António Arnaut

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António Arnaut
António Arnaut
António Arnaut
Ministro(a) de Portugal Portugal
Período II Governo Constitucional
  • Ministro de Estado dos Assuntos Sociais
Antecessor(a) Armando Bacelar
Sucessor(a) Acácio Pereira Magro
Dados pessoais
Nascimento 28 de janeiro de 1936
Cumeeira, Penela
Morte 21 de maio de 2018 (82 anos)
Santo António dos Olivais, Coimbra
Partido PS
Profissão advogado

António Duarte Arnaut GOLGCL (Penela, Cumeeira, 28 de janeiro de 1936Coimbra, Santo António dos Olivais, 21 de maio de 2018) foi um advogado e político português.

Ocupou o cargo de Ministro dos Assuntos Sociais do II Governo Constitucional.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era advogado, tendo obtido a licenciatura em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959.

Desde jovem se envolveu na oposição ao Estado Novo. Participou na comissão distrital da candidatura presidencial de Humberto Delgado, em Coimbra, em 1958, foi arguido no processo resultante da carta dos católicos a António de Oliveira Salazar, em 1959, candidato à Assembleia Nacional, pela Comissão Democrática Eleitoral, no círculo de Coimbra, nas eleições legislativas de 1969.

Militante da Acção Socialista Portuguesa desde 1965, foi cofundador do Partido Socialista, em 1973, na cidade alemã de Bad Münstereifel, tendo sido seu dirigente até 1983.

Ministro do II Governo Constitucional, formado por coligação entre o PS e o CDS de Diogo Freitas do Amaral, coube-lhe a pasta dos Assuntos Sociais, tendo nessa qualidade lançado o Serviço Nacional de Saúde.[1]

Exerceu diversos cargos na Ordem dos Advogados, nomeadamente o de presidente do Conselho Distrital de Coimbra.[2] É autor de um Estatuto da Ordem dos Advogados Anotado, bem como de um ensaio intitulado Iniciação à Advocacia, destinado a estudantes e jovens advogados. Em 2007, recebeu a Medalha de Honra da Ordem dos Advogados.[3]

Foi um dos fundadores do Círculo Cultural Miguel Torga e presidente da sua Assembleia Geral.[4]

Em 1995, fundou a Associação Portuguesa de Escritores Juristas, de que foi presidente.[5]

Foi vogal do Conselho Superior da Magistratura.[6]

Foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade a 25 de abril de 2004, nas comemorações dos 30 anos da Revolução de 25 de Abril.[7]

A 7 de abril de 2016, nas comemorações do Dia da Saúde, foi elevado ao grau de Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.[7]

Em 2016, foi nomeado presidente honorário do PS no XX congresso do partido, após a morte de António de Almeida Santos.[8]

Faleceu nos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde estava internado, no dia 21 de maio de 2018.[9]

Funções políticas[editar | editar código-fonte]

Após a Revolução de 25 de Abril, desempenhou vários cargos políticos:

Funções maçónicas[editar | editar código-fonte]

Foi Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa, de 2002[11] a 2005.[12]

Obra publicada[editar | editar código-fonte]

Poesia[editar | editar código-fonte]

  • Versos da mocidade. 1954
  • Pátria, memória antiga. 1.ª ed., 1986. 2.ª ed., 1992.
  • Miniaturais outros sinais: poesia. Coimbra, Livraria Almedina, 1987.
  • Conto de Job (Homenagem a Miguel Torga). 1996
  • Nobre arquitectura. 1997
  • Por este caminho. 1.ª ed., 1999. 2.ª ed., Coimbra, Coimbra Editora, 2000. ISBN 978-972-32-0937-2
  • Do litoral do teu corpo: antologia do amor. Vila Nova de Gaia, Editora Ausência, 2003. ISBN 978-989-553-009-0
  • Recolha poética (1954-2004). Coimbra, Coimbra Editora, 2004. ISBN 978-972-32-1234-1

Ficção[editar | editar código-fonte]

  • Rude tempo, rude gente. 1.ª ed. 1985. 2.ª ed. 1995.
  • A viagem: contos do absurdo. Coimbra, Livraria Almedina, 1988.
  • Ossos do ofício. 1.ª ed., Coimbra, Fora do Texto, 1990. 2.ª ed., Coimbra, Coimbra Editora, 2002. ISBN 978-972-32-1093-4
  • Rio das sombras. Coimbra, Coimbra Editora, 2007. ISBN 978-972-32-1533-5[13]

