data=1926|publicado=The Macmillan company|língua=en|pp=69–12}}</ref>
Cinco oficiais da União que lutaram na guerra tornar-se-iam futuramente [[Presidente dos Estados Unidos]]: [[Ulysses S. Grant|Grant]], [[Rutherford B. Hayes|Hayes]], [[James Garfield]], [[Benjamin Harrison]] e [[William McKinley|McKinley]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Quando a [[Proclamação de Emancipação]] entrou em vigor em janeiro de 1863, ex-escravos foram recrutados energicamente pelos estados e usados para atender às cotas estaduais. Estados e comunidades locais ofereceram bônus em dinheiro cada vez mais altos para voluntários brancos. O congresso apertou a lei em março de 1863. Os homens selecionados no esboço poderiam fornecer substitutos ou, até meados de 1864, pagar dinheiro da comutação. Muitos elegíveis reuniram seu dinheiro para cobrir o custo de qualquer pessoa que fosse convocada. As famílias usaram a provisão substituta para selecionar qual homem deveria entrar no exército e qual deveria ficar em casa. Houve muita evasão e resistência aberta ao projeto, especialmente nas áreas católicas. O [[Motins em Nova Iorque|motim na cidade de Nova Iorque]] em julho de 1863 envolveu imigrantes irlandeses que haviam sido inscritos como cidadãos para aumentar o voto da [[Tammany Hall|máquina política democrata da cidade]], sem perceber que os tornava responsáveis pelo projeto.<ref name="reconstruct" /> Dos 168.649 homens contratados para a União por meio do projeto, 117.986 eram substitutos, restando apenas 50.663 que tiveram seus serviços pessoais recrutados.<ref name="murdock" />
Pelo lado da União combateu, liderando a Brigada Excelsior na Campanha de Gettysburgh, o general luso-americano [[Francis Barretto Spinola]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


[[Imagem:NYRiot.jpg|thumb|upright|Desordeiros que atacavam um edifício durante os [[Motins em Nova Iorque|distúrbios anti-recrutamento de Nova Iorque]] de 1863]]
=== Participação dos afro-americanos na guerra ===
[[Imagem:Soldiers White Black 1861.jpg|esquerda|thumb|upright|Em 1863, o exército da União aceitava escravos [[libertos]]. Na imagem, jovens soldados [[negros]] e [[brancos]].]]
A [[Proclamação de Emancipação]] de Lincoln aprovou o uso de [[afro-americano]]s no exército da União - tanto que todos os homens do Norte, que tinham entre 20 a 45 anos de idade, incluindo afro-americanos, foram obrigados a lutar pela União. Cerca de 180 mil afro-americanos lutaram pela União, e cerca de dois terços deles eram ex-escravos sulistas que fugiram para o Norte, em busca de liberdade. Mais 25 mil afro-americanos actuaram na marinha de guerra da União, aberta aos afro-americanos anos antes da Guerra da Secessão. Lincoln certa vez disse que a ''"participação dos negros na guerra foi muito importante, se não indispensável"''.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Tanto no Norte como no Sul, os projetos de lei eram altamente impopulares. No Norte, cerca de 120.000 homens escaparam do serviço militar, muitos deles fugindo para o [[Canadá]] e outros 280.000 soldados desertaram durante a guerra.<ref>Judith Lee Hallock, "The Role of the Community in Civil War Desertion." ''Civil War History'' (1983) 29#2 pp. 123–34. [http://mtw160-198.ippl.jhu.edu/journals/civil_war_history/v029/29.2.hallock.pdf online]</ref> Pelo menos 100.000 sulistas desertaram, ou cerca de 10%. No Sul, muitos homens desertaram temporariamente para cuidar de suas famílias angustiadas e depois voltaram para suas unidades.<ref>{{citar periódico|jstor = 2580242|título= Desertion as Localism: Army Unit Solidarity and Group Norms in the U.S. Civil War|periódico= Social Forces|volume = 70|número= 2|páginas= 321–342|último1 = Bearman|primeiro1 = Peter S.|ano= 1991|doi = 10.1093/sf/70.2.321}}</ref> No Norte, os "saltadores de recompensa" se alistaram para obter o bônus generoso, abandonaram-se e depois voltaram para uma segunda estação de recrutamento com um nome diferente para se inscrever novamente para um segundo bônus; 141 foram pegos e executados.<ref name="desertion37" />
Cerca de 170 [[regimento]]s afro-americanos foram formados, dos quais a maioria era liderada por brancos. Os Confederados, por sua vez, não permitiram o uso de afro-americanos até semanas antes do final do conflito, quando o exército confederado precisava desesperadamente de mais soldados.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


De uma minúscula força fronteiriça em 1860, os exércitos da União e os Confederados haviam se tornado os "maiores e mais eficientes exércitos do mundo" dentro de alguns anos. Observadores europeus na época os rejeitavam como amadores e não profissionais, mas o historiador britânico [[John Keegan]] concluiu que cada um superava os exércitos francês, prussiano e russo da época, e se não fosse o [[Atlântico]], teria ameaçado qualquer um deles com derrota.{{sfn|Keegan|2009|p=57}}
Ao longo da Guerra Civil Americana, regimentos afro-americanos participaram de mais de 39 batalhas, onde cerca de 35 mil afro-americanos perderam a vida. 23 afro-americanos tiveram a honra de serem condecorados com a ''[[Medalha de Honra]]''. Inicialmente, os afro-americanos eram mal-vistos pela população como soldados, recebendo apenas metade do salário de um branco. Após 1864, porém, tanto brancos quanto afro-americanos passaram a ser pagos com a mesma quantia de dinheiro. Apesar disto, outros tipos de [[discriminação]] continuaram. A maioria dos afro-americanos trabalhava em tarefas não-militares, como limpeza, cozinha e manutenção de armas. Mesmo assim, vários regimentos afro-americanos participaram de batalhas primárias, surpreendendo a população branca do Norte, que acreditava que os afro-americanos não seriam bons soldados.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


==== Mulheres ====
Ironicamente, quando [[Richmond (Virgínia)|Richmond]], a capital confederada, foi capturada, foi um regimento afro-americano que teve a distinção de ser o primeiro a entrar na capital confederada capturada. Lincoln, posteriormente, no mesmo dia, visitou a cidade, protegido por [[cavalaria]] formada por afro-americanos.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
O número de mulheres que serviram como soldados durante a guerra é estimado entre 400 e 750, embora uma contagem precisa seja impossível porque as mulheres tiveram que se disfarçar de homens.<ref>{{citar web|url=http://www.civilwar.org/education/history/untold-stories/female-soldiers-in-the-civil.html |título=Female Soldiers in the Civil War |publicado=Civilwar.org |data=25 de janeiro de 2013|acessodata=9 de agosto de 2015}}</ref>

As mulheres também serviram no navio hospital da União ''Red Rover'' e cuidaram das tropas da União e dos Confederados nos hospitais de campanha.<ref name="womensmemorial.org">{{citar web|url=http://www.womensmemorial.org/Education/timeline.html |título=Highlights in the History of Military Women |website=Women In Military Service For America Memorial |acessodata=22 de junho de 2013 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130403045042/http://www.womensmemorial.org/Education/timeline.html |arquivodata=3 de abril de 2013 |url-status=dead}}</ref>

[[Mary Edwards Walker]], a única mulher a receber a [[Medalha de Honra]], serviu no [[Exército da União]] e recebeu a medalha por seus esforços no tratamento dos feridos durante a guerra. O nome dela foi excluído da Medalha de Honra do Exército em 1917 (junto com mais de 900 outros homens recebedores da Medalha de Honra); no entanto, foi restaurado em 1977.<ref name=":3">{{citar livro|título=Amazons to Fighter Pilots - A Biographical Dictionary of Military Women (Volume Two)|último =Pennington|primeiro =Reina|publicado=Greenwood Press|ano=2003|isbn=0-313-32708-4|local=Westport, Connecticut|páginas=474–475}}</ref><ref>{{citar jornal|título=The Case of Dr. Walker, Only Woman to Win (and Lose) the Medal of Honor|url=https://www.nytimes.com/1977/06/04/archives/the-case-of-dr-walker-only-woman-to-win-and-lose-the-medal-of-honor.html|acessodata=6 de janeiro de 2018 |obra=[[The New York Times]] |data=4 de junho de 1977}}</ref>

=== Motivação ===
Perman e Taylor (2010) escrevem que os historiadores pensam duas vezes sobre por que milhões de homens pareciam tão ansiosos para lutar, sofrer e morrer ao longo de quatro anos:

{{quote|Alguns historiadores enfatizam que os soldados da Guerra Civil foram movidos pela ideologia política, mantendo crenças firmes sobre a importância da liberdade, direitos da União ou do Estado, ou sobre a necessidade de proteger ou destruir a escravidão. Outros apontam razões menos abertamente políticas para lutar, como a defesa do lar e da família, ou a honra e a irmandade a serem preservadas ao lutar ao lado de outros homens. A maioria dos historiadores concorda que, não importa o que um soldado tenha pensado quando entrou na guerra, a experiência de combate o afetou profundamente e às vezes alterava suas razões para continuar a luta.{{sfn|Perman|Taylor|2010|p=177}}}}

=== Prisioneiros ===
{{artigo principal|Campos de prisioneiros da Guerra Civil Americana}}
No início da Guerra Civil, um sistema de liberdade condicional operava. Os cativos concordaram em não lutar até que fossem oficialmente trocados. Enquanto isso, eles foram mantidos em campos administrados por seu exército. Eles foram pagos, mas não foram autorizados a desempenhar nenhuma função militar.<ref>{{citar livro|autor =Roger Pickenpaugh|título=Captives in Blue: The Civil War Prisons of the Confederacy|url={{google books |plainurl=y |id=pWOfsOceCNUC|page=57}}|ano=2013|publicado=University of Alabama Press|páginas=57–73|isbn=9780817317836}}</ref> O sistema de trocas entrou em colapso em 1863, quando os Confederados se recusaram a trocar prisioneiros negros. Depois disso, cerca de 56.000 dos 409.000 prisioneiros de guerra morreram nas prisões durante a guerra, representando quase 10% das mortes do conflito.{{sfn|Tucker|Pierpaoli|White|2010|p=1466}}

== Táticas navais ==
A pequena [[Marinha dos Estados Unidos]] em 1861 foi rapidamente ampliada para 6.000 oficiais e 45.000 homens até 1865, com 671 navios, com uma tonelagem de 510.396.{{sfn|Welles|1865|p=152}}{{sfn|Tucker|Pierpaoli|White|2010|p=462}} Sua missão era bloquear portos [[Estados Confederados da América|Confederados]], assumir o controle do sistema fluvial, defender-se dos invasores Confederados em alto mar e estar pronto para uma possível guerra com a [[Marinha Real Britânica]].{{sfn|Canney|1998|p=?}} Enquanto isso, a principal guerra ribeirinha foi travada no Ocidente, onde uma série de grandes rios dava acesso ao coração dos Confederados. A Marinha dos Estados Unidos acabou ganhando o controle dos rios [[Rio Vermelho do Sul|Vermelho do Sul]], [[Rio Tennessee|Tennessee]], [[Rio Cumberland|Cumberland]], [[Rio Mississippi|Mississippi]] e [[Rio Ohio|Ohio]]. No Oriente, a Marinha fornecia e movimentava forças do exército e ocasionalmente bombardeava instalações Confederadas.

=== A marinha moderna evolui ===
A Guerra Civil ocorreu durante os primeiros estágios da revolução industrial. Muitas inovações navais surgiram durante esse período, principalmente o advento do navio de guerra revestido de ferro. Tudo começou quando os [[Estados Confederados da América|Confederados]], sabendo que tinham que atender ou igualar a superioridade naval da [[União (Guerra Civil Americana)|União]], respondeu ao [[Bloqueio da União]] construindo ou convertendo mais de 130 embarcações, incluindo 26 chapas de ferro e baterias flutuantes.{{sfn|Nelson|2005|p=92}} Apenas metade iria servir no serviço ativo. Muitos estavam equipados com arcos de carneiro, criando "febre do carneiro" entre os esquadrões da União, onde quer que ameaçassem. Mas, diante da esmagadora superioridade da União e dos navios de guerra vestidos de ferro da União, eles não tiveram êxito.{{sfn|Anderson|1989|p=300}}

[[Imagem:Battle of Hampton Roads 3g01752u.jpg|240px|thumb|left|Batalha entre o [[USS Monitor|''Monitor'']] e o [[USS Merrimack (1855)|''Merrimack'']]]]

Além dos navios de guerra oceânicos que vinham do [[Mississippi]], a [[Marinha da União]] usava painéis de madeira e canhões blindados. Estaleiros no [[Cairo (Illinois)|Cairo, Illinois]] e St. Louis construíram novas embarcações a vapor modificadas para a ação.<ref>Myron J. Smith, ''Tinclads in the Civil War: Union Light-Draught Gunboat Operations on Western Waters, 1862–1865'' (2009).</ref>

Os Confederados experimentaram o [[submarino]] [[Submarino Hunley|CSS ''Hunley'']], que não funcionou satisfatoriamente,<ref>Gerald F. Teaster and Linda and James Treaster Ambrose, ''The Confederate Submarine H. L. Hunley'' (1989)</ref> e construiu um navio de ferro, o [[CSS Virginia|CSS ''Virginia'']], que se baseou na reconstrução de um navio afundado da União, o [[USS Merrimack (1855)|''Merrimack'']]. Em sua primeira incursão em 8 de março de 1862, o CSS ''Virginia'' infligiu danos significativos à frota de madeira da União, mas no dia seguinte o [[USS Monitor|''Monitor'']] de ferro da União chegou para desafiá-la na [[Baía de Chesapeake]]. Em três horas a [[Batalha de Hampton Roads]] resultou em um empate, mas provou que os navios de ferro eram navios de guerra eficazes.{{sfn|Nelson|2005|p=345}} Pouco tempo depois da batalha, os Confederados foram forçados a afundar o CSS ''Virginia'' para impedir sua captura, enquanto a União construiu muitas cópias do USS ''Monitor''. Na falta de tecnologia e infraestrutura para construir navios de guerra eficazes, os Confederados tentaram obter navios de guerra da [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|Grã-Bretanha]].{{sfn|Fuller|2008|p=36}}
{{limpar}}
{{limpar}}
=== A vida dos soldados ===
=== Bloqueio da União ===
[[Imagem:Scott-anaconda.jpg|thumb|upright=1.3|"[[Plano Anaconda]]" do general [[Winfield Scott]], 1861. Apertando o bloqueio naval, forçando os rebeldes a sair do [[Missouri]] ao longo do [[rio Mississippi]], os unionistas do [[Kentucky]] sentam-se em cima do muro, indústria de [[algodão]] ociosa ilustrada na [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]].]]
[[Imagem:Horse Arty Officers at Fair Oaks 1862.jpg|thumb|250px|Soldados da União em seu acampamento.]]
{{artigo principal|Bloqueio da União}}
As condições de vida dos soldados que lutaram na Guerra Civil Americana eram precárias, embora melhores do que em guerras pré-Secessão. Os soldados eram muito mal pagos. As [[roupa]]s eram precárias, feitas de [[lã]] crua, não processada. Tais roupas costumavam desfacelar-se na primeira [[chuva]]. Muitos soldados também não recebiam calçados - especialmente na Confederação, onde a grande maioria dos soldados lutou descalça. A alimentação dos soldados consistia primariamente em [[trigo]], [[milho]], [[carne]]s e [[fruta]]s secas. Estes alimentos muitas vezes não eram estocados ou preparados de forma segura. Além disso, a higiene dos soldados da guerra era precária. Como consequência, mortes devido a [[cólera]], [[disenteria]] e outras doenças do sistema intestinal foram comuns ao longo da guerra, tanto quanto o número de mortes causadas por ferimentos de batalha. Inicialmente, cada soldado era responsável por preparar e cozinhar seu próprio alimento. Rapidamente, porém, ambos os lados organizaram companhias cuja única responsabilidade era cozinhar para os soldados de um dado regimento.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
No início de 1861, o general [[Winfield Scott]] havia elaborado o "[[Plano Anaconda]]" para vencer a guerra com o mínimo de derramamento de sangue possível.{{sfn|Richter|2009|p=49}} Scott argumentou que um bloqueio da União nos principais portos enfraqueceria a economia Confederada. [[Abraham Lincoln]] adotou partes do plano, mas anulou a cautela de Scott em cerca de 90 dias de voluntários. Mas a opinião pública, no entanto, exigiu um ataque imediato do exército para capturar [[Richmond (Virgínia)|Richmond]].{{sfn|Johnson|1998|p=228}}


Em abril de 1861, Lincoln anunciou o bloqueio da União de todos os portos do Sul; navios comerciais não podiam obter seguro e o tráfego regular terminava. O Sul errou em não exportar o [[algodão]] antes do bloqueio ser efetivo; quando perceberam o erro, já era tarde demais. O "[[King Cotton]]" estava morto, pois o Sul podia exportar menos de 10% de seu algodão. O bloqueio fechou os dez portos marítimos dos Confederados com ferrovias que movimentavam quase todo o algodão, especialmente [[Nova Orleães]], [[Mobile (Alabama)|Mobile]] e [[Charleston (Carolina do Sul)|Charleston]]. Em junho de 1861, navios de guerra estavam estacionados nos principais portos do Sul e, um ano depois, quase 300 navios estavam em serviço.{{sfn|Anderson|1989|pp=288–89, 296–98}}
A maioria dos soldados usava [[rifle]]s capazes de atirar apenas um tiro por vez, tendo de ser então recarregados. O processo de atirar, recarregar e atirar novamente tomava um tempo médio de aproximadamente meio minuto, tempo no qual o portador da arma ficava em uma situação extremamente vulnerável. Estes rifles, porém, tinham um mira razoável e um bom alcance, para os padrões da época - permitiam o acerto de alvos localizados até 375 [[metro]]s de distância. Em muitas batalhas, os soldados caminhavam uns próximos aos outros, em formação, tornando-os um alvo fácil para o inimigo. Os soldados da União, porém, eram mais bem equipados. Enquanto tendas eram comuns em acampamentos militares da União, eram um item de luxo para os confederados. A falta de suprimentos na Confederação era grande, e muitos soldados confederados usavam [[uniforme]]s, [[calçado]]s e [[armas]] coletados de soldados mortos. Outros foram forçados a lutar com uniformes gastos e sem calçados. Muitos soldados confederados morreram por causa da [[fome]]. Estes problemas não existiam nas tropas da União. A taxa de mortalidade caso um dado soldado sofresse um ferimento qualquer era de 1 em 7. Na [[Guerra da Coreia]], estas taxas eram 1 em 50.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


==== Corredores de bloqueio ====
O número de baixas por batalha era muito alto, cerca de um quinto a um quarto de uma força militar. Estas baixas incluem mortos, feridos, soldados capturados ou desaparecidos. Por causa disto, muitos soldados da Guerra da Secessão começaram a usar [[crachá]]s contendo seu [[nome]] inscrito, para o caso de, caso morressem, pudessem ser identificados após a batalha. Tais crachás eram rústicos, feitos de [[papel]], escrito a [[caneta]], e simplesmente colados ou colocados em bolsas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
{{artigo principal|Corredores de bloqueio da Guerra Civil Americana}}
[[Imagem:First Charleston Harbor.jpg|thumb|upright=1.15|[[Bloqueio da União#Esquadrão de Bloqueio do Atlântico Sul|Esquadrão de Bloqueio do Atlântico Sul]] perto de [[Charleston (Carolina do Sul)|Charleston]]. O bloqueio contínuo de todos os principais portos foi sustentado pela esmagadora produção de guerra do Norte.]]
Os investidores britânicos construíram pequenos [[corredores de bloqueio]] rápidos, movidos a vapor, que trocavam armas e luxos trazidos da [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|Grã-Bretanha]] através de [[Bermudas]], [[Cuba]] e [[Bahamas]] em troca de [[algodão]] caro. Muitos dos navios foram projetados para velocidade e eram tão pequenos que apenas uma pequena quantidade de algodão saía.{{sfn|Stern|1962|pp=224–225}} Quando a [[Marinha da União]] apreendeu um [[corredor de bloqueio]], o navio e a carga foram vendidos, com os rendimentos dados aos marinheiros da Marinha; os tripulantes capturados eram majoritariamente britânicos e foram libertados.<ref>Mark E. Neely, Jr. "The Perils of Running the Blockade: The Influence of International Law in an Era of Total War," ''Civil War History'' (1986) 32#2, pp.&nbsp;101–18 [http://muse.jhu.edu/journals/civil_war_history/v032/32.2.neely.html in Project MUSE]</ref>


=== Saúde ===
==== Impacto econômico ====
A economia do Sul quase entrou em colapso durante a guerra. Havia várias razões para isso: a severa deterioração do suprimento de alimentos, especialmente nas cidades, o fracasso das ferrovias do Sul, a perda de controle dos principais rios, a forragem dos exércitos do Norte e a apreensão de animais e plantações pelos exércitos [[Estados Confederados da América|Confederados]].
A [[saúde]] dos soldados era precária. Para cada soldado que morria em batalha morriam dois por causa de doenças tais como cólera, disenteria, [[febre tifoide]], [[malária]] e [[tuberculose]]. Os principais fatores da disseminação destas doenças eram as péssimas condições de estoque e preparo de alimentos, falta de [[higiene]] e de uma [[Dieta (nutrição)|dieta]] balanceada, e do não-conhecimento da importância da [[esterilização (materiais)|esterilização]] de certos itens de uso médico. [[Fractura óssea|Fratura]] e especialmente [[deslocamento]]s nos [[braço]]s e/ou nas [[perna]]s resultava quase sempre em [[amputação]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


A maioria dos historiadores concorda que o bloqueio foi um fator importante para arruinar a economia Confederada; no entanto, Wise argumenta que os [[corredor de bloqueio|corredores do bloqueio]] forneceram apenas uma tábua de salvação para permitir que [[Robert E. Lee]] continuasse lutando por meses adicionais, graças a novos suprimentos de 400.000 rifles, chumbo, cobertores e botas que a economia doméstica não podia mais fornecer.<ref>Stephen R. Wise, ''Lifeline of the Confederacy: Blockade Running during the Civil War'' (1991)</ref>
Ao longo da guerra, vários feridos e soldados doentes foram tratados em hospitais localizados em cidades, tanto na União como na Confederação. A maioria, porém, recebia tratamento em instalações sanitárias temporárias, tais como acampamentos hospitalares localizados próximos das frentes de batalha, navios-hospitais e estruturas comerciais convertidas para uso médico. O uso de [[cavalo]]s para o transporte de feridos a hospitais foi grande durante a guerra por ambos os lados. Organizações não-governamentais também contribuíram nos cuidados médicos. Uma delas, a ''United States Sanitary Commission'', cuidou de soldados de ambos os lados.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Surdam argumenta que o bloqueio foi uma arma poderosa que acabou arruinando a economia do Sul, ao custo de poucas vidas em combate. Praticamente, toda a safra de [[algodão]] Confederado era inútil (embora fosse vendida a comerciantes da [[União (Guerra Civil Americana)|União]]), custando aos Confederados sua principal fonte de renda. As importações críticas eram escassas e o comércio costeiro também foi amplamente encerrado.<ref>{{citar periódico|último1 =Surdam |primeiro1 =David G. |ano=1998 |título=The Union Navy's blockade reconsidered |periódico=Naval War College Review |volume=51 |número=4|páginas=85–107}}</ref> A medida do sucesso do bloqueio não foram os poucos navios que escaparam, mas os milhares que nunca o tentaram. Os navios mercantes de propriedade da [[Europa]] não podiam obter seguro e eram muito lentos para evitar o bloqueio, então pararam de ir aos portos Confederados.<ref>David G. Surdam, ''Northern Naval Superiority and the Economics of the American Civil War'' (University of South Carolina Press, 2001).</ref>
As [[mulher]]es tiveram um papel essencial nos hospitais e outros institutos de saúde. Entre elas, está Mary Walker, uma cirurgiã, e única mulher a receber a Medalha de Honra dos Estados Unidos. Milhares de mulheres atuaram como voluntárias, trabalhando como enfermeiras, tanto nas forças da União quanto nas forças da Confederação.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Para combater uma guerra ofensiva, os Confederados compraram navios da [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|Grã-Bretanha]], os convertendo em navios de guerra e invadia navios mercantes da União nos oceanos [[Oceano Atlântico|Atlântico]] e [[Oceano Pacífico|Pacífico]]. As taxas de seguro dispararam e a [[Bandeira dos Estados Unidos]] praticamente desapareceu das águas internacionais. No entanto, os mesmos navios foram flagrados com bandeiras europeias e continuaram sem risco de serem saqueados.{{sfn|Anderson|1989|p=300}} Após a guerra, os [[Estados Unidos]] exigiram que a Grã-Bretanha pagasse pelos danos causados e a Grã-Bretanha pagou [[Dólar dos Estados Unidos|US$]] 15 milhões em 1871,{{sfn|Jones|2002|p=225}} (equivalente a US$ 315 milhões em 2019).
== O conflito ==
{{sem-fontes|Esta seção|data=Janeiro de 2014}}
Aproximadamente dez mil confrontos militares ocorreram durante a guerra, 40% deles na [[Virgínia]] e no [[Tennessee]].


=== Início ===
== Diplomacia ==
{{artigo principal|Diplomacia da Guerra Civil Americana}}
[[Imagem:Sumter.jpg|thumb|esquerda|Representação da [[Batalha de Fort Sumter]]]]
Embora os [[Estados Confederados da América|Confederados]] esperasse que a [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|Grã-Bretanha]] e a [[França]] se juntassem a eles contra a [[União (Guerra Civil Americana)|União]], isso nunca era provável, e então eles tentaram trazer a Grã-Bretanha e a França como mediadores.{{sfn|McPherson|1988|pp=546–57}}{{sfn|Herring|2011|p=237}} A União, sob [[Abraham Lincoln]] e o Secretário de Estado [[William H. Seward]], trabalhou para bloquear isso, e ameaçou a guerra se algum país reconhecesse oficialmente a existência dos [[Estados Confederados da América]]. Em 1861, os sulistas embargaram voluntariamente os embarques de [[algodão]], na esperança de iniciar uma depressão econômica na [[Europa]] que forçaria a Grã-Bretanha a entrar na guerra para obter algodão, mas isso não funcionou. Pior ainda, a Europa buscou outros fornecedores de algodão, que consideraram superiores, dificultando a recuperação do Sul após a guerra.{{sfn|McPherson|1988|p=386}}
A [[Batalha de Fort Sumter]] foi a primeira batalha da Guerra Civil Americana. As forças confederadas sob o comando do General [[Pierre Beauregard]] submeteram ao fogo de artilharia o [[Fort Sumter]], um forte da União que defendia a entrada do porto de Charleston, [[Carolina do Sul]]. As tropas da União dentro do forte renderam-se em 15 de abril, e foram transportadas no dia seguinte ao território da União. Esta batalha não registrou baixas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


[[Imagem:USS Wissahickon Crewmembers.jpg|thumb|upright=1.3|Tripulantes do [[USS Wissahickon (1861)|USS ''Wissahickon'']] com um [[canhão Dahlgren]] de 280 mm, por volta de 1863]]
Após a captura de Fort Sumter, quatro estados do norte do Sul americano ([[Tennessee]], [[Arkansas]], [[Carolina do Norte]] e [[Virgínia]]), que até então haviam repetidamente declinado as ofertas de adesão à Confederação, recusaram ordens da União de fornecer regimentos para o exército da União, declararam secessão, e juntaram-se à Confederação. Para recompensar Virgínia, a capital da Confederação foi movida para [[Richmond (Virgínia)|Richmond]]. O estado densamente povoado poderia fornecer uma quantidade considerável de soldados e material bélico, mas a localização geográfica tornava a cidade altamente vulnerável aos ataques da União.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


A [[diplomacia do algodão]] foi um fracasso, pois a Europa tinha um excedente de algodão, enquanto as falhas na safra de 1860 a 1862 na Europa tornaram as exportações de grãos do Norte de importância crítica. Também ajudou a afastar a opinião da Europa dos Confederados. Dizia-se que "King Corn era mais poderoso que [[King Cotton]]", pois os grãos dos [[Estados Unidos]] passaram de um quarto do comércio britânico de importações para quase metade.{{sfn|McPherson|1988|p=386}} Quando a Grã-Bretanha enfrentou uma escassez de algodão, foi temporária, sendo substituída pelo aumento do cultivo no [[Egito Otomano|Egito]] e na [[Índia britânica|Índia]]. Enquanto isso, a guerra criou emprego para fabricantes de armas, ferroviários e navios britânicos para transportar armas.<ref name="nevins73" />
Criado pelo General da União [[Winfield Scott]], o [[Plano Anaconda]] entrou em uso em 1862. Instituiu um cerco da Confederação por parte da União, através de um bloqueio naval, do controle do [[Rio Mississippi]] e do [[Rio Tennessee]], assim, cercando e dividindo totalmente a Confederação. O bloqueio naval da Confederação - cujo objetivo era bloquear a exportação de [[algodão]], [[tabaco]] e alimentos a países europeus, e a importação de armamentos - implicou a constante vigilância de 4,8 mil quilômetros de litoral sulista, uma tarefa de início considerada impossível. Porém, o bloqueio atingiu bons resultados nos primeiros seis meses de operação e era quase inexpugnável após dois anos do início da guerra. Já os rios Mississippi e Tennessee forneciam fácil e direto acesso a várias cidades importantes da Confederação. Além destes três objetivos primários, o Plano Anaconda também tinha como objetivo a captura da capital da Confederação, Richmond. Esta não tinha valor estratégico, exceto os bons efeitos no moral da população da União, e do choque desferido ao moral da população da Confederação.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


O governo de Lincoln falhou em apelar à opinião pública europeia. Diplomatas explicaram que os Estados Unidos não estavam comprometidos com o fim da escravidão e, em vez disso, repetiram argumentos legalistas sobre a inconstitucionalidade da secessão. Os representantes Confederados, por outro lado, obtiveram muito mais sucesso ao ignorar a escravidão, se concentrando na luta pela liberdade, no compromisso com o livre comércio e no papel essencial do algodão na economia europeia. A aristocracia europeia foi "absolutamente alegre em pronunciar o desastre americano como prova de que todo o experimento no governo popular fracassou. Os líderes do governo europeu saudaram a fragmentação da ascendente República Americana."<ref>Don H. Doyle, ''The Cause of All Nations: An International History of the American Civil War'' (2014), pp. 8 (quote), 69–70.</ref>
=== Frente marítima ===
[[Imagem:New Orleans h76369k.jpg|thumb|direita|A tomada de [[Nova Orleans]] por [[couraçado]]s da União, que afundaram a frota confederada]]
A União dispunha de uma grande vantagem desde o início da guerra, que era o controle da [[Marinha dos Estados Unidos|Marinha americana]]. No início da guerra, alguns [[navio]]s da União atracados ou fundeados em [[porto (transporte)|portos]] confederados foram capturados, mas a grande maioria permaneceu sob controle da União. A capacidade industrial da União, além disso, permitiu que esta construísse rápida e eficientemente vários navios de guerra. Em 1861, a Marinha da União tinha cerca de nove mil [[marinheiro]]s, 90 navios (42 em comissão) e um orçamento anual de 12 milhões de [[Dólar americano|dólares]]. No final da guerra, esta Marinha tinha 56 mil marinheiros, 626 navios, dos quais 65 eram [[encouraçado]]s, e um orçamento anual de 123 milhões de dólares. O bloqueio econômico e militar em mar da Confederação tornou-se eficiente, porém, somente a partir do final de 1863. Falta de alimentos e outros itens causados pelo bloqueio, em conjunto com o fato de que boa parte da produção agropecuária sulista era desviada para uso militar, criou [[hiperinflação]] e distúrbios.<ref>Heidler, 1651–53</ref>


O diplomata dos Estados Unidos na Grã-Bretanha, [[Charles Francis Adams]], se mostrou particularmente hábil e convenceu a Grã-Bretanha a não desafiar corajosamente o bloqueio. Os Confederados compraram vários navios de guerra de construtores de navios comerciais na Grã-Bretanha ([[CSS Alabama|CSS ''Alabama'']], [[CSS Shenandoah|CSS ''Shenandoah'']], [[CSS Tennessee (1863)|CSS ''Tennessee'']], [[CSS Tallahassee|CSS ''Tallahassee'']], [[CSS Florida (cruzador)|CSS Florida]] e outros). O mais famoso, o CSS ''Alabama'', causou danos consideráveis e levou a sérias disputas no pós-guerra. No entanto, a opinião pública contra a escravidão criou uma responsabilidade política para os políticos na Grã-Bretanha, onde o movimento anti-escravidão era poderoso.<ref>Richard Huzzeym, ''Freedom Burning: Anti-Slavery and Empire in Victorian Britain'' (2013)</ref>
A [[Marinha dos Estados Confederados]], no início da guerra, possuía poucas unidades navais de combate, sendo formada basicamente por aqueles navios capturados em portos confederados. Os confederados, porém, conseguiram construir uma Marinha através da compra de navios europeus, da captura de navios da União e também pela construção própria. A primeira batalha entre navios [[encouraçado]]s da história ocorreu em 9 de março de 1862, onde o ''[[USS Monitor]]'' da União enfrentou o ''[[CSS Virginia]]'' da Confederação. Estes também produziram [[submarino]]s. Um deles, o ''[[Submarino Hunley|Hunley]]'', afundou o ''USS Housatonia'', em meados de 1863. Foi a primeira vez na história militar que um submarino afundara outra embarcação naval.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


A guerra surgiu no final de 1861 entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha por causa do [[Caso Trent|Caso ''Trent'']], envolvendo o embarque da [[Marinha dos Estados Unidos]] no navio britânico [[RMS Trent|RMS ''Trent'']] e a apreensão de dois diplomatas Confederados. No entanto, [[Londres]] e [[Washington, D.C.]] conseguiram amenizar o problema depois que Lincoln libertou os dois. Em 1862, os britânicos consideraram a mediação entre o Norte e o Sul, embora mesmo essa oferta arriscasse guerra com os Estados Unidos. O primeiro-ministro britânico [[Henry Temple, 3.º Visconde Palmerston|Lord Palmerston]] teria lido ''[[Uncle Tom's Cabin]]'' três vezes ao decidir sobre isso.<ref name="approaching" />
Diversos navios confederados destacaram-se por seus feitos. O ''CSS Sumter'' afundou 18 navios nortistas em 1862, e o ''CSS Florida'' capturou 37 navios em 1863, no [[Oceano Atlântico]]. O ''CSS Shenandoah'' capturou 38 navios do norte no [[Oceano Pacífico]]. O navio mais famoso da Confederação foi o ''CSS Alabama'', que afundou 69 navios da União entre 1862 e 1864, até ser afundado pelo ''USS Keargage'', em junho de 1864. O aumento dos preços de [[seguro]]s nos Estados Unidos levou à séria deterioração da marinha mercante americana, cujos efeitos perdurariam até meados do século XX.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


A vitória da União na [[Batalha de Antietam]] levou-os a adiar esta decisão. A [[Proclamação de Emancipação]] ao longo do tempo reforçaria a responsabilidade política de apoiar os Confederados. Apesar da simpatia pelos Confederados, a [[Segunda intervenção francesa no México|intervenção da França pelo México]] acabou por dissuadi-los da guerra com a União. As ofertas Confederadas no final da guerra para acabar com a escravidão em troca do reconhecimento diplomático não foram seriamente consideradas por Londres ou [[Paris]]. Depois de 1863, a [[Revolta de Janeiro|revolta polonesa contra a Rússia]] distraiu ainda mais as potências europeias e garantiu que elas permanecessem neutras.{{sfn|Herring|2011|p=261}}
O bloqueio econômico e militar da Confederação começou a surtir grande efeito a partir de [[1864]]. Navios da Confederação não conseguiam mais quebrar este bloqueio com sua Marinha. Gradualmente, cidades portuárias importantes da Confederação foram capturadas pela União. Ao final da guerra, apenas o porto de [[Galveston (Texas)|Galveston]], [[Texas]], permanecia livre e nas mãos dos confederados.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


=== Frente diplomática ===
== Teatro Oriental ==
[[Imagem:American Civil War Battles by Theater, Year.png|thumb|Mapa dos [[Condados dos Estados Unidos|condados]] nas batalhas da Guerra Civil por teatro e ano]]
[[Imagem:The Peacemakers 1868.jpg|thumb|''Os pacificadores'' no navio ''River Quenn'', março de 1865. [[William Tecumseh Sherman|Sherman]], [[Ulysses S. Grant|Grant]], [[Abraham Lincoln|Lincoln]] e [[David Dixon Porter|Porter]] representados discutindo planos para as últimas semanas da guerra civil.]]
{{artigo principal|Teatro Oriental da Guerra Civil Americana}}
O governo da Confederação estava confiante que diversos países europeus reconheceriam a sua independência, principalmente o [[Reino Unido]] e possivelmente a [[França]], e estes, iriam ajudar financeiramente, politicamente e militarmente a Confederação, já que a indústria têxtil desses países dependiam do algodão produzido nos estados sulistas que compunham a Confederação. Esta política de [[diplomacia]] foi a "diplomacia do algodão" - ou estes países vinham em ajuda à Confederação, ou corriam o risco de sofrer grandes crises econômicas por causa da falta de matéria-prima - à época, a indústria têxtil era uma das bases das economia da França e do Reino Unido.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
O [[Teatro Oriental da Guerra Civil Americana|Teatro Oriental]] se refere às operações militares a leste das Montanhas [[Apalaches]], incluindo os estados da [[Virgínia]], [[Virgínia Ocidental]], [[Maryland]] e [[Pensilvânia]], [[Distrito de Columbia]] e as fortificações e portos costeiros da [[Carolina do Norte]].


