Angelo Schiavio

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Angelo Schiavio

Com a camisa do Bologna, em 1925
Informações pessoais
Nome completo Angelo Schiavio
Data de nasc. 15 de outubro de 1905
Local de nasc. Bologna, Itália
Morto em 17 de abril de 1990 (84 anos)
Local da morte Bologna, Itália
Altura 1,78 m
Informações profissionais
Posição Atacante
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1922-1938
Bologna 337 (247)
Seleção nacional
1925-1934 Itália 21 (15)
Times/clubes que treinou
1953-1956
1957-1958
Itália
Itália
Medalhas
Jogos Olímpicos
Bronze Amsterdã 1928 Futebol

Angelo Schiavio (Bologna, 15 de outubro de 190517 de abril de 1990) foi um futebolista e treinador de futebol italiano. Atuando como atacante, foi um dos goleadores da Copa do Mundo de 1934[1], vencida pela sua seleção. Foi dele o gol do título,[2] e também foi Schiavio o artilheiro da campanha da seleção italiana naquela edição, com quatro gols.[3]

É o maior artilheiro do Bologna, seu único clube. Foram 252 gols em 364 jogos, sendo caracterizado por combinar potência física e habilidade nos dribles e o líder de uma equipe deste clube apelidada de "time que faz o mundo tremer". Schiavio detém a terceira melhor média de gols (0,69 por partida) entre os jogadores que participaram de pelo menos cem jogos do campeonato italiano.[4]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Único clube: Bologna[editar | editar código-fonte]

Durante toda sua carreira, Schiavio jogou só no Bologna, de 1922 a 1938. Desde o início, demonstrou boa média de gols: em sua primeira temporada, a de 1922-23, marcou seis vezes, mas tendo jogado igualmente apenas seis partidas. Na de 1923-24, foram 15 gols em 24 jogos. Na posterior, em 1924-25 foram 16 em 27. Nesta temporada, os rossblù foram pela primeira vez campeões do campeonato italiano. Meses depois, em novembro de 1925, Schiavio estreou pela seleção italiana.

Na temporada subsequente, a de 1925-26, Schiavio conseguiu mais de um gol por jogo, marcando 28 vezes em 20 partidas. Manteve uma média alta nas temporadas seguintes: 17 gols em 25 jogos na de 1926-27, 30 em 26 na de 1927-28 e 26 e 30 na de 1928-29,[carece de fontes?] temporada na qual ele e o clube obtiveram seu segundo título no campeonato.[carece de fontes?] Ainda em 1929, o atacante e o clube participaram de uma excursão pela América do Sul;[4] na temporada italiana de 1929-30, Schiavio terminou jogando apenas quinze vezes, com sete gols.[carece de fontes?]

Entre as temporadas 1930-31 e 1934-35, a Juventus obteve um inédito pentacampeonato,[carece de fontes?] formando naturalmente a base da seleção. Já Schiavio mantinha-se um ídolo nacional indiscutível.[5] Ele e o Bologna, por sua vez, venceram em 1932 e em 1934 a Copa Mitropa, torneio considerado precursor da Liga dos Campeões da UEFA.[4] Na Serie A, o atacante, em meio ao domínio da Juventus, continuou em grande desempenho individual; foram 16 gols em 21 jogos na temporada 1930-31, 25 em 30 na de 1931-32[carece de fontes?] (terminando, pela única vez, como artilheiro do campeonato [4]), 28 em 33 na de 1932-33 e 9 em 19 na de 1933-34,[carece de fontes?] ao fim da qual terminou convocado à Copa do Mundo FIFA de 1934, realizada em seu país e na qual marcou o gol do título da Azzurra.[2]

Após o mundial, Schiavio já não manteve uma média tão alta. Foram 12 gols em 27 partidas na temporada 1934-35 e 10 em 26 na de 1935-36, na qual o Bologna voltou a ser campeão, encerrando a série da Juventus.[carece de fontes?] Àquela altura, o colega Carlo Reguzzoni já se mostrava como o novo líder técnico do elenco.[4] Schiavio jogou mais duas temporadas, mas pouco: foram apenas duas partidas (com dois gols) na de 1936-37, na qual os felsinei obtiveram novo título italiano seguido; e seis, sem marcar, na de 1937-38.[carece de fontes?] Teria decidido parar de jogar após perder contra a Lazio um gol visto como fácil de converter.[2]

Depois que Schiavio parou de jogar, em 1938, o Bologna obteve apenas mais três títulos no campeonato italiano. Em 1938, o clube era o terceiro maior campeão, abaixo do Genoa (nove) e Juventus (sete), possuindo a mesma quantidade de troféus da Internazionale (quatro) e mais do que Milan (três) e Torino (um).[carece de fontes?] Atualmente, mesmo vivenciando longa decadência, o Bologna segue como quinto maior vencedor da Serie A,[4] abaixo da Genoa, Juventus e da dupla de Milão, possuindo os mesmos sete títulos do Torino e estando à frente de Roma (três), Lazio, Napoli e Fiorentina (dois cada um).[carece de fontes?]

Seleção[editar | editar código-fonte]

A Itália antes da final da Copa do Mundo FIFA de 1934. Schiavio é o terceiro uniformizado (e a quarta pessoa) em pé, da esquerda para a direita.
O goleiro tchecoslovaco František Plánička encoberto pelo gol de Schiavio na final.

