Afro-caribenhos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Afro-caribenhos
População total

24 milhões

Regiões com população significativa
Haiti 9 milhões
República Dominicana 8 milhões
 Cuba 4 milhões
 Jamaica 2,8 milhões
Trinidad e Tobago 700.000
Guiana 300.000
Martinica 400.000
 Porto Rico
 Barbados 253.771
Santa Lúcia 173.765
Guiana Francesa 131.676
Curaçau 259,045
Granada 101.309
 Belize 93.394
 São Cristóvão e Neves 38.827
Ilhas Virgens Americanas 75.000
Dominica 72.660
Línguas
Religiões

Predominante: Cristianismo e Islamismo

Grupos étnicos relacionados
outros afro-americanos

Os afro-caribenhos são povos do Caribe, de origem africana, cuja história se inicia após a chegada de Cristóvão Colombo na região, em 1492. Outros nomes para o grupo incluem afro-anglo-caribenhos (especialmente no ramo britânico da diáspora africana), afro-antilhanos ou afro-indianos ocidentais.

Entre os séculos XVI e XIX, período do tráfico negreiro, a maioria dos africanos chegou ao Caribe (Caraíbas (em português europeu)) na condição de mão-de-obra escrava destinada às grandes propriedades agrícolas monocultoras, conhecidas como plantations,[1] exploradas pelas potências coloniais — britânica, francesa, espanhola e holandesa. A resistência dos afro-caribenhos, através de revoluções e revoltas, levou, em alguns casos, à abolição da escravatura. Posteriormente, ex-escravos envolveram-se em movimentos pela independência das colônias americanas, contribuindo para a criação de estados nacionais na região.

Embora a maioria dos afro-caribenhos ainda permaneça no Caribe, houve uma significativa diáspora por todo o hemisfério ocidental - principalmente Grã-Bretanha, França, Estados Unidos e Canadá. Vários deles se destacaram nas sociedades ocidentais e africanas – de Marcus Garvey e W. E. B. Du Bois a Frantz Fanon; de Colin Powell a Bob Marley.

História dos afro-caribenhos[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: História dos afro-caribenhos

Séculos XVI e XVIII[editar | editar código-fonte]

Na era pós-colombiana os arquipélagos e ilhas do Caribe foram os primeiros destinos da Diáspora africana do Atlântico Ocidental. Em 1492, Pedro Alonso Niño, um marinheiro negro espanhol, pilotou um dos navios de Colombo. Ele voltou ao Caribe em 1499, mas não assentou. No início do século XVI, mais africanos começaram a integrar a população das colônias caribenhas espanholas, ora como ex-escravos libertos, mas cada vez mais como servos escravizados, trabalhadores e peões. Esta crescente demanda por trabalhadores africanos no Caribe foi em parte resultado do enorme despovoamento causado por massacres, condições precárias e doenças trazidas pelos colonizadores europeus para os Taínos e outras populações indígenas da região. Em meados do século XVI, o comércio de escravos africanos para o Caribe era muito lucrativo, Francis Drake e John Hawkins preparam-se para fazer pirataria e quebrar as leis coloniais espanholas, para assim poderem transportar à força cerca de 1500 pessoas escravizadas da Serra Leoa e Saint Domingue (moderno Haiti e República Dominicana).[2] Durante o século XVII e XVIII, o colonialismo Europeu no Caribe ficou cada vez mais dependente do trabalho escravo nas plantações, assim que, no final do século XVIII em muitas ilhas da região os afro-caribenhos livres eram em maior número que os seus patrões.[3] As condições duras, a luta constante entre os Impérios e um sentimento crescente revolucionário resultou na revolução do Haiti liderado pelo Toussaint Louverture e Jean Jacques Dessalines.

Séculos XIX e XXI[editar | editar código-fonte]

Em 1804, o Haiti, com uma população maioritária negra e nova liderança, tornou-se assim o segundo país das Américas a conquistar a independência de um Estado europeu. Durante o século XIX, as ondas contínuas de rebelião, como a Guerra Batista na Jamaica, liderada por Sam Sharpe, criou as condições para a abolição incremental da escravatura na região, sendo a Cuba a última ilha emancipada. Durante o século XX, as pessoas afro-caribenhos começaram a fazer vigorar os seus direitos culturais, econômicos e políticos que cada vez mais tinham valorizado no cenário mundial, começando com um movimento Associação Universal para o Progresso Negro de Marcus Garvey[4] nos Estado Unidos, continuaram com o movimento negro de Aimé Césaire. A partir dos anos de 1960, os Índias Ocidentais iniciaram a luta pela independência do domínio colonial britânico, e foram pré-eminentes na criação de novas formas culturais, como reggae, calipso e rastafarismo dentro da própria Caribe. No entanto, além da região, uma diáspora afro-caribenha em desenvolvimento, incluindo figuras como Stokely Carmichael e DJ Kool Herc, foi influente na criação do Black Power e hip-hop movimentos dos EUA, bem como os desenvolvimentos culturais na Europa, como evidenciado pelos teóricos influentes como Frantz Fanon[5] e Stuart Hall.[6]

Lista de figuras importantes na História Afro-caribenha[editar | editar código-fonte]

Política
Ciência e filosofia
Artes e cultura

Grupos principais[editar | editar código-fonte]

Cultura[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Wikcionário
Wikcionário
O Wikcionário tem os verbetes Afro e Caribenho.

Referências

  1. Some historical account of Guinea: with an inquiry into the rise and progress of the slave trade.
  2. Relatos históricos da Guiné: com um inquérito sobre a ascensão e progresso do comércio de escravos, p. 48, no Google Livros
  3. Stephen D. Behrendt, David Richardson, and David Eltis, W. E. B. Du Bois Institute for African and African-American Research, Universidade de Harvard. Based on "records for 27,233 voyages that set out to obtain slaves for the Americas". Stephen Behrendt (1999). «Transatlantic Slave Trade». Africana: The Encyclopedia of the African and African American Experience. New York: Basic Civitas Books. ISBN 0-465-00071-1 
  4. Martin, Tony. Race First: The Ideological and Organizational Struggle of Marcus Garvey and the Universal Negro Improvement Association. Westport, Conn.: Greenwood Press, 1976.
  5. Nigel C. Gibson, Fanon: The Postcolonial Imagination (2003: Oxford, Polity Press)
  6. Chen, Kuan-Hsing. "The Formation of a Diasporic Intellectual: An interview with Stuart Hall," collected in David Morley and Kuan-Hsing Chen (eds), Stuart Hall: Critical Dialogues in Cultural Studies, New York: Routledge, 1996.