=== Antecedentes ===
Os primeiros conflitos diplomáticos entre a União e o Reino Unido teriam início em [[8 de novembro]] de [[1861]], quando navios militares da União interceptaram um navio britânico e forçadamente aprisionaram dois diplomatas confederados, indo em direção ao Reino Unido. A crise agravar-se-ia após o governo britânico ter permitido à Confederação o direito de construir navios no país. Quando o governo americano soube que os confederados estavam construindo dois grandes ''ironclads'' no Reino Unido, o embaixador americano no Reino Unido disse que ''"isto é guerra"''. O Reino Unido confiscou os dois navios pouco antes do término da construção de ambos.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
; Exército do Potomac
O major-general [[George B. McClellan]] assumiu o comando do [[Exército do Potomac|Exército da União do Potomac]] em 26 de julho (ele foi brevemente general-em-chefe de todos os [[Exército da União|exércitos da União]], mas posteriormente foi dispensado desse cargo em favor do major-general [[Henry Halleck]]), e a guerra começou a sério em 1862. A estratégia da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] de 1862 exigia avanços simultâneos em quatro eixos:{{sfn|Anderson|1989|p=91}}


# McClellan lideraria o impulso principal na Virgínia em direção a Richmond.
O clímax da crise diplomática aconteceu em agosto de 1862, quando os confederados invadiram Maryland, tendo derrotado os nortistas na [[Segunda Batalha de Bull Run]]. O Reino Unido, então, estava pronto para anunciar sua disposição de fazer uma mediação entre a União e a Confederação, que geraria ou a independência da Confederação ou da entrada do Reino Unido na guerra, caso os confederados conseguissem mostrar serem capazes de vencer a guerra. Porém, a derrota confederada na [[Batalha de Antietam]], bem como na batalha subsequente de [[Batalha de Gettysburg|Gettysburg]], fez com que o Reino Unido assumisse uma posição de neutralidade deste então. [[Napoleão III]] ofereceu mediação em janeiro de 1863, oferta recusada por [[William Seward]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
# As forças de Ohio avançariam através do Kentucky para o Tennessee.
# O Departamento de Missouri dirigia para o Sul ao longo do rio Mississippi.
# O ataque mais ocidental teria origem no Kansas.
[[Imagem:Robert Edward Lee.jpg|thumb|left|145px|[[Robert E. Lee]]]]
; Exército da Virgínia do Norte
A principal força Confederada no Teatro Oriental era o [[Exército da Virgínia do Norte]]. O Exército se originou como o [[Exército Confederado do Potomac]], organizado em 20 de junho de 1861, de todas as forças operacionais do norte da Virgínia. Nos dias 20 e 21 de julho, o [[Exército Confederado do Shenandoah|Exército do Shenandoah]] e as forças do Distrito de Harpers Ferry foram adicionados. Unidades do [[Exército Confederado do Noroeste]] foram fundidas no Exército Confederado do Potomac entre 14 de março e 17 de maio de 1862. O Exército Confederado do Potomac foi renomeado como ''Exército da Virgínia do Norte'' em 14 de março. O [[Exército da Península]] foi fundido a ele em 12 de abril de 1862.


Quando a Virgínia declarou sua secessão em abril de 1861, [[Robert E. Lee]] optou por seguir seu estado natal, apesar de seu desejo de que o país permanecesse intacto e de uma oferta de um alto comando da União.
Nenhum país reconheceu a independência da Confederação, reconhecendo-a como um novo país, com exceção do reino alemão de [[Saxe-Coburgo-Gota]]. Diplomatas da União persuadiram as potências europeias a não reconhecer a independência da Confederação. O bloqueio em terra e mar da Confederação, por parte da União, reduziu ao mínimo a importação de armas da Europa e a exportação de algodão e de alimentos. Além disto, o algodão necessário à indústria têxtil europeia começou a vir da União, do [[Brasil]] e das colônias britânicas de [[Egipto|Egito]] e [[Índia]], e os alimentos passaram a ser fornecidos diretamente pela União e pelo [[Canadá]], então ainda colônia britânica. Próximo ao final da guerra, em novembro de [[1864]], Jefferson enviou [[Duncan F. Kenner]] à Europa para propor a abolição da escravatura na Confederação em reconhecimento da independência da mesma por parte do Reino Unido e/ou da França. Ambos os países rejeitaram a proposta.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


O biógrafo de Lee, [[Douglas Southall Freeman]], afirma que o exército recebeu seu nome final de Lee quando ele emitiu ordens assumindo o comando em 1 de junho de 1862.<ref>Freeman, Vol. II, p. 78 and footnote 6.</ref> No entanto, Freeman admite que Lee se correspondia com o general-de-brigada [[Joseph E. Johnston]], seu antecessor no comando do exército, antes dessa data e se referia ao comando de Johnston como o Exército da Virgínia do Norte. Parte da confusão resulta do fato de Johnston ter comandado o Departamento do Norte da Virgínia (em 22 de outubro de 1861) e o nome Exército da Virgínia do Norte pode ser visto como uma consequência informal do nome do departamento. [[Jefferson Davis]] e Johnston não adotaram o nome, mas é claro que a organização das unidades em 14 de março era a mesma organização que Lee recebeu em 1 de junho e, portanto, é geralmente referida hoje como o Exército da Virgínia do Norte, mesmo se isso estiver correto apenas em retrospecto.
=== Frente Oriental (1861 - 1863) ===
[[Imagem:Battle of Antietam by Thulstrup.jpg|thumb|esquerda|Representação da [[Batalha de Antietam]] em 1862]]
Logo após a captura de [[Fort Sumter]], tropas da União compostas de aproximadamente 18 mil soldados, asseguraram posse do trecho norte do [[rio Shenandoah]] - a oeste das capitais da União e da Confederação - enquanto forças confederadas comandadas pelo General [[Joseph Johnston]] controlavam as partes inferiores do rio. O número total de soldados confederados à época era de 35 mil soldados.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Em 4 de julho, em [[Harpers Ferry (Virgínia Ocidental)|Harpers Ferry]], o coronel [[Stonewall Jackson|Thomas J. Jackson]] designou [[J. E. B. Stuart]] para comandar todas as companhias de cavalaria do [[Exército do Shenandoah]]. Ele finalmente comandou a cavalaria do Exército da Virgínia do Norte.
Enquanto isto, outra tropa da União, composta de aproximadamente 30 mil soldados e comandada pelo General [[Irwin McDowell]], moveu-se em direção ao sul, em território confederado. McDowell decidiu atacar as forças de Beauregard em [[Manassas (Virgínia)|Manassas]] - localizado a 25 quilômetros de [[Washington, DC]]. Ao mesmo tempo 18.000 soldados da União, sob comando de [[Robert Patterson]] materiam ocupadas as forças do general confederado Joseph Johnston, evitando que viesse em auxílio de Beauregard. A [[Primeira Batalha de Bull Run]] começou em [[21 de julho]] com encontro de duas forças compostas primariamente de soldados mal-treinados e recrutados às pressas. As forças da União atacaram as posições dos confederados por diversas vezes, mas não obtiveram sucesso - em parte, graças aos esforços do General confederado [[Thomas J. Jackson]], que foi apelidado posteriormente de ''"Stonewall" Jakson''. Porém, com a chegada dos homens de Johnston que haviam conseguido esquivar-se de Patterson, Beauregard viu-se em condições de contra-atacar. As forças da União recuaram às pressas para Washington. Alguns líderes sulistas cogitaram após a batalha um ataque contra Washington - uma vez que as tropas sulistas estavam a apenas alguns quilômetros da capital da União, por cima, mal-defendida {{Carece de fontes|data=Novembro de 2009}}. . Posteriormente, alguns sulistas lamentariam o fato de não terem aproveitado esta oportunidade em atacar Washington, juntamente com o estado de Maryland - uma vez que a maioria da população de ambas era pró-confederação{{Carece de fontes|data=Novembro de 2009}}. .


=== Batalhas ===
Após esta batalha, a previsão dos nortistas que a guerra terminaria em apenas três meses mostrou-se incorreta. Uma longa guerra era esperada. Por mais de dois anos, a [[moral|auto-estima]] dos confederados ficaria em alta.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
;Primeira Bull Run
Em uma das primeiras batalhas altamente visíveis, em julho de 1861, uma marcha das tropas da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] sob o comando do major-general [[Irvin McDowell]] sobre as forças Confederadas lideradas pelo general [[P. G. T. Beauregard]], perto de [[Washington, D.C.]], foi repelida na [[Primeira Batalha de Bull Run]] (também conhecido como Primeira Batalha de Manassas).


[[Imagem:Stonewall Jackson by Routzahn, 1862.png|thumb|left|140px|[[Stonewall Jackson|Thomas J. Jackson]] recebeu seu apelido "''Stonewall''" em Bull Run.]]
==== Primeira invasão nortista da Virgínia ====
[[Imagem:Monitor virginia h45973.jpg|thumb|Imagem do confronto entre os [[encouraçado]]s CSS ''Virginia'', da Confederação, e do USS ''Monitor'' da União.]]


A União teve a vantagem no início, quase empurrando as forças Confederadas que mantinham uma posição defensiva em uma derrota, mas os reforços [[Estados Confederados da América|Confederados]] diminuíram. [[Joseph E. Johnston]] chegou do [[vale do Shenandoah]] por ferrovia, e o curso da batalha mudou rapidamente. Uma [[Brigada Stonewall|brigada de virginianos]] sob o relativamente desconhecido general-de-brigada do [[Instituto Militar da Virgínia]], [[Stonewall Jackson|Thomas J. Jackson]], manteve sua posição, o que resultou no recebimento do seu famoso apelido "''Stonewall''".
Após a derrota em Bull Run, Lincoln fez do General [[George McClellan]] o comandante do principal contingente de tropas Federais no teatro leste. Essa força receberia o nome de [[Exército do Potomac]], e seria até o fim da guerra o mais importante e mais numerosos dos exércitos da União. Ao longo do inverno de 1861-1862, McClellan gradualmente juntou uma força com a qual ele planejava tomar a capital sulista, Richmond. A cidade, localizada a apenas 100 quilômetros do [[Oceano Atlântico]], era diretamente acessível pelo [[Rio James (Virgínia)|Rio James]]. Porém, a presença do [[ironclad]] confederado, o ''Virginia'', que era muito superior aos navios de madeira da União, inibia qualquer tentativa de operação anfíbia. Essa ameaça foi removida na [[Batalha de Hampton Roads]] quando o Virgínia, após ter afundado dois navios de madeira da União, confrontou-se com um ironclad da União, o ''Monitor''. Foi a primeira batalha entre ironclads do mundo. Eventualmente, o Virgina bateria em retirada, não ousando mais hostilizar a frota Federal. A supremacia naval da União fora restabelecida para não mais perder-se.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


[[Imagem:George B McClellan - retouched.jpg|thumb|200x200px|[[George B. McClellan]]]]
Após a batalha, McClellan e suas tropas desembarcaram no litoral da Virgínia, capturando rapidamente [[Yorktown (Virgínia)|Yorktown]], iniciando o que seria a [[Campanha da Península]]. No final de maio de 1862, McClellan estava a apenas dez quilômetros da capital confederada. Os confederados realizaram um contra-ataque em [[31 de maio]], na [[Batalha de Seven Pines]]. Porém, os confederados foram mal-sucedidos, e após dois dias, recuaram. Johnston, ferido, foi substituído pelo General Robert Lee. Este renomeou a força de Johnston de [[Exército da Virgínia do Norte]]. Apesar do ataque ter malogrado, ele atingiu um importante efeito: temendo novos ataques, o cauteloso McClellan, estancou por cerca de um mês o seu já lento avanço para fortificar as posições.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
;Campanha da Península de McClellan; Campanha do Vale de Jackson
Sob forte insistência do Presidente [[Abraham Lincoln]] em iniciar operações ofensivas, [[George B. McClellan]] atacou a Virgínia na primavera de 1862 por meio da [[Península da Virgínia]] entre o [[Rio York (Virgínia)|rio York]] e o [[Rio James (Virgínia)|rio James]], a sudeste de [[Richmond (Virgínia)|Richmond]]. O exército de McClellan alcançou os portões de Richmond na [[Campanha da Península]].{{sfn|Foote|1974|p=464–519}}<ref name="terrible" />{{sfn|McPherson|1988|pp=424–27}}


Também na primavera de 1862, no vale do Shenandoah, ''Stonewall'' Jackson liderou sua [[Campanha do Vale de Jackson|Campanha do Vale]]. Empregando audácia e movimentos rápidos e imprevisíveis nas linhas interiores, os 17.000 homens de Jackson marcharam 1.040 km em 48 dias e venceram várias batalhas menores ao envolverem com êxito três exércitos da União (52.000 homens), incluindo os de [[Nathaniel P. Banks]] e [[John C. Frémont]], impedindo-os de reforçar a ofensiva da União contra Richmond. A rapidez dos homens de Jackson ganhou o apelido de "''[[Foot cavalry]]''" (Cavalaria a pé).
Uma grande preocupação para os Confederados era que parte das tropas dedicadas a defesa de Washington, sob comando de [[Irwin McDowell]] pudesse ser enviada em reforço ao McClellan. Num gesto arriscado, Gal. [[Stonewall Jackson]] avançou pelo Vale do [[Rio Shenandoah]] rumo ao norte. Jackson queria confundir o comando nortista, fazendo-no pensar que estava por atacar Washington. Jackson e seus 17 mil soldados avançaram entre [[4 de maio]] a [[9 de junho]] 560 quilômetros em direção ao [[Rio Potomac]], a fronteira entre Virgínia e a capital da União, derrotando quatro vezes tropas nortistas. Após ter alcançado o Rio Potomac, logo ao sul de Washington, Jackson recuou. Este movimento confederado resultou no cancelamento do envio de reforços que a União destinava a McClellan.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Johnston interrompeu o avanço de McClellan na [[Batalha de Seven Pines]], mas ele foi ferido na batalha e [[Robert E. Lee]] assumiu sua posição de comando. O general Lee e os principais subordinados [[James Longstreet]] e ''Stonewall'' Jackson derrotaram McClellan nas [[Batalha dos Sete Dias]] e forçaram sua retirada.{{sfn|McPherson|1988|pp=538–44}}
Ainda em junho, uma tropa confederada de 1,2 mil cavaleiros, comandados pelo General [[Jeb Stuart]], galopou em torno das tropas de McClellan, perdendo apenas um único soldado. Este feito repercutiu positivamente entre a população confederada, e deu às forças confederadas importantes informações sobre as forças de McClellan. Em [[25 de junho]], Robert Lee atacou, ao comando de 95 mil soldados, as forças de McClellan. A batalha perdurou até [[1 de julho]]. McClellan decidiu recuar em [[2 de julho]], acreditando estar em desvantagem numérica. McClellan foi ordenado a juntar-se com as tropas do General [[John Pope]], localizado em Manassas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
{{limpar}}
;Segunda Bull Run
A [[Campanha do Norte da Virgínia]], que incluiu a [[Segunda Batalha de Bull Run]], terminou em mais uma vitória para o Sul.{{sfn|McPherson|1988|pp=528–33}} McClellan resistiu às ordens do general-em-chefe [[Henry Halleck]] de enviar reforços ao [[Exército da União]] de [[John Pope]], na [[Virgínia]], o que tornou mais fácil para os Confederados de Lee derrotar o dobro do número de tropas inimigas combinadas.


[[Imagem:Battle of Antietam by Thulstrup.jpg|thumb|240px|A [[Batalha de Antietam]], a luta mais mortal de um dia da Guerra Civil]]
==== Maryland ====
;Antietam
[[Imagem:Battery in action at Fredericksburg, Va - NARA - 524733.jpg|thumb|Canhões da União bombardeiam posições confederadas.]]
Encorajada pela Segundo Bull Run, os Confederados fizeram sua primeira invasão do Norte com a [[Campanha de Maryland]]. O general Lee liderou 45.000 homens do exército do norte da Virgínia através do [[rio Potomac]] em [[Maryland]] em 5 de setembro. Lincoln então restaurou as tropas de [[John Pope]] para McClellan. McClellan e Lee lutaram na [[Batalha de Antietam]], perto de [[Sharpsburg (Maryland)|Sharpsburg, Maryland]], em 17 de setembro de 1862, o dia mais sangrento da [[história militar dos Estados Unidos]].{{sfn|McPherson|1988|pp=538–44}}{{sfn|McPherson|1988|pp=543–45}} O exército de Lee, finalmente controlado, retornou à Virgínia antes que McClellan pudesse destruí-lo. Antietam é considerada uma vitória da União porque interrompeu a invasão de Lee pelo Norte e proporcionou uma oportunidade para Lincoln anunciar sua [[Proclamação de Emancipação]].{{sfn|McPherson|1988|pp=557–558}}
Os sulistas souberam dos planos da União. Assim sendo, as forças de Lee moveram-se em direção ao norte, com o objetivo de atacar Pope, antes que as forças de McClellan pudessem juntar-se. Enquanto isto, novas tropas confederadas sob o comando de Jackson, recuperado de seus ferimentos, moveram-se à frente de Lee, e ao norte de Pope, com o propósito de atrair o último para uma armadilha. Em [[29 de agosto]] de 1862, a [[Segunda Batalha de Bull Run]] teve início. Pope atacou Jackson. No mesmo dia, as tropas de McClellan chegaram e foram imediatamente ordenadas a atacar Jackson. Ainda no mesmo dia, Lee, juntamente com forças do General confederado [[James Longstreet]], atacou Pope e McClellan, ao sul. Em [[30 de agosto]], Pope e McClellan, cercados por duas frentes, foram obrigados a recuar definitivamente para Washington.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


;Primeira Fredericksburg
Após esta vitória, forças sulistas, um total de 45 mil soldados comandados por Lee e Jackson, atacaram [[Maryland]] em setembro, esperando que uma vitória confederada em território sulista iria atrair a atenção e o reconhecimento das potências européias. McClellan e seus 87 mil soldados foram de encontro às forças de Lee. Em [[15 de setembro]], as forças confederadas de Jackson uniram-se com as de Lee. Este tomou a defensiva, ao saber que a União havia encontrado um documento importante confederado, detalhando posições e estratégias. Em [[17 de setembro]], na [[Batalha de Antietam]], McClellan realizou uma série de ataques que destruiu as formações de defesa de Lee, que foi forçado a recuar. 17 de setembro de 1862 foi o dia mais sangrento da Guerra Civil Americana e de toda a história dos Estados Unidos. Morreram cerca de 2,1 mil nortistas e 1,5 mil sulistas. O sucesso na batalha permitiu a Abraham Lincoln, que aguardava uma grande vitória para que a medida não parecesse um ato de desespero,<ref>Holland, J. G., ''Life of Abraham Lincoln'', Read Books, 2008, ISBN 1-4097-3071-9, p.393 - Lincoln apresentou a proclamação ao gabinete de governo em Julho de 1862, mas foi demovido da publicação imediata pelo Secretário de Estado [[William Seward]], sob argumento que, emitido num momento de reveses militares o documento pareceria uma medida desesperada.</ref> emitir a ''[[Proclamação de Emancipação]]''.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
Quando o cauteloso McClellan não conseguiu acompanhar Antietam, ele foi substituído pelo major-general [[Ambrose Burnside]]. Burnside foi logo derrotado na [[Batalha de Fredericksburg]]{{sfn|McPherson|1988|pp=571–74}} em 13 de dezembro de 1862, quando mais de 12.000 soldados da União foram mortos ou feridos durante repetidos ataques frontais fúteis contra [[Marye's Heights]]. Após a batalha, Burnside foi substituído pelo major-general [[Joseph Hooker]].


[[Imagem:Conf dead chancellorsville edit1.jpg|thumb|left|200px|Confederados mortos na [[Batalha de Fredericksburg]], reocupados no dia seguinte 4 de maio de 1863]]
==== Fredericksburg e Gettysburg ====
;Chancellorsville
Hooker também se mostrou incapaz de derrotar o exército de Lee; apesar de ultrapassar em número os Confederados em mais de dois para um, sua Campanha de Chancellorsville se mostrou ineficaz e ele foi humilhado na [[Batalha de Chancellorsville]] em maio de 1863.{{sfn|McPherson|1988|pp=639–45}} Chancellorsville é conhecida como a "batalha perfeita" de Lee porque sua arriscada decisão de dividir seu exército na presença de uma força inimiga muito maior resultou em uma vitória Confederada significativa. O general [[Stonewall Jackson|''Stonewall'' Jackson]] foi atingido no braço por fogo amigo acidental durante a batalha e posteriormente morreu de complicações.<ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=EHRDCgAAQBAJ|page=93}}|página=93|título=Stonewall Jackson's 1862 Valley Campaign|autor =Jonathan A. Noyalas
|publicado=Arcadia Publishing|data=3 de dezembro de 2010|isbn=9781614230403}}</ref> Lee disse: "Ele perdeu o braço esquerdo; mas eu perdi o braço direito".


A luta mais feroz da batalha, e o segundo dia mais sangrento da Guerra Civil, ocorreu em 3 de maio, quando Lee lançou vários ataques contra a posição da União em Chancellorsville. Naquele mesmo dia, [[John Sedgwick]] avançou pelo [[rio Rappahannock]], derrotou a pequena força Confederada em Marye's Heights na [[Segunda Batalha de Fredericksburg]] e depois se deslocou para o oeste. Os Confederados travaram uma bem sucedida ação na [[Batalha de Salem Church]].
[[Imagem:Battle of Gettysburg, by Currier and Ives.png|thumb|esquerda|Pintura da [[Batalha de Gettysburg]].]]


[[Imagem:Thure de Thulstrup - L. Prang and Co. - Battle of Gettysburg - Restoration by Adam Cuerden.jpg|thumb|260px|[[Pickett’s Charge]]]]
McClellan venceu em Antietam mas desperdiçou a oportunidade de tornar a vitória decisiva. Pelo seu habitual excesso de cautela, recusou-se a comprometer as suas numerosas reservas que, se acionadas no momento certo, poderiam ter esmagado a tropas de Lee. Por isto, Lincoln decidiu substituir McClellan pelo General [[Ambrose Burnside]]. Burnside decidiu atacar Lee em [[Fredericksburg (Virgínia)|Fredericksburg]], Virgínia. Na ''[[Batalha de Fredericksburg]]'', 100 mil soldados nortistas encontraram-se com 70 mil soldados confederados. Porém, os confederados possuíam uma vantagem estratégica, por estarem posicionados defensivamente no alto de morros fortificados. Burnside lançou um ataque em [[13 de dezembro]], mas falhou largamente. A União sofreu mais de 12,600 baixas. Quase 1,300 nortistas foram mortos. Burnside decidiu renunciar do cargo de comandante do Exército do Potomac.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
;Gettysburg
O general Hooker foi substituído pelo major-general [[George Meade]] durante a [[Campanha de Gettysburg|segunda invasão de Lee do Norte]], em junho. Meade derrotou Lee na [[Batalha de Gettysburg]].{{sfn|McPherson|1988|pp=653–663}} Esta foi a batalha mais sangrenta da guerra e foi chamada de [[Ponto de virada da Guerra Civil Americana|ponto de virada]] da guerra. [[Pickett’s Charge]] em 3 de julho é frequentemente considerada a [[marca d'água dos Confederados]], porque sinalizou o colapso de sérias ameaças de vitória Confederadas. O exército de Lee sofreu 28.000 baixas (contra 23.000 de Meade).{{sfn|McPherson|1988|p=664}} No entanto, Lincoln estava zangado por Meade não ter interceptado a recuo de Lee.


== Teatro Ocidental ==
Burnside foi substituído pelo General [[Joseph Hooker]]. Comandante de 138 mil soldados, Hooker decidiu atacar Lee, que ainda mantinha a defensiva em Fredericksburg. Hooker planejava atacar fixar os defensores na posição por meio de um ataque frontal, enquanto uma segunda força investiria sobre as linhas confederadas por meio de uma manobra de flanco. Estes movimentos começaram em 27 de abril de 1863, iniciando assim a [[Batalha de Chancellorsville]], e estava como o planejado, mas Hooker, inexplicavelmente, decidiu recuar a força secundária para uma posição defensiva em [[Chancellorsville]]. Lee dividiu então suas forças em três: uma sob o comando de Stonewall, encarregado de atacar a força secundária, outra comandada pelo próprio Lee, que atacou a força principal de Hooker, e uma terceira força, que continuou a defender os morros fortificados. O ataque sulista, realizado em [[2 de maio]], dividiu as forças nortistas em duas. Hooker decidiu recuar alguns dias depois. Os sulistas obtiveram sucesso, mas pagaram um preço por ela: o braço esquerdo de Jackson foi atingido por um tiro, e teve de ser amputado. Jackson morreria em 10 de maio. Lee disse posteriormente a um dos serventes de Jackson, antes da morte do último:{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
{{artigo principal|Teatro Ocidental da Guerra Civil Americana}}
O [[Teatro Ocidental da Guerra Civil Americana|Teatro Ocidental]] se refere a operações militares entre as Montanhas [[Apalaches]] e o [[rio Mississippi]], incluindo os estados do [[Alabama]], [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]], [[Flórida]], [[Mississippi]], [[Carolina do Norte]], [[Kentucky]], [[Carolina do Sul]] e [[Tennessee]], além de partes da [[Luisiana]].


=== Antecedentes ===
{{quote2|Ele [Jackson] perdeu seu braço esquerdo, mas eu acabei de perder meu braço direito.}}
[[Imagem:Gen. Ulysses S. Grant (4228634580).jpg|thumb|160px|[[Ulysses S. Grant]]]]
; Exército do Tennessee e o Exército de Cumberland
As principais forças da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] no [[Teatro Ocidental da Guerra Civil Americana|Teatro Ocidental]] foram o [[Exército do Tennessee]] e o [[Exército de Cumberland]], que receberam os novos de dois rios, o [[rio Tennessee]] e o [[rio Cumberland]]. Após a inconclusiva campanha de outono de [[George Meade]], [[Abraham Lincoln]] se voltou para o Teatro Ocidental para uma nova liderança. Ao mesmo tempo, a fortaleza Confederada de Vicksburg se rendeu, dando à União o controle do rio Mississippi, isolando permanentemente os [[Estados Confederados da América|Confederados]] do lado ocidental e produzindo o novo líder de que Lincoln precisava, [[Ulysses S. Grant]].


; Exército Confederado do Tennessee
Em junho, Lee e suas tropas moveram-se ao norte, bem dentro de território da União, até a [[Pensilvânia]]. O Exército do Potomac seguiu as tropas de Lee. Eventualmente, Lee moveu-se em direção à pequena vila de [[Gettysburg (Pensilvânia)|Gettysburg]], Pensilvânia. Lincoln substituiu então Hooker por [[George Meade]], um General nativo da Pensilvânia. A [[Batalha de Gettysburg]] teve início em [[1 de julho]], e prosseguiu por três dias. 85 mil nortistas e 65 mil sulistas enfrentaram-se no que é considerada a maior batalha já realizada no [[América|continente americano]]. No terceiro dia de combates, Lee cometeu um dos erros que decidiria a guerra: no episódio conhecido como [[Pickett’s Charge]] (A Carga de Pickett), enviou 15,000 soldados num assalto frontal contra o centro das posições Federais. O resultado foi uma derrota acachapante, e Lee foi forçado a recuar definitivamente. Tendo perdido mais de 25 mil soldados, a partir deste ponto Lee não teria mais força suficiente para lançar um ataque de porte, ficando apenas na defensiva. Meade, por outro lado, com grande vantagem numérica , optou por não seguir as tropas confederadas em retirada, para o desgosto de Lincoln. Meade foi mantido na posição de comandante do Exército do Potomac, mas sem muita autonomia. O comando efetivo seria exercido por [[Ulysses S. Grant]], um agressivo general que havia sido transferido do teatro ocidental para assumir o posto de [[comandante-em-chefe]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
A principal força confederada no Teatro Ocidental era o [[Exército Confederado do Tennessee]]. O exército foi formado em 20 de novembro de 1862, quando o general [[Braxton Bragg]] renomeou o antigo [[Exército Confederado do Mississippi]]. Enquanto as forças confederadas tiveram numerosos sucessos no Teatro Oriental, foram derrotadas muitas vezes no Ocidente.


=== Frente Ocidental (1861 - 1863) ===
=== Batalhas ===
;Fort Henry e Fort Donelson
[[Imagem:Chickamauga.jpg|thumb|250px|Batalha de Chickamauga.]]
O principal estrategista e tático da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] no Ocidente foi [[Ulysses S. Grant]], que conquistou vitórias no [[Batalha de Fort Henry|Fort Henry]] (6 de fevereiro de 1862) e [[Batalha de Fort Donelson|Donelson]] (11 a 16 de fevereiro de 1862), ganhando o apelido de "Rendição Incondicional", por onde a União assumiu o controle dos [[rio Tennessee|rios Tennessee]] e [[rio Cumberland|Cumberland]]. [[Nathan Bedford Forrest]] reuniu cerca de 4.000 soldados [[Estados Confederados da América|Confederados]] e os levou a escapar através do rio Cumberland. Assim, [[Nashville]] e o centro do [[Tennessee]] caíram para a União, levando a escassez de suprimentos e gado locais e a um colapso na organização social.
Desde o início da Guerra Civil Americana, a iniciativa do ataque na região central dos Estados Unidos esteve sempre do lado da União. Segundo o plano Anaconda, dois dos principais objetivos da guerra era a captura e o controle do [[Rio Mississippi]] e do [[Rio Tennessee]], assim dividindo efetivamente a Confederação em quatro. As tropas da União na frente ocidental totalizavam aproximadamente 100 mil soldados durante seu pico, no final da guerra, e eram controladas pelos Generais [[Henry W. Halleck]] e [[Don Carlos Buell]]. As forças sulistas no ocidente totalizaram cerca de 70 mil soldados durante seu máximo, em [[1863]]. Estas forças eram controladas pelo General [[Albert Sidney Johnston]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


A invasão de [[Columbus (Kentucky)|Columbus]] por [[Leonidas Polk]] acabou com a política de neutralidade do [[Kentucky]] e a se voltou contra os Confederados. Grant usou o transporte fluvial e as canhoneiras da Flotilha Ocidental de [[Andrew Hull Foote]] para ameaçar o "Gibraltar do Oeste" dos Confederados em Columbus, Kentucky. Embora tenha sido rejeitado em Belmont, Grant interrompeu Columbus. Os Confederados, sem suas próprias canhoneiras, foram forçados a recuar e a União assumiu o controle do oeste do Kentucky e abriu o Tennessee em março de 1862.
==== Kentucky e Alabama ====
A União decidiu primeiramente remover a ameaça confederada nos Estados de [[Kentucky]] e [[Missouri]], ambos estados da União, mas com uma considerável parcela da população apoiando os confederados. Para isto, a União atacou os fortes de [[Fort Henry]], no [[rio Tennessee]], e o [[Fort Donelson]], no [[rio Cumberland]]. Ambos os ataques nortistas foram liderados pelo General [[Ulysses S. Grant]]. Grant conquistou facilmente Fort Henry em [[6 de fevereiro]] de [[1862]], na [[Batalha de Fort Henry]]. Na [[Batalha de Fort Donelson]], Grant possuía grande superioridade numérica sobre as forças confederadas. O General confederado, [[Simon Bolivar Buckner]], pediu por ''"termos aceitáveis de rendição"'' - Buckner anteriormente era um amigo de Grant, inclusive tendo emprestado dinheiro a Grant em [[1854]] - mas Grant respondeu que ''"apenas a rendição completa e incondicional das tropas confederadas seria aceita"''. Buckner rendeu-se em [[16 de fevereiro]], e cerca de 13 mil soldados confederados foram capturados. A [[Batalha de Pea Ridge]], que durou de [[6 de março|6]] até [[8 de março]], foi vencida pelo general nortista [[Samuel Curtis]], acabou definitivamente com a ameaça confederada em Kentucky e Missouri, e fez com que Grant - cujas iniciais eram U.S. - fosse cognomeado de ''Unconditional Surrender'' ("Rendição Incondicional"), e um herói, pela mídia americana.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


[[Imagem:ASJohnston.jpg|thumb|left|140px|[[Albert Sidney Johnston]] morreu na [[Batalha de Shiloh]]]]
==== Rio Mississippi ====
;Shiloh
O General Halleck tornou-se ainda em março líder das forças da União no ocidente. Ele ordenou a Buell que juntasse suas forças com os aproximadamente 40 mil soldados sob o comando de Grant. O confederado Sidney e seu comandante, Beauregard - comandantes de uma tropa de 45 mil soldados - decidiram atacar Grant antes que Buell juntasse suas forças. A [[Batalha de Shiloh]], em [[Corinth (Tennessee)|Corinth]], [[Tennessee]], teve início em [[6 de abril]], e durou até o dia seguinte. As tropas confederadas pegaram Grant desprevenido, e as forças deste foram quase aniquiladas. Graças às tropas de Buell - 18 mil soldados - e outros reforços, Grant contra-atacou, e os sulistas foram obrigados a recuar. Cerca de 13 mil nortistas e 11 mil sulistas morreram. Halleck tomou controle das forças de Grant e Buell. Vários nortistas exigiram que Grant fosse dispensado como general, por causa das grandes baixas, mas Lincoln recusou.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
Na [[Batalha de Shiloh]] (Pittsburg Landing), no [[Tennessee]], em abril de 1862, os Confederados fizeram um ataque surpresa que empurrou as forças da União contra o rio ao cair da noite. Durante a noite, a [[Marinha da União]] conseguiu reforços adicionais e Grant contra-atacou. Grant e a União obtiveram uma vitória decisiva a primeira batalha com as altas taxas de baixas que se repetiam várias vezes.{{sfn|Frank|Reaves|2003|p= 170}} Os Confederados perderam [[Albert Sidney Johnston]], considerado seu melhor general antes do surgimento de [[Robert E. Lee]].
[[Imagem:Conf dead chancellorsville edit1.jpg|250px|miniaturadaimagem|Militares confederados mortos em combate, em 1863.]]
Após a vitória em Corinth, Halleck moveu suas forças em direção ao sul, forçando gradualmente as forças sulistas a recuarem. Em junho, os nortistas já haviam conquistado [[Memphis (Tennessee)|Memphis]], uma cidade de importância primária aos confederados. Além disso, forças navais da União começaram a avançar, partindo do [[Golfo do México]], rumo ao norte. Em [[25 de abril]] de 1862, um esquadrão naval comandado pelo Capitão [[David Farragut]] conquistou [[New Orleans]], localizada próxima ao [[estuário]] do [[rio Mississippi]], com relativa facilidade.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


[[Imagem:Cgs05255 (9716190703).jpg|thumb|Em 1863, a União controlava grandes porções do Teatro Ocidental, especialmente as áreas ao redor do [[rio Mississippi]]]]
Halleck deixou suas tropas pouco depois da conquista de New Orleans e foi a Washington, DC, para servir como conselheiro militar de Lincoln. Halleck deu à Grant e à Buell o controle das forças do ocidente, e ordenou a Buell que invadisse [[Chattanooga]]. O General confederado [[Braxton Bragg]], porém, invadiu Kentucky antes que Buell pudesse atacar, e Buell foi de encontro às forças de Bragg. Na [[Batalha de Chattanooga]], ocorrida em [[8 de outubro]], nenhum lado venceu, mas Buell recuou, permitindo a Bragg o controle temporário de parte do Kentucky. Lincoln substituiu Buell por [[William Rosecrans]]. Este atacou Bragg em [[31 de dezembro]], na [[Batalha de Stones River]], forçando-o a recuar.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
;Marinha da União captura Memphis
Um dos primeiros objetivos da União na guerra foi a captura do [[rio Mississippi]], a fim de reduzir os [[Estados Confederados da América|Confederados]] pela metade. O rio Mississippi foi aberto ao tráfego da União para a fronteira sul do [[rio Tennessee]] com a captura da [[Batalha de Island Number Ten|Ilha Number Ten]] e [[Nova Madrid|New Madrid, Missouri]], e depois [[Memphis|Memphis, Tennessee]].


Em abril de 1862, a [[Marinha da União]] [[Captura de Nova Orleães|capturou Nova Orleães]].{{sfn|McPherson|1988|pp=418–20}} "O ponto chave do rio era [[Nova Orleães]], o maior porto do Sul e o maior centro industrial."<ref>Kennedy, p. 58.</ref> A Marinha da União sob [[David Farragut]] passaram pelas defesas Confederadas ao sul de Nova Orleães. As forças Confederadas abandonaram a cidade, dando à União uma âncora crítica no Sul profundo,{{sfn|Symonds|Clipson|2001|p= 92}} o que permitiu que as forças da União começassem a subir o [[rio Mississippi]]. [[Primeira Batalha de Memphis|Memphis caiu para as forças da União]] em 6 de junho de 1862 e se tornou uma base essencial para novos avanços ao Sul, ao longo do rio Mississippi. Somente a cidade-fortaleza de [[Vicksburg (Mississippi)|Vicksburg, Mississippi]], impediu o controle da União de todo o rio.
Enquanto isto, por diversas vezes Grant tentara capturar [[Vicksburg (Mississippi)|Vicksburg]], a última cidade-chave confederada que faltava para ser capturada pelos nortistas no rio Mississippi. Estes ataques, no setor norte da cidade, resultaram em falha, graças às condições geográficas da região. Em abril de [[1863]], Grant decidiu mudar sua estratégia, e, na noite de [[18 de maio]], Grant e parte de suas forças moveram-se em direção ao sul, através de barcos. Quando os confederados descobriram, já era tarde demais, e os nortistas [[Cerco de Vicksburg|cercavam completamente a cidade]], que rendeu-se em [[4 de julho]]. O rio Mississippi estava totalmente em mãos nortistas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


;Perryville
==== Rio Tennessee ====
A segunda invasão de [[Braxton Bragg]] ao [[Kentucky]] na [[Ofensiva Confederada de Heartland]] incluiu sucessos iniciais, como o triunfo de [[Edmund Kirby Smith]] na [[Batalha de Richmond]] e a captura da capital do Kentucky, [[Frankfort (Kentucky)|Frankfort]], em 3 de setembro de 1862.<ref>{{citar livro|último1 =Brown |primeiro1 =Kent Masterson |título=The Civil War in Kentucky: Battle for the Bluegrass State |página=95}}</ref> No entanto, a campanha terminou com uma vitória sem sentido sobre o major-general [[Don Carlos Buell]] na [[Batalha de Perryville]]. Bragg foi forçado a encerrar sua tentativa de invadir o Kentucky e recuar devido à falta de apoio logístico e à falta de recrutas de infantaria para os Confederados naquele estado.{{sfn|McPherson|1988|pp=419–20}}
Em setembro, Rosecrans e seus 55 mil soldados atacaram [[Chattanooga]], e Bragg foi novamente forçado a recuar. Porém, Rosecrans continuou a perseguir Bragg. Este recebeu reforços vindos da Virgínia por [[ferrovia]]s, e o número de soldados sob o comando de Bragg subira de 30 mil para mais de 65 mil. Na [[Batalha de Chickamauga]], em [[20 de setembro]], a Confederação teve sua última vitória importante em toda a Guerra de Secessão. Bragg e suas forças recuaram para Chattanooga, a cidade mais importante no [[rio Tennessee]], enquanto Rosecrans foi afastado, e o comando supremo da Frente Ocidental foi dado a Grant. Entre [[23 de Novembro|23]] e [[25 de novembro]], tropas nortistas comandadas por Grant enfrentaram as tropas de Bragg na [[Batalha de Chattanooga]], e os sulistas recuaram no dia 26. A conquista da cidade significava que o rio Tennesse estava em mãos nortistas, dividindo o leste da Confederação em dois.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


;Stones River
=== Frente do Pacífico: 1861 - 1865 ===
Bragg foi derrotado por pouco pelo major-general [[William Rosecrans]] na [[Batalha de Stones River]], no Tennessee, o culminar da [[Campanha de Stones River]].{{sfn|McPherson|1988|pp=480–83}}
Embora geograficamente isolado das batalhas do centro-leste dos Estados Unidos (a oeste do Rio Mississippi), o oeste americano foi o palco de batalha de um número de ações militares. Em [[1861]], os confederados lançaram uma campanha bem-sucedida no [[Território do Novo México]]. Os habitantes do sul deste território apoiavam os confederados, e pediram a tropas confederadas em [[Texas]] que removessem tropas da União ainda presentes na região. O território confederado de Arizona foi proclamado pelo Coronel [[John Baylor]], após as [[Batalhas de Mesilla]] e a captura de diversas forças nortistas, porém as tentativas da Confederação em gradualmente avançar em direção ao norte e ao oeste do país foram mal-sucedidas - especialmente após a [[Batalha de Glorieta Pass]], onde dois mil nortistas travaram o avanço confederado em direção a [[Denver]] e a [[Fort Union]], tendo um texano dito inclusive que ''"se não fosse por estes demônios de "Pike's Peak", este país teria sido nosso."''{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


;Vicksburg
O Arizona foi recapturado pela União em 1862 por forças nortistas procedentes da [[Califórnia]]. O resultado da batalha de Glorieta Pass acabou com qualquer possibilidade da Confederação de tomar o Novo México e outros territórios no extremo ocidente dos Estados Unidos.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
As forças navais ajudaram [[Ulysses S. Grant]] na longa e complexa [[Campanha de Vicksburg]], que resultou na rendição dos Confederados na [[Batalha de Vicksburg]], em julho de 1863, que cimentou o controle da União sobre o [[rio Mississippi]] e é considerado um dos [[Ponto de virada da Guerra Civil Americana|pontos de virada]] da guerra.<ref>Ronald Scott Mangum, "The Vicksburg Campaign: A Study In Joint Operations," ''Parameters: U.S. Army War College'' (1991) 21#3, pp.&nbsp;74–86 [https://carlisle-www.army.mil/usawc/Parameters/Articles/1991/1991%20mangum.pdf online] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20121127192600/https://carlisle-www.army.mil/usawc/Parameters/Articles/1991/1991%20mangum.pdf |date=November 27, 2012 }}</ref>


[[File:Chickamauga.jpg|thumb|220px|A [[Batalha de Chickamauga]], as das maiores baixas da guerra em dois dias.]]
A União por diversas vezes tentou capturar as regiões confederadas de Texas e de [[Louisiana]], localizadas além do Mississippi, desde 1862 até o final da guerra. Com todos os portos confederados no Atlântico bloqueados pelo Plano Anaconda, o Texas e a Louisiana continuavam a alimentar as reservas monetárias da Confederação, uma vez que o algodão - ao menos, parte dele - continuou a ser exportado para a Europa, sendo transportado via o [[México]] para a Europa, e comercializado por dinheiro ou diretamente por suprimentos. Os nortistas tentaram por diversas vezes acabar com isto, através de sucessivos ataques contra estes dois estados. Porém, os confederados defenderam bravamente estes estados, na [[Batalha de Galveston]] e na [[Segunda Batalha de Sabine Pass]]. A última batalha da Guerra Civil Americana ocorreu em Texas, na [[Batalha de Palmito Ranch]] - que resultou, ironicamente, em uma vitória confederada.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
;Chickamauga
A única vitória Confederada no Ocidente foi a [[Batalha de Chickamauga]]. Após a bem-sucedida [[Campanha de Tullahoma]] de Rosecrans e Bragg, reforçado pelo tenente-general [[James Longstreet]] (do Exército de Lee no leste), derrotou Rosecrans, apesar da posição defensiva heroica do major-general [[George Henry Thomas]].


