Abas Mirza

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Abbas Mirza

Abas Mirza, 1821

Título de nobreza
Príncipe
Biografia
Nascimento
Morte
Sepultamento
Nome nativo
اباس میرزا
Nome no idioma nativo
اباس میرزا
Cidadania
Atividades
Família
Pai
Irmãos
Aliqoli Mirza Etezado-ol-Saltaneh (en)
Dowlatshah (en)
Descendentes
Maomé Xá Cajar
Barã Mirza (en)
Cosroes Mirza (en)
Bamã Mirza Cajar (en)
Garemã Mirza Cajar (d)
Ardaxir Mirza Roquém al-Daulá (en)
Nusrate-od-Dowleh Feredum Mirza (en)
Eskandar Mirza (en)
Outras informações
Religão
Grau militar
Conflito

brazão

Abas Mirza (em persa: عباس میرزا; Amol, Mazandarão, 20 de agosto de 1789 — Mexede, 25 de outubro de 1833)[1] foi um herdeiro aparente persa da dinastia Cajar. Ganhou fama como comandante militar durante as guerras contra a Rússia e o Império Otomano,[2] como um modernizador das forças armadas e instituições militares da Pérsia, e por sua morte antes de seu pai, xá Fate Ali. Abas foi um príncipe inteligente, possuía algum talento literário, e é notável pela simplicidade comparativa de sua vida.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era o filho mais jovem do xá Fate Ali, mas devido a sua mãe pertencer à realeza, seu pai o designou para ser seu sucessor. Tendo a incumbência de governar o Azerbaijão, região da Pérsia,[1] ele procurou governá-lo no estilo europeu, e contratou oficiais para reorganizar seu exército. Logo entrou em guerra contra a Rússia, e a sua ajuda foi solicitada, ao mesmo tempo, pela Inglaterra e por Napoleão Bonaparte, ansiosos por darem um no outro um xeque-mate em suas disputas no Oriente. Preferindo a amizade da França, Abas Mirza continuou a guerra contra a Rússia do general Piotr Kotliarevski, mas seu novo aliado só pode oferecer-lhe muito pouca ajuda. Kotliarevski derrotou o numericamente superior (30 mil).[3] exército persa na Batalha de Aslanduz e, em outubro de 1813, a Pérsia foi obrigada a aceitar uma paz desvantajosa, cedendo alguns territórios no Cáucaso (atuais Geórgia, Daguestão, e a maior parte do que mais recentemente se tornou a República do Azerbaijão).

Estas perdas forçaram Abas a repensar a sua estratégia, e começou a enviar seus estudantes para a Europa para o treinamento militar. Em 1811 e 1815, dois grupos foram enviados para a Grã-Bretanha, e em 1812 uma editora foi fundada em Tabriz para reimprimir manuais militares europeus. Tabriz também recebeu uma fábrica de pólvora e um depósito de munições.[1] O treinamento continuou com a presença sempre constante de conselheiros britânicos.

Ele obteve algumas vitórias durante a guerra de 1821 entre o Império Otomano e a Pérsia, resultando num tratado de paz assinado em 1823 depois da Batalha de Erzurum. A guerra foi uma vitória para os persas, especialmente considerando que eles estavam em menor número, e isso deu a confiança tão necessária para suas forças. A sua segunda guerra com a Rússia, que começou em 1826 com a Pérsia recuperando grande parte dos territórios perdidos na Guerra Russo-Persa (1804–13); porém, ela terminou numa sequência de derrotas que obrigaram a Pérsia a ceder quase todos os seus territórios na Armênia e no Naquichevão. As perdas afetaram Abas Mirza severamente e a sua saúde começou a debilitar. Ele perdeu também o entusiasmo com relação a qualquer reforma militar.[1] Em 1833, procurou restaurar a ordem na província de Coração, que estava nominalmente sob a supremacia persa, e durante esta empreitada morreu em Mexede, em 1833. Em 1834, seu filho mais velho, Maomé Mirza, sucedeu o xá Fate Ali como o próximo . R. G. Watson (History of Persia, 128-9) descreve-o como "o mais nobre da raça Cajar".[4]

Ele é mais lembrado por sua bravura em combate e suas tentativas fracassadas para modernizar o exército persa. Não foi bem-sucedido, em parte devido à falta de centralização do governo no Irã durante aquele período. Além disso, foi Abas Mirza quem primeiro enviou estudantes iranianos para a Europa para uma educação ocidental.[5]

Filhos[editar | editar código-fonte]

Os filhos de Abas Mirza e outros príncipes nos primeiros anos do reinado de Naceradim Xá de uma pintura de Sani Almulque no Salão Nezamié. Da esquerda para a direita: Barã Mirza "Muiz Daulá" (2.º filho de Abas Mirza); Ardaxir Mirza "Roquém Daulá" (9.º filho de Abas Mirza); sultão Murade Mirza "Haçane Saltané", "Conquistador de Herate" (13.º filho de Abas Mirza); Feredum Mirza "Naiabe Aialé" (5.º filho de Abas Mirza); Canlar Mirza "Etexã Daulá" (17.º filho de Abas Mirza); Firuz Mirza "Nusrate Daulá "(16.º filho de Abas Mirza); Hâmeza Mirza" Hesmate Daulá" (21.º filho de Abas Mirza); Fataolá Mirza "Xua Saltané" (53.º filho de Fate Ali Xá); Ildurum Bajazide Mirza (22.º filho de Abas Mirza); Amade Mirza "Muim Daulá" (10.º filho de Abas Mirza); Imã Goli Mirza "Imade Daulá" (6.º filho de Maomé Ali Mirza "Dulatexá," filho de Fate Ali Xá); Tamaçabe Mirza "Muaiade Daulá" (2.º filho de Maomé Ali Mirza "Dulatexá," filho de Fate Ali Xá)

Notas

  1. a b c d «Abbas Mirza». Encyclopædia Britannica. I: A-Ak - Bayes 15.ª ed. Chicago, IL: Encyclopædia Britannica, Inc. 2010. 10 páginas. ISBN 978-1-59339-837-8 
  2. Chambers Biographical Dictionary, ISBN 0-550-18022-2, página 1
  3. Farrokh Kaveh. Iran at War. [S.l.]: Osprey Publishing. Consultado em 23 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 21 de janeiro de 2014 
  4. Lockhart, L. "Abbas Mirza." Encyclopaedia of Islam. Editado por: P. Bearman, Th. Bianquis, C.E. Bosworth, E. van Donzel e W.P. Heinrichs. Brill, 2007
  5. Patrick Clawson e Michael Rubin. Eternal Iran. Palgrave Macmillan. 2005. ISBN 1-4039-6276-6 p.34

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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