San Sebastián de Garabandal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Aparições de Garabandal)
Igreja paroquial da aldeia de São Sebastião de Garabandal.

San Sebastián de Garabandal (em português: São Sebastião de Garabandal), mas normalmente chamada apenas de Garabandal, é uma aldeia rural situada na montanha de Peña Sagra, na região norte de Espanha. Localizada na comunidade autónoma de Cantábria, a cerca de 600 metros de altitude, Garabandal fica a cerca de 55 quilômetros de Santander, capital cantábrica, e a cerca de 400 quilômetros da capital espanhola, Madrid.[1] Estima-se que a sua população ronde, atualmente, os 300 habitantes.

As aparições de Garabandal[editar | editar código-fonte]

Altar da igreja paroquial dedicada a São Sebastião, em Garabandal.
Capela dedicada a São Miguel Arcanjo, em Garabandal.
A Virgem do Carmo de Garabandal nos pinheiros, local de Suas aparições.

Desde 1961 até 1965, quatro meninas, de onze e doze anos de idade – Mari Loli Mazón, Jacinta Gonzalez, Mari Cruz Gonzalez e Conchita Gonzalez –, afirmaram ter recebido inúmeras aparições e mensagens de São Miguel Arcanjo e da Santíssima Virgem Maria (sob a advocação mariana de Nossa Senhora do Monte Carmelo). Em quase 3.000 aparições públicas, elas constituíram um dos fenómenos sobrenaturais mais extraordinários do final do século XX, com momentos de quedas em êxtase por parte das meninas videntes, comunhões eucarísticas milagrosas, entre outros. Tais eventos foram testemunhados por milhares de pessoas e registradas em fotografias e gravações de vídeo.

Milagres[editar | editar código-fonte]

As aparições marianas eram acompanhadas de fenômenos extraordinários que os médicos não puderam comprovar. Os momentos de êxtase apresentavam uma insensibilidade à dor quando as jovens eram picadas com agulhas ou quando as queimavam com pontas de cigarro. Os seus corpos adquiriam um peso extraordinário que não era possível levantá-las, nem sequer fazer um pequeno movimento dos seus membros. Quando luzes eram jogadas os seus olhos enquanto contemplavam a aparição, a expressão dos seus rostos não era perturbada. Além disso, corriam até ao lugar da visão e chegavam antes das outras pessoas sem sinais de esforço físico, ao passo que os demais chegavam cansados. Caiam de forma repentina com os joelhos sobre as rochas sem se machucar e caminhavam em êxtase pelas ruas com a cabeça totalmente levantada, com os olhos fixos no alto durante todo o tempo.

Mensagens da Virgem[editar | editar código-fonte]

Em outubro de 1961, Nossa Senhora comunicou primeiro a Conchita sobre o Grande Milagre, depois comunicando às outras três videntes. Conchita disse que será numa quinta-feira às 20h30 da noite e durará quinze minutos, onde um sinal ficará visível nos “pinos” até o fim dos tempos.[2]

A segunda mensagem da Virgem Maria aconteceu em 18 de Junho de 1965, quando revelou:

O Grande Milagre coincidirá com um grande evento eclesial, todos os enfermos presentes ficarão curados, os pecadores serão convertidos e os incrédulos acreditarão. Conchita anunciará com oito dias de antecedência a data do Milagre. Antes do Milagre haverá um aviso sobrenatural que virá diretamente de Deus para nos preparar.

O aviso se verá no Céu e em todo o mundo e será sentido por todos, qualquer que seja a sua condição e conhecimento de Deus, exatamente ao mesmo tempo. Será uma experiência terrível, no entanto será para o bem das nossas almas, porque veremos no interior de nós mesmos, na nossa consciência, o bem e o mal que fizemos. Deus deseja a nossa salvação. Portanto, o Aviso não tem como finalidade o temor, mas que possamos acercarmo-nos mais Dele e que tenhamos mais fé. Se depois do Milagre o mundo não mudar, virá um castigo.

A posição da Igreja Católica[editar | editar código-fonte]

A Igreja Católica esteve bastante atenta aos acontecimentos ocorridos em Garabandal. A principal vidente, Conchita Gonzalez, por exemplo, foi notificada para comparecer em Roma duas vezes. Na primeira vez, em 1966, foi convocada pelo Cardeal Alfredo Ottaviani, Prefeito do Santo Ofício (agora chamada Congregação para a Doutrina da Fé), o qual a interrogou na presença de outros membros dessa alta instância eclesiástica. Durante essa visita ao Vaticano, Conchita foi ainda convidada para uma audiência privada com o Papa Paulo VI que lhe dirigiu estas palavras:

Mais tarde, ainda o Papa Paulo VI se pronunciou publicamente sobre o assunto dizendo:

Foi também durante a sua primeira viagem a Roma que Conchita Gonzalez visitou San Giovanni Rotondo, onde foi recebida pelo famoso santo estigmatizado Padre Pio de Pietrelcina. Diretamente relacionado com a história das aparições de Garabandal, o Padre Pio confirmou a veracidade das manifestações celestes às quatro meninas do norte de Espanha. Na verdade, Nossa Senhora já tinha, em 1962, prometido de este sacerdote assistiria, por antecipação, ao Milagre de Garabandal.

Em Dezembro de 1967, Conchita Gonzalez foi chamada novamente a Roma, mas desta vez pelo Cardeal Franjo Seper, sucessor do Cardeal Alfredo Ottaviani como Perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Realizou essa segunda viagem em Fevereiro de 1968. Não se souberam grandes pormenores sobre o encontro, na medida em que a Santa Sé impôs a Conchita total silêncio acerca desse mesmo encontro com os superiores eclesiásticos.

Fátima e Garabandal[editar | editar código-fonte]

A relação entre as aparições de Fátima e as aparições de Garabandal foi explicada por Dom João Pereira Venâncio, Bispo de Leiria e Fátima, o qual testemunhou:

Padre Pio e Garabandal[editar | editar código-fonte]

Entre os defensores das aparições e mensagens de Garabandal contaram-se nomes importantes no seio da Igreja Católica como os de Madre Teresa de Calcutá e Padre Pio de Pietrelcina. Madre Teresa foi madrinha de batismo de um dos filhos de Conchita. No caso do santo estigmatizado italiano, é-lhe publicamente conhecida uma carta de encorajamento e apelo às meninas videntes de Garabandal datada de 3 de março de 1962 e escrita pelo seu próprio punho:

Referências

Leituras recomendadas[editar | editar código-fonte]

  • Padre Eusébio Garcia de Pesquera; Subiu depressa à Montanha - As aparições de Garabandal (1º Volume). Requião: Edições Boa Nova.
  • Padre Eusébio Garcia de Pesquera; Subiu depressa à Montanha - As aparições de Garabandal (2º Volume). Requião: Edições Boa Nova.
  • Padre Eusébio Garcia de Pesquera; Subiu depressa à Montanha - As aparições de Garabandal (3º Volume). Requião: Edições Boa Nova.
  • Associação Cultural Tudo Instaurar em Cristo; As aparições e mensagens de Garabandal vistas à luz dos nossos tempos. Mem Martins: A.C.T.I.C., 1996.
  • Revista Garabandal (versão em português) - Edição do Apostolado de Garabandal em Portugal
  • Garabandal, um chamamento urgente à conversão - Edição do Apostolado de Garabandal em Portugal

Ver também[editar | editar código-fonte]

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre San Sebastián de Garabandal

Ligações externas[editar | editar código-fonte]