;Terceira Chattanooga
=== Queda da Confederação ===
Rosecrans se retirou para [[Chattanooga]], que Bragg sitiou na [[Campanha de Chattanooga]]. Grant marchou para o alívio de Rosecrans e derrotou Bragg na [[Campanha de Chattanooga|Terceira Batalha de Chattanooga]],{{sfn|McPherson|1988|pp=677–80}} fazendo com que Longstreet abandonasse sua [[Campanha de Knoxville]] e expulsando as forças Confederadas do Tennessee e abrindo uma rota para [[Atlanta]] e o coração dos Confederados.
[[Imagem:Civil war 1861-1865.jpg|thumb|300px|esquerda|Mapa das perdas territoriais da Confederação por ano.]]
Em 1864, já estava claro que a Confederação havia perdido a guerra. Suas forças gradualmente diminuíam, graças a baixas em batalhas e à conquista de território confederado por parte da União, assim diminuindo o número de recrutas. Além disso, equipamentos estavam em falta, e a maioria do sistema de transportes da Confederação ou havia passado ao controle da União (caso da [[bacia hidrográfica]] do Rio Mississippi e do Rio Tennessee) ou havia sido [[sabotagem|sabotado]] ([[ferrovia]]s). Porém, os sulistas continuaram a resistir bravamente contra os ataques da União.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


== Teatro Trans-Mississippi ==
Em 9 de março de 1864, Lincoln deu a Grant o comando de todas as forças da União. Em maio, Grant e o Exército do Potomac, comandado por Meade, moveram-se para uma região nomeada ''Wilderness'' - uma região de florestas e arbustos - atraindo assim o confederado Lee e suas forças. Grant, comandante direto de 118 mil soldados, achava que, com quase o dobro de soldados (Lee tinha apenas 60 mil soldados), venceria facilmente a batalha. A [[Batalha de Wilderness]] iniciou-se em [[5 de maio]] e perdurou por dois dias. A vegetação densa deu a vantagem para Grant. A cavalaria e os canhões nortistas mostraram-se inúteis na região. Além disso, eventualmente, os arbustos pegaram [[fogo]], e vários soldados morreram queimados. Ambos os lados eventualmente recuaram, tendo sofrido enormes perdas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
{{artigo principal|Teatro Trans-Mississippi da Guerra Civil Americana}}
=== Antecedentes ===
O [[Teatro Trans-Mississippi da Guerra Civil Americana|Teatro Trans-Mississippi]] se refere a operações militares a oeste do [[rio Mississippi]], sem incluir as áreas que fazem fronteira com o [[Oceano Pacífico]].


=== Batalhas ===
Em maio de 1864, William T. Sherman, comandante de uma tropa de 97.500 soldados, por ordens de Grant, invadiu e conquistou muito do sudeste da Confederação. Sherman conquistou [[Atlanta]] ainda em Setembro, tendo enfrentado resistência de uma força confederada de aproximadamente 60 mil soldados, comandadas por [[Joseph Eggleton Johnston]]. Este eventualmente recuou, e foi substituído por [[John Hood]]. Hood decidiu invadir o Tennessee, esperando que Sherman fizesse o mesmo. Hood acreditava que podia vencer Shreman no terreno montanhoso do Tennessee. Entretanto, Sherman destacou 60.000 soldados, sob George H. Thomas e [[John Schofield]] para lidar com o Hood, seguindo com o restante das forças rumo ao sul. Na [[Batalha de Franklin]], em [[30 de novembro]], Schofield venceu Hood. Os confederados recuaram para [[Nashville (Tennessee)|Nashville]], Tennessee, e foram derrotados definitivamente pelo Gal. Maj. [[George H. Thomas]] e seus 55 mil soldados na [[Batalha de Nashville]], em [[16 de dezembro]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
;Missouri
[[Imagem:Dead soldier (American Civil War - Siege of Petersburg, April 1 1865).jpg|250px|miniaturadaimagem|Um soldado confederado morto, em abril de 1865.]]
[[Imagem:Wilson's Creek charge of 1st Iowa.jpg|thumb|220px|[[Nathaniel Lyon]] assegurou as docas e o arsenal de St. Louis, levou as forças da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] a expulsar as forças e o governo Confederado do [[Missouri]].{{sfn|Keegan|2009|p=100}}]]
Enquanto isto, ao longo de maio de 1864, Grant tentou em uma série de ataques "tudo-ou-nada" contra a capital confederada, Richmond. A [[Batalha de Spotsylvania Court]], ocorrida em [[8 de maio]], teve os mesmos resultados de ''Wilderness''. Em [[3 de junho]], Grant, ao comando de 50 mil soldados, ordenou um ataque a [[Cold Habor]] e seus 30 mil soldados, localizada imediatamente ao norte de Richmond. Os confederados, bem [[trincheira|entrincheirados]], conseguiram desferir aproximadamente 7,5 mil baixas em apenas alguns minutos contra Grant, que foi forçado a recuar. Grant foi apelidado de "açougueiro" pela [[mídia]] nortista, tendo perdido 45 mil soldados em apenas um mês.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
A primeira batalha do Teatro Trans-Mississippi foi a [[Batalha de Wilson's Creek]]. Os [[Estados Confederados da América|Confederados]] foram expulsos do [[Missouri]] no início da guerra como resultado da [[Batalha de Pea Ridge]].{{sfn|McPherson|1988|pp=404–05}}


A extensa guerra de guerrilhas caracterizou a região Trans-Mississippi, pois os Confederados careciam de tropas e logística para apoiar os exércitos regulares que poderiam desafiar o controle da União.<ref>James B. Martin, ''Third War: Irregular Warfare on the Western Border 1861–1865'' (Combat Studies Institute Leavenworth Paper series, number 23, 2012). See also, Michael Fellman, ''Inside War: The Guerrilla Conflict in Missouri during the Civil War'' (1989). Somente o Missouri foi palco de mais de 1.000 confrontos entre unidades regulares e um número incontável de ataques de guerrilha e ataques de bandos informais pró-Confederados, especialmente nos condados ocidentais recentemente estabelecidos.</ref> Bandos Confederados itinerantes, como os [[Quantrill's Raiders]], aterrorizaram o campo, atingindo instalações militares e assentamentos civis.<ref>{{citar periódico|último1 =Bohl|primeiro1 =Sarah|ano=2004|título=A War on Civilians: Order Number 11 and the Evacuation of Western Missouri|periódico=Prologue|volume=36|número=1|páginas=44–51}}</ref> Os "''Sons of Liberty''" (Filhos da Liberdade) e a "''Order of the American Knights''" (Ordem dos Cavaleiros Americanos) atacaram pessoas pró-União, titulares de cargos eleitos e soldados uniformizados desarmados. Esses partidários não puderam ser inteiramente expulsos do estado do Missouri até que uma divisão regular de infantaria da União estivesse envolvida. Em 1864, essas atividades violentas prejudicaram o movimento anti-guerra nacional que se organizava contra a reeleição de [[Abraham Lincoln]]. O Missouri não apenas ficou na União, mas Lincoln obteve 70% dos votos para a reeleição.{{sfn|Keegan|2009|p=270}}
Sabendo que um ataque frontal e direto contra Richmond seria desastroso, Grant moveu suas forças em direção ao sul, ao sul do [[Rio James (Virgínia)|Rio James]], para [[Cerco de Petersburg|atacar]] [[Petersburg (Virgínia)|Petersburg]], um pólo ferroviário que abastecia Richmond com suprimentos. A captura de Petersburg forçaria Lee a sair da cidade para defender a capital confederada. Ao invés de um ataque direto, Grant desta vez preferiu cercar Petersburg e lentamente estagná-la com a falta de suprimentos. Assim sendo, trincheiras foram cavadas em torno da cidade e ferrovias alimentando a cidade foram cortadas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


;Novo México
Por um ano Petersburg [[Cerco de Petersburg|ficou cercada]], até que nos primeiros dias de abril de [[1865]] as instalações ferroviárias de Petersburg foram finalmente capturadas pelas forças de Grant. Lee foi forçado então a fugir da cidade, e forças nortistas capturaram Richmond em [[10 de abril]]. Grant continuou a perseguir Lee e sua força, que batia em retirada, tendo conseguindo [[Campanha de Appomattox|cercá-lo]] em [[Appomattox]]. Lee, ao controle de 50 mil soldados, viu que uma vitória era impossível contra os aproximadamente 120 mil soldados de Grant, e Lee pediu por termos da rendição em [[8 de abril]].<ref name="Davis, pp. 298, 322">Davis, ''To Appomattox - Nine April Days, 1865'', pp. 298, 322, 331-333, 359</ref> No dia seguinte, Grant e Lee encontraram-se na corte judicial de Appomattox, onde Grant ofereceu termos relativamente generosos de rendição.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
Inúmeras ações militares de pequena escala, ao sul e oeste do [[Missouri]], procuraram controlar o [[Território Indígena na Guerra Civil Americana|Território Indígena]] e o [[Território do Novo México na Guerra Civil Americana|Território do Novo México]] para a [[União (Guerra Civil Americana)|União]]. A [[Batalha de Glorieta Pass]] foi a batalha decisiva da [[Campanha do Novo México]]. A União repeliu incursões [[Estados Confederados da América|Confederadas]] no Novo México em 1862, e o governo do Arizona exilado recuou para o [[Texas]]. No Território Indígena, eclodiu uma guerra civil dentro das tribos. Cerca de 12.000 guerreiros indígenas lutaram pelos Confederados e números menores pela União.<ref>{{citar periódico|último1 =Graves|primeiro1 =William H.|ano=1991|título=Indian Soldiers for the Gray Army: Confederate Recruitment in Indian Territory|url=|periódico=Chronicles of Oklahoma|volume=69|número=2|páginas=134–145}}</ref> OUm dos [[Cherokees]] mais proeminente foi o general-de-brigada [[Stand Watie]], o último general Confederado a se render.<ref>{{citar periódico|último1 =Neet|primeiro1 =J. Frederick|último2 =Jr|ano=1996|título=Stand Watie: Confederate General in the Cherokee Nation|url=|periódico=Great Plains Journal|volume=6|número=1|páginas=36–51}}</ref>


;Texas
A Guerra Civil Americana não acabara oficialmente, mas a rendição da principal tropa confederada significava que o fim da guerra era uma questão de tempo. Em 14 de abril, Lincoln foi assassinado por um extremista sulista, mas isto em nada afetaria o rumo da guerra. Gradualmente, outros generais confederados renderam-se. As últimas tropas sulistas renderam-se em 28 de junho de 1865.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
Após a [[Cerco de Vicksburg|queda de Vicksburg]], em julho de 1863, o general [[Edmund Kirby Smith]], no [[Texas]], foi informado por [[Jefferson Davis]] que não esperava mais ajuda do leste do [[rio Mississippi]]. Embora ele não tivesse recursos para derrotar os exércitos da União, ele construiu um arsenal formidável em [[Tyler (Texas)|Tyler, Texas]], junto com sua própria economia Edmund Kirby Smith, um "feudo independente" virtual no Texas, incluindo construção de ferrovias e contrabando internacional. A União, por sua vez, não o envolveu diretamente.{{sfn|Keegan|2009|p=220–21}} Sua [[Campanha de Red River]], em 1864, para tomar [[Shreveport|Shreveport, Luisiana]], foi um fracasso e o Texas permaneceu nas mãos dos Confederados durante a guerra.


== Teatro da Margem Inferior ==
== Consequências ==
{{artigo principal|Teatro da Margem Inferior da Guerra Civil Americana}}
=== Mortos e refugiados ===
=== Antecedentes ===
{{Vertambém|Imigração norte-americana no Brasil}}
O [[Teatro da Margem Inferior da Guerra Civil Americana|Teatro da Margem Inferior]] se refere a operações militares e navais que ocorreram perto das áreas costeiras do sudeste: no [[Alabama]], [[Flórida]], [[Luisiana]], [[Mississippi]], [[Carolina do Sul]] e [[Texas]]) bem como a parte sul do [[rio Mississippi]] ([[Port Hudson (Luisiana)|Port Hudson]] e sul). As atividades navais da União foram ditadas pelo [[Plano Anaconda]].
[[Imagem:Alfred A. Stratton.jpg|thumb|upright|Um em cada treze veteranos de guerra foram amputados.]]


=== Batalhas ===
Oficialmente, um total de 558&nbsp;052 soldados morreram durante a Guerra Civil Americana. Considerando os soldados desaparecidos, o total sobe para aproximadamente 620 mil. O número de feridos é de aproximadamente 275 mil na União e de 137 mil na Confederação. Estes números fazem da Guerra Civil Americana a mais sangrenta de toda a história dos Estados Unidos. Aproximadamente 360 mil soldados da União e 198 mil da Confederação morreram. O número de americanos mortos na Guerra Civil Americana é maior do que a soma de americanos mortos durante todos os outros eventos da história militar dos Estados Unidos, desde a [[Revolução Americana de 1776]] até tempos atuais. Três quintos de todas as mortes foram causados por [[doença]]s, um quinto por lesões e ferimentos e apenas um quinto morreu diretamente em combate.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
;Carolina do Sul
Uma das primeiras batalhas da guerra foi travada em [[Batalha de Port Royal|Port Royal Sound]], ao sul de [[Charleston (Carolina do Sul)|Charleston]]. Grande parte da guerra ao longo da costa da [[Carolina do Sul]] se concentrou na captura de Charleston. Ao tentar capturar Charleston, os militares da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] tentaram duas abordagens, por terra sobre as ilhas [[Ilha James (Carolina do Sul)|James]] ou [[Ilha Morris|Morris]] ou pelo porto. No entanto, os [[Estados Confederados da América|Confederados]] foram capazes de afastar cada ataque da União. Um dos ataques mais famosos por terra foi a [[Segunda Batalha de Fort Wagner]], na qual a [[54.° Regimento de Infantaria de Massachusetts]] participou. A União sofreu uma séria derrota nessa batalha, perdendo 1.500 homens, enquanto os Confederados perderam apenas 175.


;Geórgia
A guerra terminou com a rendição incondicional das forças confederadas. Não houve conflitos de [[guerrilha]] significante. Muitos oficiais do alto escalão da Confederação escaparam para a [[Europa]], o [[México]] e o [[Brasil]], entre outros países. Davis foi capturado e aprisionado por dois anos, e libertado em seguida. Nenhum oficial confederado foi processado por [[traição]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
[[Monumento Nacional Fort Pulaski|Fort Pulaski]], na costa da [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]], foi um dos primeiros alvos da [[Marinha da União]]. Após a [[Batalha de Port Royal|captura de Port Royal]], uma expedição foi organizada com tropas de engenheiros sob o comando do capitão [[Quincy Adams Gillmore]], forçando uma rendição [[Estados Confederados da América|Confederada]].


[[Imagem:New Orleans h76369k.jpg|220px|thumb|[[Captura de Nova Orleães]]]]
[[Imagem:Capela-cemitério-do-campo-santa-bárbara-d'oeste-sp.jpg|thumb|esquerda|[[Capela]] localizada no ''[[Cemitério do Campo]]'' em [[Santa Bárbara d'Oeste]], [[São Paulo (estado)|São Paulo]], [[Brasil]].]]
;Luisiana
Em abril de 1862, uma força-tarefa naval da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] comandada pelo comandante [[David Dixon Porter]] [[Batalha dos Fortes Jackson e St. Philip|atacou Forts Jackson e St. Philip]], que protegiam a aproximação por rio a [[Nova Orleães]] pelo sul. Enquanto parte da frota bombardeou os fortes, outras embarcações forçaram uma quebra nas obstruções do rio e permitiram que o restante da frota subisse o rio até a cidade. Uma força do [[exército da União]] comandada pelo major-general [[Benjamin Butler]] desembarcou perto dos fortes e forçou sua rendição. O controverso comando de Butler em Nova Orleães ganhou o apelido de "''Beast''" (Besta).


No ano seguinte, o [[Exército do Golfo|Exército da União do Golfo]], comandado pelo major-general [[Nathaniel Prentice Banks]], sitiou Port Hudson por quase oito semanas, o maior cerco da [[História militar dos Estados Unidos]]. Os [[Estados Confederados da América|Confederados]] tentaram se defender com a [[Campanha Bayou Teche]], mas se renderam após Vicksburg. Essas duas rendições deram à União o controle sobre todo o Mississippi.
Após a derrota e a recessão político-econômica que se seguiu no Sul, muitos confederados migraram para outras regiões dos Estados Unidos (primariamente, para o Norte e o Oeste americano). Os Estados confederados em conjunto (com exceção da Flórida e do Texas) sofreram em conjunto um decréscimo populacional de cerca de 300 mil habitantes na década de 1870, 450 mil habitantes na década de 1880 e 550 mil habitantes na década de 1890. Muitos dos confederados que abandonaram o Sul americano emigraram para outros países, entre eles o [[Brasil]], buscando fugir não somente da recessão econômica, bem como da perseguição e discriminação que se seguiu contra a população confederada. Essa fuga consistiu no maior êxodo populacional da história dos Estados Unidos.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


;Flórida
Os confederados encontraram no Brasil terra produtiva para o plantio de culturas das quais eles tinham ampla experiência, como [[algodão]], [[milho]] e [[melancia]]. Não se sabe ao certo o número de confederados que abandonaram os Estados Unidos e se instalaram no Brasil. Estimativas variam entre quatro mil a vinte mil confederados que imigraram para o Brasil, onde se instalaram primariamente em [[Santa Bárbara d'Oeste]], e [[Americana]], que leva no nome a marca da imigração.<ref name="refe">BIANCO, Jessyr Americana – Edição Histórica. Americana: Editora Focus, 1975</ref>
Várias pequenas escaramuças foram travadas na [[Flórida]], mas sem grandes batalhas. A maior foi a [[Batalha de Olustee]], no início de 1864.
{{limpar}}


== Teatro da Costa do Pacífico ==
=== Prisioneiros de guerra ===
{{artigo principal|Teatro da Costa do Pacífico da Guerra Civil Americana}}
[[Imagem:Confederate-prisoners.gif|thumb|Prisioneiros confederados esperando para serem levados a prisões.]]
O [[Teatro da Costa do Pacífico da Guerra Civil Americana|Teatro da Costa do Pacífico]] se refere a operações militares no [[Oceano Pacífico]] e nos estados e territórios a oeste da [[Divisória Continental da América do Norte|Divisão Continental]].


== Conquista da Virgínia ==
Cerca de 211 mil soldados da União e 215 mil soldados da Confederação foram [[prisioneiro de guerra|capturados pelo inimigo]], que ficaram presos em aproximadamente 30 [[prisão|prisões]] ou em acampamentos temporários. Dos 211 mil nortistas capturados, 16 mil foram soltos com a condição que prometessem não lutar contra a Confederação novamente. Soldados afro-americanos nortistas capturados por forças sulistas eram frequentemente torturados e/ou assassinados pelos soldados confederados.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
[[Imagem:William-Tecumseh-Sherman.jpg|thumb|160px|[[William Tecumseh Sherman]]]]
No início de 1864, [[Abraham Lincoln]] fez [[Ulysses S. Grant]] comandante de todos os exércitos da [[União (Guerra Civil Americana)|União]]. Grant fez sua sede com o [[Exército do Potomac]] e colocou o major-general [[William Tecumseh Sherman]] no comando da maioria dos exércitos ocidentais. Grant entendeu o conceito de [[guerra total]] e acreditava, juntamente com Lincoln e Sherman, que apenas a derrota total das forças [[Estados Confederados da América|Confederadas]] e sua base econômica acabaria com a guerra.<ref name="history" /> Foi uma guerra total, não matando civis, mas tomando provisões e suprimentos e destruindo casas, fazendas e ferrovias, que Grant disse que "de outra forma teria sido apoiado pela secessão e rebelião. Acredito que essa política exerceu uma influência material para acelerar o fim."<ref>{{citar livro|autor =U.S. Grant |título=Personal Memoirs of U.S. Grant; Selected Letters |ano=1990 |publicado=Library of America |página=[https://archive.org/details/memoirsselectedl00gran_0/page/247 247] |isbn=978-0-940450-58-5 |url=https://archive.org/details/memoirsselectedl00gran_0/page/247}}</ref> Grant desenvolveu uma estratégia coordenada que atacaria toda a Confederação de várias direções. Os generais [[George Meade]] e [[Benjamin Butler]] foram ordenados a se mover contra [[Robert E. Lee]] perto de [[Richmond (Virgínia)|Richmond]], o general [[Franz Sigel]] (e mais tarde [[Philip Sheridan]]) [[Campanha do Vale de Shenandoah (1864)|atacaria o Vale de Shenandoah]], o general Sherman capturaria [[Atlanta]] e marcharia para o mar (o [[Oceano Atlântico]]), os generais [[George Crook]] e [[William W. Averell]] deveriam operar contra linhas de fornecimento de ferrovias na [[Virgínia Ocidental]], e o major-general [[Nathaniel Prentice Banks]] capturaria [[Mobile (Alabama)|Mobile, Alabama]].<ref>{{citar livro|autor =Ron Field|título=Petersburg 1864–65: The Longest Siege|url={{google books |plainurl=y |id=kLf3Mua-IQwC|page=6}}|ano=2013|publicado=Osprey Publishing|página=6|isbn=9781472803054}}</ref>
[[Imagem:EwellsDeadSpotsylvania1864crop01.jpg|thumb|left|Soldados foram mortos no ataque de [[Richard Stoddert Ewell]] em maio de 1864 à [[Batalha de Spotsylvania Court House|Spotsylvania Court House]], atrasaram o avanço de [[Ulysses S. Grant]] em [[Richmond (Virgínia)|Richmond]] na [[Campanha Overland]].]]


=== Campanha Overland de Grant ===
Nem a União quanto os confederados tinham as facilidades necessárias para acomodar grandes números de prisioneiros. A Guerra Civil Americana foi a primeira vez onde o país teve que lidar com grandes números de prisioneiros, e por isto, o tratamento dado por ambos os lados aos seus prisioneiros variavam bastante. As condições de vida dos prisioneiros de guerra eram péssimas, por causa de prisões lotadas e falta de cuidados sanitários adequados. Os prisioneiros de guerra da União enfrentaram as piores condições, visto que os próprios soldados da Confederação enfrentavam a falta de alimentação e de vestuário. Muitos prisioneiros morreram na prisão. Estas prisões seriam atualmente consideradas inabitáveis, em padrões atuais. O sofrimento entre os prisioneiros de guerra era universal e severo, como muitos posteriormente testemunhariam.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
O exército de [[Ulysses S. Grant]] partiu na [[Campanha Overland]] com o objetivo de atrair [[Robert E. Lee]] para uma defesa de [[Richmond (Virgínia)|Richmond]], onde eles tentariam deter e destruir o [[Exército dos Estados Confederados|Exército Confederado]]. O [[Exército da União]] tentou primeiro passar por Lee e travou várias batalhas, principalmente em [[Batalha de Wilderness|Wilderness]], [[Batalha de Spotsylvania Court House|Spotsylvania Court House]] e [[Batalha de Cold Harbor|Cold Harbor]]. Essas batalhas resultaram em pesadas perdas de ambos os lados e forçaram os [[Estados Confederados da América|Confederados]] de Lee a recuar repetidamente. Na [[Batalha de Yellow Tavern]], os Confederados perderam [[J. E. B. Stuart]].


Uma tentativa de flanquear Lee pelo sul falhou sob Butler, que estava preso dentro da curva do rio [[Campanha de Bermuda Hundred|Bermuda Hundred]]. Cada batalha resultou em contratempos para a [[União (Guerra Civil Americana)|União]] que espelhavam o que haviam sofrido com generais anteriores, embora, diferentemente dos generais anteriores, Grant lutasse em vez de recuar. Grant era tenaz e continuou pressionando o exército de Lee, no Norte da Virgínia, de volta a Richmond. Enquanto Lee se preparava para um ataque a Richmond, Grant inesperadamente virou para o sul para atravessar o [[Rio James (Virgínia)|rio James]] e iniciou o prolongado [[Cerco de Petersburg]], onde os dois exércitos se envolveram em [[guerra de trincheiras]] por mais de nove meses.{{sfn|McPherson|1988|pp=724–42}}
As principais prisões sulistas foram ''Libby'' e ''Castle Thunder'', duas prisões que eram anteriormente depósitos antes da guerra, localizados em [[Richmond (Virgínia)|Richmond]]; ''Belle Isle'' em [[Columbia (Carolina do Sul)|Columbia]], [[Carolina do Sul]], e ''Camp Sumter'', em [[Andersonville]], [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]]. As principais prisões nortistas foram ''Elmira'', em ''Point Look'', sul de [[Nova Iorque (Estado)|Nova Iorque]], ''John's Island'', na [[Baía de Chesapeake]], ''Camp Douglas'' em [[Chicago]], [[Illinois]]; e ''Rock Island'' em [[Iowa]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
[[Imagem:Philip Sheridan 1-restored.jpg|thumb|160px|[[Philip Sheridan]]]]
{{limpar}}
=== Efeitos econômicos ===
{{Artigo principal|Reconstrução dos Estados Unidos}}
[[Imagem:Broad Street Charleston South Carolina 1865.jpg|thumb|A economia do Sul foi arruinada durante a guerra. Na imagem, a Broad Street em [[Charleston (Carolina do Sul)|Charleston]], [[Carolina do Sul]].]]
A Guerra Civil Americana drenou os recursos financeiros do Norte e arruinou completamente a economia do Sul. O custo total da guerra foi de 115 bilhões de dólares. Grande destruição ocorreu no Sul por causa da guerra. Inúmeras [[fábrica]]s, estabelecimentos comerciais e [[residência]]s foram destruídos e campos foram queimados pelos soldados do Norte. O monopólio mundial do [[algodão]] sulista foi destruído. Imediatamente após a guerra houve o aparecimento de grandes ressentimentos e atritos entre a população do Sul e do Norte dos Estados Unidos, que perduraram por várias gerações. Ressentimentos da população sulista contra o Partido Republicano, o partido de Abraham Lincoln, também surgiram. Os republicanos teriam grandes dificuldades em vencer quaisquer eleições federais até a [[década de 1970]], quando o balanço partidário foi alterado com o apoio do partido democrata ao fim da segregação racial nos estados sulistas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


=== Campanha do Vale de Sheridan ===
Nenhum programa governamental foi previsto para a integração profissional e econômica do Sul aos Estados Unidos. O Sul perdeu toda sua influência política, econômica e cultural nos Estados Unidos. Os ideais tradicionais do Sul passaram a não ter nenhuma influência no governo federal. Enquanto o conflito assolava os estados americanos, a [[exportação]] de algodão pelos estados do Sul ao [[Reino Unido]] ficou altamente prejudicada - o setor têxtil inglês a importar algodão de duas de suas colônias - o [[Egipto|Egito]] e a [[Índia]], e também incentivando outros países produtores de algodão - inclusive, o setor algodoeiro no Brasil. Foi o "surto nas exportações brasileiras de algodão".{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
[[Ulysses S. Grant]] finalmente encontrou um comandante, general [[Philip Sheridan]], agressivo o suficiente para prevalecer nas [[Campanha do Vale de Shenandoah (1864)|campanhas do vale de 1864]]. Sheridan foi inicialmente repelido na [[Batalha de New Market]] pelo ex-[[vice-presidente dos Estados Unidos]] e general Confederado [[John C. Breckinridge]]. A Batalha de New Market foi a última grande vitória dos Confederados na guerra e incluiu uma acusação de cadetes adolescentes do [[Instituto Militar da Virgínia]]. Depois de redobrar seus esforços, Sheridan derrotou o major-general [[Jubal Early]] em uma série de batalhas, incluindo uma derrota decisiva final na [[Batalha de Cedar Creek]]. Sheridan então destruiu a base agrícola do vale de Shenandoah, uma estratégia semelhante às táticas que Sherman empregou mais tarde na [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]].{{sfn|McPherson|1988|pp=778–79}}


=== Marcha ao Mar de Sherman ===
A Guerra Civil Americana causou a urbanização das [[terra]]s do oeste e das áreas centrais norte-americanas, contribuindo ainda mais para o crescimento da economia, a expansão industrial e o desenvolvimento do capitalismo dos Estados Unidos.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
Enquanto isso, [[William Tecumseh Sherman]] manobrou de [[Chattanooga]] para [[Atlanta]], derrotando os generais [[Estados Confederados da América|Confederados]] [[Joseph E. Johnston]] e [[John Bell Hood]] ao longo do caminho. A [[Batalha de Atlanta|queda de Atlanta]] em 2 de setembro de 1864 garantiu a reeleição de [[Abraham Lincoln]] como presidente.{{sfn|McPherson|1988|pp=773–76}} Hood deixou a área de Atlanta para se virar e ameaçar as linhas de suprimentos de Sherman e invadir o Tennessee na [[Campanha de Franklin–Nashville]]. O major-general da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] [[John Schofield]] derrotou Hood na [[Batalha de Franklin (1864)|Batalha de Franklin]], e [[George Henry Thomas]] enfrentou Hood uma derrota maciça na [[Batalha de Nashville]], destruindo efetivamente o exército de Hood.{{sfn|McPherson|1988|pp=812–15}}
[[Imagem:The Peacemakers 1868.jpg|thumb|''[[The Peacemakers]]'' de [[George Peter Alexander Healy]] retratam [[William Tecumseh Sherman|Sherman]], [[Ulysses S. Grant|Grant]], [[Abraham Lincoln|Lincoln]] e [[David Dixon Porter|Porter]] discutindo planos para as últimas semanas da Guerra Civil a bordo do navio a vapor [[River Queen (navio a vapor)|''River Queen'']] em março de 1865.]]


Saindo de Atlanta e sua base de suprimentos, o exército de Sherman marchou com um destino ao desconhecido, destruindo cerca de 20% das fazendas da [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]] em sua "[[Marcha ao Mar]]". Ele chegou ao [[Oceano Atlântico]] em [[Savannah (Geórgia)|Savannah, Geórgia]], em dezembro de 1864. O exército de Sherman foi seguido por milhares de escravos libertos; não houve grandes batalhas ao longo da Marcha. Sherman virou para o Norte através da [[Carolina do Sul]] e [[Carolina do Norte]] para se aproximar das linhas da Virgínia Confederada a partir do Sul, aumentando a pressão sobre o exército de [[Robert E. Lee]].{{sfn|McPherson|1988|pp=825–30}}
Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela União ao longo da guerra, graças ao esforço de guerra, o Norte cresceu de maneira surpreendente, principalmente na metalurgia, transporte ferroviário, armamentos e naval. Além do desenvolvimento tecnológico, houve ganhos no campo da [[medicina]], escolas e instituições de ensino superior. O comércio cresceu de maneira exponencial, espalhando-se para todo o território americano. O padrão de cultura dos Estados Unidos passou a ser o ideal nortista de "trabalho duro, educação e liberdade econômica a todos", e que eventualmente, faria dos Estados Unidos a maior potência econômica do mundo.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


=== O Waterloo dos Confederados ===
Mais de 60 mil [[livro]]s e artigos foram escritos sobre a Guerra Civil Americana, fazendo desta guerra uma das guerras sobre as quais mais se escreveu na [[história da literatura]]. O [[poeta]] americano [[Walt Whitman]] predisse, corretamente, após o fim da guerra:{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
O exército de [[Robert E. Lee]], reduzido por deserção e baixas, agora era muito menor que o de [[Ulysses S. Grant]]. Uma última tentativa [[Estados Confederados da América|Confederada]] de romper o controle da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] sobre [[Petersburg (Virgínia)|Petersburg]] fracassou na decisiva [[Batalha de Five Forks]] (às vezes chamada de "O [[Waterloo na cultura popular#Outros|Waterloo]] dos Confederados") em 1 de abril. Isso significava que a União agora controlava todo o perímetro em torno de Richmond-Petersburg, cortando completamente os Confederados. Percebendo que a capital estava perdida, Lee decidiu evacuar seu exército. A capital Confederada caiu para o [[XXV Corpo (Exército da União)|XXV Corpo da União]], composto por tropas de negros. As unidades Confederadas restantes fugiram para o oeste após uma derrota em [[Batalha de Sayler's Creek|Sayler's Creek]].{{sfn|McPherson|1988|pp=846–47}}


== Rendição Confederada ==
{{quote2|Uma grande literatura deverá surgir desta era de quatro anos}}
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| caption1 = Esta primeira página do ''[[The New York Times]]'' comemorou a rendição de [[Robert E. Lee]], destacando como [[Ulysses S. Grant]] que permitiu que os oficiais [[Estados Confederados da América|Confederados]] retivessem suas armas e a "liberdade condicional" dos oficiais e homens Confederados.<ref name=NYTimes_18650410>{{citar jornal|título=Union / Victory! / Peace! / Surrender of General Lee and His Whole Army. |url=https://newspaperarchive.com/new-york-times-apr-10-1865-p-1/ |obra=The New York Times |data=10 de abril de 1865 |página=1}}</ref>
| image2 = 18650416 Lee Has Surrendered to Grant - Savannah Daily Herald.png
| caption2 = As notícias da rendição de Robert E. Lee em 9 de abril chegaram a este jornal do sul ([[Savannah (Geórgia)|Savannah, Geórgia]]) em 15 de abril, após o assassinato presidente [[Abraham Lincoln]] em 14 de abril.<ref name=SavannahDailyHerald_18650416/> O artigo cita os termos de entrega a Ulysses S. Grant.<ref name=SavannahDailyHerald_18650416>{{citar jornal|título=Most Glorious News of the War / Lee Has Surrendered to Grant ! / All Lee's Officers and Men Are Paroled |url=https://newspaperarchive.com/savannah-daily-herald-apr-16-1865-p-1/ |obra=Savannah Daily Herald |data=16 de abril de 1865 |local=Savannah, Georgia, U.S. |páginas=1, 4}}</ref>
}}
{{artigo principal|Conclusão da Guerra Civil Americana}}
Inicialmente, [[Robert E. Lee]] não pretendia se render, mas planejava se reagrupar na [[Parque Histórico Nacional de Appomattox Court House|vila de Appomattox Court House]], onde suprimentos deveriam estar esperando, e depois continuar a guerra. [[Ulysses S. Grant]] perseguiu Lee e ficou na frente dele, para que, quando o exército de Lee chegasse ao Appomattox Court House, eles estivessem cercados. Após uma batalha inicial, Lee decidiu que o combate estava perdido e rendeu seu [[Exército da Virgínia do Norte]] em 9 de abril de 1865, na [[McLean House (Appomattox, Virgínia)|McLean House]].<ref name="appomattox" /> Em um gesto não tradicional e como um sinal do respeito e antecipação de Grant de restaurar pacificamente os Estados Confederados à União, Lee foi autorizado a manter sua espada e seu cavalo, [[Traveller (cavalo)|Traveller]].


