Aepyornis

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Esqueleto e ovo de uma ave-elefante
Esqueleto e ovo de uma ave-elefante
Estado de conservação
Extinta
Extinta  (1000 D.C.)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Aepyornithiformes
Família: Aepyornithidae
Género: Aepyornis
I. Geoffroy Saint-Hilaire 1851
Distribuição geográfica
Mapa de Madagáscar mostrando onde os espécimes de A. hildebrandti (b) e A. maximus (c) foram encontrados
Mapa de Madagáscar mostrando onde os espécimes de A. hildebrandti (b) e A. maximus (c) foram encontrados
Espécies

Aepyornis é um gênero extinto de aves ratitas endêmicas da ilha de Madagáscar, a extinção dessas aves é estimada por volta de 1000 D.C. São conhecidas na língua portuguesa como ave-elefante. A espécie A. maximus pesava até 540 kg e até recentemente era considerada a maior ave conhecida de todos os tempos. No entanto, em 2018, os maiores espécimes de Aepyornithidae, pesando até 730 kg, foram transferidos para o gênero Vorombe.[2] O parente vivo mais próximo dessas aves é o quivi da Nova Zelândia.[3]

Esqueleto
Restauração

Estão entre as aves mais pesadas conhecidas (Dromornis stirtoni da Austrália alcançava um peso similar). As razões e data da sua extinção ainda permanecem sem explicação, embora existam escritos sobre a sua existência na ilha no século XVII.[4]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Espécies[editar | editar código-fonte]

Brodkorb (1963) listou quatro espécies de Aepyornis como válidas: A. hildebrandti, A. gracilis, A. medius e A. maximus.[5] No entanto, Hume e Walters (2012) listaram apenas uma espécie, A. maximus.[6] Mais recentemente, Hansford e Turvey (2018) reconheceram apenas A. hildebrandti e A. maximus.[2]

A espécie nominal Aepyornis titan foi colocada no gênero Vorombe por Hansford e Turvey (2018), com A. ingens sendo um sinônimo de Vorombe tita. Aepyornis grandidieri é um táxon conhecido apenas por um fragmento de casca de ovo e, portanto, é um nomen dubium. Hansford e Truvey (2018) também consideraram Aepyornis modestus um sinônimo sênior de todas as espécies nominais de Mullerornis, tornando A. modestus o epíteto das espécies do gênero Mullerornis.[2]

Evolução[editar | editar código-fonte]

Assim como os casuares, avestruzes, emus, emas e quivis, os Aepyornis eram ratitas ; não podiam voar e seu esterno não tinha quilha. Como Madagáscar e a África se separaram antes do surgimento da linhagem de ratitas,[7] acredita-se que Aepyornis tenha se dispersado, se tornado incapaz de voar e gigante de forma in situ.[8] Originalmente, pela sua localização geográfica, acreditava-se que esta ave fosse mais próxima dos seus parentes do continente africano,[9] porém, mais recentemente, a partir de comparações de sequências de DNA, é deduzido que os parentes vivos mais próximos das aves-elefantes são os quivis da Nova Zelândia,[10] indicando que os ancestrais das aves-elefantes se dispersaram para Madagascar através da Australásia.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Aepyornis maximus é comumente conhecido como o 'pássaro-elefante' ou 'ave-elefante', um termo que aparentemente se originou do relato de Marco Polo sobre o roca em 1298, embora ele aparentemente estivesse se referindo a um pássaro parecido com uma águia forte o suficiente para "agarrar um elefante com suas garras".[11] Avistamentos de ovos de aves-elefantes pelos primeiros marinheiros (por exemplo, texto no mapa de Fra Mauro de 1467-69, se não atribuível a avestruzes) também podem ter sido erroneamente atribuídos a uma ave de rapina gigante de Madagáscar. A lenda do roca também pode ter se originado de avistamentos de uma águia subfóssil gigante aparentada com a águia-coroada, que foi descrita no gênero Stephanoaetus,[12] sendo grande o suficiente para carregar grandes primatas; hoje, os lêmures ainda têm medo de predadores aéreos como esses. Outra pode ser a percepção de ratitas retendo características neotênicas e, portanto, sendo confundidas com filhotes enormes de uma ave presumivelmente mais massiva.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Aepyornis foi extinto pelo menos desde o século XVII[4] - era o maior pássaro do mundo[13], e acredita-se que medisse mais de 3 metros (10 pés) de altura e pesasse quase meia tonelada (400 kg/ 880 lb). Restos de Aepyornis adultos e ovos foram encontrados, em alguns casos, os ovos têm uma circunferência de mais de 1 metro (3,3 pés) e um comprimento de até 34 centímetros (13 pol.)[14] O volume dos ovos é de cerca de 160 vezes maior do que um ovo de galinha.[15]

Biogeografia[editar | editar código-fonte]

A ave-elefante vivia na ilha de Madagáscar, na costa leste da África. O seu tamanho imenso era causado pelo gigantismo insular, que afeta a vida em ilhas isoladas.

Referências

  1. a b Brands, S. 2008
  2. a b c Hansford, J. P.; Turvey, S. T. (26 de setembro de 2018). «Unexpected diversity within the extinct elephant birds (Aves: Aepyornithidae) and a new identity for the world's largest bird». Royal Society Open Science. 5 (9): 181295. Bibcode:2018RSOS....581295H. PMC 6170582Acessível livremente. PMID 30839722. doi:10.1098/rsos.181295 
  3. Adelaide, University of. «Ancient DNA ends Aussie claim to kiwi origins». phys.org (em inglês). Consultado em 22 de novembro de 2021 
  4. a b «Cientistas afirmam ter resolvido enigma do 'pássaro-elefante'». Uol Notícias. 26 de setembro de 2018. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  5. Brodkorb, P. (1963)
  6. Julian P. Hume; Michael Walters (2012). Extinct birds. [S.l.]: T&AD Poyser. 544 páginas. ISBN 978-1408158616 
  7. Yoder, A. D. & Nowak, M. D. (2006)
  8. van Tuinen, M. et al. (1998)
  9. van Tuinen, M.; Sibley, C. G.; Hedges, S. B. (abril de 1998). «Phylogeny and biogeography of ratite birds inferred from DNA sequences of the mitochondrial ribosomal genes». Molecular Biology and Evolution (4): 370–376. ISSN 0737-4038. PMID 9549088. doi:10.1093/oxfordjournals.molbev.a025933. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  10. Mitchell, Kieren J.; Llamas, Bastien; Soubrier, Julien; Rawlence, Nicolas J.; Worthy, Trevor H.; Wood, Jamie; Lee, Michael S. Y.; Cooper, Alan (23 de maio de 2014). «Ancient DNA reveals elephant birds and kiwi are sister taxa and clarifies ratite bird evolution». Science (New York, N.Y.) (6186): 898–900. ISSN 1095-9203. PMID 24855267. doi:10.1126/science.1251981. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  11. Pearson and Godden (2002)
  12. Goodman, S. M. (1994)
  13. «Ave-elefante foi o maior pássaro da história do mundo, diz pesquisa». Galileu. 27 de setembro de 2018. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  14. MLÍKOVSKÝ, JIŘÍ (16 de junho de 2016). «The type species of the genus Geotrygon Gosse, 1847 (Aves: Columbidae)». Zootaxa (1). 138 páginas. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.4126.1.8. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  15. Goodman, Steven M.; Benstead, Jonathan P. (2003). The natural history of Madagascar. Chicago: University of Chicago Press. OCLC 51447871