18 Scorpii

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18 Scorpii
Dados observacionais (J2000)
Constelação Scorpius
Asc. reta 16h 15m 37,27s [1]
Declinação –08° 22′ 09.9870″° {{{2}}}′ [1]
Magnitude aparente 5.503 [2]
Características
Tipo espectral G2 Va
Cor (U-B) +0,18
Cor (B-V) +0,64
Variabilidade tipo-sol
Astrometria
Velocidade radial velradial=+11,6 km/s
Mov. próprio (AR) RA: 230,77 mas/a
Paralaxe 71,94 ± 0,37
Distância 45.3 ± 0.2 anos-luz
13.90 ± 0.07 pc
Magnitude absoluta 4,77
Detalhes
Massa 1,02 ± 0,03 M
Raio 1,010 ± 0,009 R
Luminosidade 1,058 ± 0,028 L
Temperatura 5433 ± 69 K
Metalicidade [Fe/H]=0,04
Idade 4,1–5,3 anos
Outras denominações
HR 6060, +18 Sco, BD-07 4242, Gl 616, HD 146233, HIP 79672, SAO 141066, GC 21864, CCDM 16156-0822
18 Scorpii

18 Scorpii, também conhecida como HR 6060, é uma estrela localizada a uma distância de aproximadamente 45,3 anos-luz (13,9 parsec) do planeta Terra, na Constelação do Escorpião. Sua magnitude aparente de 5,5[3] significa que ela é brilhante o suficiente para ser vista a olho nu, fora das áreas urbanas.

18 Scorpii tem muitas propriedades físicas em comum com o nosso Sol. Cayrel de Strobel incluiu esta estrela em sua lista de astros mais similares ao Sol[4] em 1996. Um ano depois, o astrônomo brasileiro Gustavo Porto de Mello identificou que 18 Scorpii não é apenas similar, mas é também uma genuína gêmea solar[5]. Alguns cientistas acreditam que a perspectiva de vida conforme a conhecemos é boa, na vizinhança de 18 Scorpii. Contudo, nenhum planeta foi ainda identificado em órbita desta gêmea solar.

Características[editar | editar código-fonte]

18 Scorpii é uma estrela de sequência principal de tipo espectral G2 Va, sendo que a classe de luminosidade "V" indica que ela gera energia através da fusão nuclear do Hidrogénio em seu núcleo. Sousa et al (2008) descobriram que sua metalicidade equivale a algo em torno de 1,1 a do Sol, o que implica numa abundância de elementos além do hidrogênio e do hélio 10% maior do que em nosso astro-rei. O raio desta estrela, medido a partir de interferometria por Bazot et al. (2011), é 101% o raio do Sol. 18 Scorpii irradia 106% da luminosidade do Sol em sua atmosfera exterior, a uma temperatura de aproximadamente 5433 K[6]. Isto faz com que esta estrela tenha o tom de brilho amarelado clássico de uma estrela tipo-G.

De acordo com Lockwood et al. (2002), o comportamento fotométrico de 18 Scorpii é extremamente similar ao do Sol[7]. Sua variação de brilho ao longo de todo seu ciclo de atividade é de algo em torno de 0,09% do Sol durante os ciclos solares recentes[8].

18 Scorpii foi identificada em setembro de 2013 como uma das estrelas próximas mais promissoras a iluminar um possível planeta habitável. Esta identificação foi realizada por Margaret Turnbull, da Universidade do Arizona, baseando-se numa análise do catálogo de estrelas habitáveis mais próximas. Esta é uma estrela solitária, e até o presente momento não foram identificados planetas em sua órbita.

18 Scorpii na ficção e na arte[editar | editar código-fonte]

Por ser uma gêmea solar tão perfeita, 18 Scorpii tem inspirado artistas das áreas mais distintas. Em 1998, a banda escandinava Silverstream realizou um show e lançou um CD intitulado Universal Communicator[9], no qual uma das canções é intitulada 18 Scorpii como uma homenagem à gêmea solar.

Em 2014, um escritor brasileiro de ficção científica, Alexey Dodsworth, lançou o livro Dezoito de Escorpião (Editora Novo Século). Recriação ficcional de alguns fatos científicos reais (como a própria identificação de 18 Scorpii como gêmea solar por Gustavo Porto de Mello), o romance de Dodsworth se passa numa vila indígena amazônica, onde indivíduos com esquizofrenia pouco a pouco descobrem sobre suas verdadeiras naturezas. Em paralelo, uma conspiração ocorre para tentar impedir os cientistas da NASA e do SETI de descobrir um mistério envolvendo um planeta gêmeo da Terra em órbita da gêmea solar 18 Scorpii. Dezoito de Escorpião é considerado uma obra de hard sci-fi, um gênero da ficção científica que procura explorar ciência real em enredos fantásticos[10].

Referências

[1]

[2]

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  1. van Leeuwen, F. (novembro de 2007). «Validation of the new Hipparcos reduction» 2 ed. Astronomy and Astrophysics. 474: 653–664. Bibcode:2007A&A...474..653V. arXiv:0708.1752Acessível livremente. doi:10.1051/0004-6361:20078357 
  2. Nordström, B.; et al. (maio de 2004). «The Geneva-Copenhagen survey of the Solar neighbourhood. Ages, metallicities, and kinematic properties of ˜14 000 F and G dwarfs». Astronomy and Astrophysics. 418: 989–1019. Bibcode:2004A&A...418..989N. arXiv:astro-ph/0405198Acessível livremente. doi:10.1051/0004-6361:20035959