Poesia e ficção[editar | editar código-fonte]

Ensaio e outras[editar | editar código-fonte]

  • Serviço Nacional de Saúde: uma aposta no futuro, 1978.
  • A condição portuguesa no Diário de Miguel Torga (Conferência), 1984.
  • Onze anos depois de Abril - Reflexão Política, 1985.
  • Para uma visão diacríptica do romance com Miguel Torga. Coimbra, Gráfica de Coimbra, 1985[14].
  • O dia do encontro - No 40.º aniversário da D. U. D. do Homem (Conferência), 1989.
  • Protótipos Torguianos (Conferência), 1990.
  • Estudos Torguianos. 1.ª ed., 1992. 2.ª ed., 1997.
  • Iniciação à advocacia: história, deontologia, questões práticas. 1.ª ed., 1993. 9.ª ed., Coimbra, Coimbra Editora, 2006. ISBN 978-972-32-1440-6
  • Introdução à maçonaria. 1.ª ed., 1996. 5.ª ed., Coimbra, Coimbra Editora, 2006. ISBN 978-972-32-1416-1
  • Estatuto da Ordem dos Advogados: anotado. 1.ª ed., 1996. 10.ª ed., Coimbra, Coimbra Editora, 2006. ISBN 978-972-32-1409-3
  • Entre o esquadro e o compasso: três intervenções. 1999.
  • Ética e Direito: algumas questões concretas. Coimbra, Livraria Mateus, 1999. ISBN 972-98263-0-7
  • Vencer a morte: conferência (seguida de três poemas). Coimbra, Coimbra Editora, 2001. ISBN 978-972-32-1007-1
  • Fernando Pessoa e a Maçonaria. Lisboa, Grémio Lusitano, 2005.

Antologias[editar | editar código-fonte]

Participou na organização das seguintes antologias:

  • Imaginários Portugueses: antologia de autores portugueses contemporâneos. Com outros. Coimbra, Fora do Texto, 1992.
  • Cântico em Honra de Miguel Torga. Com Rui Mendes. Coimbra, Fora do Texto, 1996.

Fonte das obras publicadas[editar | editar código-fonte]

As obras publicadas foram identificadas na Base Nacional de Dados Bibliográficos (PORBASE)[15] e no livro de António Arnaut Introdução à maçonaria.

Referências

  1. Cf. Entrevista Arquivado em 3 de junho de 2013, no Wayback Machine. a António Arnaut no site do Congresso realizado em 26 e 27 de março de 2009 sobre o sistema de saúde português.
  2. Cf. Conselho Distrital de Coimbra (consultado em 3 de Abril de 2010)
  3. Cf. Medalha de Honra da Ordem dos Advogados.
  4. «Rio de Sombras de António Arnaut, apresentado em Vila Real, noticias do Douro, Edição de 28-03-2008» 
  5. Biografia[ligação inativa] no sítio da Internet da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas. (consultado em 3 de abril de 2010)
  6. Cf. site na Internet do Conselho Superior da Magistratura Arquivado em 23 de agosto de 2014, no Wayback Machine.. (consultado em 3 de abril de 2010)
  7. a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Duarte Arnaut". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 13 de janeiro de 2015 
  8. Cf. Presidente honorário do Partido Arquivado em 13 de janeiro de 2017, no Wayback Machine., na página oficial do Partido Socialista.
  9. observador.pt (21 de maio de 2018). «Morreu António Arnaut, pai do SNS e "o socialista mais genuíno"». Consultado em 21 de maio de 2018 
  10. Deputados à Assembleia Constituinte].
  11. «António Arnaut é o novo Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano». Público. 24 de Junho de 2002. Consultado em 8 de Outubro de 2015 
  12. Grande Oriente Lusitano. «Past Grão-Mestres». Consultado em 12 de janeiro de 2017 [ligação inativa]
  13. Romance histórico que questiona em que medida a acção político-partidária será ainda "compatível com a lisura de carácter" e com a ética. Cf. [1]
  14. Conferência integrada no ciclo "O romance português contemporâneo".
  15. António Arnaut na PORBASE.

Precedido por
Armando Bacelar
Ministro dos Assuntos Sociais
II Governo Constitucional
1978
Sucedido por
Acácio Pereira Magro
Precedido por
Eugénio Óscar Filipe de Oliveira
Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano
2002 – 2005
Sucedido por
António Fernando Marques Ribeiro Reis