Antônio Proost Rodovalho

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Coronel Antônio Proost Rodovalho
Antônio Proost Rodovalho
Fundador da ACSP e da Melhoramentos
Nome completo Antônio Proost Rodovalho
Nascimento 27 de janeiro de 1838
São Paulo, São Paulo
Morte 30 de dezembro de 1913 (75 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileiro
Ocupação empresário e político

Antônio Proost Rodovalho (São Paulo, 27 de janeiro de 1838[1] - São Paulo, 30 de dezembro de 1913) foi um empresário e político brasileiro.

O coronel Rodovalho foi o fundador da Associação Comercial e Agrícola de São Paulo (atual Associação Comercial de São Paulo) e da empresa Melhoramentos.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho do capitão Joaquim Tavares Rodovalho e d. Henriqueta Proost Rodovalho, Antônio Proost nasceu no ano de 1838 na capital da província de São Paulo. Com apenas 12 anos de idade começou a trabalhar no comércio local e aos 25 anos já era sócio das empresas Joaquim Proost Rodovalho & Cia, José Proost Souza Rodovalho & Cia. e da João Proost Rodovalho & Cia.[1]

Com uma vasta experiência no comércio, como empresário do setor atacadista de açúcar, sal e café, Antônio Proost participou da fundação e da diretoria de várias empresas, entre elas destacamos: Banco Comercial de São Paulo; Caixa Econômica e Monte de Socorro; Companhia de Estradas de Ferro Ituana; Companhia de Estradas de Ferro São Paulo-Rio de Janeiro, Companhia Ítalo Paulista. Em 1875 foi nomeado gerente tesoureiro da Caixa Filial do Banco do Brasil e neste cargo atuou até 1886. Também incentivou a abertura de empresas estratégias para a província, como a Fábrica de Tecidos Anhaia & Cia, Serraria Sydow, Companhia de Gás de São Paulo e Companhia Cantareira de Águas e Esgotos. Com o seu filho, Proost fundou a empresa Rodovalho Jr. Horta & Cia. e explorou o serviço funerário da cidade de São Paulo, inovando por completo este setor.[2][3]

Foi proprietário da Fazenda Caieiras[4] e em suas terras surgiu um importante pólo industrial para a época, com o nascimento de indústrias de cimento, louça, serraria, cerâmica e papel (a Companhia Melhoramentos de São Paulo, inaugurada em 12 de setembro de 1890).[1]

Na política Proost Rodovalho foi camarista do município de São Paulo, chegando à presidente da Câmara entre 1866 e 1870, além de ter sido o intendente de finanças de São Paulo em 1896. Militante do Partido Conservador, participou da propaganda abolicionista e foi um dos primeiros a apoiar a República, após 1889.[4]

Fez parte da Guarda Nacional e participou da Guerra do Paraguai e em 1868 foi promovido a Coronel.

Nos últimos anos do século XIX o Brasil sofria profundas mudanças: a Proclamação da República (1889); a expansão da lavoura cafeeira e da indústria; o aumento das exportações; o surgimento de bancos e lojas comerciais; a ampliação das obras públicas. Todas estas questões, aliado aos problemas políticos, como o arrocho governamental do governo da união entre 1889 a 1892 resultando na falência de inúmeras empresas, forçou a sociedade empresarial do estado de São Paulo, que se tornou o principal eixo econômico do país, a ter sua voz e opinião debatidas entre todos e foi neste contexto que o coronel Antônio Proost Rodovalho liderou um grupo de aproximadamente 300 empresários a criar a Associação Comercial e Agrícola de São Paulo (anos depois rebatizada para Associação Comercial de São Paulo) no dia 7 de dezembro de 1894. Em 25 de janeiro de 1895 Rodovalho foi eleito o presidente desta nova entidade.[5]

Além de empresário e político, o coronel Rodovalho destacou-se por seu espírito altruísta. Foi provedor e prestou relevantes serviços para algumas instituições, como: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Irmandade do Santíssimo Sacramento; Irmandade da Ordem Terceira de São Francisco; Sociedade Portuguesa de Beneficência.[1]

Os últimos anos do século XIX e início do século XX foram difíceis para os negócios de Rodovalho e desta maneira ele distanciou-se dos demais empreendimentos para concentrar-se na empresa que mantinha com o filho, que além de explorar os serviços funerários, também oferecia serviços de aluguel de carros e mecânica, funilaria e pintura e pouco tempo depois passou a importar automóveis franceses Renault, Berliet e Peugeot, italianos da Fiat, ingleses da Daimler e o modelo norte-americano Cunningham.[5]

Apesar de ter manuseado enormes somas em dinheiro ao longo de sua vida, o coronel Antônio Proost Rodovalho morreu pobre no dia 30 de dezembro de 1913,[5] aos 75 anos de idade.

Referências

  1. a b c d Biografia Coronel Antônio Proost Rodovalho[ligação inativa] Khronopédia — acessado em 31 de agosto de 2010
  2. Personagem: Antônio Proost Rodovalho (Coronel Rodovalho) Pró-Memória de Campinas-SP — acessado em 5 de setembro de 2010
  3. livro de Tamás Szmrecsányi e José Roberto do Amaral Lapa – pag. 186 História econômica da independência e do império — acessado em 6 de setembro de 2010
  4. a b Coronel Proost Rodovalho - O fundador das Cayeiras Portal Cayeiras — acessado em 2 de setembro de 2010
  5. a b c O futuro que Rodovalho tirou do papel Diário do Comércio — acessado em 2 de setembro de 2010

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ASSOCIAÇÃO Comercial de São Paulo: 1894-1994: 100 anos na defesa da livre iniciativa. São Paulo, 1994.
  • DONATO, Hernani. 100 anos da Melhoramentos: 1890-1990. São Paulo: Melhoramentos, 1990
  • O Estado de S. Paulo, 08 maio 1890; LIMA, Heitor Ferreira. Evolução industrial de São Paulo : esboço histórico. São Paulo : Martins, s/ d.