Abadia de Iona

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Abadia de Iona

A Abadia de Iona está localizada na Ilha de Iona, próxima da Ilha de Mull, na costa ocidental da Escócia. Ela é um dos mais antigos e mais importantes centros religiosos da Europa ocidental. A abadia foi o ponto focal da expansão do cristianismo por toda a Escócia e marca a fundação de uma comunidade monástica por São Columba, quando Iona era parte do reino de Dalriada.

História[editar | editar código-fonte]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

A igreja medieval

Em 563, Columba chegou em Iona partindo da Irlanda com doze companheiros e fundou ali um mosteiro que cresceu até se tornar um influente centro para a expansão do cristianismo entre os pictos e os escotos. Reis foram coroados e sepultados em Iona. Acredita-se que o Livro de Kells, um famoso manuscrito iluminado, tenha sido produzido pelos monges em Iona nos anos finais do século VIII.[1] Em 806 , os viquingues massacraram 68 monges na Baía dos Mártires e os monges de Columba retornaram para a Irlanda e para um mosteiro em Kells, enquanto os demais fugiram dali para fundarem mosteiros na Bélgica, França e na Suíça.[2] Em 825, São Blathmac e os monges que retornaram com ele para Iona foram martirizados por um novo ataque viquingue e abadia foi incendiada. Porém, é provável que não tenha sido de todo abandonada. Sua continuada importância é demonstrada pela morte ali, em 980, de Amlaíb Cuarán, um aposentado rei de Dublin.

Abadia beneditina[editar | editar código-fonte]

A Cruz de São João, no Museu da Abadia

Iona foi tomada pelo rei da Noruega, que manteve a ilha por cinquenta anos antes que Somerled a recapturasse. Ele convidou os monges irlandeses a retomarem o local em 1164 e isto fez com que a parte central da catedral fosse reconstruída. Ranald, o filho de Somerled, agora o "Senhor das Ilhas", convidou em 1203 a Ordem dos Beneditinos para fundar um novo mosteiro e o primeiro convento beneditino sobre as fundações dos edifícios de Columba. A construção começou com a nova igreja da abadia, no local da igreja original de Columba.[3]

Um convento muito antigo, fundado no século XIII, da ordem dos agostinianos (um dos dois únicos na Escócia - o outro está em Perth), o Convento de Iona foi fundado ao sul dos edifícios da abadia. Túmulos de algumas das primeiras freiras ainda permanecem, incluindo o de uma magnífica abadessa, Anna Maclean, que morreu me 1543. Claramente visível sobre o seu manto exterior está o 'rochet', um sobrepeliz pregueado característico das agostinianas. Os edifícios do convento foram reconstruídos no século XV e se arruinaram após a Dissolução dos Mosteiros.

O claustro da Abadia de Iona

A igreja da abadia foi substancialmente expandida no século XV,[3] mas logo após a Reforma escocesa, Iona, juntamente com diversas outras abadias por todas as Ilhas Britânicas foram desmanteladas e abandonadas, com seus monges e bibliotecas tendo sido dispersadas.

Abadia moderna[editar | editar código-fonte]

A abadia beneditina original foi substancialmente reconstruída após o presente do Duque de Argyll de todos os edifícios em 1899 para a Igreja da Escócia, que então promoveu uma grande restauração no local. Em 1938, a inspiração do reverendo George MacLeod liderou um grupo que reconstruiu a abadia e fundou ali a Comunidade de Iona. Os prédios à volta também foram reconstruídos durante o século XX pela comunidade, que é cristã ecumênica, e permanece ali até hoje.

Pontos de interesse[editar | editar código-fonte]

Muitos dos primeiros reis escoceses (que acredita-se serem 48 no total), assim como reis da Irlanda, Noruega e França estariam enterrados no cemitério da abadia, segundo a tradição. Porém, os acadêmicos modernos são céticos em relação a estas alegações,[4] que seriam provavelmente inventadas para aumentar o prestígio de Iona. A ilha é o lugar de repouso de numerosos líderes das Hébridas, como os diversos Senhores das Ilhas e outros membros proeminentes dos clãs escoceses das terras altas ocidentais.[5]

Diversas cruzes altas podem ser encontradas na Ilha de Iona. A Cruz de São Martinho (do século VIII) ainda está à beira de uma estrada. Uma réplica da Cruz de São João está na porta da abadia e a original, restaurada, está no Museu da Enfermaria, nos fundos da abadia.

Vista panorâmica

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Dodwell, Charles Reginald (1993). The pictorial arts of the West, 800-1200 (em inglês). New Haven: Yale University Press. 84 páginas. ISBN 0300064934 
  2. Charles-Edwards, T.M. (2006). The Chronicle of Ireland (em inglês). [S.l.]: Liverpool University Press. ISBN 0-85323-959-2 
  3. a b Information boards at Iona Abbey. Historic Scotland
  4. ALEXANDER I, DUNFERMLINE AND THE MAUSOLEUM OF THE GAELIC KINGS OF SCOTLAND IN IONA
  5. McDonald, R. Andrew (1997), The Kingdom of the Isles: Scotland's Western Seaboard, c.1100–c.1336, ISBN 1 898410 85 2, Scottish Historical Monograph series #4, Tuckwell Press, p. 206 fn 17 .

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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