Amputação

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Amputação da perna do primeiro-tenente Antônio Carlos de Mariz e Barros, comandante do Encouraçado Tamandaré (Henrique Fleiuss, Semana Illustrada, 1866).

Amputação é a remoção de uma extremidade do corpo mediante cirurgia ou acidente. Na medicina, é usada para controlar a dor ou a doença no membro afetado, como no câncer e na gangrena. Durante a história foi amplamente usada como punição por crimes. Muitas culturas e religiões, ainda fazem amputações ou mutilações em crianças durante seus rituais.[1]

Os cientistas encontram vestígios no início de 2020, ao escavar o chão de uma caverna em Bornéu, evidências de uma amputação cirúrgica de 31.000 anos sem ferramentas cirúrgicas, antibióticos ou analgésicos.[2]

Tipos[editar | editar código-fonte]

Amputação transfemoral.
  • perna:
    • amputação dos dedos
    • amputação parcial do pé
    • desarticulação do tornozelo
    • amputação abaixo do joelho
    • amputação na base do joelho
    • amputação acima do joelho
    • desarticulação da coxa
  • braço:
    • amputação dos dedos
    • amputação do antebraço
    • amputação do punho
    • desarticulação do cotovelo
    • amputação acima do cotovelo
    • desarticulação do ombro
  • Faciais:
    • de uma orelha (auriculectomia)
    • do nariz (rinotomia)
    • de um olho (enucleação)
    • da língua (glossectomia)

Amputação traumática[editar | editar código-fonte]

Amputação traumática é a retirada acidental de parte do corpo, que pode ser um dedo, um braço ou uma perna.

Neste tipo de acidente, comum em fábricas, fazendas e em acidentes de automóveis, existem várias complicações decorrentes, tais como choque, sangramento, infecções, e outras complicações psicológicas decorrentes.

Quando um membro é amputado parcialmente, podem ainda existir partes de tecido mole para uma eventual reparação. Com o avanço da medicina, os amputados podem, a longo prazo, recuperar-se significativamente, mediante novos modelos de próteses, técnicas reparadoras e avanços nos cuidados emergenciais.

Critérios[editar | editar código-fonte]

A escala MESS (do inglês Mangled Extremity Severity Score) ou ESEM (Escala de severidade da extremidade mutilada) é um instrumento desenvolvido para auxiliar o cirurgião na decisão entre amputar e preservar o membro gravemente lesado. Leva em conta cinco critérios e recomenda-se a amputação se a pontuação é 7 ou maior:

  • Idade do paciente:
    • Menos de 30: +0
    • Entre 30 e 50: +1
    • Mais de 50: +2
  • Isquemia do membro:
    • Pulso reduzido ou com perfusão normal: + 1
    • Sem pulso, parestesias, recarga capilar lenta: + 2
    • Frio, paralisia, insensível / insensível: + 3
  • Shock:
    • PAS> 90 mmHg consistentemente: 0
    • Hipotensão transitória: + 1
    • Hipotensão persistente: + 2
  • Característica da lesão:
    • Baixa energia (esfaqueamento, tiro de pequeno calibre, fratura simples): +1
    • Moderada energia (luxação, fraturas abertas ou múltiplas): +2
    • Alta energia (alta velocidade, explosão ou tiro de grande calibre): +3
    • Muito alta energia (trauma de alta velocidade com grande contaminação ou soterramento): +4
  • Tempo: Após 6h a pontuação dobra

Método[editar | editar código-fonte]

O primeiro passo é ligar as artérias e veias para prevenir a hemorragia. Os músculos são retirados e finalmente o osso é serrado. A pele e os músculos da região amputada são então rearranjados, ocasionalmente com a inserção de elementos que facilitam a colocação de uma prótese.

Complicações[editar | editar código-fonte]

Alguns amputados experimentam o fenômeno do membro fantasma; eles sentem como se o membro ainda estivesse ali, experimentando inclusive dores e sensações anormais. Os cientistas acreditam que tem a ver com uma espécie de mapa neural que o cérebro tem do corpo, que manda informação ao restante do cérebro sobre a falta de conhecimento do membro sobre sua existência.

Em muitos casos, o membro fantasma ajuda na adaptação da prótese, ao permitir que a pessoa experimente a propriocepção do membro protetizado.

Filmes que abordaram o tema[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Whitelaw WA (March 2005). "Proceedings of the 14th Annual History of Medicine Days". Research Gate.
  2. «World's oldest amputation: Foot removed 31,000 years ago—without modern antibiotics or painkillers». www.science.org (em inglês). Consultado em 7 de setembro de 2022 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]