Em 14 de abril de 1865, o presidente [[Abraham Lincoln]] foi baleado por [[John Wilkes Booth]], um simpatizante do Sul. Lincoln morreu cedo na manhã seguinte e [[Andrew Johnson]] se tornou o presidente. Enquanto isso, as forças Confederadas do Sul se renderam quando as notícias da rendição de Lee chegaram a eles.<ref name="surrender" /> Em 26 de abril de 1865, o general [[Joseph E. Johnston]] entregou cerca de 90.000 homens do [[Exército Confederado do Tennessee]] ao major-general [[William Tecumseh Sherman]] em [[Bennett Place]], perto da atual [[Durham (Carolina do Norte)|Durham, Carolina do Norte]]. Provou ser a maior rendição de forças Confederadas, efetivamente encerrando a guerra. O presidente [[Andrew Johnson]] declarou oficialmente um fim virtual da insurreição em 9 de maio de 1865; O presidente [[Jefferson Davis]] foi capturado no dia seguinte.<ref name="NYT JD Cap" /> Em 2 de junho, [[Edmund Kirby Smith]] entregou oficialmente suas tropas no [[Departamento Trans-Mississippi]].<ref>{{citar web|url=https://www.battlefields.org/learn/articles/ulysses-s-grant-myth-unconditional-surrender-begins-fort-donelson|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160207004144/http://www.civilwar.org/education/history/end-of-war/smith-surrenders.html|url-status=dead|título=Ulysses S. Grant: The Myth of 'Unconditional Surrender' Begins at Fort Donelson|data=17 de abril de 2009|arquivodata=7 de fevereiro de 2016|website=American Battlefield Trust}}</ref> Em 23 de junho, o líder [[Cherokees|Cherokee]] [[Stand Watie]] se tornou o último general Confederado a render suas forças.<ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=fSqmnpHFEF0C|page=68}}|título=Ghost Towns of Oklahoma|último =Morris|primeiro =John Wesley|data=1977|publicado=University of Oklahoma Press|isbn=9780806114200|língua=en|p=68}}</ref>
=== Desenvolvimento militar ===
A Confederação foi abolida pela União, e os Estados rebeldes foram ocupados por tropas da União até 1877. A Guerra Civil Americana é considerada por vários [[história|historiadores]] como a primeira guerra moderna{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}.


== Vitória e consequências da União ==
O conflito gerou vários avanços na área militar. Pela primeira vez, [[arma de repetição|rifles de repetição]] foram utilizados em escala significativa. Armas de fogo de cadência rápida, precursoras das modernas [[metralhadora]]s, foram aprimoradas. A Guerra Civil Americana foi a primeira guerra onde [[Balão|balões]] foram utilizados com o propósito de [[reconhecimento aéreo]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
[[Imagem:Civil war 1861-1865.png|thumb|upright=1.35|Mapa de perdas do território Confederado ano a ano]]
=== Resultados ===
As [[Origens da Guerra Civil Americana|causas da guerra]], as razões de seu resultado e [[Nomes da Guerra Civil Americana|até o nome da guerra em si]] são hoje assuntos de disputa persistente. O Norte e o Oeste enriqueceram, enquanto o Sul, outrora rico, ficou pobre por um século. O poder político nacional dos proprietários de escravos e dos ricos do Sul terminou. Os historiadores têm menos certeza dos resultados da reconstrução do pós-guerra, especialmente em relação à cidadania de segunda classe dos libertos e sua pobreza.{{sfn|McPherson|1988|p=851}}


Historiadores debateram se aos [[Estados Confederados da América|Confederados]] poderiam ter vencido a guerra. A maioria dos estudiosos, incluindo [[James M. McPherson]], argumenta que a vitória Confederada era pelo menos possível.{{sfn|McPherson|1988|p=855}} McPherson argumenta que a vantagem do Norte em população e recursos tornou a vitória do Norte provável, mas não garantida. Ele também argumenta que se os Confederados tivessem lutado usando táticas não convencionais, seria mais fácil aguentar tempo suficiente para esgotar a [[União (Guerra Civil Americana)|União]].<ref name="confederacy" />
Pela primeira vez, [[encouraçado]]s foram utilizados em guerra, bem como [[submarino]]s capazes de destruir outros navios. [[Mina terrestre|minas terrestres]] e [[Mina naval|aquáticas]] ganharam uso em quantidade sem precedentes no mundo ocidental. Além disso, as [[ferrovia]]s, que já haviam sido utilizadas nas guerras [[Guerra Mexicano-Americana|Mexicano-Americana]] e da [[Guerra da Crimeia|Crimeia]], foram empregadas pela primeira vez em massa, para movimentar um grande número de soldados de uma região para outra, em questão de poucos dias. A Guerra Civil Americana é considerada uma guerra moderna por causa da grande destruição gerada.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Os Confederados não precisavam invadir e manter o território inimigo para vencer, mas apenas precisavam travar uma guerra defensiva para convencer o Norte de que o custo da vitória seria alto demais. O Norte precisava conquistar e manter vastas extensões de território inimigo e derrotar exércitos Confederados para vencer.<ref name="confederacy" /> [[Abraham Lincoln]] não era um ditador militar e só poderia continuar lutando a guerra enquanto o público americano apoiasse a continuação da guerra. Os Confederados procuraram conquistar a independência do duradouro Lincoln; no entanto, depois que [[Batalha de Atlanta|Atlanta caiu]] e Lincoln derrotou [[George B. McClellan]] nas [[Eleição presidencial nos Estados Unidos em 1864|eleições de 1864]], todas as esperanças de uma vitória política para o Sul terminaram. Nesse ponto, Lincoln havia conseguido o apoio dos [[Partido Republicano (Estados Unidos)|republicanos]], [[War Democrat|democratas da guerra]], estados fronteiriços, escravos emancipados e a neutralidade da [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|Grã-Bretanha]] e da [[França]]. Ao derrotar os democratas e McClellan, ele também derrotou os ''[[Copperhead]]s'' e sua plataforma de paz.{{sfn|McPherson|1988|pp=771–72}}
Foi a primeira [[guerra total]] do mundo, onde todos os recursos disponíveis foram usados por ambos os lados para os esforços de guerra {{Carece de fontes|data=maio de 2010}}.


Muitos estudiosos argumentam que a União possuía uma vantagem insuperável a longo prazo sobre os Confederados em força e população industrial. As ações Confederadas, eles argumentam, que apenas atrasaram a derrota.{{sfn|Murray|Bernstein|Knox|1996|p=235}}{{sfn|HeidlerHeidlerColes|2002|p=1207–10}} O historiador da Guerra Civil Shelby Foote expressou essa visão sucintamente: "Eu acho que o Norte travou essa guerra com uma mão atrás nas costas ... Se houvesse mais vitórias do Sul e muito mais, o Norte simplesmente teria trazido a outra mão pelas costas. Não creio que o Sul tenha tido a chance de vencer essa guerra."{{sfn|Ward|1990|p=272}}
=== Fim da escravidão ===
[[Imagem:Emancipation proclamation.jpg|thumb|''Primeira Leitura da [[Proclamação de Emancipação]] do Presidente Lincoln'', por Francis Bicknell Carpenter.]]
A [[Constituição dos Estados Unidos|Constituição americana de 1787]] dizia que ''"todos os homens são iguais"''. Ironicamente, após a independência ter sido alcançada, e até o fim da Guerra Civil Americana, os Estados Unidos eram o maior país escravista do mundo. Após o fim da guerra, os americanos tentaram tornar real essa igualdade, através da aprovação da [[13ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos|13ª Emenda à Constituição americana]], a qual foi ratificada no final de 1865, acabando oficialmente com a escravidão no país. A 14ª Emenda, aprovada em 1868, definia [[cidadania]] e dava ao governo federal amplos poderes para forçar os estados a oferecerem proteção legal igualitária a todos. A 15ª Emenda foi aprovada em 1870 e dava o [[direito de voto]] aos afro-americanos do sexo masculino e maiores de idade .{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


Uma visão minoritária entre os historiadores é que os Confederados perderam porque, como [[E. Merton Coulter]] colocou, "as pessoas não fizeram força suficiente e tempo suficiente para vencer".<ref>E. Merton Coulter, ''The Confederate States of America, 1861–1865'' (1950), p. 566.</ref><ref>Richard E. Beringer, Herman Hattaway, Archer Jones and William N. Still Jr, ''Why the South Lost the Civil War'' (1991), ch 1.</ref> De acordo com [[Charles H. Wilson]], em ''The Collapse of the Confederacy'', "o conflito interno deve figurar com destaque em qualquer explicação da derrota dos Confederados."<ref>{{citar livro|primeiro =Charles H.|último =Wesley|título=The Collapse of the Confederacy|local=Washington|publicado=[[Associated Publishers]]|anooriginal=1937|ano=2001|páginas=83–84}}</ref> O historiador marxista Armstead Robinson concorda, apontando para um conflito de classes no [[Exército dos Estados Confederados|Exército Confederado]] entre os proprietários de escravos e o maior número de não-proprietários. Ele argumenta que os soldados não-proprietários de escravos ficaram amargurados por lutar para preservar a escravidão e lutaram com menos entusiasmo. Ele atribui as principais derrotas Confederadas em 1863 em Vicksburg e Missionary Ridge a esse conflito de classes.<ref>Armstead Robinson, ''Bitter Fruits of Bondage: The Demise of Slavery and the Collapse of the Confederacy, 1861–1865'' (University of Virginia Press, 2004)</ref> No entanto, a maioria dos historiadores rejeita o argumento.<ref>see Alan Farmer, [http://www.historytoday.com/alan-farmer/why-was-confederacy-defeated ''History Review'' (2005)], No. 52: 15–20.</ref> [[James M. McPherson]], depois de ler milhares de cartas escritas por soldados Confederados, encontrou um forte patriotismo que continuou até o fim; eles realmente acreditavam que estavam lutando por liberdade. Mesmo quando os Confederados estava visivelmente em colapso entre 1864 e 1865, ele diz que a maioria dos soldados Confederados estavam lutando muito.{{sfn|McPherson|1997|pp=169–72}} O historiador [[Gary W. Gallagher]] cita o general [[William Tecumseh Sherman]] que, no início de 1864, comentou: "Os demônios parecem ter uma determinação que não pode deixar de ser admirada." Apesar da perda de escravos e riqueza, com a fome iminente, Sherman continuou: "ainda não vejo sinais de desapontamento de alguns desertores cansados da guerra, mas as massas decidiram combatê-la."{{sfn|Gallagher|1999|p=57}}
Porém, o lugar dos afro-americanos na sociedade americana continuou indefinido, e eles continuaram a ser marginalizados, uma vez que leis antidiscriminação ainda não existiam na época. O sul seria ocupado por tropas do Norte até [[1877]], e diversos afro-americanos foram colocados em posições importantes do governo dos Estados sulistas, pelo governo da União. A maior parte da população sulista sentiu-se humilhada com essas medidas, favorecendo o surgimento de sociedades secretas como os [[Cavaleiros da Camélia Branca]] e a [[Ku Klux Klan]], que empregavam a [[violência]] para perseguir os afro-americanos e defender a [[Segregação racial nos Estados Unidos|segregação racial]].{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


{| class="wikitable" style="float:right; text-align:center; margin:2em;"
== Impacto cultural ==
|+ Comparação entre a União os Confederados, 1860–1864<ref name="census74" />
=== Representações no cinema ===
!
* ''[[O Nascimento de uma Nação]]'', 1915
! scope="col" | Ano
* [[Gone with the Wind|...E o vento levou]], 1939
! scope="col" | União
* ''[[The Red Badge of Courage]]'', 1951
! scope="col" | Confederados
* ''[[Il buono, il brutto, il cattivo]]'', 1966
|-
* ''[[The Beguiled]]'', 1971
|rowspan="2"|'''População'''
* ''[[Tempo de Glória]]'', 1989
|1860
* ''[[Deuses e Generais]]'', 2003
| 22.100.000 (71%)
* ''[[Cold Mountain]]'', 2003
| 9.100.000 (29%)
* ''[[Dances with Wolves]]'',1990
|-
* ''[[Lincoln (filme)|Lincoln]]'', 2012
|1864
| 28.800.000 (90%){{Efn|"''Union population 1864''" agrega população de 1860, média anual de imigração entre 1855 e 1864 e a população governada anteriormente pelos Estados Confederados da América por fonte da Kenneth Martis. Os contrabandos e após a Proclamação da Emancipação, os libertos que emigraram para o controle da União nas costas e para os exércitos que avançavam, e o aumento natural é excluído.}}
| 3.000.000 (10%)<ref>{{citar livro|último =Martis K|primeiro =enneth C. |título=The Historical Atlas of the Congresses of the Confederate States of America: 1861–1865 |publicado=Simon & Schuster |ano=1994 |isbn=978-0-13-389115-7 |p= 27}}. No início de 1865, os Confederados controlavam um terço de seus distritos congressuais, que eram distribuídos pela população. As principais populações de escravos encontradas na Luisiana, Mississippi, Tennessee e Alabama estavam efetivamente sob controle da União no final de 1864.</ref>
|-
| '''Livres'''
|1860
| 21.700.000 (81%)
| 5.600.000 (19%)
|-
|rowspan="2"| '''Escravos'''
|1860
| 490.000 (11%)
| 3.550.000 (89%)
|-
|1864
| ''insignificante''
| 1.900.000{{Efn|"''Slave 1864, CSA''" agrega o censo de escravos de 1860 da Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia e Texas. Ele omite as perdas do contrabando e após a Proclamação da Emancipação, os libertos que migraram para os portos costeiros controlados pela União e os que se juntam aos exércitos da União, especialmente no vale do Mississippi.}}
|-
| '''Soldados'''
| 1860–1864
| 2.100.000 (67%)
| 1.064.000 (33%)
|-
|rowspan="2"| '''Milhas ferroviárias'''
|1860
| 21.800 (71%)
| 8.800 (29%)
|-
|1864
| 29.100 (98%)<ref>Digital History Reader, [http://www.dhr.history.vt.edu/modules/us/mod05_industry/images/railroad_construction.jpg U.S. Railroad Construction, 1860–1880] Virginia Tech, Retrieved August 21, 2012. "Total Union railroad miles" aggregates existing track reported 1860 @ 21800 plus new construction 1860–1864 @ 5000, plus southern railroads administered by USMRR @ 2300.</ref>
| ''insignificante''
|-
|rowspan="2"| '''Fabricas'''
|1860
| 90%
| 10%
|-
|1864
| 98%
| 2%
|-
|rowspan="2"| '''Produção de armas'''
|1860
| 97%
| 3%
|-
|1864
| 98%
| 2%
|-
|rowspan="2"| '''Fardos de algodão'''
|1860
| ''insignificante''
| 4.500.000
|-
|1864
| 300.000
| ''insignificante''
|-
|rowspan="2"| '''Exportações'''
|1860
| 30%
| 70%
|-
|1864
| 98%
| 2%
|}


Também importante foi a eloquência de Lincoln em racionalizar o propósito nacional e sua habilidade em manter os estados fronteiriços comprometidos com a causa da União. A [[Proclamação de Emancipação]] foi um uso eficaz dos poderes de guerra do Presidente.<ref name="WarLeader" /> O governo Confederado falhou na tentativa de envolver a [[Europa]] na guerra militarmente, particularmente na [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|Grã-Bretanha]] e na [[França]]. Os líderes do Sul precisavam obter poderes europeus para ajudar a romper o [[Bloqueio da União|bloqueio que a União]] havia criado em torno dos portos e cidades do Sul. O bloqueio naval de Lincoln foi 95% eficaz na interrupção do comércio de mercadorias; como resultado, as importações e exportações para o Sul caíram significativamente. A abundância de algodão europeu e a hostilidade da Grã-Bretanha à instituição da escravidão, juntamente com os bloqueios navais de Lincoln no [[Atlântico]] e no [[Golfo do México]], diminuíram severamente qualquer chance de a Grã-Bretanha ou a França entrarem na guerra.{{sfn|McPherson|1988|pp=382–88}}
== Ver também ==
*[[União (Guerra Civil Americana)]]
*[[Exército dos Estados Confederados]]


O historiador Don Doyle argumentou que a vitória da União teve um grande impacto no curso da história mundial.<ref>Don H. Doyle, ''The Cause of All Nations: An International History of the American Civil War'' (2014).</ref> A vitória da União energizou as forças democráticas populares. Uma vitória Confederada, por outro lado, significaria um novo nascimento da escravidão, não da liberdade. O historiador Fergus Bordewich, seguindo Doyle, argumenta que:
{{Referências|col=2}}

{{quote|"A vitória do Norte provou decisivamente a durabilidade do governo democrático. A independência Confederada, por outro lado, teria estabelecido um modelo americano de política reacionária e repressão racial que provavelmente lançaria uma sombra internacional no século XX e talvez além."<ref>Fergus M. Bordewich, [https://www.wsj.com/articles/book-review-the-cause-of-all-nations-by-don-h-doyle-1423260658 "The World Was Watching: America's Civil War slowly came to be seen as part of a global struggle against oppressive privilege"], ''Wall Street Journal'' (February 7–8, 2015).</ref>}}

Estudiosos debateram quais foram os efeitos da guerra no poder político e econômico no Sul.<ref name=":0">{{citar periódico|último =Dupont|primeiro =Brandon|último2 =Rosenbloom|primeiro2 =Joshua L.|título=The Economic Origins of the Postwar Southern Elite|periódico=Explorations in Economic History|volume=68|páginas=119–131|doi=10.1016/j.eeh.2017.09.002|ano=2018|url=https://lib.dr.iastate.edu/econ_las_pubs/644}}</ref> A visão predominante é que a elite dos plantadores do Sul manteve sua poderosa posição no Sul.<ref name=":0" /> No entanto, um estudo de 2017 desafia isso, observando que enquanto algumas elites do Sul mantiveram seu status econômico, a turbulência da década de 1860 criaria maiores oportunidades de mobilidade econômica no Sul do que no Norte.<ref name=":0" />

=== Custos ===
{{multiple image
| align = right
| image1 = Alfred A. Stratton.jpg
| width1 = 110
| alt1 =
| caption1 = Um em cada treze veteranos eram amputados
| image2 = Cold Harbor, Va. African Americans collecting bones.jpg
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| caption2 = Afro-americanos coletando ossos de soldados mortos em batalha
| image3 = Andersonville National Cemetery.jpg
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| caption3 = Cemitério nacional em [[Andersonville|Andersonville, Geórgia]]
| footer =
}}

A guerra resultou em pelo menos 1.030.000 baixas (3% da população), incluindo cerca de 620.000 mortes de soldados dois terços por doenças e 50.000 civis.<ref name="StatsWarCost" /> O historiador da [[Universidade de Binghamton]], J. David Hacker, acredita que o número de mortes de soldados foi aproximadamente 750.000, 20% maior do que o tradicionalmente estimado, e possivelmente tão alto quanto 850.000.<ref name="hacker">{{citar web|url=https://www.sciencedaily.com/releases/2011/09/110921120124.htm |título=U.S. Civil War Took Bigger Toll Than Previously Estimated, New Analysis Suggests |data=22 de setembro de 2011 |website=Science Daily |acessodata=22 de setembro de 2011}}</ref><ref name="recounting">{{citar jornal|url=http://opinionator.blogs.nytimes.com/2011/09/20/recounting-the-dead/ |título=Recounting the Dead |primeiro =J. David |último =Hacker |data=20 de setembro de 2011 |obra=The New York Times|publicado=[[The New York Times Company]]|agência=[[Associated Press]] |acessodata=22 de setembro de 2011}}</ref> A guerra foi responsável por mais mortes americanas do que em todas as outras guerras dos [[Estados Unidos]] juntas.{{sfn|McPherson|1988|p=xix}}

Com base nos dados do censo de 1860, 8% de todos os homens brancos entre 13 e 43 anos morreram na guerra, incluindo 6% no Norte e 18% no Sul.{{sfn|Vinovskis|1990|p=7}}<ref name="slate" /> Cerca de 56.000 soldados morreram em [[Campos de prisioneiros da Guerra Civil Americana|campos de prisioneiros]] durante a guerra.<ref name="nationalgeographic" /> Estima-se que 60.000 homens foram amputados na guerra.<ref name="NYT TR">{{citar web|autor =Teresa Riordan |url=https://www.nytimes.com/2004/03/08/business/technology-when-necessity-meets-ingenuity-art-of-restoring-what-s-missing.html |título=When Necessity Meets Ingenuity: Art of Restoring What's Missing |website=The New York Times|publicado=[[The New York Times Company]]|agência=[[Associated Press]]|data=8 de março de 2004|acessodata=23 de dezembro de 2013}}</ref>

Os mortos do [[Exército da União]], totalizando 15% dos mais de dois milhões que serviram, foram divididos da seguinte forma:

* 110.070 mortos em ação (67.000) ou mortos por ferimentos (43.000).
* 199.790 morreram de doenças (75% foram devido à guerra, o restante teria ocorrido na vida civil de qualquer maneira)
* 24.866 morreram em campos de prisioneiros Confederados
* 9.058 mortos por acidentes ou afogamentos
* 15.741 mortes desconhecidas
* 359.528 total de mortos

Além disso, houve 4.523 mortes na [[Marinha da União|Marinha]] (2.112 em batalha) e 460 nos [[Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos|Fuzileiros Navais]] (148 em batalha).<ref name="Official DOD data" />

As tropas negras compunham 10% do número de mortos na [[União (Guerra Civil Americana)|União]], totalizavam 15% das mortes por doenças, mas menos de 3% dos mortos em batalha.<ref name="civilwarhome.com" /> As perdas entre os afro-americanos foram altas, no último ano e meio e de todas as vítimas relatadas, aproximadamente 20% de todos os [[afro-americanos]] alistados nas forças armadas perderam a vida durante a Guerra Civil.<ref name=Aptheker>Herbert Aptheker, "Negro Casualties in the Civil War", ''The Journal of Negro History'', Vol. 32, No. 1. (January 1947).</ref>{{Rp|16}} Notavelmente, sua taxa de mortalidade foi significativamente maior que os soldados brancos:

{{quote|[Nós] descobrimos, de acordo com os dados oficiais revisados, que dos pouco mais de dois milhões de soldados nos Voluntários dos Estados Unidos, mais de 316.000 morreram (de todas as causas), ou 15.2%. Das 67.000 tropas do Exército Regular (brancos), 8.6%, ou não exatamente 6.000, morreram. Das aproximadamente 180.000 tropas negras dos Estados Unidos, no entanto, mais de 36.000 morreram, ou 20.5%. Em outras palavras, a "''taxa''" de mortalidade entre as tropas negras dos Estados Unidos na Guerra Civil foi 35% maior que a de outras tropas, apesar do fato de as primeiras não estarem inscritas até dezoito meses após o início do conflito.<ref name=Aptheker />{{Rp|16}}}}

Registros Confederados compilados pelo historiador William F. Fox listam 74.524 mortos e 59.292 mortos por ferimentos e doenças. Incluir estimativas Confederadas de perdas em batalhas onde não existem registros traria o número de mortos Confederados para 94.000 mortos em ação, ferimentos e doenças. Fox reclamou, no entanto, que os registros estavam incompletos, especialmente durante o último ano da guerra, e que os relatórios do campo de batalha provavelmente subestimaram as mortes (muitos homens contaram como feridos nos relatórios do campo de batalha posteriormente morreram devido aos ferimentos). Thomas L. Livermore, usando os dados de Fox, colocou o número de mortes não-Confederadas em combate em 166.000, usando a estimativa oficial de mortes na União por doenças e acidentes e uma comparação dos registros de alistamento na União e Confederados, para um total de 260.000 mortes.<ref name="civilwarhome.com" /> No entanto, isso exclui as 30.000 mortes de tropas Confederadas em prisões, o que elevaria o número mínimo de mortes para 290.000.

O [[Serviço Nacional de Parques]] dos [[Estados Unidos]] usa os seguintes números em sua contagem oficial de perdas de guerra:

'''União: 853.838'''
* 110.100 mortos em ação
* 224.580 mortos por doenças
* 275.154 feridos em ação
* 211.411 capturados (incluindo 30.192 que morreram como prisioneiros de guerra)

'''Confederados: 914.660'''
* 94.000 mortos em ação
* 164.000 mortos por doenças
* 194.026 feridos em ação
* 462.634 capturados (incluindo 31.000 que morreram como prisioneiros de guerra)

[[Imagem:Burial of the dead on the Antietam battlefield army.mil-2008-09-10-145638.jpg|thumb|Sepultamento de soldados da União mortos na [[Batalha de Antietam]] em 1862]]

Embora os números de 360.000 mortes de exércitos da União e 260.000 para os Confederados tenham sido comumente citados, eles estão incompletos. Além de muitos registros Confederados estarem ausentes, em parte como resultado de viúvas Confederadas não terem relatado as mortes por serem inelegíveis para obter benefícios, ambos os exércitos contaram apenas tropas que morreram durante seu serviço, e não as dezenas de milhares que morreram de ferimentos ou doenças após receber alta. Isso geralmente acontecia apenas alguns dias ou semanas depois. [[Francis Amasa Walker]], superintendente do censo de 1870, usou dados gerais do censo e do cirurgião para estimar um mínimo de 500.000 mortes militares da União e 350.000 mortes militares dos Confederados, para um número total de 850.000 soldados. Embora as estimativas de Walker tenham sido originalmente descartadas por causa da subconta do censo de 1870, mais tarde foi constatado que o censo estava apenas 6.5% fora e que os dados que Walker usava seriam aproximadamente precisos.<ref name="recounting"/>

Analisar o número de mortos usando dados do censo para calcular o desvio da norma da taxa de mortalidade de homens em idade de combate sugere que pelo menos 627.000 e no máximo 888.000, mas provavelmente 761.000 soldados, morreram na guerra.{{sfn|Hacker|2011|p=307–48}} Isso dividiria em aproximadamente 350.000 mortes militares dos Confederados e 411.000 da União, passando pela proporção de perdas de batalha da União para os Confederados.

As mortes entre ex-escravos provaram ser muito mais difíceis de estimar, devido à falta de dados confiáveis do censo na época, embora eles fossem consideráveis, uma vez que ex-escravos foram libertados ou escaparam em grande número em uma área onde o [[Exército da União]] não tinha abrigo, médicos ou comida suficientes para eles. O professor James Downs, da [[Universidade de Connecticut]], afirma que dezenas a centenas de milhares de escravos morreram durante a guerra devido a doenças, fome ou exposição e que, se essas mortes forem contadas no total da guerra, o número de mortos excederá 1 milhão.<ref>Professor James Downs. "Sick from Freedom: African-American Illness and Suffering during the Civil War and Reconstruction". January 1, 2012.</ref>

As perdas foram muito maiores do que durante a recente [[Guerra Mexicano-Americana|derrota do México]], que viu cerca de 13.000 mortes nos Estados Unidos, incluindo menos de 2.000 mortos em batalha, entre 1846 e 1848. Uma razão para o alto número de mortes em batalhas durante a guerra foi o uso continuado de táticas semelhantes às das [[Guerras Napoleônicas]] na virada do século, como a [[Carga (militar)|carga militar]]. Com o advento de canos de rifles mais precisos, [[Minié ball|bolas Minié]] e (quase no final da guerra para o Exército da União) repetir armas de fogo como o [[Rifle Spencer|Rifle de repetição Spencer]] e o [[Rifle Henry|Rifle de repetição Henry]], os soldados foram abatidos quando estavam em filas ao ar livre. Isso levou à adoção da guerra de trincheiras, um estilo de luta que definiu grande parte da [[Primeira Guerra Mundial]].<ref>{{citar livro|autor =Ron Field and Peter Dennis|título=American Civil War Fortifications (2): Land and Field Fortifications|url={{google books |plainurl=y |id=5QUWAAAAQBAJ|page=4}}|data= 2013|publicado=Osprey Publishing|página=4|isbn=9781472805317}}</ref>

A riqueza acumulada em escravos e escravidão para os 3.5 milhões de negros dos Confederados terminou efetivamente quando os exércitos da União chegaram; quase todos foram libertados pela [[Proclamação de Emancipação]]. Escravos nos estados fronteiriços e aqueles localizados em algum antigo território Confederado ocupado antes da Proclamação de Emancipação foram libertados por ação estatal ou (em 6 de dezembro de 1865) pela [[Décima Terceira Emenda à Constituição dos Estados Unidos|Décima Terceira Emenda]].<ref>Claudia Goldin, "The economics of emancipation." ''The Journal of Economic History'' 33#1 (1973): 66–85.</ref>

A guerra destruiu grande parte da riqueza que existia no Sul. Todo o investimento acumulado em títulos Confederados foi perdido; a maioria dos bancos e ferrovias estavam falidos. A renda por pessoa no Sul caiu para menos de 40% da do Norte, uma condição que durou até o século XX. A influência do Sul no governo federal dos Estados Unidos, anteriormente considerável, diminuiu bastante até a segunda metade do século XX.<ref name="economist" /> A restauração completa da União foi o trabalho de uma era pós-guerra altamente controversa, conhecida como [[Reconstrução dos Estados Unidos|Era da Reconstrução]].

=== Emancipação ===
==== Escravidão como questão de guerra ====
Embora nem todos os sulistas se vissem lutando para preservar a escravidão, a maioria dos oficiais e mais de um terço da patente do exército de [[Robert E. Lee]] tinham laços familiares próximos com a escravidão. Para os nortistas, em contraste, a motivação era principalmente preservar a [[União (Guerra Civil Americana)|União]], não abolir a escravidão.{{sfn|Foner|1981|p=?}} [[Abraham Lincoln]] consistentemente fez a preservação da União o objetivo central da guerra, embora cada vez mais visse a escravidão como uma questão crucial e fizesse do término dela uma meta adicional.{{sfn|Foner|2010|p=74}} A decisão de Lincoln de emitir a [[Proclamação de Emancipação]] irritou os [[Copperhead|democratas da paz]] ("''Copperheads''") e os [[War Democrat|democratas de guerra]], mas energizou a maioria dos [[Partido Republicano (Estados Unidos)|republicanos]].<ref>McPherson, pp.&nbsp;506–8.</ref> Ao alertar que negros livres inundariam o Norte, os democratas obtiveram ganhos nas [[Eleições da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos de 1862 e 1863|eleições de 1862]], mas não conquistaram o controle do [[Congresso dos Estados Unidos|Congresso]]. O contra-argumento dos republicanos de que a escravidão era o principal pilar do inimigo ganhou apoio constante, com os democratas perdendo decisivamente nas eleições de 1863 no norte do estado de [[Ohio]], quando tentaram ressuscitar sentimentos anti-negros.<ref>McPherson. p.&nbsp;686.</ref>

==== Proclamação de Emancipação ====
{{multiple image
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| image1 = Contrabands at Headquarters of General Lafayette by Mathew Brady.jpg
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| caption1 = Os [[Contrabando (Guerra Civil Americana)|contrabandos]], escravos fugitivos, cozinheiros, lavadeiras, trabalhadores, montanhistas, equipes de reparos de ferrovias, fugiram para o [[Exército da União]], mas não foram oficialmente libertados até 1863 pela [[Proclamação de emancipação]]
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| caption2 = Em 1863, o Exército da União aceitou os libertos. Aqui são vistos soldados adolescentes negros e brancos.
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}}
{{artigo principal|Proclamação de Emancipação}}
A [[Proclamação de Emancipação]] permitiu que [[afro-americanos]], negros livres e escravos em fuga, se juntassem ao [[Exército da União]].{{Efn|No início da guerra, alguns comandantes da União pensaram que deviam devolver escravos fugitivos a seus senhores. Em 1862, quando ficou claro que seria uma guerra longa, a questão do que fazer com a escravidão se tornou mais geral. A economia do Sul e o esforço militar dependiam do trabalho escravo. Começou a parecer irracional proteger a escravidão ao bloquear o comércio do Sul e destruir a produção do Sul. Como disse um congressista, os escravos "... não podem ser neutros. Como trabalhadores, se não como soldados, eles serão aliados dos rebeldes ou da União."{{sfn|McPherson|1988|p=495}} O mesmo congressista e seus colegas republicanos radicais, pressionaram [[Abraham Lincoln]] a emancipar rapidamente os escravos, enquanto republicanos moderados passaram a aceitar emancipação e colonização gradual e compensada.{{sfn|McPherson|1988|pp=355, 494–96, 495}} Os afro-americanos escravizados não esperaram a ação de Lincoln antes de escapar e buscar a liberdade atrás das linhas da União. Desde os primeiros anos da guerra, centenas de milhares de afro-americanos escaparam para as linhas da União, especialmente em áreas ocupadas como Nashville, Norfolk e região de Hampton Roads em 1862, Tennessee a partir de 1862, a linha da marcha de Sherman, etc. Tantos afro-americanos fugiram para as linhas da União que os comandantes criaram campos e escolas para eles, onde adultos e crianças aprenderam a ler e escrever. Veja Catton, Bruce. ''Never Call Retreat'', p. 335. A Associação Missionária Americana entrou no esforço de guerra enviando professores para o Sul para esses campos de contrabando, por exemplo, estabelecendo escolas em Norfolk e em plantações próximas. Além disso, aproximadamente 180.000 ou mais homens afro-americanos serviram como soldados e marinheiros com tropas da União. A maioria desses eram escravos fugidos. Provavelmente o mais proeminente desses soldados afro-americanos é a [[54.° Regimento de Infantaria de Massachusetts]].}} Cerca de 190.000 se voluntariaram, aumentando ainda mais a vantagem numérica que os exércitos da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] desfrutavam sobre os [[Estados Confederados da América|Confederados]], que não ousavam emular a fonte equivalente de mão-de-obra por medo de minar fundamentalmente a legitimidade da escravidão.{{Efn|Apesar da escassez de soldados no Sul, a maioria dos líderes do Sul, até 1865, se opôs ao recrutamento de escravos. Eles os usaram como trabalhadores para apoiar o esforço de guerra. Como [[Howell Cobb]] disse: "Se os escravos formarão bons soldados, toda a nossa teoria da escravidão está errada". Os generais Confederados [[Patrick Cleburne]] e [[Robert E. Lee]] argumentaram a favor do armamento de negros no final da guerra, e [[Jefferson Davis]] acabou sendo persuadido a apoiar planos de armar escravos para evitar a derrota militar. A Confederados se renderam em [[Appomattox]], [[Virgínia]] antes que este plano pudesse ser implementado.{{sfn|McPherson|1988|pp=831–37}} A grande maioria dos 4 milhões de escravos foi libertada pela [[Proclamação de Emancipação]], quando os exércitos da União se moveram para o Sul. O historiador [[John D. Winters]] se referiu à alegria dos escravos quando o [[Exército da União]] chegou à [[Luisiana]]: "Quando as tropas chegaram a [[Alexandria (Luisiana)|Alexandria]], os negros lotaram as estradas para assistir o exército que passava. 'Todos estavam frenéticos de alegria, alguns chorando, alguns abençoavam e dançaram na exuberância de suas emoções.' Todos os negros foram atraídos pela pompa e excitação do exército. Outros aplaudiram porque previram a liberdade de fazer o que quisessem agora que as tropas da União estavam lá."{{sfn|Winters|1963|p=237}} Confederados escravizados capturaram soldados negros da União, e soldados negros eram especialmente executados quando tentavam se render no [[Batalha de Fort Pillow|Massacre de Fort Pillow]]. Veja Catton, Bruce. ''Never Call Retreat'', p. 335. Isso levou ao colapso do [[Selos postais e a história postal dos Estados Confederados#Prisioneiros de guerra e o Serviço Postal|programa de troca de prisioneiros e serviço postal]] e ao crescimento de campos de prisioneiros, como a [[Andersonville National Historic Site|prisão de Andersonville]], na [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]], onde quase 13.000 prisioneiros de guerra da União morreram de fome e doenças.{{sfn|McPherson|1988|pp=791–98}}}}

Durante a Guerra Civil, os sentimentos sobre escravos, escravização e emancipação nos Estados Unidos foram divididos. Em 1861, [[Abraham Lincoln]] temia que tentativas prematuras de emancipação significassem a perda dos estados fronteiriços e que "perder o [[Kentucky]] é quase o mesmo que perder todo o jogo".<ref>Lincoln's letter to O. H. Browning, September 22, 1861. O sentimento entre os [[Imigração alemã nos Estados Unidos|americanos-alemães]] foi amplamente anti-escravidão, especialmente entre os [[Forty-Eighters]], resultando em centenas de milhares de americanos-alemães que se voluntariaram para lutar pela União. " {{citar periódico|último =Wittke|primeiro =Carl|título=Refugees of Revolution|publicado=University of Pennsylvania press|local=Philadelphia|ano=1952}} ", Christian B. Keller, "Flying Dutchmen and Drunken Irishmen: The Myths and Realities of Ethnic Civil War Soldiers", ''Journal of Military History'', Vol/ 73, No. 1, January 2009, pp. 117–45; for primary sources see Walter D. Kamphoefner and Wolfgang Helbich, eds, ''Germans in the Civil War: The Letters They Wrote Home'' (2006). "Por outro lado, muitos dos imigrantes recentes no Norte viam os escravos libertos como competição por empregos escassos e como a razão pela qual a Guerra Civil estava sendo travada." Baker, Kevin (March 2003). [https://web.archive.org/web/20101019000238/http://americanheritage.com/articles/magazine/ah/2003/1/2003_1_17.shtml "Violent City"], ''[[American Heritage (revista)|American Heritage]]''. Retrieved July 29, 2010. "Devido em grande parte a essa feroz competição com negros livres por oportunidades de trabalho, os [[Imigração irlandesa nos Estados Unidos|católicos irlandeses]] pobres e da classe trabalhadora geralmente se opunham à emancipação. Quando o esboço começou no verão de 1863, eles lançaram [[Motins em Nova Iorque|uma grande rebelião na cidade de Nova Iorque]] que foi reprimida pelos militares, além de protestos menores em outras cidades." Barnet Schecter, ''The Devil's Own Work: The Civil War Draft Riots and the Fight to Reconstruct America'' (2007), ch 6. Muitos católicos do Norte se ofereceram para lutar em 1861, enviando milhares de soldados para a frente e sofrendo baixas baixas, especialmente em [[Batalha de Fredericksburg|Fredericksburg]]; seu voluntariado caiu depois de 1862.</ref> ''[[Copperhead]]s'' e alguns [[War Democrat|democratas da guerra]] se opuseram à emancipação, embora os últimos tenham aceitado como parte da [[guerra total]] necessária para salvar a União.<ref>Baker, Kevin (March 2003). [https://web.archive.org/web/20101019000238/http://americanheritage.com/articles/magazine/ah/2003/1/2003_1_17.shtml "Violent City"], ''[[American Heritage (revista)|American Heritage]]''. Retrieved July 29, 2010.</ref>

A princípio, Lincoln reverteu as tentativas de emancipação do secretário de guerra [[Simon Cameron]] e dos generais [[John C. Frémont]] (no [[Missouri]]) e David Hunter (na [[Carolina do Sul]], [[Geórgia (Estados Unidos)|Geórgia]] e [[Flórida]]) para manter a lealdade dos estados fronteiriços e dos democratas da guerra. Lincoln alertou os estados fronteiriços que um tipo mais radical de emancipação aconteceria se seu plano gradual baseado na emancipação compensada e na colonização voluntária fosse rejeitado.<ref>McPherson, James, in Gabor S. Boritt, ed. ''Lincoln, the War President'', pp. 52–54.</ref> Mas apenas o Distrito de Columbia aceitou o plano gradual de Lincoln, promulgado pelo [[Congresso dos Estados Unidos|Congresso]]. Quando Lincoln contou a seu gabinete sobre sua proposta de [[Proclamação de Emancipação]], [[William H. Seward]] aconselhou Lincoln a esperar por uma vitória antes de divulgá-la, pois fazer o contrário pareceria "o nosso último grito de retiro."<ref>[[Stephen B. Oates|Oates, Stephen B.]], ''Abraham Lincoln: The Man Behind the Myths'', p.&nbsp;106.</ref> Lincoln lançou as bases para o apoio público em uma carta aberta publicada no jornal do abolicionista [[Horace Greeley]].<ref>"Lincoln Letter to Greeley, August 22, 1862".</ref>

