Abu-l-'Atahiya

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Abul Ataia
Nascimento إسماعيل بن القاسم بن سويد العنزي
748
Ayn al-Tamr
Morte 826 (77–78 anos)
Bagdá
Cidadania Califado Abássida
Ocupação poeta, escritor
Religião Islamismo

Abul Ataia (em árabe: أبو العتاهية; romaniz.:Abū l-ʻAtāhiyya; Ayn al-Tamr, 748 — Bagdá, 828), de nome completo Abu Ixaque Ismail ibne Cacim Alanazi (em árabe: إسماعيل بن القاسمالعنزي، بن سويد العيني; romaniz.:Abu Isħaq Ismā'īl ibn Qāsim al-ˤAnazī) foi um poeta e pintor árabe[1] nascido em 'Aynu t-Tamar, no deserto do Iraque, perto de Alambar. Os seus antepassados pertenciam à tribo de Anizá. Passou a juventude em Cufa, onde esteve envolvido algum tempo na venda de cerâmica.[2]

Mudou-se para Bagdá, onde continuou o seu negócio, mas tornou-se famoso pelos seus versos, especialmente pelos dedicados a Utba, uma concubina do califa abássida Almadi. Este amor não foi correspondido, apesar de Almadi e, depois dele, do califa Harune Arraxide, terem intercedido a favor dele.

Por ter ofendido o califa, foi preso por um curto período de tempo.[2]

Morreu em 828, no reinado do califa Almamune.[2][1]

Poesia[editar | editar código-fonte]

A poesia de Abul Ataia é notável pela sua evasão da artificialidade quase universal dos seus contemporâneos[1]. As poesias mais antigas do período em que viveu no deserto foram constantemente imitadas depois deste período, embora não fossem naturais para a vida da cidade. Abul Ataia foi um dos primeiros a abandonar a velha forma da cássida (elegia). Era muito fluente e usou muitos metros. É também considerado um dos primeiros poetas filosóficos dos árabes. Muito da sua poesia debruça-se sobre a observação da vida comum e da moralidade, assumindo, amiúde, um pendor pessimista.[1] Naturalmente, dadas as circunstâncias, foi frequentemente alvo de suspeitas de heresia.[2]

Notas

  1. a b c d Bigotte de Carvalho, Maria Irene (1997). Nova Enciclopédia Larousse vol. 1. Lisboa: Círculo de Leitores. p. 33. 314 páginas. ISBN 972-42-1477-X. OCLC 959016748 
  2. a b c d Encyclopædia Britannica (1911) entrada para «Abu-l-'Atahiya» (em inglês). , volume 1, página 79 

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • OS seus poemas (Divã), com as alusões às fontes árabes, foram publicados na Jesuit Press em Beirute (1887, 2.ª edição 1888).
    • traduzido e publicado por Arthur Wormhoudt como Diwan Abu'l Atahiya (1981) ISBN 0-916358-05-4
  • Sobre a sua importância para a literatura árabe vide Wilhelm Ahlwardt, Diwān des Abu Nowas (Greifswald, 1861), pp. 21 ff.
  • Alfred von Kremer, Culturgeschichte des Orients (1877, Viena) vol. II, pp 372 ff.
  • Stefan Sperl, Mannerism in Arabic Poetry: A Structural Analysis of Selected Texts (3rd Century AH/9th Century AD–5th Century AH/11th Century AD) (2005, Cambridge University Press) ISBN 0-521-52292-7
  • Tzvetan Theophanov, Abu-l-'Atahiya and the philosophy / T. Theophanov. Philosophy and arts in the Islamic world: proceedings of the 18th Congress of the Union Europeenne des Arabisants et Islamisants (1998), p. 41-55. ISBN 978-90-6831-977-4