Ânia Faustina

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Ânia Faustina
Imperatriz-consorte romana

Busto de Ânia Faustina
Reinado julho de 221 - 221
Consorte Pompônio Basso
Heliogábalo
Antecessor(a) Aquília Severa
Sucessor(a) Aquília Severa
Nome completo Annia Aurelia Faustina
Dinastia Nerva-antonina (nasc.)
Severa (matr.)
Pai Tibério Cláudio Severo Próculo
Mãe Ânia Faustina
Filho(s) Com Pompônio Basso:
Pompônia Umídia
Pompônio Basso

Ânia Aurélia Faustina (em latim: Annia Aurelia Faustina) foi uma imperatriz romana, terceira esposa do imperador Heliogábalo (r. 218–222) por um breve período em 221. Era uma nobre de origem anatólica e quase não é mencionada nas fontes antigas.[1] Sua mãe era a rica Ânia Faustina e seu pai era o senador e cônsul Tibério Cláudio Severo Próculo.

Família e ascendentes[editar | editar código-fonte]

Seus avós paternos eram o grego pôntico, senador e filósofo peripatético Cneu Cláudio Severo e sua segunda esposa, a princesa romana Ânia Aurélia Galéria Faustina. Os maternos eram a rica herdeira Umídia Cornifícia Faustina e um senador de nome desconhecido. Um de seus tios pelo lado do pai era Marco Cláudio Umídio Quadrado, que fora adotado pelo cônsul Marco Umídio Quadrado Amiano, o sobrinho do imperador Marco Aurélio.

Além do imperador, eram seus bisavós paternos Faustina, a Jovem, o senador e filósofo Cneu Cláudio Severo Arabiano e uma esposa de nome desconhecido. Pelo lado da mãe, a irmã de Marco Aurélio, Ânia Cornifícia Faustina e Caio Umídio Quadrado Vero, um senador que também serviu como cônsul em 146.

Assim, Ânia era descendente da antiga dinastia reinante no Império Romano, a Dinastia nerva-antonina. Além disso, apesar de ela ser da gente Cláudia, ela não recebeu esse nome do pai e, ao invés disso, foi batizada em homenagem às relações dos pais com a gente Aurélia, a gente Ânia e com a dinastia nerva-antonina.

Vida[editar | editar código-fonte]

Muito pouco se sabe sobre a vida de Ânia Faustina. Sua primeira menção ocorre numa inscrição de 215 oriunda da Anatólia na qual é mencionada ao lado de seu pai Tibério Cláudio.[2] Noutra inscrição, datada de 217-218, é descrita como proprietária das "Terras Cilânias", um conjunto de estados na Pisídia que pertenceram a sua mãe.[3] Entre 217/218 e 221, casou-se com Pompônio Basso,[4] o cônsul em 211, com quem teve dois filhos: Pompônia Umídia, que casar-se-ia com Flávio Antioquiano, e (Pompônio) Basso, que provavelmente pode ser identificado com o tenente que serviu sob Pompônio quando este era governador na Mésia.[5]

Em 221, o imperador Heliogábalo (r. 218–222), estando apaixonado por Faustina e precisando desesperadamente do nome desta para tentar assegurar sua posição no trono, que à época estava gradativamente se deteriorando,[6] organizou um plano no interior no senado para assassinar Pompônio Basso e assim poder casar-se com ela,[7] que foi proibida de entrar em luto.[8] O casamento foi realizado em junho ou julho daquele ano, e Faustina tornou-se a terceira esposa de Heliogábalo.[9][10]

Ao tornar-se imperatriz, Faustina recebeu o título de augusta, mas não incorporou o nome "Júlia" como as esposas anteriores de Heliogábalo haviam feito.[9] Esse matrimônio, contudo, não seria bem-sucedido e por razões desconhecidas o casal se divorciaria próximo ao fim do mesmo ano.[10] Ânia Faustina morreria em algum momento após esta data e suas propriedades na Pisídia seriam legadas para sua filha Pompônia Umídia conforme atesta uma inscrição de Ormela, na Frígia.[3][11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ânia Faustina
Nascimento:  ? Morte:  ?
Títulos reais
Precedido por:
Aquília Severa
Imperatriz-consorte romana
julho de 221 - 221
Sucedido por:
Aquília Severa

Referências

  1. Smyth 1834, p. 218-219.
  2. Ramsay 1895, p. 291-292.
  3. a b Ramsay 1895, p. 289-290.
  4. Ramsay 1895, p. 292.
  5. Mennen 2011, p. 119.
  6. Birley 1999, p. 193.
  7. Smith 1870a, p. 473.
  8. Dião Cássio século III, LXXX.5.4.
  9. a b Vagi 2000, p. 302.
  10. a b Smith 1870b, p. 141.
  11. Martindale 1971, p. 975.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Birley, Anthony R. (1999). Septimius Severus - The African Emperor. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-16591-1 
  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press 
  • Mennen, Inge (2011). Power and Status in the Roman Empire, AD 193-284. Leida: Brill. ISBN 9789004203594 
  • Ramsay, W. M. (1895). The Cities and Bishoprics of Phrygia. Vol. I - The Lycos Valley and South-Western Phrygia. Oxford: Clarence Press 
  • Smith, William (1870a). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology - Vol. I. Boston: Little, Brown and Company 
  • Smith, William (1870b). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology - Vol. I. Boston: Little, Brown and Company 
  • Smyth, William Henry (1834). Descriptive Catalogue of a Cabinet of Roman Imperial Large-brass Medals. Bedford: James Webb Printer 
  • Vagi, David L. (2000). Coinage and History of the Roman Empire, C. 82 B.C.--A.D. 480: History. Chicago e Londres: Fitzroy Dearborn Publishers. ISBN 1579583164 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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