Em setembro de 1862, a [[Batalha de Antietam]] proporcionou essa oportunidade, e a subsequente [[Conferência dos Governadores de Guerra]] adicionou apoio à proclamação.<ref>Pulling, Sr. Anne Francis. "Images of America: Altoona, 2001, 10.</ref> Lincoln emitiu sua Proclamação preliminar de Emancipação em 22 de setembro de 1862 e sua Proclamação final de Emancipação em 1 de janeiro de 1863. Em sua carta a [[Albert G. Hodges]], Lincoln explicou sua crença de que "se a escravidão não está errada, nada está errado ... E, no entanto, nunca entendi que a Presidência me conferisse um direito irrestrito de agir oficialmente sobre esse julgamento e sentimento. ... Eu afirmo não ter eventos controlados, mas confesso claramente que os eventos me controlaram".<ref>Lincoln's Letter to A. G. Hodges, April 4, 1864.</ref>

A abordagem moderada de Lincoln conseguiu induzir os estados fronteiriços, democratas da guerra e escravos emancipados a lutar pela União. Os estados fronteiriços controlados pela União ([[Kentucky]], [[Missouri]], [[Maryland]], [[Delaware]] e [[Virgínia Ocidental]]) e as regiões controladas pela União em torno de [[Nova Orleães]], [[Norfolk (Virgínia)|Norfolk]] e outros lugares, não foram cobertas pela Proclamação de Emancipação. Todos aboliram a escravidão por conta própria, exceto Kentucky e Delaware.<ref>{{citar web|último =Harper|primeiro =Douglas|título=SLAVERY in DELAWARE|url=http://www.slavenorth.com/delaware.htm|ano=2003|acessodata=16 de outubro de 2007|arquivourl= https://web.archive.org/web/20071016062740/http://slavenorth.com/delaware.htm|arquivodata=16 de outubro de 2007| url-status=live}}</ref>

Como a Proclamação de Emancipação se baseou nos poderes de guerra do Presidente, incluiu apenas o território mantido pelos Confederados na época. No entanto, a Proclamação se tornou um símbolo do crescente compromisso da União de acrescentar emancipação à definição de liberdade da União.<ref>" James McPherson, The War that Never Goes Away"</ref> A Proclamação de Emancipação reduziu muito a esperança dos Confederados de obter ajuda da [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|Grã-Bretanha]] ou da [[França]].{{sfn|Asante|Mazama|2004|p=82}} No final de 1864, Lincoln estava desempenhando um papel de liderança ao conseguir que o Congresso votasse a [[Décima Terceira Emenda à Constituição dos Estados Unidos|Décima Terceira Emenda]], que tornou a emancipação universal e permanente.{{sfn|Holzer|Gabbard|2007|p=172–174}}

=== ''Texas v. White'' ===
No ''[[Texas v. White]]'', {{ussc|74|700|1869}} a [[Suprema Corte dos Estados Unidos]] decidiu que o [[Texas]] continuava sendo um estado desde que se uniu à [[União (Guerra Civil Americana)|União]], apesar das alegações de que se uniu aos [[Estados Confederados da América]]; o tribunal sustentou ainda que a [[Constituição dos Estados Unidos|Constituição]] não permitia que os estados se separassem unilateralmente dos [[Estados Unidos]] e que as ordenanças de secessão, e todos os atos das legislaturas dos estados seccionadores que pretendiam efetivar tais ordenanças eram "absolutamente [[Nulidade|nulas]]", sob a Constituição.<ref>Murray, pp. 155–59.</ref>

=== Era da Reconstrução ===
[[Imagem:Freedmen richmond sewing women.jpg|thumb|Os professores do Norte viajaram para o Sul para fornecer educação e treinamento para a população recém-libertada]]
{{artigo principal|Reconstrução dos Estados Unidos}}
A [[Reconstrução dos Estados Unidos|Reconstrução]] começou durante a guerra, com a [[Proclamação de Emancipação]] de 1 de janeiro de 1863, e continuou até 1877.<ref>Hans L. Trefousse, ''Historical Dictionary of Reconstruction'' (Greenwood, 1991) covers all the main events and leaders.</ref> Compreendeu vários métodos complexos para resolver os problemas pendentes das consequências da guerra, dos quais os mais importantes foram os três "[[Emendas da Reconstrução]]" da [[Constituição dos Estados Unidos|Constituição]], que permanecem em vigor até os dias atuais: 13.° (1865), 14.° (1868) e 15.° (1870). Do ponto de vista da [[União (Guerra Civil Americana)|União]], os objetivos da Reconstrução eram consolidar a vitória da União no campo de batalha, reunindo a União; garantir uma "[[Republicanismo nos Estados Unidos|forma republicana de governo]] para os ex-estados Confederados; e encerrar permanentemente a escravidão e impedir o status de semi-escravidão.<ref>Eric Foner's ''A Short History of Reconstruction'' (1990) is a brief survey.</ref>

O Presidente [[Andrew Johnson]] adotou uma abordagem branda e viu a consecução dos principais objetivos da guerra, realizados em 1865, quando cada estado ex-rebelde repudiou a secessão e ratificou a [[Décima Terceira Emenda à Constituição dos Estados Unidos|Décima Terceira Emenda]]. Os [[Republicanos Radicais]] exigiram provas de que o nacionalismo Confederado estava morto e que os escravos eram verdadeiramente livres. Eles surgiram após as [[Eleições nos Estados Unidos em 1866|eleições de 1866]] e desfez grande parte do trabalho de Johnson. Em 1872, os "[[Partido Republicano Liberal (Estados Unidos)|Republicanos Liberais]]" argumentaram que os objetivos da guerra haviam sido alcançados e que a Reconstrução deveria terminar. Eles concorreram à presidência em 1872, mas foram derrotados decisivamente. Em 1874, os democratas, principalmente do Sul, assumiram o controle do [[Congresso dos Estados Unidos|Congresso]] e se opuseram a qualquer Reconstrução. O [[Compromisso de 1877]] terminou com um consenso nacional de que a Guerra Civil finalmente havia terminado.<ref>C. Vann Woodward, ''Reunion and Reaction: The Compromise of 1877 and the End of Reconstruction'' (2nd edn 1991).</ref> Com a retirada das tropas da União, no entanto, os brancos retomaram o controle de todas as legislaturas do Sul; o período de [[Leis de Jim Crow|privação de direitos e segregação legal de Jim Crow]] estava prestes a começar.

=== Política pós-guerra ===
A Guerra Civil teria um enorme impacto na política americana nos próximos anos. Muitos veteranos de ambos os lados foram subsequentemente eleitos para cargos políticos, incluindo cinco [[Lista de presidentes dos Estados Unidos|presidentes dos Estados Unidos]]: [[Ulysses S. Grant]], [[Rutherford B. Hayes]], [[James A. Garfield]], [[Benjamin Harrison]] e [[William McKinley]].<ref>{{citar web| url=https://www.essentialcivilwarcurriculum.com/presidents-who-were-civil-war-veterans.html |título=Presidents Who Were Civil War Veterans - Essential Civil War Curriculum}}</ref>

== Memória e historiografia ==
{{multiple image
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| image1 = Grand Army of the Republic by Swatjester.jpg
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| caption1 = Monumento ao [[Grand Army of the Republic|Grande Exército da República]], uma organização veterana da [[União (Guerra Civil Americana)|União]]
| image2 = Cherokee Confederates Reunion.gif
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| caption2 = Reunião dos [[Cherokees na Guerra Civil Americana|Confederados Cherokees]] em [[Nova Orleães]], 1903
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}}
A Guerra Civil é um dos eventos centrais da memória coletiva americana. Existem inúmeras estátuas, comemorações, livros e coleções de arquivos. A memória inclui assuntos militares, tratamento de soldados, vivos e mortos, rescaldo da guerra, representações da guerra na literatura e na arte, avaliações de heróis e vilões e considerações das lições morais e políticas das guerra.<ref name="controversy" /> O último tema inclui avaliações morais do [[racismo]] e da [[escravidão]], heroísmo em combate e heroísmo por trás das linhas e as questões de democracia e direitos das minorias, bem como a noção de um "[[Império da Liberdade]]" que influencia o mundo.<ref name="american83" />

Historiadores profissionais prestaram muito mais atenção às causas da guerra do que à própria guerra. A história militar se desenvolveu amplamente fora da academia, levando a uma proliferação de estudos sólidos por não acadêmicos que conhecem bem as fontes primárias, prestam muita atenção a batalhas e campanhas e escrevem para o grande público, em vez da pequena comunidade acadêmica. [[Bruce Catton]] e [[Shelby Foote]] estão entre os escritores mais conhecidos.<ref>{{citar livro|autor =Steven E. Woodworth|título=The American Civil War: A Handbook of Literature and Research|url={{google books |plainurl=y |id=rb3ANWoZt1YC|page=208}}|ano=1996|página=208|isbn=9780313290190}}</ref><ref>{{citar livro|autor =Stephen Cushman|título=Belligerent Muse: Five Northern Writers and How They Shaped Our Understanding of the Civil War|url={{google books |plainurl=y |id=95l6BAAAQBAJ|page=5}}|ano=2014|páginas=5–6|isbn=9781469618784}}</ref> Praticamente todas as figuras importantes da guerra, Norte e Sul, tiveram um sério estudo biográfico.<ref>Charles F. Ritter and Jon L. Wakelyn, eds., ''Leaders of the American Civil War: A Biographical and Historiographical Dictionary'' (1998) Provide short biographies and valuable historiographical summaries</ref> Os sulistas profundamente religiosos viram a mão de [[Deus]] na história, que demonstrou Sua ira por seus pecados, ou Suas recompensas por seus sofrimentos. O historiador Wilson Fallin examinou os sermões de pregadores batistas brancos e negros após a Guerra. Os pregadores brancos do Sul disseram:

{{quote|Deus os castigou e lhes deu uma missão especial, manter a ortodoxia, biblicismo estrito, a piedade pessoal e as relações raciais tradicionais. A escravidão, eles insistiram, não tinha sido pecaminosa. Antes, a emancipação era uma tragédia histórica e o fim da Reconstrução era um sinal claro do favor de Deus.<ref>Wilson Fallin Jr, ''Uplifting the People: Three Centuries of Black Baptists in Alabama'' (2007), pp. 52–53.</ref>}}

Em nítido contraste, os pregadores negros interpretaram a Guerra Civil como:

{{quote|O presente da liberdade de Deus. Eles apreciaram oportunidades de exercitar sua independência, adorar à sua maneira, afirmar seu valor e dignidade e proclamar a paternidade de Deus e a irmandade do homem. Acima de tudo, eles poderiam formar suas próprias igrejas, associações e convenções. Essas instituições ofereceram auto-ajuda e elevação racial, e forneceram lugares onde o evangelho da libertação poderia ser proclamado. Como resultado, os pregadores negros continuaram insistindo que Deus os protegerias e os ajudaria; Deus seria a rocha deles em uma terra tempestuosa.<ref>Fallin, ''Uplifting the People: Three Centuries of Black Baptists in Alabama'' (2007), pp. 52–53.</ref>}}

=== Causa Perdida ===
{{artigo principal|Causa Perdida dos Confederados}}
A memória da guerra no Sul branco se cristalizou no mito da "[[Causa Perdida dos Confederados|Causa Perdida]]": que a causa Confederada era justa e heroica. O mito moldou a identidade regional e as relações raciais por gerações.<ref name="confederacy84" /> Alan T. Nolan observa que a Causa Perdida foi expressamente "uma racionalização, um encobrimento para reivindicar o nome e a fama" daqueles que se rebelaram. Algumas reivindicações giram em torno da insignificância da escravidão; alguns apelos destacam diferenças culturais entre o Norte e o Sul; o conflito militar dos atores confederados é idealizado; de qualquer forma, a secessão foi considerada legal.<ref>Nolan, Alan T., in Gallagher, Gary W., and Alan T. Nolan, ''The Myth of the Lost Cause and Civil War history'' (2000), pp. 12–19.</ref> Nolan argumenta que a adoção da perspectiva de Causa Perdida facilitou a reunificação do Norte e do Sul, desculpando o [[Nadir das Relações Raciais Americanas|"racismo virulento" do século XIX]], sacrificando o progresso afro-americano na reunificação de um homem branco. Ele também considera a Causa Perdida "uma caricatura da verdade. Essa caricatura deturpa e distorce completamente os fatos da questão" em todos os casos.<ref>Nolan, ''The Myth of the Lost Cause'', pp. 28–29.</ref>

=== Historiografia Beard ===
O determinismo econômico e de poder político apresentado com força por [[Charles Beard]] e [[Mary Ritter Beard]] em ''The Rise of American Civilization'' (1927) foi altamente influente entre os historiadores e o público em geral até o [[Movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos|movimento pelos direitos civis das décadas de 1950 e 1960]]. Os Beard's minimizavam a escravidão, abolicionismo e as questões de moralidade. Eles ignoraram questões constitucionais dos direitos dos estados e até ignoraram o nacionalismo americano como a força que finalmente levou à vitória na guerra. De fato, o próprio combate feroz foi ignorado apenas como um evento efêmero. Muito mais importante foi o cálculo do conflito de classes. O Beard's anunciou que a Guerra Civil era realmente:

{{quote|[Um] cataclismo social no qual os capitalistas, trabalhadores e agricultores do Norte e Oeste expulsaram do poder no governo nacional a aristocracia das plantações do Sul.<ref>Charles A. Beard and Mary R. Beard, ''The Rise of American Civilization'' (1927), 2:54.</ref>}}

As próprios Beard's abandonaram sua interpretação na década de 1940 e se tornou extinta entre os historiadores na década de 1950, quando os estudiosos passaram a enfatizar a escravidão. No entanto, os temas dos Beard's ainda ecoam entre os escritores de Causa Perdida.<ref>{{citar livro|autor =Richard Hofstadter|título=Progressive Historians|url={{google books |plainurl=y |id=iLdMzbv2IDQC|page=459}}|anooriginal=1968|ano=2012|publicado=Knopf Doubleday|página=304|isbn=9780307809605}}</ref>

=== Preservação de campos de batalhas ===
[[Imagem:Civil War centennial issues.jpg|upright=1.35|thumb|A partir de 1961, o [[Serviço Postal dos Estados Unidos]] lançaram [[Emissão comemorativa|selos comemorativos]] para cinco batalhas famosas, cada uma emitida no 100.° aniversário da respectiva batalha.]]
Os primeiros esforços na preservação e memorialização do campos de batalhas da Guerra Civil ocorreram durante a própria guerra com o estabelecimento de Cemitérios Nacionais em [[Cemitério Nacional de Gettysburg|Gettysburg]], [[Cemitério Nacional de Mill Springs|Mill Springs]] e [[Cemitério Nacional de Chattanooga|Chattanooga]]. Os soldados começaram a erguer marcadores nos campos de batalha a partir da [[Primeira Batalha de Bull Run]], em julho de 1861, mas o monumento mais antigo sobrevivente é o Hazen, erguido no rio Stones perto de [[Murfreesboro (Tennessee)|Murfreesboro, Tennessee]], no verão de 1863 por soldados do coronel da [[União (Guerra Civil Americana)|União]] [[William Babcock Hazen]] marcaram o local onde eles enterraram seus mortos na [[Batalha de Stones River]].<ref>[https://www.murfreesboropost.com/community/hazen-s-monument-a-rare-historic-treasure/article_0498c498-c95b-5569-8d8a-ce0830be17d7.html] Murfreesboro Post, April 27, 2007, "Hazen's Monument a rare, historic treasure." Accessed May 30, 2018.</ref> Na década de 1890, o [[Governo dos Estados Unidos]] estabeleceu cinco parques de campos de batalha da Guerra Civil sob a jurisdição do [[Departamento de Guerra dos Estados Unidos|Departamento de Guerra]], começando com a criação do [[Parque Militar Nacional de Chickamauga e Chattanooga]] no [[Tennessee]] e o [[Campo de Batalha Nacional de Antietam]] em [[Maryland]] em 1890. O [[Parque Militar Nacional de Shiloh]] foi criado em 1894, seguido pelo [[Parque Militar Nacional de Gettysburg]] em 1895 e pelo [[Parque Militar Nacional de Vicksburg]] em 1899. Em 1933, esses cinco parques e outros monumentos nacionais foram transferidos para a jurisdição do [[Serviço Nacional de Parques]] dos [[Estados Unidos]].<ref>Timothy B. Smith, "The Golden Age of Battlefield Preservation" (2008; The University of Tennessee Press).</ref>

O moderno movimento de preservação dos campos de batalhas da Guerra Civil começou em 1987 com a fundação da Associação para a Preservação de Locais de Guerra Civil (APCWS), uma organização de base criada por historiadores da Guerra Civil e outros para preservar as terras dos campos de batalhas adquirindo-as. Em 1991, o [[Civil War Trust]] original foi criado no molde da [[Estátua da Liberdade]]/Ellis Island Foundation, mas não conseguiu atrair doadores corporativos e logo ajudou a gerenciar o desembolso das receitas de moedas comemorativas da Guerra Civil da [[Casa da Moeda dos Estados Unidos]] designadas para preservação de campos de batalhas. Embora as duas organizações sem fins lucrativos tenham se unido em várias aquisições de campos de batalhas, os conflitos em andamento levaram os conselhos das duas organizações a facilitar uma fusão, que aconteceu em 1999 com a criação do [[Civil War Preservation Trust]].<ref>[https://www.washingtonpost.com/opinions/behind-the-bitter-war-to-preserve-the-civil-war-battlefields/2017/07/21/6a1c8dd4-6591-11e7-9928-22d00a47778f_story.html] The Washington Post, July 21, 2007, ""Behind the bitter war to preserve Civil War battlefields." Accessed May 30, 2018.</ref> Em 2011, a organização foi renomeada, se tornando novamente o [[Civil War Trust]]. Depois de expandir sua missão em 2014 para incluir os campos de batalhas da [[Guerra de Independência dos Estados Unidos|Guerra Revolucionária]] e da [[Guerra Anglo-Americana de 1812|Guerra de 1812]], a organização sem fins lucrativos se tornou o [[American Battlefield Trust]] em maio de 2018, operando com duas divisões, o Civil War Trust e o Revolutionary War Trust.<ref>[https://www.battlefields.org/news/national-historic-preservation-group-forms-american-battlefield-trust] [[American Battlefield Trust]] announcement, May 8, 2018. Accessed May 30, 2018.</ref> De 1987 a maio de 2018, o Trust e suas organizações predecessoras, juntamente com seus parceiros, preservaram 49.893 acres de terra de campos de batalhas através da aquisição de propriedades ou servidões de conservação em mais de 130 campos de batalhas em 24 estados.<ref>Bob Zeller, "Fighting the Second Civil War: A History of Battlefield Preservation and the Emergence of the Civil War Trust," (2017: Knox Press)</ref><ref>[https://www.battlefields.org/preserve/saved-land] [[American Battlefield Trust]] "Saved Land" page. Accessed May 30, 2018.</ref>

Os cinco principais parques de batalha da Guerra Civil operados pelo Serviço Nacional de Parques (Gettysburg, Antietam, Shiloh, Chickamauga/Chattanooga e Vicksburg) tiveram um total de 3.1 milhões de visitantes em 2018, uma queda de 70% em relação aos 10.2 milhões em 1970. A participação em Gettysburg em 2018 foi de 950.000, um declínio de 86% desde 1970.<ref>Cameron McWhirter, "Civil War Battlefields Lose Ground as Tourist Draws" [https://www.wsj.com/articles/civil-war-battlefields-lose-ground-as-tourist-draws-11558776600?mod=searchresults&page=1&pos=2 ''The Wall Street Journal'' May 25, 2019]</ref>

=== Comemoração da Guerra Civil ===
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{{artigo principal|Comemoração da Guerra Civil Americana}}
{{VT|Selos Postais Comemorativos da Guerra Civil Americana}}
A Guerra Civil Americana foi comemorada em várias capacidades, desde a reconstituição de batalhas, estátuas e salas memoriais erguidas, filmes sendo produzidos, selos e moedas com temas da Guerra Civil sendo lançados, os quais ajudaram a moldar a memória pública. Esse advento variado ocorreu em proporções maiores nos 100.° e 150.° aniversário.<ref name="gallagher" /> A opinião de Hollywood sobre a guerra foi especialmente influente na formação da memória pública, como visto em clássicos do cinema como [[O Nascimento de uma Nação|''The Birth of a Nation'']] (1915), ''[[Gone with the Wind]]'' (1939) e, mais recentemente, [[Lincoln (filme)|''Lincoln'']] (2012). [[Ken Burns]] produziu uma notável série da [[PBS]] na televisão intitulada [[The Civil War (minissérie)|''The Civil War'']] (1990). Foi remasterizado digitalmente e relançado em 2015.

=== Significado tecnológico ===
Inúmeras inovações tecnológicas durante a Guerra Civil tiveram um grande impacto na ciência do século XIX. A Guerra Civil foi um dos primeiros exemplos de uma "[[guerra industrial]]", na qual o poder tecnológico é usado para alcançar a supremacia militar em uma guerra.<ref>Bailey, Thomas and David Kennedy: ''The American Pageant'', p. 434. 1987</ref> Novas invenções, como o trens e o telégrafos, transporte de soldados, suprimentos e mensagens em um momento em que os cavalos eram considerados a maneira mais rápida de viajar.<ref>{{citar periódico|último =Dome |primeiro =Steam |ano=1974 |título=A Civil War Iron Clad Car |periódico=Railroad History |volume=130 |número=Spring 1974 |páginas=51–53 |publicado=The Railway & Locomotive Historical Society}}</ref><ref>William Rattle Plum, ''The Military Telegraph During the Civil War in the United States'', ed. Christopher H. Sterling(New York: Arno Press, 1974) vol. 1:63.</ref> Também foi nessa guerra quando os países usaram pela primeira vez a guerra aérea, na forma de balões de reconhecimento, com um efeito significativo.<ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=YSSPAgAAQBAJ|page=6}}|p=6,24|título=Air Power in the Age of Total War|último =Buckley|primeiro =John|data=9 de maio de 2006|publicado=Routledge|isbn=9781135362751|língua=en}}</ref> Na Guerra Civil viu a primeira ação envolvendo navios de guerra a vapor revestidos a ferro na história da guerra naval.<ref>Sondhaus, ''Naval Warfare 1815–1914'' p. 77.</ref> As [[Rifle de repetição|armas de fogo de repetição]], como o [[rifle Henry]], [[rifle Spencer]], [[Colt's New Model Revolving|rifle Colt]], [[carabina Triplett & Scott]] e outras, apareceram pela primeira vez durante a Guerra Civil; eles eram uma invenção revolucionária que logo substituiria armas de fogo de tiro único, bem como as primeiras aparições de armas de tiro rápido e metralhadoras, como a metralhadora [[Agar (metralhadora)|Agar]] e a [[Gatling (metralhadora)|Gatling]].<ref>{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=A7O0FYunvPwC|page=75}}|título=The American Civil War|último =Keegan|primeiro =John|data=20 de outubro de 2009|publicado=Knopf Doubleday Publishing Group|isbn=9780307273147|língua=en|p=75}}</ref>

== Na cultura popular ==
=== Literatura ===
* ''[[The Rise and Fall of the Confederate Government]]'' (1881) de [[Jefferson Davis]]
* ''[[The Red Badge of Courage]]'' (1885) de [[Stephen Crane]]
* ''The Private History of a Campaign That Failed'' (1885) de [[Mark Twain]]
* ''[[Texar's Revenge, or, North Against South]]'' (1887) de [[Júlio Verne]]
* "[[An Occurrence at Owl Creek Bridge]]" (1890) de [[Ambrose Bierce]]
* ''[[Gone with the Wind (livro)|Gone with the Wind]]'' (1936) de [[Margaret Mitchell]]
* ''[[Shiloh (livro)|Shiloh]]'' (1952) de [[Shelby Foote]]
* ''[[North and South (trilogia)|North and South]]'' (1982) de [[John Jakes]]
* ''[[Oldest Living Confederate Widow Tells All]]'' (1989) de [[Allan Gurganus]]

=== Filmes ===
{{colbegin}}
* ''[[O Nascimento de uma Nação|The Birth of a Nation]]'' (1915, Estados Unidos)
* ''[[The General (1926)|The General]]'' (1926, Estados Unidos)
* ''[[Operator 13]]'' (1934, Estados Unidos)
* ''[[Gone with the Wind]]'' (1939, Estados Unidos)
* ''[[The Red Badge of Courage (filme)|The Red Badge of Courage]]'' (1951, Estados Unidos)
* ''[[The Horse Soldiers]]'' (1959, Estados Unidos)
* ''[[Shenandoah (filme)|Shenandoah]]'' (1965, Estados Unidos)
* ''[[The Good, the Bad and the Ugly]]'' (1966, Itália/Espanha/França)
* ''[[The Beguiled]]'' (1971, Estados Unidos)
* ''[[Tempo de Glória|Glory]]'' (1989, Estados Unidos)
* ''[[The Civil War (minissérie)|The Civil War]]'' (1990, Estados Unidos)
* ''[[Gettysburg (filme de 1993)|Gettysburg]]'' (1993, Estados Unidos)
* ''[[The Last Outlaw (filme de 1993)|The Last Outlaw]]'' (1993, Estados Unidos)
* ''[[Cold Mountain]]'' (2003, Estados Unidos)
* ''[[Deuses e Generais|Gods and Generals]]'' (2003, Estados Unidos)
* ''[[North and South]]'' (minissérie)
* ''[[Lincoln (filme)|Lincoln]]'' (2012, Estados Unidos)
* ''[[12 Years a Slave]]'' (2013, Estados Unidos)
* ''[[Free State of Jones]]'' (2016, Estados Unidos)
* ''[[The Gettysburg Address (filme)|The Gettysburg Address]]'' (2017, Estados Unidos)
{{colend}}

=== Canções ===
* [[Battle Hymn of the Republic]]
* [[John Brown's Body]]
* "Johnny Reb" (1959) escrito por [[Merle Kilgore]], cantado por [[Johnny Horton]]
* "[[The Night They Drove Old Dixie Down]]" (1969) escrito por [[Robbie Robertson]], cantado por [[The Band]]

===Jogos eletrônicos===
{{colbegin}}
* ''[[North & South (jogo eletrônico)|North & South]]'' (1989, França)
* ''[[Sid Meier's Gettysburg!]]'' (1997, Estados Unidos)
* ''[[Sid Meier's Antietam!]]'' (1999, Estados Unidos)
* ''[[American Conquest#American Conquest: Divided Nation|American Conqest: Divided Nation]]'' (2006, Estados Unidos)
* ''[[Forge of Freedom: The American Civil War]]'' (2006, Estados Unidos)
* ''[[The History Channel: Civil War – A Nation Divided]]'' (2006, Estados Unidos)
* ''[[Ageod's American Civil War]]'' (2007, Estados Unidos/França)
* ''[[History Civil War: Secret Missions]]'' (2008, Estados Unidos)
* ''[[Call of Juarez: Bound in Blood]]'' (2009, Estados Unidos)
* ''[[Darkest of Days]]'' (2009, Estados Unidos)
* ''[[Victoria II]]'' (2011, Estados Unidos)
* ''[[Ageod's American Civil War II]]'' (2013, Estados Unidos/França)
* ''[[Ultimate General#Ultimate General: Gettysburg|Ultimate General: Gettysburg]]'' (2014, Ucrânia)
* ''[[Ultimate General#Ultimate General: Civil War|Ultimate General: Civil War]]'' (2016, Ucrânia)
{{colend}}

== Notas ==
{{notelist}}
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== Citações ==
{{reflist|30em|refs=
<!--<ref name="Civil War Refugees">{{citar web|url=http://digital.library.okstate.edu/encyclopedia/entries/C/CI013.html|título=Civil War Refugees|publicado=Oklahoma Historical Society, [[Oklahoma State University]] |acessodata=10 de agosto de 2008}}</ref>-->
<ref name="Forrest McDonald 2002">Forrest McDonald, ''States' Rights and the Union: Imperium in Imperio, 1776–1876'' (2002).</ref>
<!--ref name="Lincoln's Call for Troops">{{citar web|url=http://www.civilwarhome.com/lincolntroops.htm |título=Lincoln's Call for Troops}}</ref-->
<!--ref name="Lincoln's Call to Arms">{{citar web|último =Bornstein |primeiro =David |url=http://opinionator.blogs.nytimes.com/2011/04/14/lincoln-declares-war/ |título=Lincoln's Call to Arms |obra=New York Times |data=14 de abril de 2011 |acessodata=11 de agosto de 2011}}</ref-->
<ref name="Proclamation 83 – Increasing the Size of the Army and Navy">{{citar web|url=http://www.presidency.ucsb.edu/ws/index.php?pid=70123 |título=Abraham Lincoln: Proclamation 83 – Increasing the Size of the Army and Navy |publicado=Presidency.ucsb.edu |acessodata=3 de novembro de 2011}}</ref>
<ref name="StatsWarCost">{{citar web|último =Nofi|primeiro =Al|autorlink =Albert Nofi|título=Statistics on the War's Costs|publicado=Louisiana State University|data=13 de junho de 2001|url=http://www.cwc.lsu.edu/other/stats/warcost.htm|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070711050249/http://www.cwc.lsu.edu/other/stats/warcost.htm|arquivodata=11 de julho de 2007|acessodata=14 de outubro de 2007}}</ref>
<!--<ref name="United States Volunteers – Indian Troops">{{citar web|data=28 de janeiro de 2008 |url=http://www.civilwararchive.com/Unreghst/unindtr.htm |título=United States Volunteers – Indian Troops |obra=civilwararchive.com |acessodata=10 de agosto de 2008}}</ref>-->
<ref name="WarLeader">{{citar periódico|último =Fehrenbacher|primeiro =Don|título=Lincoln's Wartime Leadership: The First Hundred Days|periódico=Journal of the Abraham Lincoln Association|volume=9|número=1|url=http://quod.lib.umich.edu/cgi/t/text/text-idx?c=jala;view=text;rgn=main;idno=2629860.0009.103|ano=2004|publicado=University of Illinois|acessodata=16 de outubro de 2007}}</ref>
<ref name="american83">David W. Blight, ''Race and Reunion : The Civil War in American Memory'' (2001).</ref>
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<ref name="census74">Railroad length is from: [[Chauncey Depew]] (ed.), ''One Hundred Years of American Commerce 1795–1895'', p.&nbsp;111; For other data see: [http://www2.census.gov/prod2/decennial/documents/1860c-01.pdf 1860 U.S. Census] and Carter, Susan B., ed. ''The Historical Statistics of the United States: Millennial Edition'' (5 vols), 2006.</ref>
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<ref name="nationalism">Avery Craven, ''The Growth of Southern Nationalism, 1848–1861'' (1953).</ref>
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<ref name="sectionalism17">Robert Royal Russel, ''Economic Aspects of Southern Sectionalism, 1840–1861'' (1973).</ref>
<ref name="slate">Richard Wightman Fox (2008)."[https://web.archive.org/web/20110716083839/http://www.slate.com/toolbar.aspx?action=read&id=2180856 National Life After Death]". [[Slate.com]].</ref>
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<ref name="surrender">Sem saber da rendição de [[Robert E. Lee]], em 16 de abril as últimas grandes batalhas da guerra foram travadas na [[Battle of Columbus (1865)|Batalha de Columbus]] e na [[Batalha de West Point]].</ref>
<ref name="taussig">Frank Taussig, ''The Tariff History of the United States'' (1931), pp.&nbsp;115–61</ref>
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<ref name="abolitionists">David Brion Davis, ''Inhuman Bondage'' (2006). p.&nbsp;197, 409; Stanley Harrold, ''The Abolitionists and the South, 1831–1861'' (1995) p. 62; Jane H. and William H. Pease, "Confrontation and Abolition in the 1850s" ''Journal of American History'' (1972) 58(4): 923–37.</ref>
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<ref name="trager">''The People's Chronology'', 1994 by James Trager.</ref>
<ref name="secessionists">William W. Freehling, ''The Road to Disunion: Secessionists Triumphant 1854–1861'', pp. 9–24.</ref>
<ref name="Freehling">William W. Freehling, ''The Road to Disunion, Secessionists Triumphant'', pp. 269–462, p. 274. (The quote about slave states "encircled by fire" is from the ''New Orleans Delta'', May 13, 1860.)</ref>
<ref name="representatives">Most of her slave owners are "decent, honorable people, themselves victims" of that institution. Much of her description was based on personal observation, and the descriptions of Southerners; she herself calls them and Legree representatives of different types of masters.;Gerson, ''Harriet Beecher Stowe'', p. 68; Stowe, ''Key to Uncle Tom's Cabin'' (1953), p. 39.</ref>
<ref name="american">Quoted in Eric Foner, ''The Fiery Trial: Abraham Lincoln and American Slavery'' (2010), p. 100.</ref>
<ref name="Voices from the Gathering Storm: The Coming of the American Civil War">{{citar livro|url={{google books |plainurl=y |id=F20ZsA5ZeeEC|page=184}} |título=Voices from the Gathering Storm: The Coming of the American Civil War |autor =Glenn M. Linden |ano=2001 |publicado=Rowman & Littlefield |local=United States |página=236 |isbn=978-0-8420-2999-5 |citação=Prevent, as far as possible, any of our friends from demoralizing themselves, and our cause, by entertaining propositions for compromise of any sort, on slavery extension. There is no possible compromise upon it, but which puts us under again, and leaves all our work to do over again. Whether it be a Mo. Line, or Eli Thayer's Pop. Sov. It is all the same. Let either be done, & immediately filibustering and extending slavery recommences. On that point hold firm, as with a chain of steel. – Abraham Lincoln to Elihu B. Washburne, December 13, 1860}}</ref>
<ref name="AvalonProject">Winkler, E. [http://avalon.law.yale.edu/19th_century/csa_texsec.asp "A Declaration of the Causes which Impel the State of Texas to Secede from the Federal Union"]. ''Journal of the Secession Convention of Texas''. Retrieved October 16, 2007.</ref>
<ref name="william">William C. Davis, ''Look Away'', pp. 130–40.</ref>
<ref name="townsend">John Townsend, The Doom of Slavery in the Union, its Safety out of it, October 29, 1860.</ref>
<ref name="secessionist">Lipset looked at the secessionist vote in each Southern state in 1860–61. In each state he divided the counties into high, medium or low proportion of slaves. He found that in the 181 high-slavery counties, the vote was 72% for secession. In the 205 low-slavery counties. the vote was only 37% for secession. (And in the 153 middle counties, the vote for secession was in the middle at 60%). Seymour Martin Lipset, ''Political Man: The Social Bases of Politics'' (Doubleday, 1960), p. 349.</ref>
<ref name="schlesinger">Schlesinger ''Age of Jackson'', p. 190.</ref>
<ref name="sandford">Roger B. Taney: Dred Scott v. Sandford (1857).</ref>
<ref name="reconstruction">James G. Randall and David Donald, '' Civil War and Reconstruction'' (1961), p. 68.</ref>
<ref name="republican">Eric Foner. ''Free Soil, Free Labor, Free Men: The Ideology of the Republican Party Before the Civil War'' (1970), p. 9.</ref>
<ref name="randall">Randall and Donald, p. 67.</ref>
<ref name="mcpherson3">McPherson, ''Battle Cry'', pp. 88–91.</ref>
<ref name="mcpherson10">McPherson, ''Battle Cry'', pp. 242, 255, 282–83. Maps on p. 101 (The Southern Economy) and p. 236 (The Progress of Secession) are also relevant.</ref>
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<ref name="mcpherson14">McPherson, ''Battle Cry'', p. 195.</ref>
<ref name="mcpherson15">McPherson, ''Battle Cry'', p. 243.</ref>
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=== Bibliografia ===
=== Bibliografia ===
{{artigo principal|Bibliografia da Guerra Civil Americana}}
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== Ligações externas ==
== Ligações externas ==

Revisão das 22h53min de 28 de setembro de 2019

Guerra Civil Americana

Sentido horário:
Batalha de Gettysburg, capitão da União John C. Tidball junto com a artilharia, prisioneiros Confederados, couraçado casamata USS Atlanta, ruínas de Richmond, Virgínia, Batalha de Franklin
Data 12 de abril de 18619 de maio de 1865[a][1]
(4 anos, 3 semanas e 6 dias)
Local Região Sul dos Estados Unidos, Região Nordeste dos Estados Unidos, Região Oeste dos Estados Unidos, Oceano Atlântico
Desfecho Vitória da União:
Beligerantes
 Estados Unidos  Estados Confederados
Comandantes
e outros... e outros...
Forças
2.200.000:[b] 698.000 (pico)[2][3] 750.000–1.000.000:[c][4] 360.000 (pico)[2][5]
Baixas
  • 110.000+ mortos em ação/ferimentos
  • 230.000+ mortos por acidentes/doenças[6][7]
  • 25.000–30.000 mortos em prisões Confederadas[2][6]

365.000+ total de mortos[8]

Total: 828.000+ baixas
  • 94.000+ mortos em ação/ferimentos[6]
  • 26.000–31.000 mortos em prisões da União[7]

290.000+ total de mortos

  • 137.000+ feridos
  • 436.658 capturados[2][e]
Total: 864.000+ baixas
  • 50.000 civis livres mortos[9]
  • 80.000+ escravos mortos (doenças)[10]
  • Total: 616.222[11]–1.000.000+ mortos[12][13]

A Guerra Civil Americana, também conhecida como Guerra de Secessão ou Guerra Civil dos Estados Unidos (ver os nomes atribuídos ao evento), foi uma guerra civil travada nos Estados Unidos de 1861 a 1865, entre o Norte (a União) e o Sul (os Confederados).[f] A Guerra Civil começou principalmente como resultado da longa controvérsia sobre a escravização dos negros. A guerra eclodiu em abril de 1861, quando as forças separatistas atacaram o Fort Sumter, na Carolina do Sul, pouco depois de Abraham Lincoln ter tomado posse como Presidente dos Estados Unidos. Os legalistas da União no Norte, que também incluíam alguns estados geograficamente ocidentais e do sul, proclamaram apoio à Constituição. Enfrentaram os secessionistas dos Estados Confederados do Sul, que defendiam os direitos dos estados para defender a escravidão.

Dos 34 estados dos Estados Unidos em fevereiro de 1861, 7 estados escravistas do Sul foram declarados por partidários como segregados do país, e os Estados Confederados da América foi organizado em rebelião contra o governo constitucional dos Estados Unidos. Os Confederados cresceram para controlar pelo menos a maioria do território em 11 estados, e reivindicam os estados adicionais de Kentucky e Missouri por declarações de secessionistas que fugiam da autoridade da União, mas sem território ou população; esses estados tiveram total representação no Congresso Confederado durante a Guerra Civil. Os 2 estados escravistas restantes, Delaware e Maryland, foram convidados a ingressar aos Confederados, mas nada de substancial se desenvolveu devido à intervenção das tropas da União.