Schiavio estreou pela Itália em 4 de novembro de 1925, em vitória por 2-1 na qual marcou os dois gols italianos sobre a Iugoslávia, em Pádua.[carece de fontes?] Havia acabado de participar do primeiro título italiano do Bologna, na temporada de 1924-25.[4] Até 1929, continuou a ser chamado em cada ano pela Azzurra, incluindo participação no futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1928. Naquelas Olimpíadas, marcou um gol em vitória por 7-1 sobre a Espanha e três no 11-3 sobre o Egito. Os italianos terminaram com a medalha de bronze, após derrota por 3-2 na semifinal para o campeão Uruguai.[carece de fontes?]

Schiavio não jogou pela Itália entre 1929 e 1932,[carece de fontes?] ano no qual foi artilheiro do campeonato italiano.[4] Convocado à Copa do Mundo FIFA de 1934, marcou três vezes na estreia, contra os Estados Unidos, que na edição anterior haviam ficado na terceira colocação. Um dos gols abriu o placar e foi o primeiro da seleção na história das Copas do Mundo FIFA. Outro deles, o terceiro (e quinto da Azzurra) foi o centésimo marcado na história da competição.[6]

Na partida seguinte, Schiavio foi pivô de uma polêmica: a Espanha vencia por 1-0 e os italianos empataram graças a uma falta do atacante sobre o goleiro adversário Ricardo Zamora,[7] que havia rebatido uma bola e fora impedido por Schiavio de levantar-se para evitar a conclusão de Giovanni Ferrari.[8] Outra versão aponta que o goleiro teria levado uma cotovelada no lance.[9] Apesar dos protestos espanhóis, o árbitro ignorou a falta e o resultado manteve-se em 1-1 ao fim da prorrogação,[8] o que pelo regulamento da época forçou um jogo extra já no dia seguinte.[7] Nela, Zamora e Schiavio não jogaram. A Itália venceu por 1-0.[10]

A Itália posteriormente venceu na semifinal uma sensação do torneio, o Wunderteam da Áustria, sem que Schiavio marcasse. Na decisão, a Tchecoslováquia chegou a abrir o placar já aos 31 minutos do segundo tempo, acertando em seguida uma bola na trave. O susto não impediu que os italianos empatassem cinco minutos depois, forçando uma prorrogação que não deixou de preocupar a torcida anfitriã: era a quarta partida em dez dias da Azzurra e 300 minutos jogados em contraste com os 180 do adversário, que havia jogado apenas duas vezes. Schiavio, porém, tranquilizou a plateia ao marcar já nos cinco minutos do tempo extra.[11]

No lance, Giuseppe Meazza lançou a bola na área tchecoslovaca. Pela meia-direita, Schiavio e Enrique Guaita dividiram com dois adversários. A bola sobrou a Guaita e tocou ao colega, que escapou sozinho. Na entrada da grande área, ele arrematou exatamente no instante em que Josef Čtyřoký apareceu para tentar interceptar. A bola desviou e, com efeito, encobriu o goleiro František Plánička, que havia se ajoelhado para esperar um chute que parecia que seria rasteiro.[12] Após o gol, os italianos se retrancaram com sucesso para garantir o título.[11] Aquela foi a última partida de Schiavio pela seleção. Ao todo, foram 15 gols em 21 partidas pela Itália.[carece de fontes?]

Após parar de jogar[editar | editar código-fonte]

Filho de fazendeiros, Schiavio passou a dedicar-se aos negócios familiares, além de tornar-se dirigente do próprio Bologna.[4] Na década de 1950, ele também integrou a comissão técnica da seleção italiana, não repetindo o êxito de jogador, com a Azzurra não se classificando à Copa do Mundo FIFA de 1958.[13]

Morreu em 1990, poucos meses antes do início da Copa do Mundo, que seria novamente realizada em seu país.[2]

Títulos[editar | editar código-fonte]

Bologna[editar | editar código-fonte]

Seleção Italiana[editar | editar código-fonte]

Individual[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Folha – Copa do Mundo de 1934
  2. a b c d GEHRINGER, Max (outubro de 2005). Os campeões. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 2 - 1934 Itália. Editora Abril, pp. 40-41
  3. Itália, três vezes campeã (4 fev. 1983). Placar n. 663. São Paulo: Editora Abril, p. 57
  4. a b c d e f g h i ANTONELLI, Rodrigo (setembro de 2015). «Os 10 maiores jogadores da história do Bologna». Calciopédia. Consultado em 15 de fevereiro de 2018 
  5. GEHRINGER, Max (outubro de 2005). E la nave va. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 2 - 1934 Itália. Editora Abril, pp. 24-26
  6. GEHRINGER, Max (out. 2005). Presença "eletrizante". Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 2 - 1934 Itália". São Paulo: Editora Abril, p. 30
  7. a b GEHRINGER, Max (out. 2005). Equilíbrio total. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 2 - 1934 Itália". São Paulo: Editora Abril, p. 35
  8. a b CASTRO, Robert (2014). Capítulo III - Italia 1934. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 34-55
  9. O goleiro que virou lenda (24 mar. 1986). Placar n. 826. São Paulo: Editora Abril, pp. 51-52
  10. GEHRINGER, Max. Escalação estranha (out. 2005). Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 2 - 1934 Itália". São Paulo: Editora Abril, p. 35
  11. a b GEHRINGER, Max. Vitória sofrida (out. 2005). Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 2 - 1934 Itália". São Paulo: Editora Abril, p. 38
  12. GEHRINGER, Max. Os gols da final (out. 2005). Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 2 - 1934 Itália". São Paulo: Editora Abril, p. 39
  13. MORET, Murillo (novembro de 2011). «Dino da Costa foi o primeiro brasileiro artilheiro da Serie A». Calciopédia. Consultado em 16 de fevereiro de 2018