Alberto Ralha

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Alberto Ralha
Nascimento 18 de maio de 1921
Vila Nova de Milfontes
Morte 3 de janeiro de 2010 (88 anos)
Costa da Caparica
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação farmacêutico, político, químico
Prêmios
  • Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública
  • Grande-Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique
Empregador(a) Universidade de Lisboa

Alberto José Nunes Correia Ralha GOIHGCIP (Odemira, Vila Nova de Milfontes, 18 de maio de 1921Almada, Costa da Caparica, 3 de janeiro de 2010) foi um farmacêutico, químico orgânico e político português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Alberto Ralha nasceu em 18 de maio de 1921 em Vila Nova de Milfontes,[1] filho de Alberto Rodrigues Correia Ralha, e de sua mulher Ana Assis Nunes Faísca Lamy[2] dono de uma farmácia lisboeta.[3]

O percurso académico[editar | editar código-fonte]

Licenciado em Farmácia pela Escola de Farmácia da Universidade de Lisboa, em 1943, com 18 valores,[4] Alberto Ralha foi regente da disciplina de Química Orgânica Farmacêutica deste estabelecimento de ensino superior[4] entre 1944 e 1957,[2] data em que abandonou a carreira docente.

A actividade no domínio da farmácia[editar | editar código-fonte]

Neto de um farmacêutico lisboeta, Alberto Ralha estava habituado ao mundo da farmácia desde muito jovem, quando muitos dos medicamentos tinham de ser preparados na altura[5].

No pós-guerra foi bolseiro nas universidades de Madrid, Zurique e Basileia e, em 1953, estagiário no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).[3][4]

Entre 1949 e 1970 desenvolveu actividade como investigador farmacêutico, dirigindo esta actividade na empresa farmacêutica Laboratório Normal.[3][4]

Entre 1980 e 1983 foi bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, cargo em que foi responsável pela reorganização da Ordem e da profissão.[3][4]

O Laboratório de Polícia Científica[editar | editar código-fonte]

Alberto Ralha foi, em 1957, o responsável científico pela criação e entrada em funcionamento do Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária, de que foi o primeiro director num mandato exercido até 1970[6][7].

A actividade na educação e na ciência[editar | editar código-fonte]

O investigador das questões da educação e da ciência[editar | editar código-fonte]

Foi membro do Conselho Consultivo de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1963 e 1974.[4]

Integrou a equipa-piloto portuguesa que, no âmbito da OCDE, entre 1965 e 1968, fez o estudo das necessidades de investigação científica e técnica em relação com o desenvolvimento económico e social do País.[4][8][9]

O responsável da administração pública[editar | editar código-fonte]

Alberto Ralha dirigiu, no âmbito do Ministério da Educação Nacional, o Secretariado da Reforma Educativa[10]

Em 1974 era Director-Geral do Ensino Superior do Ministério da Educação.

Entre Março de 1984 e Dezembro de 1986 foi presidente do Instituto Nacional de Investigação Científica, terminando a sua carreira no domínio da administração pública como presidente da Comissão Nacional do Programa para o Desenvolvimento Educativo, entre 1990 e 1994.[3][4]

O político[editar | editar código-fonte]

Em 1974, Alberto Ralha foi um dos fundadores do Centro Democrático Social (CDS) colaborando com Diogo Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa.

Foi Secretário de Estado do Ensino Superior no VIII Governo Constitucional, com Victor Crespo como ministro, cargo a que retornou no XI Governo Constitucional, com Roberto Carneiro[3].

Alberto Ralha morreu em 3 de Janeiro de 2010, aos 88 anos, na sua casa na Costa de Caparica.[1][3][4]

Condecorações[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Navegue pela wiki : Ralha, Alberto José Nunes Correia». Memória da Universidade : Enciclopédia electrónica do Ensino, Ciência e Cultura na História da Universidade de Lisboa. Universidade de Lisboa. 8 de Setembro de 2011. Consultado em 26 de fevereiro de 2017. Arquivado do original em 27 de fevereiro de 2017 
  2. a b «Ralha, Alberto José Nunes Correia». Memória da Universidade : Enciclopédia electrónica do Ensino, Ciência e Cultura na História da Universidade de Lisboa. Universidade de Lisboa. 8 de Setembro de 2011. Consultado em 26 de fevereiro de 2017. Arquivado do original em 26 de fevereiro de 2017 
  3. a b c d e f g «Actualidade : Morreu Alberto Ralha». Ordem dos Farmacêuticos. 4 de janeiro de 2010. Consultado em 26 de fevereiro de 2017. Arquivado do original em 26 de fevereiro de 2017 
  4. a b c d e f g h i «Morreu Alberto Ralha, "avô do cavaquismo"». Jornal i. 3 de Janeiro de 2010. Consultado em 26 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 3 de maio de 2013 
  5. RALHA, Leonardo. O meu avô Alberto Ralha. Correio da Manhã online.
  6. Informação[ligação inativa] constante do site do Ministério da Justiça
  7. Informação Arquivado em 19 de julho de 2014, no Wayback Machine. constante do site da Polícia Judiciária.
  8. Testemunho de Veiga Simão, pgs. 5-6.
  9. Portaria n.º 21570, de 14 de outubro de 1965.
  10. Entrevista[ligação inativa] de Veiga Simão.
  11. a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Alberto Ralha". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 26 de fevereiro de 2017