Os Estados Confederados nunca foram reconhecidos diplomaticamente pelo governo dos Estados Unidos ou por qualquer país estrangeiro.[g] Os estados que permaneceram leais aos Estados Unidos eram conhecidos como União.[h] A União e os Confederados rapidamente criaram exércitos de voluntários que lutaram principalmente no Sul ao longo de quatro anos. Combates intensos deixaram entre 620.000 a 750.000 pessoas mortas, isso é o maior número de mortes militares dos Estados Unidos entre todas as outras guerras combinadas.[i]

A guerra terminou efetivamente em 9 de abril de 1865, quando o general Confederado Robert E. Lee se rendeu ao general da União Ulysses S. Grant na Batalha de Appomattox Court House. Generais Confederados dos estados do Sul seguiram o exemplo, a última rendição em terra ocorreu em 23 de junho. Grande parte da infraestrutura do Sul foi destruída, principalmente os sistemas de transporte. Os Confederados entrarem em colapso, a escravidão foi abolida e 4 milhões de escravos negros foram libertados. Durante a Era da Reconstrução que se seguiu à guerra, a unidade nacional foi lentamente restaurada, o governo nacional expandiu seu poder e os direitos civis e políticos foram concedidos aos escravos negros libertados através de emendas à Constituição e à legislação federal. É um dos eventos mais estudados e escritos sobre a história dos Estados Unidos.[15]

Visão geral

Bandeira da União

Nas eleições presidenciais de 1860, os Republicanos, liderados por Abraham Lincoln, apoiaram a proibição da escravidão em todos os Territórios dos Estados Unidos. Os estados do Sul viam isso como uma violação de seus direitos constitucionais e como o primeiro passo em um grande plano Republicano de abolir a escravidão. Os três candidatos pró-União receberam em conjunto uma esmagadora maioria de 82% dos votos emitidos nacionalmente: Os votos do Republicano Lincoln centrados no Norte, os votos do Democrata Stephen A. Douglas foram distribuídos nacionalmente e os votos de John Bell da União Constitucional foram centrados no Tennessee, Kentucky e Virgínia. O Partido Republicano, dominante no Norte, garantiu uma maioria simples de votos populares e a maioria dos votos eleitorais a nível nacional; assim, Lincoln foi eleito presidente constitucionalmente. Ele foi o primeiro candidato do Partido Republicano a ganhar a presidência. No entanto, antes de sua posse, 7 estados escravistas com economias baseadas em algodão declararam secessão e formaram os Confederados. Os 6 primeiros a declarar secessão tiveram as maiores proporções de escravos em suas populações, com uma média de 49%.[16] Daqueles estados cujas legislaturas resolveram se separar, os 7 primeiros votaram com maiorias divididas pelos candidatos unionistas Douglas e Bell (Geórgia com 51% e Luisiana com 55%), ou com minorias consideráveis para esses sindicalistas (Alabama com 46%, Mississippi com 40%), Flórida com 38%, Texas com 25% e Carolina do Sul, que votaram no Colégio Eleitoral sem voto popular para presidente).[17] Destes, apenas o Texas realizou um referendo sobre a secessão.

Bandeira do Exército Confederado

Oito estados escravistas restantes continuaram a rejeitar pedidos de secessão. O presidente democrata cessante, James Buchanan, e os novos Republicanos rejeitaram a secessão como ilegal. O discurso de posse de Lincoln em 4 de março de 1861 declarou que seu governo não iniciaria uma guerra civil. Falando diretamente aos "Estados do Sul", ele tentou acalmar seus medos de qualquer ameaça à escravidão, reafirmando: "Não tenho nenhum propósito, direta ou indiretamente, de interferir com a instituição da escravidão nos Estados Unidos onde ela existe. Acredito que não tenho o direito legal de fazê-lo e não tenho inclinação para fazê-lo."[18] Depois que as forças Confederadas tomaram numerosos fortes federais dentro do território reivindicado pelos Confederados, os esforços de compromisso falharam e os dois lados se prepararam para a guerra. Os Confederados supunham que os países europeus eram tão dependentes do "King Cotton" que eles interviriam,[19] mas nenhum o fez e nenhum reconheceu os novos Estados confederados da América.

As hostilidades começaram em 12 de abril de 1861, quando as forças Confederadas dispararam contra o Fort Sumter. Enquanto no Teatro Ocidental a União obteve ganhos permanentes significativos, no Teatro Oriental, a batalha foi inconclusiva entre 1861 e 1862. Mais tarde, em setembro de 1862, Lincoln publicou a Proclamação de Emancipação, que fez do fim da escravidão um objetivo de guerra.[20] A oeste, no verão de 1862, a União destruiu a Marinha fluvial dos Confederados, então grande parte de seus exércitos ocidentais, e tomou Nova Orleães. O bem-sucedido Cerco de Vicksburg da União em 1863 dividiu os Confederados em duas no rio Mississippi. Em 1863, a incursão Confederada de Robert E. Lee no Norte terminou na Batalha de Gettysburg. Os sucessos ocidentais levaram ao comando de Ulysses S. Grant de todos os exércitos da União em 1864. Infringindo um bloqueio naval cada vez mais apertado dos portos Confederados, a União reuniu os recursos e mão de obra para atacar os Confederados de todas as direções, levando à queda de Atlanta em direção a William Tecumseh Sherman e sua marcha para o mar. As últimas batalhas significativas ocorreram em torno do Cerco de Petersburg. A tentativa de fuga de Lee terminou com sua rendição no Appomattox Court House, em 9 de abril de 1865. Enquanto a guerra militar estava chegando ao fim, a reintegração política da nação levaria mais 12 anos, conhecida como a Era da Reconstrução.

Bandeira Confederada, "Stars and Bars"

A Guerra Civil Americana foi uma das primeiras guerras industriais. Ferrovias, telégrafos, navios a vapor e navios de ferro e armas foram produzidas em massa eram empregadas extensivamente. A mobilização de fábricas civis, minas, estaleiros, bancos, transporte e suprimentos de alimentos prenunciou o impacto da industrialização na Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial e nos conflitos subsequentes. Continua sendo a guerra mais mortal da história americana. De 1861 a 1865, estima-se que 620.000 a 750.000 soldados tenham morrido,[21] juntamente com um número indeterminado de civis.[j] De acordo com uma estimativa, a guerra matou 10% de todos os homens do Norte entre 20 e 45 anos e 30% de todos os homens brancos do Sul entre 18 e 40 anos.[23]

Causas da secessão

As causas da secessão eram complexas e têm sido controversas desde o início da guerra, mas a maioria dos acadêmicos identifica a escravidão como uma causa central da guerra. James C. Bradford escreveu que a questão foi ainda mais complicada pelos revisionistas históricos, que tentaram oferecer uma variedade de razões para a guerra.[24] A escravidão foi a fonte central da crescente tensão política na década de 1850. O Partido Republicano estava determinado a impedir qualquer propagação da escravidão, e muitos líderes do Sul ameaçavam a secessão se o candidato republicano Abraham Lincoln vencesse a eleição de 1860. Depois que Lincoln venceu, muitos líderes do Sul sentiram que a desunião era sua única opção, temendo que a perda de representação prejudicasse sua capacidade de promover atos e políticas pró-escravidão.[25][26]

Escravidão

Mapa dos Estados mostrando dois tipos de estados da União e duas fases de secessão e territórios
Status dos estados em 1861
  Estados que se separaram antes de 15 de abril de 1861
  Estados que se separaram após 15 de abril de 1861
  Estados da União que permitiam a escravidão
  Estados da União que proibiam a escravidão
  Territórios

A escravidão era uma das principais causas de desunião.[27] Embora houvesse opiniões opostas até nos Estados da União,[28][29] a maioria dos soldados do norte era indiferente ao assunto da escravidão,[30] enquanto os confederados travavam a guerra principalmente para proteger uma sociedade do sul da qual a escravidão era parte integrante.[31][32] Do ponto de vista anti-escravidão, a questão era principalmente sobre se o sistema de escravidão era um mal anacrônico que era incompatível com o republicanismo. A estratégia das forças anti-escravidão era a contenção, parar a expansão e, assim, colocar a escravidão no caminho da extinção gradual.[33] Os interesses dos escravos no Sul denunciaram essa estratégia como uma violação de seus direitos constitucionais.[34] Os brancos do Sul acreditavam que a emancipação dos escravos destruiria a economia do Sul, devido à grande quantidade de capital investido em escravos e ao medo de integrar a população negra ex-escrava.[35] Em particular, os Sulistas temiam uma repetição dos "horrores de Santo Domingo", em que quase todos os brancos, incluindo homens, mulheres, crianças e até muitos que simpatizavam com a abolição, foram mortos após a bem-sucedida revolta de escravos no Haiti. O historiador Thomas Fleming aponta para a frase histórica "uma doença na mente do público" usada pelos críticos dessa ideia e propõe que ela contribuiu para a segregação na era de Jim Crow após a emancipação.[36] Esses temores foram exacerbados pela recente tentativa de John Brown de instigar uma rebelião armada de escravos no Sul.

A escravidão era ilegal em grande parte do Norte, tendo sido proibida no final do século XVIII e início do século XIX. Também estava desaparecendo nos estados fronteiriços e nas cidades do Sul, mas estava se expandindo nos distritos de algodão altamente lucrativos do Sul e Sudoeste rurais. Os escritores subsequentes da Guerra Civil Americana analisaram vários fatores que explicam a divisão geográfica.[carece de fontes?]

Crise territorial

Entre 1803 e 1854, os Estados Unidos alcançaram uma vasta expansão de território por meio de compra, negociação e conquista. A princípio, os novos estados escavados nesses territórios que entraram na União foram divididos igualmente entre os estados escravistas e os livres. Forças pró e anti-escravidão colidiram sobre os territórios a oeste do Mississippi.[37]

Com a conquista do norte do México, a oeste da Califórnia, em 1848, os interesses dos proprietários de escravos esperavam expandir-se para essas terras e talvez também para Cuba e a América Central.[38][39] Os interesses do "solo livre" do Norte procuraram vigorosamente reduzir qualquer expansão adicional do território escravistas. O Compromisso de 1850 sobre a Califórnia equilibrou um estado de solo livre com leis de escravos fugitivos mais fortes para um acordo político após quatro anos de conflito na década de 1840. Mas os estados admitidos após a Califórnia eram todos livres: Minnesota (1858), Óregon (1859) e Kansas (1861). Nos estados do Sul, a questão da expansão territorial da escravidão para o oeste se tornou novamente explosiva.[40] Tanto o Sul como o Norte chegaram à mesma conclusão: "O poder de decidir a questão da escravidão para os territórios era o poder de determinar o futuro da própria escravidão."[41][42]

Em 1860, quatro doutrinas emergiram para responder à questão do controle federal nos territórios, e todas alegaram que foram sancionadas pela Constituição, implícita ou explicitamente.[43] A primeira dessas teorias "conservadoras", representadas pelo Partido da União Constitucional, argumentou que o Compromisso do Missouri compromete a repartição do território ao norte por solo livre e ao sul pela escravidão deveria se tornar um mandato constitucional. O Compromisso de Crittenden de 1860 foi uma expressão dessa visão.[44]

A segunda doutrina da preeminência do Congresso, defendida por Abraham Lincoln e pelo Partido Republicano, insistia que a Constituição não vinculava os legisladores a uma política de equilíbrio, que a escravidão pudesse ser excluída em um território, como foi feito na Lei Noroeste de 1787 no critério do Congresso;[45] assim, o Congresso poderia restringir a escravidão humana, mas nunca a estabelecer. O Wilmot Proviso anunciou esta posição em 1846.[46]

O senador Stephen A. Douglas proclamou a doutrina da soberania territorial ou "popular", que afirmava que os colonos em um território tinham os mesmos direitos do que nos estados da União para estabelecer ou desestabilizar a escravidão como uma questão puramente local.[47] O Ato de Kansas-Nebraska de 1854 legislou essa doutrina.[48] No Território do Kansas, surgiram anos de violência pró e anti-escravidão e conflitos políticos; a Câmara dos Representantes no Congresso votou para admitir o Kansas como um estado livre no início de 1860, mas sua admissão no Senado foi adiada até janeiro de 1861, após as eleições de 1860, quando os estados do Sul começaram a sair.[49]

A quarta teoria foi defendida pelo senador do Mississippi Jefferson Davis,[50] um dos soberanos do estado ("direitos dos estados"),[51] também conhecido como "doutrina de Calhoun",[52] em homenagem ao teórico político e estadista da Carolina do Sul John C. Calhoun.[53] Rejeitando os argumentos a favor da autoridade federal ou do governo autônomo, a soberania do estado autorizaria os estados a promover a expansão da escravidão como parte da união federal sob a Constituição dos Estados Unidos.[54] "Direitos dos estados" era uma ideologia formulada e aplicada como meio de promover os interesses dos escravos por meio da autoridade federal.[55] Como aponta o historiador Thomas L. Krannawitter, "a demanda do Sul por proteção federal aos escravos representava uma demanda por uma expansão sem precedentes do poder federal."[56][57] Essas quatro doutrinas compreendiam as ideologias dominantes apresentadas ao público americano sobre os assuntos da escravidão, dos territórios e da Constituição dos Estados Unidos antes da eleição presidencial de 1860.[58]

Direitos dos estados

O Sul argumentou que, assim como cada estado decidiu aderir à União, um estado tinha o direito de se separar, deixar a União, a qualquer momento. Os Nortistas (incluindo o Presidente Buchanan) rejeitaram essa noção em oposição à vontade dos Pais Fundadores, que disseram que estavam estabelecendo uma união perpétua.[59] O historiador James McPherson escreve sobre os direitos dos estados e outras explicações não relacionadas à escravidão:

Embora uma ou mais dessas interpretações permaneçam populares entre os Filhos dos Veteranos Confederados e outros grupos de herança do Sul, poucos historiadores profissionais agora os subscrevem. De todas essas interpretações, o argumento dos direitos dos estados é talvez o mais fraco. Não consegue fazer a pergunta, os direitos dos estados para que finalidade? Os direitos dos Estados, ou soberania, sempre foram mais um meio que um fim, um instrumento para alcançar um determinado objetivo mais que um princípio.[60]

Seccionalismo

O seccionalismo resultou das diferentes economias, estrutura social, costumes e valores políticos do Norte e do Sul.[61][62] As tensões regionais vieram à tona durante a Guerra de 1812, resultando na Convenção de Hartford, que manifestou a insatisfação do Norte com um embargo ao comércio exterior que afetou desproporcionalmente o Norte industrial, o Compromisso dos Três Quintos, a diluição do poder do Norte por novos estados e uma sucessão de presidentes do Sul. O seccionalismo aumentou constantemente entre 1800 e 1860, enquanto o Norte, que eliminava a escravidão, industrializava, urbanizava e construía fazendas prósperas, enquanto o Sul profundo se concentrava na agricultura plantada com base no trabalho escravo, juntamente com a agricultura de subsistência para brancos pobres. Nas décadas de 1840 e 1850, a questão de aceitar a escravidão (sob o pretexto de rejeitar bispos e missionários proprietários de escravos) dividiu as maiores denominações religiosas do país (as igrejas metodista, batista e presbiteriana) em denominações separadas do Norte e do Sul.[63]

Os historiadores debateram se as diferenças econômicas entre o Norte principalmente industrial e o Sul principalmente agrícola ajudaram a causar a guerra. A maioria dos historiadores agora discorda do determinismo econômico do historiador Charles Beard na década de 1920 e enfatiza que as economias do Norte e do Sul eram amplamente complementares. Embora socialmente diferentes, as seções se beneficiaram economicamente.[64][65]

Protecionismo

Os proprietários de escravos preferiam o trabalho manual de baixo custo sem mecanização. Os interesses manufatureiros do Norte apoiavam tarifas e protecionismo, enquanto os plantadores do Sul exigiam livre comércio.[66] Os Democratas no Congresso, controlados pelos Sulistas, escreveram as leis tarifárias nas décadas de 1830, 1840 e 1850 e continuaram reduzindo as taxas, de modo que as taxas de 1857 eram as mais baixas desde 1816. Os Republicanos pediram um aumento nas tarifas nas eleições de 1860. Os aumentos só foram promulgados em 1861, depois que os Sulistas renunciaram seus assentos no Congresso.[67][68] A questão tarifária era uma queixa do Norte. No entanto, escritores neoconfederados o reivindicaram como uma queixa do Sul. Entre 1860 e 1861, nenhum dos grupos que propuseram compromissos para impedir a secessão levantou a questão tarifária.[69] Os panfletistas do Norte e do Sul raramente mencionavam a tarifa.[70]

Nacionalismo e honra

O nacionalismo foi uma força poderosa no início do século XIX, com porta-vozes famosos como Andrew Jackson e Daniel Webster. Enquanto praticamente todos os Nortistas apoiavam a União, os Sulistas estavam divididos entre os leais a todos os Estados Unidos (chamados "unionistas") e os leais principalmente à região Sul e depois aos Confederados.[71] C. Vann Woodward disse sobre este último grupo:

Uma grande sociedade escrava ... havia crescido e milagrosamente floresceu no coração de uma república completamente burguesa e parcialmente puritana. Renunciou às suas origens burguesas e elaborou e racionalizou dolorosamente suas defesas institucionais, legais, metafísicas e religiosas ... Quando a crise chegou, escolheu lutar. Provou ser a luta da morte de uma sociedade que caiu em ruínas.[72]

Insultos percebidos à honra coletiva do Sul incluíam a enorme popularidade do Uncle Tom's Cabin (1852)[73] e as ações do abolicionista John Brown ao tentar incitar uma rebelião de escravos em 1859.[74]

Enquanto o Sul se movia em direção a um nacionalismo do Sul, os líderes do Norte também estavam se tornando mais voltados para o país e rejeitaram qualquer noção de divisão da União. A plataforma eleitoral nacional Republicana de 1860 alertou que os Republicanos consideravam a desunião como traição e não a tolerariam: "Denunciamos essas ameaças de desunião ... como negar os princípios vitais de um governo livre e como uma declaração de traição contemplada, que é o dever imperativo de um povo indignado severamente repreender e silenciar para sempre."[75] O Sul ignorou os avisos: Os Sulistas não perceberam com que ardor o Norte lutaria para manter a União unida.[76]

Eleição de Lincoln

Abraham Lincoln em 1864

A eleição de Abraham Lincoln em novembro de 1860 foi o gatilho final da secessão.[77] Esforços de compromisso, incluindo a "Emenda Corwin" e o "Compromisso de Crittenden", falharam. Os líderes do Sul temiam que Lincoln parasse a expansão da escravidão e a colocasse no caminho da extinção. Os estados escravistas, que já haviam se tornado minoria na Câmara dos Representantes, agora enfrentavam o futuro como minoria perpétua no Senado e no Colégio Eleitoral, contra um Norte cada vez mais poderoso. Antes de Lincoln assumir o cargo em março de 1861, sete estados escravistas declararam sua secessão e se juntaram para formar os Confederados.

Segundo Lincoln, o povo havia mostrado que pode ser bem-sucedido em estabelecer e administrar uma república, mas um terceiro desafio enfrentou a nação, mantendo uma república baseada no voto popular contra uma tentativa de derrubá-la.[78]

Eclosão da guerra

Crise de secessão

A eleição de Abraham Lincoln levou a legislatura da Carolina do Sul a convocar uma convenção estadual para considerar a secessão. Antes da guerra, a Carolina do Sul fazia mais do que qualquer outro estado do Sul para promover a noção de que um estado tinha o direito de anular as leis federais e até de se separar dos Estados Unidos. A convenção convocada por unanimidade votou a favor da separação em 20 de dezembro de 1860 e adotou a "Declaração das Causas Imediatas que Induzem e Justificam a Secessão da Carolina do Sul da União Federal". Argumentou pelos direitos dos estados para os proprietários de escravos no Sul, mas continha uma queixa sobre os direitos dos estados no Norte, sob a forma de oposição à Lei dos Escravos Fugitivos, alegando que os estados do Norte não estavam cumprindo suas obrigações federais sob a Constituição. Os "estados do algodão" do Mississippi, Flórida, Alabama, Geórgia, Luisiana e Texas seguiram o exemplo, terminando em janeiro e fevereiro de 1861.

A primeira impressão publicada da secessão, uma publicação emitida pelo Charleston Mercury, em 20 de dezembro de 1860

Entre as ordenanças de secessão aprovadas pelos estados individuais, os três, Texas, Alabama e Virgínia, mencionaram especificamente a situação dos "estados escravistas" nas mãos dos abolicionistas do Norte. Os demais não fazem menção à questão da escravidão e são frequentemente breves anúncios da dissolução dos laços pelas legislaturas.[79] No entanto, pelo menos quatro estados, Carolina do Sul,[80] Mississippi,[81] Geórgia,[82] e Texas,[83] também passaram por explicações longas e detalhadas de suas causas para a secessão, todas as quais atribuíram a culpa diretamente ao movimento para abolir a escravidão e a influência desse movimento sobre a política dos estados do Norte. Os estados do Sul acreditavam que a posse de escravos era um direito constitucional por causa da Cláusula do Escravo Fugitivo da Constituição. Esses estados concordaram em formar um novo governo federal, os Estados Confederados da América, em 4 de fevereiro de 1861.[84] Eles assumiram o controle de fortes federais e outras propriedades dentro de seus limites com pouca resistência do presidente cessante James Buchanan, cujo mandato terminou em 4 de março de 1861. Buchanan disse que a decisão de Dred Scott era a prova de que o Sul não tinha motivos para a secessão e que a União "pretendia ser perpétua", mas que "o poder da força das armas para obrigar um Estado a permanecer na União" não está entre os "poderes enumerados concedidos ao Congresso".[85] Um quarto do Exército dos Estados Unidos era a guarnição no Texas, foi entregue em fevereiro de 1861 às forças estaduais por seu general comandante, David E. Twiggs, que então se juntou aos Confederados.

Quando os Sulistas renunciaram aos seus lugares no Senado e na Câmara, os Republicanos conseguiram aprovar projetos de lei que foram bloqueados pelos senadores do Sul antes da guerra. Isso incluía a Tarifa de Morrill, faculdades de concessão de terras (Lei de Morrill), Lei de Homestead, estrada de ferro transcontinental (Leis das Ferrovias do Pacífico),[86] a Lei do Banco Nacional e a autorização das Notas dos Estados Unidos pela Lei de Licitação Legal de 1862. A Lei da Receita de 1861 introduziu o imposto de renda para ajudar a financiar a guerra.

Em 18 de dezembro de 1860, o Compromisso de Crittenden foi proposto para restabelecer a linha de Compromisso do Missouri ao proibir constitucionalmente a escravidão em territórios ao norte da linha, garantindo-a ao sul. A adoção desse compromisso provavelmente teria impedido a secessão de todos os estados do sul, exceto a Carolina do Sul, mas Lincoln e os Republicanos o rejeitaram.[87] Foi então proposto realizar um referendo nacional sobre o compromisso. Os republicanos novamente rejeitaram a ideia, embora a maioria dos norte-americanos e sulistas provavelmente tenham votado a favor.[88] Uma Conferência de Paz de fevereiro de 1861, realizada antes da guerra, reunida em Washington, D.C., propondo uma solução semelhante à do Compromisso de Crittenden, foi rejeitada pelo Congresso. Os republicanos propuseram um compromisso alternativo para não interferir na escravidão onde ela existia, mas o Sul a considerou insuficiente. No entanto, os oito estados escravistas restantes rejeitaram pedidos de adesão aos Confederados após uma votação de dois para um na Primeira Convenção Secessionista da Virgínia, em 4 de abril de 1861.[89]

Jefferson Davis, Presidente dos Estados Confederados da América (1861–1865)

Em 4 de março de 1861, Abraham Lincoln foi empossado como presidente. Em seu discurso de posse, ele argumentou que a Constituição era uma união mais perfeita do que os Artigos anteriores da Confederação e União Perpétua, que era um contrato vinculativo, e chamou qualquer secessão de "nula legalmente".[90] Ele não tinha intenção de invadir os estados do sul, nem pretendia acabar com a escravidão onde ela existia, mas disse que usaria a força para manter a posse da propriedade federal. O governo não faria nenhum movimento para recuperar as agências do Serviço Postal e, se resistisse, a entrega de correspondência terminaria nas linhas estaduais. Onde as condições populares não permitissem a aplicação pacífica da lei federal, os oficiais e juízes dos Estados Unidos seriam retirados. Nenhuma menção foi feita a barras de ouro perdidas dos Estados Unidos na Luisiana, Geórgia e Carolina do Norte. Ele afirmou que seria política dos Estados Unidos cobrar apenas direitos de importação em seus portos; não poderia haver feridos graves no sul para justificar a revolução armada durante seu governo. Seu discurso foi encerrado com um apelo à restauração dos laços de união, apelando aos "acordes místicos da memória" que uniam as duas regiões.[90]

O Sul enviou delegações a Washington, D.C. e se ofereceu para pagar pelas propriedades federais e firmar um tratado de paz com os Estados Unidos. Lincoln rejeitou qualquer negociação com agentes Confederados porque alegou que os Confederados não era um governo legítimo, e que fazer qualquer tratado com ela equivaleria a reconhecê-la como um governo soberano.[91] O secretário de estado William H. Seward, que na época se considerava o verdadeiro governador ou "primeiro-ministro" por trás do trono do inexperiente Lincoln, se engajou em negociações não autorizadas e indiretas que fracassaram.[91] O presidente Lincoln estava determinado a manter todos os fortes remanescentes ocupados pela União: Fort Monroe, na Virgínia, Fort Pickens, Fort Jefferson e Fort Taylor, na Flórida, e Forte Sumter, localizado, Carolina do Sul.

Batalha de Fort Sumter

Ver artigo principal: Batalha de Fort Sumter
Bandeira Confederada tremulando no Fort Sumter

Fort Sumter estava localizado no porto de Charleston, Carolina do Sul. a guarnição foi deslocada para lá, para evitar incidentes com milícias locais nas ruas da cidade. Abraham Lincoln disse ao seu comandante, major Robert Anderson, que esperasse até ser atingido. O presidente confederado Jefferson Davis ordenou a rendição do forte. Anderson deu uma resposta condicional que o governo Confederado rejeitou e Davis ordenou que o general P. G. T. Beauregard atacasse o forte antes que uma expedição de socorro pudesse chegar. Ele bombardeou o Forte Sumter de 12 a 13 de abril, forçando sua capitulação.

O ataque a Fort Sumter reuniu o Norte em defesa do nacionalismo americano. O historiador Allan Nevins destacou a importância do evento:

"O trovão de Sumter produziu uma cristalização surpreendente do sentimento do Norte. ... A raiva varreu a terra. De todos os lados, surgiram notícias de reuniões de massa, discursos, resoluções, propostas de apoio às companhias, o agrupamento de companhias e regimentos, a ação determinada de governadores e legislativos."[92]
Reunião em massa na cidade de Nova Iorque em 20 de abril de 1861, para apoiar a União

Os líderes da União assumiram incorretamente que apenas uma minoria de sulistas era a favor da secessão e que havia um grande número de unionistas no sul com os quais se podia contar. Se os nortistas percebessem que a maioria dos sulistas favorecia a secessão, eles poderiam ter hesitado em tentar a enorme tarefa de conquistar um Sul unido.[93]

Lincoln pediu a todos os estados que enviassem forças para recuperar o forte e outras propriedades federais. A escala da rebelião parecia pequena, então ele chamou apenas 75.000 voluntários por 90 dias.[94] O governador de Massachusetts tinha regimentos estaduais em trens que seguiam para o Sul no dia seguinte. No oeste do Missouri, os secessionistas locais apreenderam o Liberty Arsenal.[95] Em 3 de maio de 1861, Lincoln convocou 42.000 voluntários adicionais por um período de três anos.[96]

Quatro estados do Centro e do Sul do país haviam repetidamente rejeitado as aberturas Confederadas, mas agora a Virgínia, Tennessee, Arkansas e Carolina do Norte se recusavam a enviar forças contra seus vizinhos, declaravam sua secessão e ingressavam aos Confederados. Para recompensar a Virgínia, a capital Confederada foi transferida para Richmond, Virgínia.[97]

Atitude dos estados fronteiriços

Mapa da Secessão dos Estados Unidos em 1863. A União vs. os Confederados
   Estados da União
   Territórios da União que não permitem a escravidão
(Um desses estados, a Virgínia Ocidental, foi criado em 1863)
   Estados Confederados
   Territórios da União que permitiam a escravidão (reivindicado pelos Confederados) no início da guerra, mas onde a escravidão foi proibida pelos Estados Unidos em 1862

Maryland, Delaware, Missouri e Kentucky eram estados escravistas que se opunham à secessão e coagiam o Sul. A Virgínia Ocidental então se juntou a eles como um estado fronteiriço adicional depois que se separou da Virgínia e se tornou um estado da União em 1863.

O território de Maryland cercou a capital dos Estados Unidos, em Washington, D.C., e poderia isolá-lo do Norte.[98] Havia numerosos oficiais anti-Lincoln que toleravam tumultos anti-exército em Baltimore e a queima de pontes, ambos com o objetivo de impedir a passagem de tropas para o Sul. A legislatura de Maryland votou esmagadoramente (53–13) para permanecer na União, mas também rejeitou as hostilidades com seus vizinhos do Sul, votando para fechar as linhas ferroviárias de Maryland para impedir que elas fossem usadas para a guerra.[99] Lincoln respondeu estabelecendo a lei marcial e suspendendo unilateralmente o habeas corpus em Maryland, juntamente com o envio de unidades de milícias do Norte.[100] Lincoln rapidamente assumiu o controle de Maryland e do Distrito de Columbia, capturando muitas figuras proeminentes, incluindo prender 1/3 dos membros da Assembléia Geral de Maryland no dia em que se reuniu novamente.[99][101] Todos foram mantidos sem julgamento, ignorando uma decisão do presidente da Chefe de Justiça dos Estados Unidos, Roger B. Taney, natural de Maryland, de que apenas o Congresso (e não o presidente) poderia suspender o habeas corpus (Ex parte Merryman). De fato, tropas federais prenderam um proeminente editor de jornal de Baltimore, Frank Key Howard, neto de Francis Scott Key, depois que ele criticou Lincoln em um editorial por ignorar a decisão do Supremo Tribunal Federal.[102]

No Missouri, uma convenção eleita sobre secessão votou decisivamente para permanecer na União. Quando o governador pró-Confederado Claiborne Fox Jackson convocou a milícia do estado, ela foi atacada por forças federais sob o general Nathaniel Lyon, que perseguiu o governador e o restante da Guarda Estadual até o canto sudoeste do estado (veja também: Secessão do Missouri). No vácuo resultante, a convenção sobre secessão se reuniu novamente e tomou o poder como governo provisório unionista do Missouri.[103]

Kentucky não se separou; por um tempo, se declarou neutro. Quando as forças Confederadas entraram no estado em setembro de 1861, a neutralidade terminou e o estado reafirmou seu status de União, enquanto tentava manter a escravidão. Durante uma breve invasão pelas forças Confederadas em 1861, simpatizantes Confederados organizaram uma convenção de secessão, formada a sombra do Governo Confederado de Kentucky, elegeram um governador e ganharam reconhecimento dos Confederados. Sua jurisdição se estendeu apenas até as linhas de batalha Confederadas da Commonwealth e foi exilada definitivamente após outubro de 1862.[104]

Após a secessão da Virgínia, um governo unionista em Wheeling pediu a 48 municípios que votassem em uma ordenança para criar um novo estado em 24 de outubro de 1861. Uma participação eleitoral de 34% aprovou a lei estadual (96% aprovou).[105] A inclusão de 24 condados secessionistas[106] no estado e a guerra de guerrilha que se seguiu envolveu cerca de 40.000 tropas federais durante grande parte da guerra.[107][108] O Congresso admitiu a Virgínia Ocidental na União em 20 de junho de 1863. A Virgínia Ocidental forneceu entre 20.000 e 22.000 soldados para a Confederados e a União.[109]

Uma tentativa de secessão unionista ocorreu no leste do Tennessee, mas foi reprimida pelos Confederados, que prendeu mais de 3.000 homens suspeitos de serem leais à União. Eles foram detidos sem julgamento.[110]

Características gerais da guerra

A Guerra Civil foi um concurso marcado pela ferocidade e frequência da batalha. Ao longo de quatro anos, 237 batalhas nomeadas foram travadas, assim como muitas outras ações menores e escaramuças, muitas vezes caracterizadas por sua intensidade amarga e altas baixas. No seu livro The American Civil War, John Keegan escreve que "A Guerra Civil Americana foi uma das guerras mais ferozes já travadas". Sem objetivos geográficos, o único alvo para cada lado era o soldado do inimigo.[111]

Mobilização

Quando os sete primeiros estados começaram a organizar uma Confederação em Montgomery, todo o Exército dos Estados Unidos tinha apenas 16.000 homens. No entanto, os governadores do Norte começaram a mobilizar suas milícias.[112] O Congresso dos Estados Confederados da América autorizou a nova nação a receber até 100.000 soldados enviados pelos governadores em fevereiro. Em maio, Jefferson Davis estava pressionando 100.000 homens armados por um ano ou uma duração, e isso foi respondido em espécie pelo Congresso dos Estados Unidos.[113][114][115]

No primeiro ano da guerra, os dois lados tinham muito mais voluntários do que podiam efetivamente treinar e equipar. Depois que o entusiasmo inicial desapareceu, não era suficiente confiar na coorte de jovens que chegavam à maioridade todos os anos e queriam ingressar. Ambos os lados usaram um projeto de lei de recrutamento, como um dispositivo para incentivar ou forçar o voluntariado; relativamente poucos foram redigidos e servidos. Os Confederados aprovaram um projeto de lei em abril de 1862 para jovens de 18 a 35 anos; superintendentes de escravos, funcionários do governo e clérigos eram isentos.[116] O Congresso dos Estados Unidos seguiu em julho, autorizando um esboço da milícia dentro de um estado em que não conseguia cumprir sua cota com voluntários. Os imigrantes europeus ingressaram no Exército da União em grande número, incluindo 177.000 nascidos na Alemanha e 144.000 nascidos na Irlanda.[117]

Quando a Proclamação de Emancipação entrou em vigor em janeiro de 1863, ex-escravos foram recrutados energicamente pelos estados e usados para atender às cotas estaduais. Estados e comunidades locais ofereceram bônus em dinheiro cada vez mais altos para voluntários brancos. O congresso apertou a lei em março de 1863. Os homens selecionados no esboço poderiam fornecer substitutos ou, até meados de 1864, pagar dinheiro da comutação. Muitos elegíveis reuniram seu dinheiro para cobrir o custo de qualquer pessoa que fosse convocada. As famílias usaram a provisão substituta para selecionar qual homem deveria entrar no exército e qual deveria ficar em casa. Houve muita evasão e resistência aberta ao projeto, especialmente nas áreas católicas. O motim na cidade de Nova Iorque em julho de 1863 envolveu imigrantes irlandeses que haviam sido inscritos como cidadãos para aumentar o voto da máquina política democrata da cidade, sem perceber que os tornava responsáveis pelo projeto.[118] Dos 168.649 homens contratados para a União por meio do projeto, 117.986 eram substitutos, restando apenas 50.663 que tiveram seus serviços pessoais recrutados.[119]

Desordeiros que atacavam um edifício durante os distúrbios anti-recrutamento de Nova Iorque de 1863

Tanto no Norte como no Sul, os projetos de lei eram altamente impopulares. No Norte, cerca de 120.000 homens escaparam do serviço militar, muitos deles fugindo para o Canadá e outros 280.000 soldados desertaram durante a guerra.[120] Pelo menos 100.000 sulistas desertaram, ou cerca de 10%. No Sul, muitos homens desertaram temporariamente para cuidar de suas famílias angustiadas e depois voltaram para suas unidades.[121] No Norte, os "saltadores de recompensa" se alistaram para obter o bônus generoso, abandonaram-se e depois voltaram para uma segunda estação de recrutamento com um nome diferente para se inscrever novamente para um segundo bônus; 141 foram pegos e executados.[122]

De uma minúscula força fronteiriça em 1860, os exércitos da União e os Confederados haviam se tornado os "maiores e mais eficientes exércitos do mundo" dentro de alguns anos. Observadores europeus na época os rejeitavam como amadores e não profissionais, mas o historiador britânico John Keegan concluiu que cada um superava os exércitos francês, prussiano e russo da época, e se não fosse o Atlântico, teria ameaçado qualquer um deles com derrota.[123]

Mulheres

O número de mulheres que serviram como soldados durante a guerra é estimado entre 400 e 750, embora uma contagem precisa seja impossível porque as mulheres tiveram que se disfarçar de homens.[124]

As mulheres também serviram no navio hospital da União Red Rover e cuidaram das tropas da União e dos Confederados nos hospitais de campanha.[125]

Mary Edwards Walker, a única mulher a receber a Medalha de Honra, serviu no Exército da União e recebeu a medalha por seus esforços no tratamento dos feridos durante a guerra. O nome dela foi excluído da Medalha de Honra do Exército em 1917 (junto com mais de 900 outros homens recebedores da Medalha de Honra); no entanto, foi restaurado em 1977.[126][127]

Motivação

Perman e Taylor (2010) escrevem que os historiadores pensam duas vezes sobre por que milhões de homens pareciam tão ansiosos para lutar, sofrer e morrer ao longo de quatro anos:

Alguns historiadores enfatizam que os soldados da Guerra Civil foram movidos pela ideologia política, mantendo crenças firmes sobre a importância da liberdade, direitos da União ou do Estado, ou sobre a necessidade de proteger ou destruir a escravidão. Outros apontam razões menos abertamente políticas para lutar, como a defesa do lar e da família, ou a honra e a irmandade a serem preservadas ao lutar ao lado de outros homens. A maioria dos historiadores concorda que, não importa o que um soldado tenha pensado quando entrou na guerra, a experiência de combate o afetou profundamente e às vezes alterava suas razões para continuar a luta.[128]

Prisioneiros

No início da Guerra Civil, um sistema de liberdade condicional operava. Os cativos concordaram em não lutar até que fossem oficialmente trocados. Enquanto isso, eles foram mantidos em campos administrados por seu exército. Eles foram pagos, mas não foram autorizados a desempenhar nenhuma função militar.[129] O sistema de trocas entrou em colapso em 1863, quando os Confederados se recusaram a trocar prisioneiros negros. Depois disso, cerca de 56.000 dos 409.000 prisioneiros de guerra morreram nas prisões durante a guerra, representando quase 10% das mortes do conflito.[130]

Táticas navais

A pequena Marinha dos Estados Unidos em 1861 foi rapidamente ampliada para 6.000 oficiais e 45.000 homens até 1865, com 671 navios, com uma tonelagem de 510.396.[131][132] Sua missão era bloquear portos Confederados, assumir o controle do sistema fluvial, defender-se dos invasores Confederados em alto mar e estar pronto para uma possível guerra com a Marinha Real Britânica.[133] Enquanto isso, a principal guerra ribeirinha foi travada no Ocidente, onde uma série de grandes rios dava acesso ao coração dos Confederados. A Marinha dos Estados Unidos acabou ganhando o controle dos rios Vermelho do Sul, Tennessee, Cumberland, Mississippi e Ohio. No Oriente, a Marinha fornecia e movimentava forças do exército e ocasionalmente bombardeava instalações Confederadas.

