Música pop

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 Nota: Este artigo é sobre um gênero musical específico. Para a música popular no geral, veja Música popular.
Música Pop
Origens estilísticas
Contexto cultural Década de 1950 nos Estados Unidos e Reino Unido
Formas derivadas
Subgêneros
Gêneros de fusão

A música pop (em inglês: pop music; um termo que deriva da abreviação de "popular") é um gênero da música popular que se originou durante a década de 1950 nos Estados Unidos e Reino Unido.[4]

A música pop é eclética, e muitas vezes incorpora elementos de outros estilos, como o urban, dance, rock, música latina, soul e country. No entanto, existem elementos principais que definem a música pop: as canções do gênero são geralmente de duração média-curta, escritas em um formato básico (muitas vezes a estrutura verso-refrão), empregam refrões e batidas repetidas, ganchos, são super produzidas, as letras abordam temas universais, como amor - nada específico demais para atingir um maior número de pessoas -, o que torna a música pop facilmente atraente a qualquer ouvinte, por isto é o gênero musical mais comercial.

Definições[editar | editar código-fonte]

Os escritores David Hatch e Stephen Millward definem a música pop como "um conjunto musical que é distinguível da música popular, folclórica e do jazz".[5] Embora seja normalmente vista como orientada às tabelas de sucessos, não abrange todas as listas de canções mais vendidas, que sempre tiveram obras de diversas origens como a clássica, o jazz, o rock e faixas humorísticas, ao passo que é um gênero notado como separadamente contínuo e em desenvolvimento.[6] Assim, a "música pop" pode ser usada para descrever um gênero distinto, visado a um público jovem e caracterizado como uma versão mais leve do rock and roll.[7]

Origem do termo música pop[editar | editar código-fonte]

O termo "canção de pop" tem registro de uso do ano de 1926, no sentido de uma obra musical "com um apelo popular".[8] Hatch e Millward indicam que muitos eventos na história da música nos anos de 1920 podem ser vistos como o nascimento da moderna indústria de música pop, incluindo na country, no blues e na old-time music.[9]

Michael Jackson chamado "o Rei do Pop", foi uns dos artistas favorecidos pelo surgimento do canal televisivo MTV nos anos de 1980 pela atração visual que transmitia.

De acordo com o Grove Music Online, o termo "música pop" "foi criado no Reino Unido em meados dos anos de 1950 como uma descrição para o rock and roll e os novos estilos musicais juvenis que influenciou...".[10] O The Oxford Dictionary of Music afirma que ao passo que o pop "tinha um significado inicial de concertos recorrentes a uma ampla audiência (...) desde o final daquela década, entretanto, o gênero tinha uma conotação especial de música não-clássica, geralmente na forma de canções, interpretadas por artistas como The Beatles, Rolling Stones, ABBA, etc.".[11] A fonte também declara que "(...) no início dos anos de 1960, [o termo] 'música pop' competiu de forma terminológica com a beat [na Inglaterra], enquanto que nos Estados Unidos sua cobertura sobrepôs-se com a do rock and roll".[10] O Chamber's Dictionary menciona o uso contemporâneo da expressão "pop art", da mesma forma que o Grove Music Online declara que "a música pop (...) parece ter sido uma continuação dos termos da pop art e da cultura pop, inventados um pouco antes e referenciando-se a uma completa cadeira de novos produtos de meios de cultura geralmente americana".[12][10]

Grupos como The Beatles (à esquerda), Rolling Stones (ao centro) e ABBA (à direita) tinham como característica da música pop a de concertos a amplas audiências com suas canções contrapostas à clássica.

A partir de 1967, o termo foi crescentemente usado em oposição ao do rock, uma divisão que gerou um significado geral às duas expressões.[13] Enquanto o rock desejava a autenticidade e uma expansão das possibilidades da música popular, o pop era mais comercial, efêmero e acessível.[14] De acordo com o sociomusicologista Simon Frith, a música pop é produzida "como uma questão de empreendimento, não de arte", é "desenvolvida para agradar a todos" e "não vem de um lugar específico nem delimita a um gosto particular". Não "é direcionada a um desejo significativo, mas sim o de lucro e de recompensa comercial. (...) e, em termos musicais, é basicamente conservador" e "é fabricada por um grupo financeiro (gravadoras, programadores de rádios e patrocinadores de eventos) ao invés de uma elaboração de baixo custo. (...) O pop não é um gênero independente, mas sim profissionalmente produzido e distribuído".[15]

Influências e desenvolvimento do pop music[editar | editar código-fonte]

Durante seu desenvolvimento, a música pop foi influenciada pela maioria dos outros gêneros populares. O seu início foi caracterizado pela forma da balada sentimental, obtendo o uso de harmonias vocais evangélicas, do soul, do jazz, da country, do rock, a orquestração clássica e o andamento de dança musical, sendo sustentada pela música eletrônica e por elementos rítmicos do historial do texas e recentemente apropriou-se de passagens faladas do rap.[7]

