Aquis Querquennis

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Aquis Querquennis
A Cidá
Aquis Querquennis
Vista geral de Aquis Querquennis
Localização atual
País Galícia
Dados históricos
Fundação c. 75 a.D.
Abandono c. 150 a.D,
Romana
Notas
Acesso público Sim

Aquis Querquennis, conhecido popularmente como A Cidá, foi um acampamento romano situado na paróquia de Os Baños no concelho ourensino de Bande, na Galiza, e ocupado entre o último quartel do século I e meados do século II. Provavelmente foi construído para vigiar a Via XVIII ou Via Nova, que comunicava Bracara Augusta e Astúrica Augusta. As primeiras escavações arqueológicas realizou-nas Florentino López Cuevillas na década de 1920. Em 1947 foi anegado pela barragem das Conchas, de Unión Fenosa. Esta empresa autorizou as escavações a partir de 1975. Antonio Rodríguez Colmenero dirigiu-as durante quase vinte anos, centrando-se especialmente no quadrante Noroeste.[1]

Descrição do sítio[editar | editar código-fonte]

O acampamento, que ocupava 3 hectares, é o clássico com forma retangular, muralha com esquinas arredondadas e torres defensivas quadrangulares entre as portas e nas esquinas. A muralha foi levantada com perpianhos pequenos de granito (opus vittattum), tem 3,20 m de largura e estava rematada por ameias semicilíndricas; dela sobressaem as torres uns 10 cm. para o exterior e 30 cm. para o interior. O fosso exterior tem forma de V, 4 m. de largura e 3 de fundo. Contava com quatro portas monumentais, das que se escavaram a principal esquerda (principalis sinistra) e a decúmana. A primeira contava com uma via de 4 m. de largura com duas faixas separadas por dois grandes esteios; a segunda é semelhante, mas com uma única abertura. A muralha está separada das construções do interior por um intervalo (intervallum) de 11 m. de largura.[2]

Outra vista geral do campamento

Acharam-se três construções para a tropa consistentes em alinhamentos enfrontados em torno a um pátio central com uma cisterna para juntar a água da chuva. As estâncias são de terra batida, medem 3x3m. divididas em duas partes e contam com lareiras e portas que miram para Sul. Em cada uma podiam viver oito soldados. Há dois celeiros retangulares que se elevam sobre linhas de esteios de pedra e estão delimitados por muros grossos com contrafortes externos. Pensa-se que a coberta era abobadada por estes contrafortes. Um edifício de planta quase quadrada pôde ser o hospital (valetudinário); consiste em várias estâncias quadradas arredor dum pátio central (implúvio). É possível que este pátio contasse com um peristilo de colunas de madeira assentes sobre um muro baixo de pedra.

O edifício central, que seria o quartel geral (principia) tem planta retangular (34,8 m. de fachada x 32,1 m. de fundo) e consiste em um vestíbulo flanqueado por deambulatórios cobertos e abertos à fachada. Na continuação há um pátio retangular grande com peristilos em três dos lados. Há uma basílica à qual se acede por uma entrada central grande e duas laterais mais estreitas. No fundo estaria a área sacro-administrativa, o templo oficial do estabelecimento militar, em cujo centro está o aedes rodeado de cinco estâncias, duas pelo Norte e três pelo Sul, que puderam ser o tabulário ou arquivo. Este edifício tem o chão de argila, exceto o aedes e os quartos que o rodeiam, que são de areia grossa.

Não se sabe que unidade militar ocupava Aquis Querquennis, mas pôde ser a coorte I Gallaica, destacamento misto de infantaria e cavalaria.

Referências

  1. editado por Norbert Hanel,Ángel Morillo Cerdán,Esperanza Martín Hernández (2009). Limes XX: Estudios sobre la frontera romana (Roman frontier studies). [S.l.]: Ed.Polifemo. 528 páginas. ISBN 978-84-96813-25-0 GB 
  2. Antonio Rodríguez Colmenero, Santiago Ferrer Sierra (2006). Excavaciones arqueológicas en Aquis Querquennis: Actuaciones en el campamento romano (1975-2005). [S.l.]: Grupo Arqueolóxico Larouco. 633 páginas. ISBN 9788461139736 GB 
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