A marinha moderna evolui

A Guerra Civil ocorreu durante os primeiros estágios da revolução industrial. Muitas inovações navais surgiram durante esse período, principalmente o advento do navio de guerra revestido de ferro. Tudo começou quando os Confederados, sabendo que tinham que atender ou igualar a superioridade naval da União, respondeu ao Bloqueio da União construindo ou convertendo mais de 130 embarcações, incluindo 26 chapas de ferro e baterias flutuantes.[134] Apenas metade iria servir no serviço ativo. Muitos estavam equipados com arcos de carneiro, criando "febre do carneiro" entre os esquadrões da União, onde quer que ameaçassem. Mas, diante da esmagadora superioridade da União e dos navios de guerra vestidos de ferro da União, eles não tiveram êxito.[135]

Batalha entre o Monitor e o Merrimack

Além dos navios de guerra oceânicos que vinham do Mississippi, a Marinha da União usava painéis de madeira e canhões blindados. Estaleiros no Cairo, Illinois e St. Louis construíram novas embarcações a vapor modificadas para a ação.[136]

Os Confederados experimentaram o submarino CSS Hunley, que não funcionou satisfatoriamente,[137] e construiu um navio de ferro, o CSS Virginia, que se baseou na reconstrução de um navio afundado da União, o Merrimack. Em sua primeira incursão em 8 de março de 1862, o CSS Virginia infligiu danos significativos à frota de madeira da União, mas no dia seguinte o Monitor de ferro da União chegou para desafiá-la na Baía de Chesapeake. Em três horas a Batalha de Hampton Roads resultou em um empate, mas provou que os navios de ferro eram navios de guerra eficazes.[138] Pouco tempo depois da batalha, os Confederados foram forçados a afundar o CSS Virginia para impedir sua captura, enquanto a União construiu muitas cópias do USS Monitor. Na falta de tecnologia e infraestrutura para construir navios de guerra eficazes, os Confederados tentaram obter navios de guerra da Grã-Bretanha.[139]

Bloqueio da União

"Plano Anaconda" do general Winfield Scott, 1861. Apertando o bloqueio naval, forçando os rebeldes a sair do Missouri ao longo do rio Mississippi, os unionistas do Kentucky sentam-se em cima do muro, indústria de algodão ociosa ilustrada na Geórgia.
Ver artigo principal: Bloqueio da União

No início de 1861, o general Winfield Scott havia elaborado o "Plano Anaconda" para vencer a guerra com o mínimo de derramamento de sangue possível.[140] Scott argumentou que um bloqueio da União nos principais portos enfraqueceria a economia Confederada. Abraham Lincoln adotou partes do plano, mas anulou a cautela de Scott em cerca de 90 dias de voluntários. Mas a opinião pública, no entanto, exigiu um ataque imediato do exército para capturar Richmond.[141]

Em abril de 1861, Lincoln anunciou o bloqueio da União de todos os portos do Sul; navios comerciais não podiam obter seguro e o tráfego regular terminava. O Sul errou em não exportar o algodão antes do bloqueio ser efetivo; quando perceberam o erro, já era tarde demais. O "King Cotton" estava morto, pois o Sul podia exportar menos de 10% de seu algodão. O bloqueio fechou os dez portos marítimos dos Confederados com ferrovias que movimentavam quase todo o algodão, especialmente Nova Orleães, Mobile e Charleston. Em junho de 1861, navios de guerra estavam estacionados nos principais portos do Sul e, um ano depois, quase 300 navios estavam em serviço.[142]

Corredores de bloqueio

Esquadrão de Bloqueio do Atlântico Sul perto de Charleston. O bloqueio contínuo de todos os principais portos foi sustentado pela esmagadora produção de guerra do Norte.

Os investidores britânicos construíram pequenos corredores de bloqueio rápidos, movidos a vapor, que trocavam armas e luxos trazidos da Grã-Bretanha através de Bermudas, Cuba e Bahamas em troca de algodão caro. Muitos dos navios foram projetados para velocidade e eram tão pequenos que apenas uma pequena quantidade de algodão saía.[143] Quando a Marinha da União apreendeu um corredor de bloqueio, o navio e a carga foram vendidos, com os rendimentos dados aos marinheiros da Marinha; os tripulantes capturados eram majoritariamente britânicos e foram libertados.[144]

Impacto econômico

A economia do Sul quase entrou em colapso durante a guerra. Havia várias razões para isso: a severa deterioração do suprimento de alimentos, especialmente nas cidades, o fracasso das ferrovias do Sul, a perda de controle dos principais rios, a forragem dos exércitos do Norte e a apreensão de animais e plantações pelos exércitos Confederados.

A maioria dos historiadores concorda que o bloqueio foi um fator importante para arruinar a economia Confederada; no entanto, Wise argumenta que os corredores do bloqueio forneceram apenas uma tábua de salvação para permitir que Robert E. Lee continuasse lutando por meses adicionais, graças a novos suprimentos de 400.000 rifles, chumbo, cobertores e botas que a economia doméstica não podia mais fornecer.[145]

Surdam argumenta que o bloqueio foi uma arma poderosa que acabou arruinando a economia do Sul, ao custo de poucas vidas em combate. Praticamente, toda a safra de algodão Confederado era inútil (embora fosse vendida a comerciantes da União), custando aos Confederados sua principal fonte de renda. As importações críticas eram escassas e o comércio costeiro também foi amplamente encerrado.[146] A medida do sucesso do bloqueio não foram os poucos navios que escaparam, mas os milhares que nunca o tentaram. Os navios mercantes de propriedade da Europa não podiam obter seguro e eram muito lentos para evitar o bloqueio, então pararam de ir aos portos Confederados.[147]

Para combater uma guerra ofensiva, os Confederados compraram navios da Grã-Bretanha, os convertendo em navios de guerra e invadia navios mercantes da União nos oceanos Atlântico e Pacífico. As taxas de seguro dispararam e a Bandeira dos Estados Unidos praticamente desapareceu das águas internacionais. No entanto, os mesmos navios foram flagrados com bandeiras europeias e continuaram sem risco de serem saqueados.[135] Após a guerra, os Estados Unidos exigiram que a Grã-Bretanha pagasse pelos danos causados e a Grã-Bretanha pagou US$ 15 milhões em 1871,[148] (equivalente a US$ 315 milhões em 2019).

Diplomacia

Embora os Confederados esperasse que a Grã-Bretanha e a França se juntassem a eles contra a União, isso nunca era provável, e então eles tentaram trazer a Grã-Bretanha e a França como mediadores.[149][150] A União, sob Abraham Lincoln e o Secretário de Estado William H. Seward, trabalhou para bloquear isso, e ameaçou a guerra se algum país reconhecesse oficialmente a existência dos Estados Confederados da América. Em 1861, os sulistas embargaram voluntariamente os embarques de algodão, na esperança de iniciar uma depressão econômica na Europa que forçaria a Grã-Bretanha a entrar na guerra para obter algodão, mas isso não funcionou. Pior ainda, a Europa buscou outros fornecedores de algodão, que consideraram superiores, dificultando a recuperação do Sul após a guerra.[151]

Tripulantes do USS Wissahickon com um canhão Dahlgren de 280 mm, por volta de 1863

A diplomacia do algodão foi um fracasso, pois a Europa tinha um excedente de algodão, enquanto as falhas na safra de 1860 a 1862 na Europa tornaram as exportações de grãos do Norte de importância crítica. Também ajudou a afastar a opinião da Europa dos Confederados. Dizia-se que "King Corn era mais poderoso que King Cotton", pois os grãos dos Estados Unidos passaram de um quarto do comércio britânico de importações para quase metade.[151] Quando a Grã-Bretanha enfrentou uma escassez de algodão, foi temporária, sendo substituída pelo aumento do cultivo no Egito e na Índia. Enquanto isso, a guerra criou emprego para fabricantes de armas, ferroviários e navios britânicos para transportar armas.[152]

O governo de Lincoln falhou em apelar à opinião pública europeia. Diplomatas explicaram que os Estados Unidos não estavam comprometidos com o fim da escravidão e, em vez disso, repetiram argumentos legalistas sobre a inconstitucionalidade da secessão. Os representantes Confederados, por outro lado, obtiveram muito mais sucesso ao ignorar a escravidão, se concentrando na luta pela liberdade, no compromisso com o livre comércio e no papel essencial do algodão na economia europeia. A aristocracia europeia foi "absolutamente alegre em pronunciar o desastre americano como prova de que todo o experimento no governo popular fracassou. Os líderes do governo europeu saudaram a fragmentação da ascendente República Americana."[153]

O diplomata dos Estados Unidos na Grã-Bretanha, Charles Francis Adams, se mostrou particularmente hábil e convenceu a Grã-Bretanha a não desafiar corajosamente o bloqueio. Os Confederados compraram vários navios de guerra de construtores de navios comerciais na Grã-Bretanha (CSS Alabama, CSS Shenandoah, CSS Tennessee, CSS Tallahassee, CSS Florida e outros). O mais famoso, o CSS Alabama, causou danos consideráveis e levou a sérias disputas no pós-guerra. No entanto, a opinião pública contra a escravidão criou uma responsabilidade política para os políticos na Grã-Bretanha, onde o movimento anti-escravidão era poderoso.[154]

A guerra surgiu no final de 1861 entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha por causa do Caso Trent, envolvendo o embarque da Marinha dos Estados Unidos no navio britânico RMS Trent e a apreensão de dois diplomatas Confederados. No entanto, Londres e Washington, D.C. conseguiram amenizar o problema depois que Lincoln libertou os dois. Em 1862, os britânicos consideraram a mediação entre o Norte e o Sul, embora mesmo essa oferta arriscasse guerra com os Estados Unidos. O primeiro-ministro britânico Lord Palmerston teria lido Uncle Tom's Cabin três vezes ao decidir sobre isso.[155]

A vitória da União na Batalha de Antietam levou-os a adiar esta decisão. A Proclamação de Emancipação ao longo do tempo reforçaria a responsabilidade política de apoiar os Confederados. Apesar da simpatia pelos Confederados, a intervenção da França pelo México acabou por dissuadi-los da guerra com a União. As ofertas Confederadas no final da guerra para acabar com a escravidão em troca do reconhecimento diplomático não foram seriamente consideradas por Londres ou Paris. Depois de 1863, a revolta polonesa contra a Rússia distraiu ainda mais as potências europeias e garantiu que elas permanecessem neutras.[156]

Teatro Oriental

Mapa dos condados nas batalhas da Guerra Civil por teatro e ano

O Teatro Oriental se refere às operações militares a leste das Montanhas Apalaches, incluindo os estados da Virgínia, Virgínia Ocidental, Maryland e Pensilvânia, Distrito de Columbia e as fortificações e portos costeiros da Carolina do Norte.

Antecedentes

Exército do Potomac

O major-general George B. McClellan assumiu o comando do Exército da União do Potomac em 26 de julho (ele foi brevemente general-em-chefe de todos os exércitos da União, mas posteriormente foi dispensado desse cargo em favor do major-general Henry Halleck), e a guerra começou a sério em 1862. A estratégia da União de 1862 exigia avanços simultâneos em quatro eixos:[157]

  1. McClellan lideraria o impulso principal na Virgínia em direção a Richmond.
  2. As forças de Ohio avançariam através do Kentucky para o Tennessee.
  3. O Departamento de Missouri dirigia para o Sul ao longo do rio Mississippi.
  4. O ataque mais ocidental teria origem no Kansas.
Robert E. Lee
Exército da Virgínia do Norte

A principal força Confederada no Teatro Oriental era o Exército da Virgínia do Norte. O Exército se originou como o Exército Confederado do Potomac, organizado em 20 de junho de 1861, de todas as forças operacionais do norte da Virgínia. Nos dias 20 e 21 de julho, o Exército do Shenandoah e as forças do Distrito de Harpers Ferry foram adicionados. Unidades do Exército Confederado do Noroeste foram fundidas no Exército Confederado do Potomac entre 14 de março e 17 de maio de 1862. O Exército Confederado do Potomac foi renomeado como Exército da Virgínia do Norte em 14 de março. O Exército da Península foi fundido a ele em 12 de abril de 1862.

Quando a Virgínia declarou sua secessão em abril de 1861, Robert E. Lee optou por seguir seu estado natal, apesar de seu desejo de que o país permanecesse intacto e de uma oferta de um alto comando da União.

O biógrafo de Lee, Douglas Southall Freeman, afirma que o exército recebeu seu nome final de Lee quando ele emitiu ordens assumindo o comando em 1 de junho de 1862.[158] No entanto, Freeman admite que Lee se correspondia com o general-de-brigada Joseph E. Johnston, seu antecessor no comando do exército, antes dessa data e se referia ao comando de Johnston como o Exército da Virgínia do Norte. Parte da confusão resulta do fato de Johnston ter comandado o Departamento do Norte da Virgínia (em 22 de outubro de 1861) e o nome Exército da Virgínia do Norte pode ser visto como uma consequência informal do nome do departamento. Jefferson Davis e Johnston não adotaram o nome, mas é claro que a organização das unidades em 14 de março era a mesma organização que Lee recebeu em 1 de junho e, portanto, é geralmente referida hoje como o Exército da Virgínia do Norte, mesmo se isso estiver correto apenas em retrospecto.

Em 4 de julho, em Harpers Ferry, o coronel Thomas J. Jackson designou J. E. B. Stuart para comandar todas as companhias de cavalaria do Exército do Shenandoah. Ele finalmente comandou a cavalaria do Exército da Virgínia do Norte.

Batalhas

Primeira Bull Run

Em uma das primeiras batalhas altamente visíveis, em julho de 1861, uma marcha das tropas da União sob o comando do major-general Irvin McDowell sobre as forças Confederadas lideradas pelo general P. G. T. Beauregard, perto de Washington, D.C., foi repelida na Primeira Batalha de Bull Run (também conhecido como Primeira Batalha de Manassas).

Thomas J. Jackson recebeu seu apelido "Stonewall" em Bull Run.

A União teve a vantagem no início, quase empurrando as forças Confederadas que mantinham uma posição defensiva em uma derrota, mas os reforços Confederados diminuíram. Joseph E. Johnston chegou do vale do Shenandoah por ferrovia, e o curso da batalha mudou rapidamente. Uma brigada de virginianos sob o relativamente desconhecido general-de-brigada do Instituto Militar da Virgínia, Thomas J. Jackson, manteve sua posição, o que resultou no recebimento do seu famoso apelido "Stonewall".

George B. McClellan
Campanha da Península de McClellan; Campanha do Vale de Jackson

Sob forte insistência do Presidente Abraham Lincoln em iniciar operações ofensivas, George B. McClellan atacou a Virgínia na primavera de 1862 por meio da Península da Virgínia entre o rio York e o rio James, a sudeste de Richmond. O exército de McClellan alcançou os portões de Richmond na Campanha da Península.[159][160][161]

Também na primavera de 1862, no vale do Shenandoah, Stonewall Jackson liderou sua Campanha do Vale. Empregando audácia e movimentos rápidos e imprevisíveis nas linhas interiores, os 17.000 homens de Jackson marcharam 1.040 km em 48 dias e venceram várias batalhas menores ao envolverem com êxito três exércitos da União (52.000 homens), incluindo os de Nathaniel P. Banks e John C. Frémont, impedindo-os de reforçar a ofensiva da União contra Richmond. A rapidez dos homens de Jackson ganhou o apelido de "Foot cavalry" (Cavalaria a pé).

Johnston interrompeu o avanço de McClellan na Batalha de Seven Pines, mas ele foi ferido na batalha e Robert E. Lee assumiu sua posição de comando. O general Lee e os principais subordinados James Longstreet e Stonewall Jackson derrotaram McClellan nas Batalha dos Sete Dias e forçaram sua retirada.[162]

Segunda Bull Run

A Campanha do Norte da Virgínia, que incluiu a Segunda Batalha de Bull Run, terminou em mais uma vitória para o Sul.[163] McClellan resistiu às ordens do general-em-chefe Henry Halleck de enviar reforços ao Exército da União de John Pope, na Virgínia, o que tornou mais fácil para os Confederados de Lee derrotar o dobro do número de tropas inimigas combinadas.

A Batalha de Antietam, a luta mais mortal de um dia da Guerra Civil
Antietam

Encorajada pela Segundo Bull Run, os Confederados fizeram sua primeira invasão do Norte com a Campanha de Maryland. O general Lee liderou 45.000 homens do exército do norte da Virgínia através do rio Potomac em Maryland em 5 de setembro. Lincoln então restaurou as tropas de John Pope para McClellan. McClellan e Lee lutaram na Batalha de Antietam, perto de Sharpsburg, Maryland, em 17 de setembro de 1862, o dia mais sangrento da história militar dos Estados Unidos.[162][164] O exército de Lee, finalmente controlado, retornou à Virgínia antes que McClellan pudesse destruí-lo. Antietam é considerada uma vitória da União porque interrompeu a invasão de Lee pelo Norte e proporcionou uma oportunidade para Lincoln anunciar sua Proclamação de Emancipação.[165]

Primeira Fredericksburg

Quando o cauteloso McClellan não conseguiu acompanhar Antietam, ele foi substituído pelo major-general Ambrose Burnside. Burnside foi logo derrotado na Batalha de Fredericksburg[166] em 13 de dezembro de 1862, quando mais de 12.000 soldados da União foram mortos ou feridos durante repetidos ataques frontais fúteis contra Marye's Heights. Após a batalha, Burnside foi substituído pelo major-general Joseph Hooker.

Confederados mortos na Batalha de Fredericksburg, reocupados no dia seguinte 4 de maio de 1863
Chancellorsville

Hooker também se mostrou incapaz de derrotar o exército de Lee; apesar de ultrapassar em número os Confederados em mais de dois para um, sua Campanha de Chancellorsville se mostrou ineficaz e ele foi humilhado na Batalha de Chancellorsville em maio de 1863.[167] Chancellorsville é conhecida como a "batalha perfeita" de Lee porque sua arriscada decisão de dividir seu exército na presença de uma força inimiga muito maior resultou em uma vitória Confederada significativa. O general Stonewall Jackson foi atingido no braço por fogo amigo acidental durante a batalha e posteriormente morreu de complicações.[168] Lee disse: "Ele perdeu o braço esquerdo; mas eu perdi o braço direito".

A luta mais feroz da batalha, e o segundo dia mais sangrento da Guerra Civil, ocorreu em 3 de maio, quando Lee lançou vários ataques contra a posição da União em Chancellorsville. Naquele mesmo dia, John Sedgwick avançou pelo rio Rappahannock, derrotou a pequena força Confederada em Marye's Heights na Segunda Batalha de Fredericksburg e depois se deslocou para o oeste. Os Confederados travaram uma bem sucedida ação na Batalha de Salem Church.

Pickett’s Charge
Gettysburg

O general Hooker foi substituído pelo major-general George Meade durante a segunda invasão de Lee do Norte, em junho. Meade derrotou Lee na Batalha de Gettysburg.[169] Esta foi a batalha mais sangrenta da guerra e foi chamada de ponto de virada da guerra. Pickett’s Charge em 3 de julho é frequentemente considerada a marca d'água dos Confederados, porque sinalizou o colapso de sérias ameaças de vitória Confederadas. O exército de Lee sofreu 28.000 baixas (contra 23.000 de Meade).[170] No entanto, Lincoln estava zangado por Meade não ter interceptado a recuo de Lee.

Teatro Ocidental

O Teatro Ocidental se refere a operações militares entre as Montanhas Apalaches e o rio Mississippi, incluindo os estados do Alabama, Geórgia, Flórida, Mississippi, Carolina do Norte, Kentucky, Carolina do Sul e Tennessee, além de partes da Luisiana.

Antecedentes

Ulysses S. Grant
Exército do Tennessee e o Exército de Cumberland

As principais forças da União no Teatro Ocidental foram o Exército do Tennessee e o Exército de Cumberland, que receberam os novos de dois rios, o rio Tennessee e o rio Cumberland. Após a inconclusiva campanha de outono de George Meade, Abraham Lincoln se voltou para o Teatro Ocidental para uma nova liderança. Ao mesmo tempo, a fortaleza Confederada de Vicksburg se rendeu, dando à União o controle do rio Mississippi, isolando permanentemente os Confederados do lado ocidental e produzindo o novo líder de que Lincoln precisava, Ulysses S. Grant.

Exército Confederado do Tennessee

A principal força confederada no Teatro Ocidental era o Exército Confederado do Tennessee. O exército foi formado em 20 de novembro de 1862, quando o general Braxton Bragg renomeou o antigo Exército Confederado do Mississippi. Enquanto as forças confederadas tiveram numerosos sucessos no Teatro Oriental, foram derrotadas muitas vezes no Ocidente.

Batalhas

Fort Henry e Fort Donelson

O principal estrategista e tático da União no Ocidente foi Ulysses S. Grant, que conquistou vitórias no Fort Henry (6 de fevereiro de 1862) e Donelson (11 a 16 de fevereiro de 1862), ganhando o apelido de "Rendição Incondicional", por onde a União assumiu o controle dos rios Tennessee e Cumberland. Nathan Bedford Forrest reuniu cerca de 4.000 soldados Confederados e os levou a escapar através do rio Cumberland. Assim, Nashville e o centro do Tennessee caíram para a União, levando a escassez de suprimentos e gado locais e a um colapso na organização social.

A invasão de Columbus por Leonidas Polk acabou com a política de neutralidade do Kentucky e a se voltou contra os Confederados. Grant usou o transporte fluvial e as canhoneiras da Flotilha Ocidental de Andrew Hull Foote para ameaçar o "Gibraltar do Oeste" dos Confederados em Columbus, Kentucky. Embora tenha sido rejeitado em Belmont, Grant interrompeu Columbus. Os Confederados, sem suas próprias canhoneiras, foram forçados a recuar e a União assumiu o controle do oeste do Kentucky e abriu o Tennessee em março de 1862.

Albert Sidney Johnston morreu na Batalha de Shiloh
Shiloh

Na Batalha de Shiloh (Pittsburg Landing), no Tennessee, em abril de 1862, os Confederados fizeram um ataque surpresa que empurrou as forças da União contra o rio ao cair da noite. Durante a noite, a Marinha da União conseguiu reforços adicionais e Grant contra-atacou. Grant e a União obtiveram uma vitória decisiva a primeira batalha com as altas taxas de baixas que se repetiam várias vezes.[171] Os Confederados perderam Albert Sidney Johnston, considerado seu melhor general antes do surgimento de Robert E. Lee.

Em 1863, a União controlava grandes porções do Teatro Ocidental, especialmente as áreas ao redor do rio Mississippi
Marinha da União captura Memphis

Um dos primeiros objetivos da União na guerra foi a captura do rio Mississippi, a fim de reduzir os Confederados pela metade. O rio Mississippi foi aberto ao tráfego da União para a fronteira sul do rio Tennessee com a captura da Ilha Number Ten e New Madrid, Missouri, e depois Memphis, Tennessee.

Em abril de 1862, a Marinha da União capturou Nova Orleães.[172] "O ponto chave do rio era Nova Orleães, o maior porto do Sul e o maior centro industrial."[173] A Marinha da União sob David Farragut passaram pelas defesas Confederadas ao sul de Nova Orleães. As forças Confederadas abandonaram a cidade, dando à União uma âncora crítica no Sul profundo,[174] o que permitiu que as forças da União começassem a subir o rio Mississippi. Memphis caiu para as forças da União em 6 de junho de 1862 e se tornou uma base essencial para novos avanços ao Sul, ao longo do rio Mississippi. Somente a cidade-fortaleza de Vicksburg, Mississippi, impediu o controle da União de todo o rio.

Perryville

A segunda invasão de Braxton Bragg ao Kentucky na Ofensiva Confederada de Heartland incluiu sucessos iniciais, como o triunfo de Edmund Kirby Smith na Batalha de Richmond e a captura da capital do Kentucky, Frankfort, em 3 de setembro de 1862.[175] No entanto, a campanha terminou com uma vitória sem sentido sobre o major-general Don Carlos Buell na Batalha de Perryville. Bragg foi forçado a encerrar sua tentativa de invadir o Kentucky e recuar devido à falta de apoio logístico e à falta de recrutas de infantaria para os Confederados naquele estado.[176]

Stones River

Bragg foi derrotado por pouco pelo major-general William Rosecrans na Batalha de Stones River, no Tennessee, o culminar da Campanha de Stones River.[177]

Vicksburg

As forças navais ajudaram Ulysses S. Grant na longa e complexa Campanha de Vicksburg, que resultou na rendição dos Confederados na Batalha de Vicksburg, em julho de 1863, que cimentou o controle da União sobre o rio Mississippi e é considerado um dos pontos de virada da guerra.[178]

A Batalha de Chickamauga, as das maiores baixas da guerra em dois dias.
Chickamauga

A única vitória Confederada no Ocidente foi a Batalha de Chickamauga. Após a bem-sucedida Campanha de Tullahoma de Rosecrans e Bragg, reforçado pelo tenente-general James Longstreet (do Exército de Lee no leste), derrotou Rosecrans, apesar da posição defensiva heroica do major-general George Henry Thomas.

Terceira Chattanooga

Rosecrans se retirou para Chattanooga, que Bragg sitiou na Campanha de Chattanooga. Grant marchou para o alívio de Rosecrans e derrotou Bragg na Terceira Batalha de Chattanooga,[179] fazendo com que Longstreet abandonasse sua Campanha de Knoxville e expulsando as forças Confederadas do Tennessee e abrindo uma rota para Atlanta e o coração dos Confederados.

Teatro Trans-Mississippi

Antecedentes

O Teatro Trans-Mississippi se refere a operações militares a oeste do rio Mississippi, sem incluir as áreas que fazem fronteira com o Oceano Pacífico.

Batalhas

Missouri
Nathaniel Lyon assegurou as docas e o arsenal de St. Louis, levou as forças da União a expulsar as forças e o governo Confederado do Missouri.[180]

A primeira batalha do Teatro Trans-Mississippi foi a Batalha de Wilson's Creek. Os Confederados foram expulsos do Missouri no início da guerra como resultado da Batalha de Pea Ridge.[181]

A extensa guerra de guerrilhas caracterizou a região Trans-Mississippi, pois os Confederados careciam de tropas e logística para apoiar os exércitos regulares que poderiam desafiar o controle da União.[182] Bandos Confederados itinerantes, como os Quantrill's Raiders, aterrorizaram o campo, atingindo instalações militares e assentamentos civis.[183] Os "Sons of Liberty" (Filhos da Liberdade) e a "Order of the American Knights" (Ordem dos Cavaleiros Americanos) atacaram pessoas pró-União, titulares de cargos eleitos e soldados uniformizados desarmados. Esses partidários não puderam ser inteiramente expulsos do estado do Missouri até que uma divisão regular de infantaria da União estivesse envolvida. Em 1864, essas atividades violentas prejudicaram o movimento anti-guerra nacional que se organizava contra a reeleição de Abraham Lincoln. O Missouri não apenas ficou na União, mas Lincoln obteve 70% dos votos para a reeleição.[184]

Novo México

Inúmeras ações militares de pequena escala, ao sul e oeste do Missouri, procuraram controlar o Território Indígena e o Território do Novo México para a União. A Batalha de Glorieta Pass foi a batalha decisiva da Campanha do Novo México. A União repeliu incursões Confederadas no Novo México em 1862, e o governo do Arizona exilado recuou para o Texas. No Território Indígena, eclodiu uma guerra civil dentro das tribos. Cerca de 12.000 guerreiros indígenas lutaram pelos Confederados e números menores pela União.[185] OUm dos Cherokees mais proeminente foi o general-de-brigada Stand Watie, o último general Confederado a se render.[186]

Texas

Após a queda de Vicksburg, em julho de 1863, o general Edmund Kirby Smith, no Texas, foi informado por Jefferson Davis que não esperava mais ajuda do leste do rio Mississippi. Embora ele não tivesse recursos para derrotar os exércitos da União, ele construiu um arsenal formidável em Tyler, Texas, junto com sua própria economia Edmund Kirby Smith, um "feudo independente" virtual no Texas, incluindo construção de ferrovias e contrabando internacional. A União, por sua vez, não o envolveu diretamente.[187] Sua Campanha de Red River, em 1864, para tomar Shreveport, Luisiana, foi um fracasso e o Texas permaneceu nas mãos dos Confederados durante a guerra.

Teatro da Margem Inferior

Antecedentes

O Teatro da Margem Inferior se refere a operações militares e navais que ocorreram perto das áreas costeiras do sudeste: no Alabama, Flórida, Luisiana, Mississippi, Carolina do Sul e Texas) bem como a parte sul do rio Mississippi (Port Hudson e sul). As atividades navais da União foram ditadas pelo Plano Anaconda.

Batalhas

Carolina do Sul

Uma das primeiras batalhas da guerra foi travada em Port Royal Sound, ao sul de Charleston. Grande parte da guerra ao longo da costa da Carolina do Sul se concentrou na captura de Charleston. Ao tentar capturar Charleston, os militares da União tentaram duas abordagens, por terra sobre as ilhas James ou Morris ou pelo porto. No entanto, os Confederados foram capazes de afastar cada ataque da União. Um dos ataques mais famosos por terra foi a Segunda Batalha de Fort Wagner, na qual a 54.° Regimento de Infantaria de Massachusetts participou. A União sofreu uma séria derrota nessa batalha, perdendo 1.500 homens, enquanto os Confederados perderam apenas 175.

Geórgia

Fort Pulaski, na costa da Geórgia, foi um dos primeiros alvos da Marinha da União. Após a captura de Port Royal, uma expedição foi organizada com tropas de engenheiros sob o comando do capitão Quincy Adams Gillmore, forçando uma rendição Confederada.

Captura de Nova Orleães
Luisiana

Em abril de 1862, uma força-tarefa naval da União comandada pelo comandante David Dixon Porter atacou Forts Jackson e St. Philip, que protegiam a aproximação por rio a Nova Orleães pelo sul. Enquanto parte da frota bombardeou os fortes, outras embarcações forçaram uma quebra nas obstruções do rio e permitiram que o restante da frota subisse o rio até a cidade. Uma força do exército da União comandada pelo major-general Benjamin Butler desembarcou perto dos fortes e forçou sua rendição. O controverso comando de Butler em Nova Orleães ganhou o apelido de "Beast" (Besta).

No ano seguinte, o Exército da União do Golfo, comandado pelo major-general Nathaniel Prentice Banks, sitiou Port Hudson por quase oito semanas, o maior cerco da História militar dos Estados Unidos. Os Confederados tentaram se defender com a Campanha Bayou Teche, mas se renderam após Vicksburg. Essas duas rendições deram à União o controle sobre todo o Mississippi.

Flórida

Várias pequenas escaramuças foram travadas na Flórida, mas sem grandes batalhas. A maior foi a Batalha de Olustee, no início de 1864.

Teatro da Costa do Pacífico

O Teatro da Costa do Pacífico se refere a operações militares no Oceano Pacífico e nos estados e territórios a oeste da Divisão Continental.

Conquista da Virgínia

William Tecumseh Sherman

No início de 1864, Abraham Lincoln fez Ulysses S. Grant comandante de todos os exércitos da União. Grant fez sua sede com o Exército do Potomac e colocou o major-general William Tecumseh Sherman no comando da maioria dos exércitos ocidentais. Grant entendeu o conceito de guerra total e acreditava, juntamente com Lincoln e Sherman, que apenas a derrota total das forças Confederadas e sua base econômica acabaria com a guerra.[188] Foi uma guerra total, não matando civis, mas tomando provisões e suprimentos e destruindo casas, fazendas e ferrovias, que Grant disse que "de outra forma teria sido apoiado pela secessão e rebelião. Acredito que essa política exerceu uma influência material para acelerar o fim."[189] Grant desenvolveu uma estratégia coordenada que atacaria toda a Confederação de várias direções. Os generais George Meade e Benjamin Butler foram ordenados a se mover contra Robert E. Lee perto de Richmond, o general Franz Sigel (e mais tarde Philip Sheridan) atacaria o Vale de Shenandoah, o general Sherman capturaria Atlanta e marcharia para o mar (o Oceano Atlântico), os generais George Crook e William W. Averell deveriam operar contra linhas de fornecimento de ferrovias na Virgínia Ocidental, e o major-general Nathaniel Prentice Banks capturaria Mobile, Alabama.[190]

Soldados foram mortos no ataque de Richard Stoddert Ewell em maio de 1864 à Spotsylvania Court House, atrasaram o avanço de Ulysses S. Grant em Richmond na Campanha Overland.

Campanha Overland de Grant

O exército de Ulysses S. Grant partiu na Campanha Overland com o objetivo de atrair Robert E. Lee para uma defesa de Richmond, onde eles tentariam deter e destruir o Exército Confederado. O Exército da União tentou primeiro passar por Lee e travou várias batalhas, principalmente em Wilderness, Spotsylvania Court House e Cold Harbor. Essas batalhas resultaram em pesadas perdas de ambos os lados e forçaram os Confederados de Lee a recuar repetidamente. Na Batalha de Yellow Tavern, os Confederados perderam J. E. B. Stuart.

Uma tentativa de flanquear Lee pelo sul falhou sob Butler, que estava preso dentro da curva do rio Bermuda Hundred. Cada batalha resultou em contratempos para a União que espelhavam o que haviam sofrido com generais anteriores, embora, diferentemente dos generais anteriores, Grant lutasse em vez de recuar. Grant era tenaz e continuou pressionando o exército de Lee, no Norte da Virgínia, de volta a Richmond. Enquanto Lee se preparava para um ataque a Richmond, Grant inesperadamente virou para o sul para atravessar o rio James e iniciou o prolongado Cerco de Petersburg, onde os dois exércitos se envolveram em guerra de trincheiras por mais de nove meses.[191]

Philip Sheridan

Campanha do Vale de Sheridan

Ulysses S. Grant finalmente encontrou um comandante, general Philip Sheridan, agressivo o suficiente para prevalecer nas campanhas do vale de 1864. Sheridan foi inicialmente repelido na Batalha de New Market pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos e general Confederado John C. Breckinridge. A Batalha de New Market foi a última grande vitória dos Confederados na guerra e incluiu uma acusação de cadetes adolescentes do Instituto Militar da Virgínia. Depois de redobrar seus esforços, Sheridan derrotou o major-general Jubal Early em uma série de batalhas, incluindo uma derrota decisiva final na Batalha de Cedar Creek. Sheridan então destruiu a base agrícola do vale de Shenandoah, uma estratégia semelhante às táticas que Sherman empregou mais tarde na Geórgia.[192]

Marcha ao Mar de Sherman

Enquanto isso, William Tecumseh Sherman manobrou de Chattanooga para Atlanta, derrotando os generais Confederados Joseph E. Johnston e John Bell Hood ao longo do caminho. A queda de Atlanta em 2 de setembro de 1864 garantiu a reeleição de Abraham Lincoln como presidente.[193] Hood deixou a área de Atlanta para se virar e ameaçar as linhas de suprimentos de Sherman e invadir o Tennessee na Campanha de Franklin–Nashville. O major-general da União John Schofield derrotou Hood na Batalha de Franklin, e George Henry Thomas enfrentou Hood uma derrota maciça na Batalha de Nashville, destruindo efetivamente o exército de Hood.[194]

The Peacemakers de George Peter Alexander Healy retratam Sherman, Grant, Lincoln e Porter discutindo planos para as últimas semanas da Guerra Civil a bordo do navio a vapor River Queen em março de 1865.

Saindo de Atlanta e sua base de suprimentos, o exército de Sherman marchou com um destino ao desconhecido, destruindo cerca de 20% das fazendas da Geórgia em sua "Marcha ao Mar". Ele chegou ao Oceano Atlântico em Savannah, Geórgia, em dezembro de 1864. O exército de Sherman foi seguido por milhares de escravos libertos; não houve grandes batalhas ao longo da Marcha. Sherman virou para o Norte através da Carolina do Sul e Carolina do Norte para se aproximar das linhas da Virgínia Confederada a partir do Sul, aumentando a pressão sobre o exército de Robert E. Lee.[195]

O Waterloo dos Confederados

O exército de Robert E. Lee, reduzido por deserção e baixas, agora era muito menor que o de Ulysses S. Grant. Uma última tentativa Confederada de romper o controle da União sobre Petersburg fracassou na decisiva Batalha de Five Forks (às vezes chamada de "O Waterloo dos Confederados") em 1 de abril. Isso significava que a União agora controlava todo o perímetro em torno de Richmond-Petersburg, cortando completamente os Confederados. Percebendo que a capital estava perdida, Lee decidiu evacuar seu exército. A capital Confederada caiu para o XXV Corpo da União, composto por tropas de negros. As unidades Confederadas restantes fugiram para o oeste após uma derrota em Sayler's Creek.[196]

Rendição Confederada

Esta primeira página do The New York Times comemorou a rendição de Robert E. Lee, destacando como Ulysses S. Grant que permitiu que os oficiais Confederados retivessem suas armas e a "liberdade condicional" dos oficiais e homens Confederados.[197]
As notícias da rendição de Robert E. Lee em 9 de abril chegaram a este jornal do sul (Savannah, Geórgia) em 15 de abril, após o assassinato presidente Abraham Lincoln em 14 de abril.[198] O artigo cita os termos de entrega a Ulysses S. Grant.[198]

Inicialmente, Robert E. Lee não pretendia se render, mas planejava se reagrupar na vila de Appomattox Court House, onde suprimentos deveriam estar esperando, e depois continuar a guerra. Ulysses S. Grant perseguiu Lee e ficou na frente dele, para que, quando o exército de Lee chegasse ao Appomattox Court House, eles estivessem cercados. Após uma batalha inicial, Lee decidiu que o combate estava perdido e rendeu seu Exército da Virgínia do Norte em 9 de abril de 1865, na McLean House.[199] Em um gesto não tradicional e como um sinal do respeito e antecipação de Grant de restaurar pacificamente os Estados Confederados à União, Lee foi autorizado a manter sua espada e seu cavalo, Traveller.