O gênero também fez uso de inovações tecnológicas. Nos anos de 1940, o design do microfone aperfeiçoado permitiu um estilo de canto mais pessoal[16] e uma ou duas décadas depois, gravações de 45 rotações por minuto mais baratas e duráveis para canções lançadas como singles "revolucionaram a maneira na qual a pop foi disseminada" e auxiliou a inserir músicas de pop em sistemas de fonografia, rádio e filmes.[16] Outra mudança tecnológica foi a larga disponibilidade da televisão nos anos de 1950: com apresentações televisionadas, "estrelas de pop tinham de ter uma presença visual e marcante". Nos anos de 1960, a iniciação de rádios portáteis e baratos fez com que adolescentes pudessem ouvir música fora de casa.[16] A gravação multicanal (da década de 1960) e a extração da melodia de outras músicas (da de 1980) foram também utilizadas como métodos para a criação e a elaboração da música pop.[7] No início dos anos de 1980, sua divulgação foi altamente afetada pela ascensão de canais televisivos musicais como a MTV, que "favoreceu aqueles artistas como Michael Jackson e Madonna que possuíam grande apelo visual".[16]

A música pop foi dominada pelas indústrias musicais americanas (a partir de meados dos anos de 1950) e britânicas, cuja influência fez dela algo de uma monocultura internacional, mas a maioria de regiões e nações têm a sua própria forma do gênero, às vezes produzindo versões locais de tendências mais amplas e dando a elas características das suas terras de origem.[17] Algumas destas tendências (por exemplo, o subgênero europop) tiveram um impacto significante para o desenvolvimento da pop.[18]

De acordo com o Grove Music Online, "estilos de pop derivados do Ocidente, se coexistem com ou marginalizam distintamente gêneros locais, têm espalhado-se por todo o mundo e vieram a formar denominações de estilo comuns nas culturas musicais a nível do comércio global".[19] Algumas culturas orientais como a japonesa e a coreana[20] criaram uma indústria de música pop próspera, da qual grande parte é devota à ocidental, e produziram uma quantidade de música maior do que em qualquer lugar, exceto nos Estados Unidos.[19] A expansão do estilo de pop ocidental foi interpretada variadamente como representante de processos de americanização, homogeneização, modernização, apropriação criativa, imperialismo cultural e ou um método mais geral de globalização.[19]

Características[editar | editar código-fonte]

Musicologistas geralmente identificam as características seguintes como normais ao gênero de música pop:

  • Um objetivo de atração a um público geral ao invés de a uma subcultura específica ou uma ideologia;[7]
  • Uma ênfase no artesanato em vez das qualidades "artísticas" padronizadas;[7]
  • Uma ênfase na gravação, na produção e na tecnologia em vez de apresentações ao vivo;[14]
  • Uma tendência de refletir tendências atuais a desenvolvimentos contínuos;[14]
  • Muito da música pop é feito em função de dançar ou usa batidas e ritmos destinados à dança.[14]

O ponto principal da música pop é a canção, normalmente entre dois ou três minutos e meio de duração e marcada por um elemento rítmico consistente e perceptível, por um estilo dominante e por uma estrutura tradicional simples.[21] Variantes comuns incluem a forma verso-e-refrão e a de versos curtos, que focam nas melodias e batidas cativantes, com um refrão que contrasta-se melódica, rítmica e harmonicamente em relação ao verso.[22] A produção e as melodias tendem a ser simples, com um acompanhamento harmônico limitado.[23] As letras das canções de pop modernas tipicamente focalizam-se em assuntos comuns — comumente o amor e relacionamentos afetivos —, embora haja exceções notáveis.[7]

