ABC Cooperativa

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ABC é uma empresa de ônibus urbano criada em 2001 na cidade de Colônia do Sacramento, no Uruguai, com uma única linha.[1] Durante uma crise econômica,[2] o dono acumulou muitas dívidas, e então em negociação com o Ministério do Trabalho, em setembro do mesmo ano, os funcionários assumiram o controle da companhia, recebendo os três ônibus e as demais instalações, até 2007.[1] Criou-se assim a ABC Cooperativa, de gestão operária.[1] As dívidas foram superadas, os postos de trabalho incrementados de 9 para 15 (em 2013) e os salários aumentados além da média nacional.[1][2]

Opôs-se à tendência das empresas de ônibus em demitir trocadores, mantendo o motorista e um funcionário para orientar os passageiros, tanto para não demitir funcionários quanto para, segundo eles, prestar um serviço de melhor qualidade para os passageiros.[1]

Criou um centro cultural em um bairro da periferia, onde criou-se, em 2010, a rádio comunitária Iskra 102.9 FM, de 20 km de alcance.[1][2][3] O objetivo de seu perfil musical é que seja o mais variado possível, mas com grande conteúdo poético e estético.[3] O equipamento inicial foi majoritariamente da marca Behringer.[3] Começou com três funcionários, e os gastos estavam sendo pagos com doações voluntárias de parte dos salários dos funcionários da ABC Cooperativa.[3] Estes três funcionários chamam-se Soledad García, Luis Rivas (pai) e Luis Rivas (filho).[3]

Organização[editar | editar código-fonte]

Todo sábado é feita uma reunião entre todos os trabalhadores para definir coletivamente o rumo da empresa.[1][2] O presidente e secretários são eleitos por voto, e podem ser substituídos por decisão de qualquer assembleia.[1][2] Isto a diferencia das demais cooperativas de transporte do Uruguai, onde os líderes se reúnem tão frequentemente como uma vez ao ano apenas para informar aos funcionários a situação.[1] As funções têm rotatividade e a cooperativa tem uma escola de motoristas.[1][2]

Embates[editar | editar código-fonte]

A ABC defende uma "tarifa popular", e por isso foi contra todos os aumentos de passagem propostos por outras empresas.[1] Como o aumento da tarifa depende de concordância do prefeito com todas as empresas, as tarifas na cidade não sobem há anos.[1] Isso gerou a quebra de uma empresa ligada à prefeitura, e desde então seus planos de expansão são negados pela prefeitura.[1][2]

Por ter perdido uma licitação onde investiu na compra de um veículo 0 km, e esta outra empresa ganhou sem apresentar nada, acusa a prefeitura de favorecimento ilícito.[1]

Numeração[editar | editar código-fonte]

Os ônibus são numerados de forma simbólica:[2]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n «ABC Cooperativa: empresa de ônibus gerida por seus trabalhadores». Passa-Palavra. 5 de outubro de 2014. Consultado em 20 de maio de 2015 
  2. a b c d e f g h «Contra o desemprego: a alternativa de ABC Coop» (em galego). Contra-Poder. 21 de março de 2015. Consultado em 20 de maio de 2015. Arquivado do original em 22 de maio de 2015 
  3. a b c d e «Nace primera radio de empresa recuperada» (em espanhol). RadioWorld. 3 de outubro de 2010. Consultado em 20 de maio de 2015. Arquivado do original em 21 de maio de 2015 

Ver também[editar | editar código-fonte]