Em 14 de abril de 1865, o presidente Abraham Lincoln foi baleado por John Wilkes Booth, um simpatizante do Sul. Lincoln morreu cedo na manhã seguinte e Andrew Johnson se tornou o presidente. Enquanto isso, as forças Confederadas do Sul se renderam quando as notícias da rendição de Lee chegaram a eles.[200] Em 26 de abril de 1865, o general Joseph E. Johnston entregou cerca de 90.000 homens do Exército Confederado do Tennessee ao major-general William Tecumseh Sherman em Bennett Place, perto da atual Durham, Carolina do Norte. Provou ser a maior rendição de forças Confederadas, efetivamente encerrando a guerra. O presidente Andrew Johnson declarou oficialmente um fim virtual da insurreição em 9 de maio de 1865; O presidente Jefferson Davis foi capturado no dia seguinte.[1] Em 2 de junho, Edmund Kirby Smith entregou oficialmente suas tropas no Departamento Trans-Mississippi.[201] Em 23 de junho, o líder Cherokee Stand Watie se tornou o último general Confederado a render suas forças.[202]

Vitória e consequências da União

Mapa de perdas do território Confederado ano a ano

Resultados

As causas da guerra, as razões de seu resultado e até o nome da guerra em si são hoje assuntos de disputa persistente. O Norte e o Oeste enriqueceram, enquanto o Sul, outrora rico, ficou pobre por um século. O poder político nacional dos proprietários de escravos e dos ricos do Sul terminou. Os historiadores têm menos certeza dos resultados da reconstrução do pós-guerra, especialmente em relação à cidadania de segunda classe dos libertos e sua pobreza.[203]

Historiadores debateram se aos Confederados poderiam ter vencido a guerra. A maioria dos estudiosos, incluindo James M. McPherson, argumenta que a vitória Confederada era pelo menos possível.[204] McPherson argumenta que a vantagem do Norte em população e recursos tornou a vitória do Norte provável, mas não garantida. Ele também argumenta que se os Confederados tivessem lutado usando táticas não convencionais, seria mais fácil aguentar tempo suficiente para esgotar a União.[205]

Os Confederados não precisavam invadir e manter o território inimigo para vencer, mas apenas precisavam travar uma guerra defensiva para convencer o Norte de que o custo da vitória seria alto demais. O Norte precisava conquistar e manter vastas extensões de território inimigo e derrotar exércitos Confederados para vencer.[205] Abraham Lincoln não era um ditador militar e só poderia continuar lutando a guerra enquanto o público americano apoiasse a continuação da guerra. Os Confederados procuraram conquistar a independência do duradouro Lincoln; no entanto, depois que Atlanta caiu e Lincoln derrotou George B. McClellan nas eleições de 1864, todas as esperanças de uma vitória política para o Sul terminaram. Nesse ponto, Lincoln havia conseguido o apoio dos republicanos, democratas da guerra, estados fronteiriços, escravos emancipados e a neutralidade da Grã-Bretanha e da França. Ao derrotar os democratas e McClellan, ele também derrotou os Copperheads e sua plataforma de paz.[206]

Muitos estudiosos argumentam que a União possuía uma vantagem insuperável a longo prazo sobre os Confederados em força e população industrial. As ações Confederadas, eles argumentam, que apenas atrasaram a derrota.[207][208] O historiador da Guerra Civil Shelby Foote expressou essa visão sucintamente: "Eu acho que o Norte travou essa guerra com uma mão atrás nas costas ... Se houvesse mais vitórias do Sul e muito mais, o Norte simplesmente teria trazido a outra mão pelas costas. Não creio que o Sul tenha tido a chance de vencer essa guerra."[209]

Uma visão minoritária entre os historiadores é que os Confederados perderam porque, como E. Merton Coulter colocou, "as pessoas não fizeram força suficiente e tempo suficiente para vencer".[210][211] De acordo com Charles H. Wilson, em The Collapse of the Confederacy, "o conflito interno deve figurar com destaque em qualquer explicação da derrota dos Confederados."[212] O historiador marxista Armstead Robinson concorda, apontando para um conflito de classes no Exército Confederado entre os proprietários de escravos e o maior número de não-proprietários. Ele argumenta que os soldados não-proprietários de escravos ficaram amargurados por lutar para preservar a escravidão e lutaram com menos entusiasmo. Ele atribui as principais derrotas Confederadas em 1863 em Vicksburg e Missionary Ridge a esse conflito de classes.[213] No entanto, a maioria dos historiadores rejeita o argumento.[214] James M. McPherson, depois de ler milhares de cartas escritas por soldados Confederados, encontrou um forte patriotismo que continuou até o fim; eles realmente acreditavam que estavam lutando por liberdade. Mesmo quando os Confederados estava visivelmente em colapso entre 1864 e 1865, ele diz que a maioria dos soldados Confederados estavam lutando muito.[215] O historiador Gary W. Gallagher cita o general William Tecumseh Sherman que, no início de 1864, comentou: "Os demônios parecem ter uma determinação que não pode deixar de ser admirada." Apesar da perda de escravos e riqueza, com a fome iminente, Sherman continuou: "ainda não vejo sinais de desapontamento de alguns desertores cansados da guerra, mas as massas decidiram combatê-la."[216]

Comparação entre a União os Confederados, 1860–1864[217]
Ano União Confederados
População 1860 22.100.000 (71%) 9.100.000 (29%)
1864 28.800.000 (90%)[k] 3.000.000 (10%)[218]
Livres 1860 21.700.000 (81%) 5.600.000 (19%)
Escravos 1860 490.000 (11%) 3.550.000 (89%)
1864 insignificante 1.900.000[l]
Soldados 1860–1864 2.100.000 (67%) 1.064.000 (33%)
Milhas ferroviárias 1860 21.800 (71%) 8.800 (29%)
1864 29.100 (98%)[219] insignificante
Fabricas 1860 90% 10%
1864 98% 2%
Produção de armas 1860 97% 3%
1864 98% 2%
Fardos de algodão 1860 insignificante 4.500.000
1864 300.000 insignificante
Exportações 1860 30% 70%
1864 98% 2%

Também importante foi a eloquência de Lincoln em racionalizar o propósito nacional e sua habilidade em manter os estados fronteiriços comprometidos com a causa da União. A Proclamação de Emancipação foi um uso eficaz dos poderes de guerra do Presidente.[220] O governo Confederado falhou na tentativa de envolver a Europa na guerra militarmente, particularmente na Grã-Bretanha e na França. Os líderes do Sul precisavam obter poderes europeus para ajudar a romper o bloqueio que a União havia criado em torno dos portos e cidades do Sul. O bloqueio naval de Lincoln foi 95% eficaz na interrupção do comércio de mercadorias; como resultado, as importações e exportações para o Sul caíram significativamente. A abundância de algodão europeu e a hostilidade da Grã-Bretanha à instituição da escravidão, juntamente com os bloqueios navais de Lincoln no Atlântico e no Golfo do México, diminuíram severamente qualquer chance de a Grã-Bretanha ou a França entrarem na guerra.[221]

O historiador Don Doyle argumentou que a vitória da União teve um grande impacto no curso da história mundial.[222] A vitória da União energizou as forças democráticas populares. Uma vitória Confederada, por outro lado, significaria um novo nascimento da escravidão, não da liberdade. O historiador Fergus Bordewich, seguindo Doyle, argumenta que:

"A vitória do Norte provou decisivamente a durabilidade do governo democrático. A independência Confederada, por outro lado, teria estabelecido um modelo americano de política reacionária e repressão racial que provavelmente lançaria uma sombra internacional no século XX e talvez além."[223]

Estudiosos debateram quais foram os efeitos da guerra no poder político e econômico no Sul.[224] A visão predominante é que a elite dos plantadores do Sul manteve sua poderosa posição no Sul.[224] No entanto, um estudo de 2017 desafia isso, observando que enquanto algumas elites do Sul mantiveram seu status econômico, a turbulência da década de 1860 criaria maiores oportunidades de mobilidade econômica no Sul do que no Norte.[224]

Custos

Um em cada treze veteranos eram amputados
Afro-americanos coletando ossos de soldados mortos em batalha
Cemitério nacional em Andersonville, Geórgia

A guerra resultou em pelo menos 1.030.000 baixas (3% da população), incluindo cerca de 620.000 mortes de soldados dois terços por doenças e 50.000 civis.[9] O historiador da Universidade de Binghamton, J. David Hacker, acredita que o número de mortes de soldados foi aproximadamente 750.000, 20% maior do que o tradicionalmente estimado, e possivelmente tão alto quanto 850.000.[21][225] A guerra foi responsável por mais mortes americanas do que em todas as outras guerras dos Estados Unidos juntas.[226]

Com base nos dados do censo de 1860, 8% de todos os homens brancos entre 13 e 43 anos morreram na guerra, incluindo 6% no Norte e 18% no Sul.[227][228] Cerca de 56.000 soldados morreram em campos de prisioneiros durante a guerra.[229] Estima-se que 60.000 homens foram amputados na guerra.[230]

Os mortos do Exército da União, totalizando 15% dos mais de dois milhões que serviram, foram divididos da seguinte forma:

  • 110.070 mortos em ação (67.000) ou mortos por ferimentos (43.000).
  • 199.790 morreram de doenças (75% foram devido à guerra, o restante teria ocorrido na vida civil de qualquer maneira)
  • 24.866 morreram em campos de prisioneiros Confederados
  • 9.058 mortos por acidentes ou afogamentos
  • 15.741 mortes desconhecidas
  • 359.528 total de mortos

Além disso, houve 4.523 mortes na Marinha (2.112 em batalha) e 460 nos Fuzileiros Navais (148 em batalha).[7]

As tropas negras compunham 10% do número de mortos na União, totalizavam 15% das mortes por doenças, mas menos de 3% dos mortos em batalha.[6] As perdas entre os afro-americanos foram altas, no último ano e meio e de todas as vítimas relatadas, aproximadamente 20% de todos os afro-americanos alistados nas forças armadas perderam a vida durante a Guerra Civil.[231]:16 Notavelmente, sua taxa de mortalidade foi significativamente maior que os soldados brancos:

[Nós] descobrimos, de acordo com os dados oficiais revisados, que dos pouco mais de dois milhões de soldados nos Voluntários dos Estados Unidos, mais de 316.000 morreram (de todas as causas), ou 15.2%. Das 67.000 tropas do Exército Regular (brancos), 8.6%, ou não exatamente 6.000, morreram. Das aproximadamente 180.000 tropas negras dos Estados Unidos, no entanto, mais de 36.000 morreram, ou 20.5%. Em outras palavras, a "taxa" de mortalidade entre as tropas negras dos Estados Unidos na Guerra Civil foi 35% maior que a de outras tropas, apesar do fato de as primeiras não estarem inscritas até dezoito meses após o início do conflito.[231]:16

Registros Confederados compilados pelo historiador William F. Fox listam 74.524 mortos e 59.292 mortos por ferimentos e doenças. Incluir estimativas Confederadas de perdas em batalhas onde não existem registros traria o número de mortos Confederados para 94.000 mortos em ação, ferimentos e doenças. Fox reclamou, no entanto, que os registros estavam incompletos, especialmente durante o último ano da guerra, e que os relatórios do campo de batalha provavelmente subestimaram as mortes (muitos homens contaram como feridos nos relatórios do campo de batalha posteriormente morreram devido aos ferimentos). Thomas L. Livermore, usando os dados de Fox, colocou o número de mortes não-Confederadas em combate em 166.000, usando a estimativa oficial de mortes na União por doenças e acidentes e uma comparação dos registros de alistamento na União e Confederados, para um total de 260.000 mortes.[6] No entanto, isso exclui as 30.000 mortes de tropas Confederadas em prisões, o que elevaria o número mínimo de mortes para 290.000.

O Serviço Nacional de Parques dos Estados Unidos usa os seguintes números em sua contagem oficial de perdas de guerra:

União: 853.838

  • 110.100 mortos em ação
  • 224.580 mortos por doenças
  • 275.154 feridos em ação
  • 211.411 capturados (incluindo 30.192 que morreram como prisioneiros de guerra)

Confederados: 914.660

  • 94.000 mortos em ação
  • 164.000 mortos por doenças
  • 194.026 feridos em ação
  • 462.634 capturados (incluindo 31.000 que morreram como prisioneiros de guerra)
Sepultamento de soldados da União mortos na Batalha de Antietam em 1862

Embora os números de 360.000 mortes de exércitos da União e 260.000 para os Confederados tenham sido comumente citados, eles estão incompletos. Além de muitos registros Confederados estarem ausentes, em parte como resultado de viúvas Confederadas não terem relatado as mortes por serem inelegíveis para obter benefícios, ambos os exércitos contaram apenas tropas que morreram durante seu serviço, e não as dezenas de milhares que morreram de ferimentos ou doenças após receber alta. Isso geralmente acontecia apenas alguns dias ou semanas depois. Francis Amasa Walker, superintendente do censo de 1870, usou dados gerais do censo e do cirurgião para estimar um mínimo de 500.000 mortes militares da União e 350.000 mortes militares dos Confederados, para um número total de 850.000 soldados. Embora as estimativas de Walker tenham sido originalmente descartadas por causa da subconta do censo de 1870, mais tarde foi constatado que o censo estava apenas 6.5% fora e que os dados que Walker usava seriam aproximadamente precisos.[225]

Analisar o número de mortos usando dados do censo para calcular o desvio da norma da taxa de mortalidade de homens em idade de combate sugere que pelo menos 627.000 e no máximo 888.000, mas provavelmente 761.000 soldados, morreram na guerra.[22] Isso dividiria em aproximadamente 350.000 mortes militares dos Confederados e 411.000 da União, passando pela proporção de perdas de batalha da União para os Confederados.

As mortes entre ex-escravos provaram ser muito mais difíceis de estimar, devido à falta de dados confiáveis do censo na época, embora eles fossem consideráveis, uma vez que ex-escravos foram libertados ou escaparam em grande número em uma área onde o Exército da União não tinha abrigo, médicos ou comida suficientes para eles. O professor James Downs, da Universidade de Connecticut, afirma que dezenas a centenas de milhares de escravos morreram durante a guerra devido a doenças, fome ou exposição e que, se essas mortes forem contadas no total da guerra, o número de mortos excederá 1 milhão.[232]

As perdas foram muito maiores do que durante a recente derrota do México, que viu cerca de 13.000 mortes nos Estados Unidos, incluindo menos de 2.000 mortos em batalha, entre 1846 e 1848. Uma razão para o alto número de mortes em batalhas durante a guerra foi o uso continuado de táticas semelhantes às das Guerras Napoleônicas na virada do século, como a carga militar. Com o advento de canos de rifles mais precisos, bolas Minié e (quase no final da guerra para o Exército da União) repetir armas de fogo como o Rifle de repetição Spencer e o Rifle de repetição Henry, os soldados foram abatidos quando estavam em filas ao ar livre. Isso levou à adoção da guerra de trincheiras, um estilo de luta que definiu grande parte da Primeira Guerra Mundial.[233]

A riqueza acumulada em escravos e escravidão para os 3.5 milhões de negros dos Confederados terminou efetivamente quando os exércitos da União chegaram; quase todos foram libertados pela Proclamação de Emancipação. Escravos nos estados fronteiriços e aqueles localizados em algum antigo território Confederado ocupado antes da Proclamação de Emancipação foram libertados por ação estatal ou (em 6 de dezembro de 1865) pela Décima Terceira Emenda.[234]

A guerra destruiu grande parte da riqueza que existia no Sul. Todo o investimento acumulado em títulos Confederados foi perdido; a maioria dos bancos e ferrovias estavam falidos. A renda por pessoa no Sul caiu para menos de 40% da do Norte, uma condição que durou até o século XX. A influência do Sul no governo federal dos Estados Unidos, anteriormente considerável, diminuiu bastante até a segunda metade do século XX.[235] A restauração completa da União foi o trabalho de uma era pós-guerra altamente controversa, conhecida como Era da Reconstrução.

Emancipação

Escravidão como questão de guerra

Embora nem todos os sulistas se vissem lutando para preservar a escravidão, a maioria dos oficiais e mais de um terço da patente do exército de Robert E. Lee tinham laços familiares próximos com a escravidão. Para os nortistas, em contraste, a motivação era principalmente preservar a União, não abolir a escravidão.[236] Abraham Lincoln consistentemente fez a preservação da União o objetivo central da guerra, embora cada vez mais visse a escravidão como uma questão crucial e fizesse do término dela uma meta adicional.[237] A decisão de Lincoln de emitir a Proclamação de Emancipação irritou os democratas da paz ("Copperheads") e os democratas de guerra, mas energizou a maioria dos republicanos.[238] Ao alertar que negros livres inundariam o Norte, os democratas obtiveram ganhos nas eleições de 1862, mas não conquistaram o controle do Congresso. O contra-argumento dos republicanos de que a escravidão era o principal pilar do inimigo ganhou apoio constante, com os democratas perdendo decisivamente nas eleições de 1863 no norte do estado de Ohio, quando tentaram ressuscitar sentimentos anti-negros.[239]

Proclamação de Emancipação

Os contrabandos, escravos fugitivos, cozinheiros, lavadeiras, trabalhadores, montanhistas, equipes de reparos de ferrovias, fugiram para o Exército da União, mas não foram oficialmente libertados até 1863 pela Proclamação de emancipação
Em 1863, o Exército da União aceitou os libertos. Aqui são vistos soldados adolescentes negros e brancos.
Ver artigo principal: Proclamação de Emancipação

A Proclamação de Emancipação permitiu que afro-americanos, negros livres e escravos em fuga, se juntassem ao Exército da União.[m] Cerca de 190.000 se voluntariaram, aumentando ainda mais a vantagem numérica que os exércitos da União desfrutavam sobre os Confederados, que não ousavam emular a fonte equivalente de mão-de-obra por medo de minar fundamentalmente a legitimidade da escravidão.[n]

Durante a Guerra Civil, os sentimentos sobre escravos, escravização e emancipação nos Estados Unidos foram divididos. Em 1861, Abraham Lincoln temia que tentativas prematuras de emancipação significassem a perda dos estados fronteiriços e que "perder o Kentucky é quase o mesmo que perder todo o jogo".[245] Copperheads e alguns democratas da guerra se opuseram à emancipação, embora os últimos tenham aceitado como parte da guerra total necessária para salvar a União.[246]

A princípio, Lincoln reverteu as tentativas de emancipação do secretário de guerra Simon Cameron e dos generais John C. Frémont (no Missouri) e David Hunter (na Carolina do Sul, Geórgia e Flórida) para manter a lealdade dos estados fronteiriços e dos democratas da guerra. Lincoln alertou os estados fronteiriços que um tipo mais radical de emancipação aconteceria se seu plano gradual baseado na emancipação compensada e na colonização voluntária fosse rejeitado.[247] Mas apenas o Distrito de Columbia aceitou o plano gradual de Lincoln, promulgado pelo Congresso. Quando Lincoln contou a seu gabinete sobre sua proposta de Proclamação de Emancipação, William H. Seward aconselhou Lincoln a esperar por uma vitória antes de divulgá-la, pois fazer o contrário pareceria "o nosso último grito de retiro."[248] Lincoln lançou as bases para o apoio público em uma carta aberta publicada no jornal do abolicionista Horace Greeley.[249]

Em setembro de 1862, a Batalha de Antietam proporcionou essa oportunidade, e a subsequente Conferência dos Governadores de Guerra adicionou apoio à proclamação.[250] Lincoln emitiu sua Proclamação preliminar de Emancipação em 22 de setembro de 1862 e sua Proclamação final de Emancipação em 1 de janeiro de 1863. Em sua carta a Albert G. Hodges, Lincoln explicou sua crença de que "se a escravidão não está errada, nada está errado ... E, no entanto, nunca entendi que a Presidência me conferisse um direito irrestrito de agir oficialmente sobre esse julgamento e sentimento. ... Eu afirmo não ter eventos controlados, mas confesso claramente que os eventos me controlaram".[251]

A abordagem moderada de Lincoln conseguiu induzir os estados fronteiriços, democratas da guerra e escravos emancipados a lutar pela União. Os estados fronteiriços controlados pela União (Kentucky, Missouri, Maryland, Delaware e Virgínia Ocidental) e as regiões controladas pela União em torno de Nova Orleães, Norfolk e outros lugares, não foram cobertas pela Proclamação de Emancipação. Todos aboliram a escravidão por conta própria, exceto Kentucky e Delaware.[252]

Como a Proclamação de Emancipação se baseou nos poderes de guerra do Presidente, incluiu apenas o território mantido pelos Confederados na época. No entanto, a Proclamação se tornou um símbolo do crescente compromisso da União de acrescentar emancipação à definição de liberdade da União.[253] A Proclamação de Emancipação reduziu muito a esperança dos Confederados de obter ajuda da Grã-Bretanha ou da França.[254] No final de 1864, Lincoln estava desempenhando um papel de liderança ao conseguir que o Congresso votasse a Décima Terceira Emenda, que tornou a emancipação universal e permanente.[255]

Texas v. White

No Texas v. White, 74 U.S. 700 (1869) a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que o Texas continuava sendo um estado desde que se uniu à União, apesar das alegações de que se uniu aos Estados Confederados da América; o tribunal sustentou ainda que a Constituição não permitia que os estados se separassem unilateralmente dos Estados Unidos e que as ordenanças de secessão, e todos os atos das legislaturas dos estados seccionadores que pretendiam efetivar tais ordenanças eram "absolutamente nulas", sob a Constituição.[256]

Era da Reconstrução

Os professores do Norte viajaram para o Sul para fornecer educação e treinamento para a população recém-libertada
Ver artigo principal: Reconstrução dos Estados Unidos

A Reconstrução começou durante a guerra, com a Proclamação de Emancipação de 1 de janeiro de 1863, e continuou até 1877.[257] Compreendeu vários métodos complexos para resolver os problemas pendentes das consequências da guerra, dos quais os mais importantes foram os três "Emendas da Reconstrução" da Constituição, que permanecem em vigor até os dias atuais: 13.° (1865), 14.° (1868) e 15.° (1870). Do ponto de vista da União, os objetivos da Reconstrução eram consolidar a vitória da União no campo de batalha, reunindo a União; garantir uma "forma republicana de governo para os ex-estados Confederados; e encerrar permanentemente a escravidão e impedir o status de semi-escravidão.[258]

O Presidente Andrew Johnson adotou uma abordagem branda e viu a consecução dos principais objetivos da guerra, realizados em 1865, quando cada estado ex-rebelde repudiou a secessão e ratificou a Décima Terceira Emenda. Os Republicanos Radicais exigiram provas de que o nacionalismo Confederado estava morto e que os escravos eram verdadeiramente livres. Eles surgiram após as eleições de 1866 e desfez grande parte do trabalho de Johnson. Em 1872, os "Republicanos Liberais" argumentaram que os objetivos da guerra haviam sido alcançados e que a Reconstrução deveria terminar. Eles concorreram à presidência em 1872, mas foram derrotados decisivamente. Em 1874, os democratas, principalmente do Sul, assumiram o controle do Congresso e se opuseram a qualquer Reconstrução. O Compromisso de 1877 terminou com um consenso nacional de que a Guerra Civil finalmente havia terminado.[259] Com a retirada das tropas da União, no entanto, os brancos retomaram o controle de todas as legislaturas do Sul; o período de privação de direitos e segregação legal de Jim Crow estava prestes a começar.

Política pós-guerra

A Guerra Civil teria um enorme impacto na política americana nos próximos anos. Muitos veteranos de ambos os lados foram subsequentemente eleitos para cargos políticos, incluindo cinco presidentes dos Estados Unidos: Ulysses S. Grant, Rutherford B. Hayes, James A. Garfield, Benjamin Harrison e William McKinley.[260]

Memória e historiografia

Monumento ao Grande Exército da República, uma organização veterana da União

A Guerra Civil é um dos eventos centrais da memória coletiva americana. Existem inúmeras estátuas, comemorações, livros e coleções de arquivos. A memória inclui assuntos militares, tratamento de soldados, vivos e mortos, rescaldo da guerra, representações da guerra na literatura e na arte, avaliações de heróis e vilões e considerações das lições morais e políticas das guerra.[261] O último tema inclui avaliações morais do racismo e da escravidão, heroísmo em combate e heroísmo por trás das linhas e as questões de democracia e direitos das minorias, bem como a noção de um "Império da Liberdade" que influencia o mundo.[262]

Historiadores profissionais prestaram muito mais atenção às causas da guerra do que à própria guerra. A história militar se desenvolveu amplamente fora da academia, levando a uma proliferação de estudos sólidos por não acadêmicos que conhecem bem as fontes primárias, prestam muita atenção a batalhas e campanhas e escrevem para o grande público, em vez da pequena comunidade acadêmica. Bruce Catton e Shelby Foote estão entre os escritores mais conhecidos.[263][264] Praticamente todas as figuras importantes da guerra, Norte e Sul, tiveram um sério estudo biográfico.[265] Os sulistas profundamente religiosos viram a mão de Deus na história, que demonstrou Sua ira por seus pecados, ou Suas recompensas por seus sofrimentos. O historiador Wilson Fallin examinou os sermões de pregadores batistas brancos e negros após a Guerra. Os pregadores brancos do Sul disseram:

Deus os castigou e lhes deu uma missão especial, manter a ortodoxia, biblicismo estrito, a piedade pessoal e as relações raciais tradicionais. A escravidão, eles insistiram, não tinha sido pecaminosa. Antes, a emancipação era uma tragédia histórica e o fim da Reconstrução era um sinal claro do favor de Deus.[266]

Em nítido contraste, os pregadores negros interpretaram a Guerra Civil como:

O presente da liberdade de Deus. Eles apreciaram oportunidades de exercitar sua independência, adorar à sua maneira, afirmar seu valor e dignidade e proclamar a paternidade de Deus e a irmandade do homem. Acima de tudo, eles poderiam formar suas próprias igrejas, associações e convenções. Essas instituições ofereceram auto-ajuda e elevação racial, e forneceram lugares onde o evangelho da libertação poderia ser proclamado. Como resultado, os pregadores negros continuaram insistindo que Deus os protegerias e os ajudaria; Deus seria a rocha deles em uma terra tempestuosa.[267]

Causa Perdida

Ver artigo principal: Causa Perdida dos Confederados

A memória da guerra no Sul branco se cristalizou no mito da "Causa Perdida": que a causa Confederada era justa e heroica. O mito moldou a identidade regional e as relações raciais por gerações.[268] Alan T. Nolan observa que a Causa Perdida foi expressamente "uma racionalização, um encobrimento para reivindicar o nome e a fama" daqueles que se rebelaram. Algumas reivindicações giram em torno da insignificância da escravidão; alguns apelos destacam diferenças culturais entre o Norte e o Sul; o conflito militar dos atores confederados é idealizado; de qualquer forma, a secessão foi considerada legal.[269] Nolan argumenta que a adoção da perspectiva de Causa Perdida facilitou a reunificação do Norte e do Sul, desculpando o "racismo virulento" do século XIX, sacrificando o progresso afro-americano na reunificação de um homem branco. Ele também considera a Causa Perdida "uma caricatura da verdade. Essa caricatura deturpa e distorce completamente os fatos da questão" em todos os casos.[270]

Historiografia Beard

O determinismo econômico e de poder político apresentado com força por Charles Beard e Mary Ritter Beard em The Rise of American Civilization (1927) foi altamente influente entre os historiadores e o público em geral até o movimento pelos direitos civis das décadas de 1950 e 1960. Os Beard's minimizavam a escravidão, abolicionismo e as questões de moralidade. Eles ignoraram questões constitucionais dos direitos dos estados e até ignoraram o nacionalismo americano como a força que finalmente levou à vitória na guerra. De fato, o próprio combate feroz foi ignorado apenas como um evento efêmero. Muito mais importante foi o cálculo do conflito de classes. O Beard's anunciou que a Guerra Civil era realmente:

[Um] cataclismo social no qual os capitalistas, trabalhadores e agricultores do Norte e Oeste expulsaram do poder no governo nacional a aristocracia das plantações do Sul.[271]

As próprios Beard's abandonaram sua interpretação na década de 1940 e se tornou extinta entre os historiadores na década de 1950, quando os estudiosos passaram a enfatizar a escravidão. No entanto, os temas dos Beard's ainda ecoam entre os escritores de Causa Perdida.[272]

Preservação de campos de batalhas

A partir de 1961, o Serviço Postal dos Estados Unidos lançaram selos comemorativos para cinco batalhas famosas, cada uma emitida no 100.° aniversário da respectiva batalha.

Os primeiros esforços na preservação e memorialização do campos de batalhas da Guerra Civil ocorreram durante a própria guerra com o estabelecimento de Cemitérios Nacionais em Gettysburg, Mill Springs e Chattanooga. Os soldados começaram a erguer marcadores nos campos de batalha a partir da Primeira Batalha de Bull Run, em julho de 1861, mas o monumento mais antigo sobrevivente é o Hazen, erguido no rio Stones perto de Murfreesboro, Tennessee, no verão de 1863 por soldados do coronel da União William Babcock Hazen marcaram o local onde eles enterraram seus mortos na Batalha de Stones River.[273] Na década de 1890, o Governo dos Estados Unidos estabeleceu cinco parques de campos de batalha da Guerra Civil sob a jurisdição do Departamento de Guerra, começando com a criação do Parque Militar Nacional de Chickamauga e Chattanooga no Tennessee e o Campo de Batalha Nacional de Antietam em Maryland em 1890. O Parque Militar Nacional de Shiloh foi criado em 1894, seguido pelo Parque Militar Nacional de Gettysburg em 1895 e pelo Parque Militar Nacional de Vicksburg em 1899. Em 1933, esses cinco parques e outros monumentos nacionais foram transferidos para a jurisdição do Serviço Nacional de Parques dos Estados Unidos.[274]

O moderno movimento de preservação dos campos de batalhas da Guerra Civil começou em 1987 com a fundação da Associação para a Preservação de Locais de Guerra Civil (APCWS), uma organização de base criada por historiadores da Guerra Civil e outros para preservar as terras dos campos de batalhas adquirindo-as. Em 1991, o Civil War Trust original foi criado no molde da Estátua da Liberdade/Ellis Island Foundation, mas não conseguiu atrair doadores corporativos e logo ajudou a gerenciar o desembolso das receitas de moedas comemorativas da Guerra Civil da Casa da Moeda dos Estados Unidos designadas para preservação de campos de batalhas. Embora as duas organizações sem fins lucrativos tenham se unido em várias aquisições de campos de batalhas, os conflitos em andamento levaram os conselhos das duas organizações a facilitar uma fusão, que aconteceu em 1999 com a criação do Civil War Preservation Trust.[275] Em 2011, a organização foi renomeada, se tornando novamente o Civil War Trust. Depois de expandir sua missão em 2014 para incluir os campos de batalhas da Guerra Revolucionária e da Guerra de 1812, a organização sem fins lucrativos se tornou o American Battlefield Trust em maio de 2018, operando com duas divisões, o Civil War Trust e o Revolutionary War Trust.[276] De 1987 a maio de 2018, o Trust e suas organizações predecessoras, juntamente com seus parceiros, preservaram 49.893 acres de terra de campos de batalhas através da aquisição de propriedades ou servidões de conservação em mais de 130 campos de batalhas em 24 estados.[277][278]

Os cinco principais parques de batalha da Guerra Civil operados pelo Serviço Nacional de Parques (Gettysburg, Antietam, Shiloh, Chickamauga/Chattanooga e Vicksburg) tiveram um total de 3.1 milhões de visitantes em 2018, uma queda de 70% em relação aos 10.2 milhões em 1970. A participação em Gettysburg em 2018 foi de 950.000, um declínio de 86% desde 1970.[279]

Comemoração da Guerra Civil

Grand Army of the Republic (Union)
United Confederate Veterans

A Guerra Civil Americana foi comemorada em várias capacidades, desde a reconstituição de batalhas, estátuas e salas memoriais erguidas, filmes sendo produzidos, selos e moedas com temas da Guerra Civil sendo lançados, os quais ajudaram a moldar a memória pública. Esse advento variado ocorreu em proporções maiores nos 100.° e 150.° aniversário.[280] A opinião de Hollywood sobre a guerra foi especialmente influente na formação da memória pública, como visto em clássicos do cinema como The Birth of a Nation (1915), Gone with the Wind (1939) e, mais recentemente, Lincoln (2012). Ken Burns produziu uma notável série da PBS na televisão intitulada The Civil War (1990). Foi remasterizado digitalmente e relançado em 2015.

Significado tecnológico

Inúmeras inovações tecnológicas durante a Guerra Civil tiveram um grande impacto na ciência do século XIX. A Guerra Civil foi um dos primeiros exemplos de uma "guerra industrial", na qual o poder tecnológico é usado para alcançar a supremacia militar em uma guerra.[281] Novas invenções, como o trens e o telégrafos, transporte de soldados, suprimentos e mensagens em um momento em que os cavalos eram considerados a maneira mais rápida de viajar.[282][283] Também foi nessa guerra quando os países usaram pela primeira vez a guerra aérea, na forma de balões de reconhecimento, com um efeito significativo.[284] Na Guerra Civil viu a primeira ação envolvendo navios de guerra a vapor revestidos a ferro na história da guerra naval.[285] As armas de fogo de repetição, como o rifle Henry, rifle Spencer, rifle Colt, carabina Triplett & Scott e outras, apareceram pela primeira vez durante a Guerra Civil; eles eram uma invenção revolucionária que logo substituiria armas de fogo de tiro único, bem como as primeiras aparições de armas de tiro rápido e metralhadoras, como a metralhadora Agar e a Gatling.[286]

Na cultura popular

Literatura

Filmes

Canções

Jogos eletrônicos

Notas

  1. O último tiro dado foi em 22 de junho de 1865.
  2. Número total exibido
  3. Número total exibido
  4. 211.411 soldados da União foram capturados e 30.218 morreram em prisões. Os que morreram foram excluídos para evitar a contagem dupla de vítimas.
  5. 462.634 soldados Confederados foram capturados e 25.976 morreram em prisões. Os que morreram foram excluídos para evitar a contagem dupla de vítimas.
  6. Embora uma Declaração de Guerra formal nunca tenha sido emitida pelo Congresso dos Estados Unidos, nem pelo Congresso dos Estados Confederados, pois suas posições legais eram de tal ordem que eram desnecessárias.
  7. Embora o Reino Unido e a França lhe concedessem um status beligerante.
  8. Incluindo os estados fronteiriços onde a escravidão era legal.
  9. Pelo menos até aproximadamente a Guerra do Vietnã.[14]
  10. Uma nova maneira de calcular as vítimas, analisando o desvio da taxa de mortalidade de homens em idade de lutar da norma através da análise de dados do censo, constatou que pelo menos 627.000 e no máximo 888.000 pessoas, mas provavelmente 761.000 pessoas morreram durante a guerra.[22]
  11. "Union population 1864" agrega população de 1860, média anual de imigração entre 1855 e 1864 e a população governada anteriormente pelos Estados Confederados da América por fonte da Kenneth Martis. Os contrabandos e após a Proclamação da Emancipação, os libertos que emigraram para o controle da União nas costas e para os exércitos que avançavam, e o aumento natural é excluído.
  12. "Slave 1864, CSA" agrega o censo de escravos de 1860 da Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia e Texas. Ele omite as perdas do contrabando e após a Proclamação da Emancipação, os libertos que migraram para os portos costeiros controlados pela União e os que se juntam aos exércitos da União, especialmente no vale do Mississippi.
  13. No início da guerra, alguns comandantes da União pensaram que deviam devolver escravos fugitivos a seus senhores. Em 1862, quando ficou claro que seria uma guerra longa, a questão do que fazer com a escravidão se tornou mais geral. A economia do Sul e o esforço militar dependiam do trabalho escravo. Começou a parecer irracional proteger a escravidão ao bloquear o comércio do Sul e destruir a produção do Sul. Como disse um congressista, os escravos "... não podem ser neutros. Como trabalhadores, se não como soldados, eles serão aliados dos rebeldes ou da União."[240] O mesmo congressista e seus colegas republicanos radicais, pressionaram Abraham Lincoln a emancipar rapidamente os escravos, enquanto republicanos moderados passaram a aceitar emancipação e colonização gradual e compensada.[241] Os afro-americanos escravizados não esperaram a ação de Lincoln antes de escapar e buscar a liberdade atrás das linhas da União. Desde os primeiros anos da guerra, centenas de milhares de afro-americanos escaparam para as linhas da União, especialmente em áreas ocupadas como Nashville, Norfolk e região de Hampton Roads em 1862, Tennessee a partir de 1862, a linha da marcha de Sherman, etc. Tantos afro-americanos fugiram para as linhas da União que os comandantes criaram campos e escolas para eles, onde adultos e crianças aprenderam a ler e escrever. Veja Catton, Bruce. Never Call Retreat, p. 335. A Associação Missionária Americana entrou no esforço de guerra enviando professores para o Sul para esses campos de contrabando, por exemplo, estabelecendo escolas em Norfolk e em plantações próximas. Além disso, aproximadamente 180.000 ou mais homens afro-americanos serviram como soldados e marinheiros com tropas da União. A maioria desses eram escravos fugidos. Provavelmente o mais proeminente desses soldados afro-americanos é a 54.° Regimento de Infantaria de Massachusetts.
  14. Apesar da escassez de soldados no Sul, a maioria dos líderes do Sul, até 1865, se opôs ao recrutamento de escravos. Eles os usaram como trabalhadores para apoiar o esforço de guerra. Como Howell Cobb disse: "Se os escravos formarão bons soldados, toda a nossa teoria da escravidão está errada". Os generais Confederados Patrick Cleburne e Robert E. Lee argumentaram a favor do armamento de negros no final da guerra, e Jefferson Davis acabou sendo persuadido a apoiar planos de armar escravos para evitar a derrota militar. A Confederados se renderam em Appomattox, Virgínia antes que este plano pudesse ser implementado.[242] A grande maioria dos 4 milhões de escravos foi libertada pela Proclamação de Emancipação, quando os exércitos da União se moveram para o Sul. O historiador John D. Winters se referiu à alegria dos escravos quando o Exército da União chegou à Luisiana: "Quando as tropas chegaram a Alexandria, os negros lotaram as estradas para assistir o exército que passava. 'Todos estavam frenéticos de alegria, alguns chorando, alguns abençoavam e dançaram na exuberância de suas emoções.' Todos os negros foram atraídos pela pompa e excitação do exército. Outros aplaudiram porque previram a liberdade de fazer o que quisessem agora que as tropas da União estavam lá."[243] Confederados escravizados capturaram soldados negros da União, e soldados negros eram especialmente executados quando tentavam se render no Massacre de Fort Pillow. Veja Catton, Bruce. Never Call Retreat, p. 335. Isso levou ao colapso do programa de troca de prisioneiros e serviço postal e ao crescimento de campos de prisioneiros, como a prisão de Andersonville, na Geórgia, onde quase 13.000 prisioneiros de guerra da União morreram de fome e doenças.[244]

Citações

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  13. Professor James Downs. "Color blindness in the demographic death toll of the Civil War". Oxford University Press, April 13, 2012. "An 2 April 2012 New York Times article, 'New Estimate Raises Civil War Death Toll', relata que um novo estudo eleva o número de mortos de um número estimado de 650.000 para impressionantes 850.000 pessoas. Por mais horrível que esse novo número seja, ele não reflete a mortalidade de ex-escravos durante a guerra. Se ex-escravos fossem incluídos nessa figura, o número de mortos na Guerra Civil provavelmente seria de mais de um milhão de baixas ..."
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Bibliografia

Ligações externas

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