A harmonia na música pop geralmente é "como a da tonalidade europeia clássica, só um pouco mais simples".[24] Clichês incluem a harmonia a capela (isto é, o movimento de uma harmonia secundária a uma dominante e consequentemente a uma tônica) e à escala pentatônica influenciada pelo blues.[25] "A inserção de paradigmas de círculos de quintas decaiu desde meados dos anos de 1950. As linguagens harmônicas do rock e do soul distanciaram-se da influência abrangente da função dominante. (...) Há outras tendências (talvez ainda identificáveis pelo uso do violão como um instrumento de composição) — harmonias de ponto pedal, movimento firme por construção diatônica, organização harmônica de modo e melódica — que fogem da tonalidade prática e chegam a um sentido de tom menos direto, mas sim de mais livre flutuação".[26]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Traditional pop music artists AllMusic Guide
  2. Play a Simple Melody Digital library
  3. Grove Music Online Oxford Music
  4. S. Frith, W. Straw, and J. Street, eds, The Cambridge Companion to Pop and Rock (Cambridge: Cambridge University Press), ISBN 0-521-55660-0, pp. 95–105.
  5. D. Hatch e S. Millward, From Blues to Rock: an Analytical History of Pop Music (Manchester: Manchester University Press, 1987), ISBN 0-7190-1489-1, p. 1.
  6. R. Serge Denisoff e William L. Schurk, Tarnished Gold: the Record Industry Revisited (New Brunswick, NJ: Transaction Publishers, 3ª edição, 1986), ISBN 0-88738-618-0, p. 2–3.
  7. a b c d e f S. Frith, W. Straw, e J. Street. The Cambridge Companion to Pop and Rock, (Cambridge: Cambridge University Press), ISBN 0-521-g5660-0, p. 95-6.
  8. J. Simpson e E. Weiner, Oxford English Dictionary (Oxford: Oxford University Press, 1989), ISBN 0-19-861186-2, Consultar "pop".
  9. D. Hatch e S. Millward, From Blues to Rock: an Analytical History of Pop Music, ISBN 0-7190-1489-1, p. 49.
  10. a b c R. Middleton e outros, "Pop", Grove music online, acessado em 14 de março de 2010. Assinatura necessária para acesso.
  11. "Pop", The Oxford Dictionary of Music, acessado em 9 de março de 2010.
  12. A. M. Macdonald, Chambers' Twentieth Century Dictionary (Edinburgh: Chambers Harrap, 1977), ISBN 0-550-10231-0. Consultar "pop".
  13. Kenneth Gloag em The Oxford Companion to Music, (Oxford: Oxford University Press, 2001), ISBN 0-19-866212-2, p. 983.
  14. a b c d T. Warner, Pop Music: Technology and Creativity: Trevor Horn and the Digital Revolution (Aldershot: Ashgate, 2003), ISBN 0-7546-3132-X, p. 3-4.
  15. S. Frith, "Pop music", na obra de S. Frith, W. Straw e J. Street The Cambridge Companion to Pop and Rock (Cambridge: Cambridge University Press), ISBN 0-521-55660-0, p. 95–6.
  16. a b c d D. Buckley, "Pop" "II. Implications of technology", Grove Music Online, acessado em 15 de março de 2010.
  17. J. Kun, Audiotopia: Music, Race, and America (Berkeley, CA: University of California Press, 2005), ISBN 0-520-24424-9, p. 201.
  18. "Star profiles" na obra de S. Frith, W. Stray and J. Street The Cambridge Companion to Pop and Rock (Cambridge University Press, 2001), ISBN 0-521-55660-0, p. 199–200.
  19. a b c P. Manuel, "Pop. Non-Western cultures 1. Global dissemination", Grove Music Online, acessado em 14 de março de 2010.
  20. «Coreia do Sul» 
  21. W. Everett, Expression in Pop-rock Music: A Collection of Critical and Analytical Essays (London: Taylor & Francis, 2000), p. 272.
  22. J. Shepherd, Continuum Encyclopedia of Popular Music of the World: Performance and production (Continuum, 2003), p. 508.
  23. V. Kramarz, The Pop Formulas: Harmonic Tools of the Hit Makers (Mel Bay Publications, 2007), p. 61.
  24. Winkler, Peter (1978). "Toward a theory of pop harmony", In Theory Only, 4, p. 3-26.
  25. Sargeant, p. 198. citado na obra de Winkler (1978), p. 4.
  26. Winkler (1978), p. 22.

Notas[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Pop music», especificamente desta versão.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Adorno, Theodor W., (1942) "On Popular Music", Institute of Social Research.
  • Bell, John L., (2000) The Singing Thing: A Case for Congregational Song, GIA Publications, ISBN 1-57999-100-9
  • Bindas, Kenneth J., (1992) America's Musical Pulse: Popular Music in Twentieth-Century Society, Praeger.
  • Clarke, Donald, (1995) The Rise and Fall of Popular Music, St Martin's Press.
  • Dolfsma, Wilfred, (1999) Valuing Pop Music: Institutions, Values and Economics, Eburon.
  • Dolfsma, Wilfred, (2004) Institutional Economics and the Formation of Preferences: The Advent of Pop Music, Edward Elgar Publishing.
  • Frith, Simon, Straw, Will, Street, John, eds, (2001), The Cambridge Companion to Pop and Rock, Cambridge University Press, ISBN 0-521-55660-0.
  • Frith, Simon (2004) Popular Music: Critical Concepts in Media and Cultural Studies, Routledge.
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  • Watkins, S. Craig, (2005) Hip Hop Matters: Politics, Pop Culture, and the Struggle for the Soul of a Movement, Beacon Press, ISBN 0-8070-0982-2.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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