Amantes Rivais

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Amantes Rivais (grego: Ἐρασταί erastai) é um diálogo platônico incluído no tradicional Corpus de Platão, embora sua autenticidade é posta em dúvida.

Questão da autenticidade[editar | editar código-fonte]

É geralmente aceito que o diálogo foi escrito na segunda metade do século IV a.C. e expressa os pontos de vista filosóficos, se não de Platão, pelo menos de um escritor acadêmico deste período.

O veredicto de Johann Gottfried Stallbaum é típico de um consenso acadêmico de longa data: a linguagem e o estilo são irrepreensíveis e dignos de Platão ou Xenofonte, mas o material não é desenvolvido de uma forma digna do espírito filosófico de Platão.[1] A análise estilométrica de Gerard Ledger não encontrou as estatísticas de semelhanças esperadas entre o grego de Amantes rivais e de obras reconhecidas de Platão, mas mostrou um resultado mais próximo entre este diálogo (assim como Hípias menor) e os de Xenofonte.[2] Se o diálogo é pós-platônico, então talvez ele argumenta contra a insistência de Aristóteles de que os tipos de autoridade exercidas por um rei, um político e um mestre são múltiplos e essencialmente, separados uns dos outros.[3] (Por outro lado, é possível que Aristóteles refira-se em suas obras aos Amantes rivais).[4]

Reabilitação[editar | editar código-fonte]

Em um artigo de 1985, Julia Annas fez uma defesa notável do possível valor do diálogo como uma produção autenticamente platônica. Annas discorda que o ônus da prova precisam estar no defensor da autenticidade da obra e parte da premissa de que "Amantes rivais possui indícios decisivos a favor ou contra a autenticidade", e que o máximo que qualquer investigação pode realizar é "tornar plausível que o Amantes é uma das primeiras obras de Platão."[5] Seus vários argumentos de que esta centralidade é plausível é a alegação de que, se os Amantes rivais e Primeiro Alcibíades são genuínos, eles fornecem um então desaparecido plano de fundo no pensamento de Platão contra os quais a compreender seu tratamento fr auto-conhecimento em Cármides.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Stallbaum, p. 265. Para objeções recentes neste sentido, Annas, p. 112 n. 4, com referências.
  2. Gerard R. Ledger, Re-counting Plato: A Computer Analysis of Plato's Style, como relatado por Charles M. Young, "Plato and Computer Dating," Oxford Studies in Ancient Philosophy 12 (1994), pp. 227-50, repr. Nicholas D. Smith (ed.), Plato: Critical Assessments 1 (London: Routledge, 1998), pp. 35f. (em inglês)
  3. Hutchinson, p. 618.
  4. Annas, p. 117 n. 23.
  5. Annas, pp. 111-112.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Press, Gerald A. (2012). The Continuum Companion to Plato (em inglês). [S.l.]: A&C Black. ISBN 0826435351 
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