Alexander Scriabin
Alexander Nikolayevich Scriabin (em russo: Алекса́ндр Никола́евич Скря́бин) foi um compositor e pianista russo nascido em Moscovo, em 6 de janeiro de 1872 (OS: 25 de dezembro de 1871). As suas principais influências foram Frédéric Chopin e Richard Wagner. Scriabin foi um dos mais inovadores e mais controversos compositores modernos. A Grande Enciclopédia Soviética diz de Scriabin: "Nenhum compositor foi mais desprezado e ao mesmo tempo mais agraciado por amor ..."
Vida e obra
De acordo com o calendário juliano, Scriabin nasceu no dia de Natal de 1871 de uma família aristocrática. Quando tinha apenas um ano, a sua mãe, pianista de concerto, morreu vítima de tuberculose. Scriabin é entregue aos cuidados da avó e da tia, depois do pai partir para a Turquia. Desde cedo começa os seus estudos musicais com Nikolay Zverev, na altura mestre de Sergei Rachmaninoff e de outros talentos.
Scriabin ingressa posteriormente no Conservatório de Moscovo, estudando com Anton Arensky, Sergei Taneyev e Vasily Ilyich Safonov, demonstrando na altura um assinalável talento como pianista. É, porém, nesta altura que Scriabin lesiona gravemente a sua mão direita ao sentir-se desafiado por Josef Lhevinne, colega de conservatório que posteriormente se tornará um grande pianista. É neste momento que Scriabin compõe a sua primeira grande obra, a sonata em fá menor, num ato que definiu como «um grito a Deus e ao Destino».
Vida pessoal
Foi casado com Vera Ivanova Isakovich, embora tenha preferido a companhia de Tatiana Fyodorovna, com quem teve um filho que acabou por morrer aos 11 anos, também ele um prodígio e notavelmente talentoso em várias artes.
Scriabin interessava-se pelos trabalhos de Nietzsche e pela teosofia, claras influências no seu pensamento musical, revelando-se um especial admirador de filósofos como Delville e Hélène Blavatsky.[1] Foi grande amigo do Conde Lisounenko, que o introduziu no mundo do misticismo. Algum tempo antes de morrer planejou um mega-projecto a que chamou “Misterium”,[2] um trabalho multimédia a ser apresentado nos Himalaias que desencadearia o Armagedão, uma «grandiosa síntese religiosa de todas as artes que faria nascer um novo mundo».
Scriabin morreu em Moscovo em 27 de abril de 1915 (OS: 14 de abril de 1915) por septicemia, contraída como resultado de uma pústula em seu lábio proveniente de um corte ao se barbear[3].
Música
- Veja também: Lista de composições de Alexander Scriabin
A escrita de Scriabin terá as suas primeiras influências na música do romantismo tardio, especialmente no estilo de Chopin, sonoridade a que a sua primeira fase de composições se assemelha bastante. As formas que usa, aliás, são as mesmas: encontramos nocturnos, prelúdios, estudos e mazurkas. Posteriormente inspirado pelos impressionistas,[4] pelo cromatismo de Liszt e Wagner, Scriabin foi personalizando e evoluindo o seu vocabulário musical, evolução que podemos seguir através das suas dez sonatas, das quais as últimas cinco dispensam já as armações de clave e revelam passagens claramente atonais. A harmonia convencional é substituída por sistemas de acordes construídos sobre intervalos invulgares, preferencialmente quartas, e a articulação é dissolvida, tomando muitas vezes uma forma de som em massa, em que os vários acontecimentos se cruzam e atropelam.
As suas composições mais célebres são duas obras orquestrais, o Poema do Êxtase (1908) e Prometeu (1910),[5] peças em que pretendia suscitar no público uma espécie de êxtase místico, fortalecendo a interpretação com efeitos de iluminação nas salas de concertos. Em algumas obras, como Prometeu: Poema do Fogo (1913), utiliza jogos de cores, fazendo experiências com a sinestesia na relação de música e cores[6]. Outros exemplos são o Poème divin (1905), Vers la flamme e o Poema do Êxtase (1908).
Media
Em janeiro de 1910 Scriabin tocou em Moscovo nove das suas obras, a Welte-Mignon, entre elas: Prelúdio, Op. 11, No. 1, Prelúdio, Op. 11, No. 2 e Mazurka, Op. 40, No. 2.
Referências
- ↑ Aspen. «Scriabin Again and Again». Ubu.com. Consultado em 28 Julho de 2013
- ↑ Scriabin Society. «Alexander Nikolayevich Scriabin». Scriabinsociety.com. Consultado em 28 de Julho de 2013
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- ↑ I.Vanechkina, B.Galeyev. «Was Scriabin a Synaesthete?». Prometheus.kai.ru. Consultado em 28 Julho de 2013
- ↑ Tomás, Lia. «'The mythical time in Scriabin». Unimi.it. Consultado em 28 Julho de 2013
- ↑ José Carlos Fernandes (6 de dezembro de 2015). «O pai do psicadelismo morreu há 100 anos». observador.pt. Consultado em 5 de março de 2016
Ligações externas
- Obras de Scriabin no International Music Score Library Project
- Partituras de Scriabin por Mutopia Project
- Partituras grátis de Alexander Scriabin no Arquivo de Músicas Werner Icking
- Discografia de Alexander Scriabin no MusicBrainz
- Kunst der Fuge: Aleksandr Scriabin - MIDI files