António Leal Moreira

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
António Leal Moreira
Nascimento 30 de junho de 1758
Abrantes
Morte 26 de novembro de 1819 (61 anos)
Lisboa
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação compositor, maestro, organista, professor
Instrumento órgão

António Leal Moreira (Abrantes, 30 de junho de 1758Lisboa, 26 de novembro de 1819) foi um compositor português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

A 30 de Junho de 1766 entrou no Seminário da Patriarcal de Lisboa, onde foi aluno de João de Sousa Carvalho. Em 1775 tornou-se assistente de seu professor e organista. Em 1787 é nomeado mestre de capela. Em 19 de Maio de 1777 realiza o seu primeiro trabalho sacro, a Missa do Espírito Santo, que foi cantada durante a aclamação da rainha D. Maria I de Portugal.

Em 8 de agosto do mesmo ano foi admitido como membro da união de músicos de Lisboa, a Irmandade de Santa Cecília. A maior parte da sua música sacra foi composta para a Capela Real e desde 1782 começou a escrever serenatas, que foram tocadas nos palácios de Queluz e Ajuda.

Em 1790 tornou-se diretor musical do Teatro da Rua dos Condes, onde estavam representando óperas italianas. Três anos mais tarde no palácio, do financiador Anselmo José da Cruz Sobral, em Lisboa, estréia o drama Il natale augusto. Entre os vários cantores que participaram se lembra a mezzo-soprano portuguesa Luísa Todi.

Moreira, em 1793, tornou-se o primeiro diretor musical do novo Teatro de São Carlos, onde foi representada a sua obra com texto em português A vingança da cigana (1794). Em 1799 deixou a direção do São Carlos a Marcos Portugal e Francesco Federici. No ano seguinte, contribuiu com a produção "pasticcio" Il disertore francese, que esteve em cena no palco no Teatro Carignano, em Turim, e do Teatro La Scala de Milão.

Considerações sobre o artista[editar | editar código-fonte]

A sua obra Teatral e Sacra é fortemente influenciada pelo estilo de Giovanni Paisiello e de Domenico Cimarosa. Depois de António Teixeira foi o primeiro a compor ópera utilizando o texto em português, embora a maioria de suas obras estejam em italiano.

Composições[editar | editar código-fonte]

Ópera[editar | editar código-fonte]

  • Bireno ed Olimpia (serenata, libreto de Gaetano Martinelli, 1782, Lisboa)
  • Siface e Sofonisba (drama para música cantada, libreto de Gaetano Martinelli, 1783, Lisboa)
  • L'imenei de Delfo (drama lírico alegórico, libreto de Gaetano Martinelli, 1785, Lisboa)
  • Ascanio in Alba (drama para música cantada, libreto de Claudio Nicola Stampa, 1785, Lisboa)
  • Artemisia, regina de Caria (drama para música cantada, libreto de Gaetano Martinelli, 1787, Lisboa)
  • Gli eroi spartani (drama para música, libreto de Gaetano Martinelli, 1787, Lisboa)
  • Gli affetti del genio lusitano (drama para música cantada, libreto de Gaetano Martinelli, 1789, Lisboa)
  • Il puro omaggio (drama para música, libreto de Gaetano Martinelli, 1791, Lisboa)
  • Il natale augusto (drama para música, libreto de Gaetano Martinelli, 1793, Lisboa)
  • A saloia enamorada, ou O remédio é casar (farsa, libreto de D. Caldas Barbosa, 1793, Lisboa)
  • A vingança da cigana (drama joco-sério, libreto de D. Caldas Barbosa, 1793, Lisboa)
  • L’eroina lusitana (drama para música, libreto de Gaetano Martinelli, 1795, Lisboa)
  • Musiche ne Il disertore francese (ópera buffa, 1800, Turim)
  • Arie ne Il serraglio d'Osmano de Giuseppe Gazzaniga

Outros trabalhos[editar | editar código-fonte]

  • Ester (oratório, libreto de Gaetano Martinelli, 1786, Lisboa)
  • 5 vilancicos (1779)
  • 4 missas
  • 2 Magnificat
  • 11 responsórios
  • Diversos salmos
  • Outros trabalhos sacros menores
  • Moda de Zambumba para 3 vozes e pianoforte
  • Sinfonia em ré maior per 2 orquestras (1793)
  • Sinfonia em si maior (1803)
  • Sinfonia em ré maior (1805)
  • Sinfonia per 6 órgãos