Argumentum ad crumenam

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O apelo à riqueza (idolatria) é uma expressão latina: argumentum ad crumenam, que consiste na tendencia de darem razão ao mais privilegiado, também chamado de argumento da bolsa, é uma falácia que se usa da superioridade monetária de um argumentador para defender uma ideia sem antes prestar argumentos válidos sobre essa.[1][2]. O oposto dessa falácia é o argumentum ad lazarum ou apelo à pobreza.

Uso do apelo à riqueza[editar | editar código-fonte]

O apelo à riqueza é a técnica de criar ou aproveitar-se de falhas perceptivas, considerando somente o fato de o argumentador ser mais rico, mais bonito ou mais famoso para dar-lhe razão às suas ideias e argumentos. Essa falácia pode ser usada somente estimulando-se a percepção de que o argumentador é rico, tal julgamento preconceituoso e estúpido é motivado ao se aproveitar da idolatria à riqueza, fama ou beleza estética. A validação de um argumento através do apelo à riqueza também pode ser dedutiva, nesse caso, o próprio receptor levará em consideração a estrutura financeira do argumentador. Ela pode não apenas se referir a status de pessoas que puderam gastar mais, ou que são mais belas ou mais famosas, por exemplo, quando o argumentador demonstra que se graduou em uma universidade muito cara, renomada ou estrangeira. Também refere-se a empresas, quando alguém decide pela compra de um determinado produto, considerando como fator primordial apenas a marca ou que a empresa seja renomada, que tenha a infraestrutura mais sofisticada, que tenha os produtos assinados por renomados designers estrangeiros, ou que tenha a publicidade realizada por ídolos do esporte ou da mídia.

Estrutura lógica[editar | editar código-fonte]

A é rico
A defende B
Logo, B é verdadeiro

Em que:

A é o argumentador
B é a ideia defendida pelo argumentador

Exemplos[editar | editar código-fonte]

  • Se você é esperto, por que não é rico?
  • Um milionário disse que se deve reduzir a população mundial em 80%, logo, devemos seguir a sua ideia.
  • Você pode até criticar esse refrigerante, mas ele lucra milhões de reais a mais do que esse outro, logo, o primeiro refrigerante é o melhor.
  • O meu tênis é mais caro que o seu, por isso, ele é muito mais confortável.
  • Esse computador é mais caro, logo, é o mais adequado às minhas necessidades.
  • Esse aparelho é mais caro, logo, oferecer-me-á mais funções.
  • A mensalidade da escola em que meu filho estuda custa o dobro da sua, logo, ele terá uma formação melhor.
  • As pessoas que frequentam essa igreja são mais importantes, portanto, os ensinamentos cristãos praticados por eles devem ser os mais corretos.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Leônidas Hegenberg; Flávio E. Novaes Hegenberg (2009). Argumentar. Editora E-papers. p. 376. ISBN 978-85-7650-224-1.
  2. Laurence Sterne. The Life and Opinions of Tristram Shandy, Gentleman. Everyman's library: New York, 1991.
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