Araçari-banana

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(Pteroglossus bailloni)
Fotografia do araçari-banana (Pteroglossus bailloni).
Fotografia do araçari-banana (Pteroglossus bailloni).
Ilustração do araçari-banana (Pteroglossus bailloni) feita por John Gould; retirada da obra Monographie der Ramphastiden oder Tukanartigen Voegel (século XIX).
Ilustração do araçari-banana (Pteroglossus bailloni) feita por John Gould; retirada da obra Monographie der Ramphastiden oder Tukanartigen Voegel (século XIX).
Estado de conservação
Quase ameaçada
Quase ameaçada (IUCN 3.1)
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Sub-reino: Metazoa
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Infrafilo: Gnathostomata
Superclasse: Tetrapoda
Classe: Aves
Subclasse: Neognathae
Ordem: Piciformes
Família: Ramphastidae
Género: Pteroglossus
Espécie: P. bailloni
Nome binomial
Pteroglossus bailloni
(Vieillot, 1819)
Fotografia da cabeça do araçari-banana (Pteroglossus bailloni), mostrando seu bico.
Distribuição geográfica

Sinónimos
Baillonius bailloni[1][2]

O araçari-banana[3] [1][4], ou araçari-branco[5] (Pteroglossus bailloni), é uma espécie de ave da família Ramphastidae. Foi classificado originalmente no gênero Ramphastos, por Louis Jean Pierre Vieillot, em 1819, homenageando o zoólogo francês Louis Antoine François Baillon. Também foi colocado no gênero Andigena por algumas autoridades científicas e, durante o século XX, no gênero monotípico Baillonius; mas Kimura et al. (em 2004) foi capaz de determinar que o araçari-banana pertence ao gênero Pteroglossus, junto com as outras espécies de araçaris.[6][7][8] É encontrado na região sudeste do Brasil (Mata Atlântica) até a região sul, norte da Argentina e leste do Paraguai.[1]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O araçari-banana não apresenta grande dimorfismo sexual, mas as cores do macho são mais vistosas. É inconfundível em sua coloração, sendo facilmente identificável por ser amarelo-açafrão, por baixo, e verde-oliva, por cima; apresentando manchas características de cor vermelha ao redor dos olhos e na base de seu bico azul acinzentado, cuja extremidade é verde-amarelada. Mede entre 35 a 39 centímetros de comprimento.[1][2][4][9]

Nidificação e comportamento nupcial[editar | editar código-fonte]

Sua biologia reprodutiva é pouco conhecida, mas fêmeas constroem seus ninhos em cavidades ou buracos de árvores, até mesmo aproveitando os ninhos de pica-paus, ou em cupinzeiros; onde colocam de dois a quatro ovos. Antes, durante as cerimônias pré-cópula, o macho presenteia a fêmea com alimentos, com o cuidado parental dos filhotes realizado por ambos os sexos.[4]

Habitat, distribuição e alimentação[editar | editar código-fonte]

Pteroglossus bailloni é encontrado em habitat de florestas tropicais pluviais, nas matas que vão do nível médio do mar até as regiões montanhosas (como em Itatiaia) e que apresentem pouca fragmentação florestal; frequentemente em grupos de quatro a sete indivíduos; indo, a sua distribuição geográfica, do sudeste e sul do Brasil, entre o Espírito Santo e Minas Gerais, até o Rio Grande do Sul (com registro de sua presença em Pernambuco), norte da Argentina (Misiones) e leste do Paraguai. Sua alimentação consiste de frutos, sobretudo de palmeira Içara (Euterpe) ou de plantas de Cecropia, Ficus, Sloanea e Nectandra; ou de insetos, além de comer os ovos e filhotes de outras aves, cujos ninhos costumam atacar.[1][4][10]

Vocalização[editar | editar código-fonte]

Segundo Helmut Sick, sua vocalização difere da de outras espécies de araçari: "pre-tet", "psett-psett...", às vezes acelerado; "spitz-spitz"; "tzä-tzä-tzä" (voando) e assovios melodiosos, "gui-gui-gui", que poderiam pertencer a um pica-pau do gênero Celeus.[1]

Conservação[editar | editar código-fonte]

De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), no Brasil existe um comércio ilegal dessas aves em gaiolas, com caça e perda significativa de seu habitat por desmatamento. As florestas montanhosas sofreram menos destruição do que as florestas de planície, mas as florestas isoladas no norte de sua área de distribuição foram reduzidas pela expansão de pastagens e cultivo, com incêndios se espalhando nestas áreas. Na Argentina, o comércio e a caça são aparentemente menores, mas ainda são caçados no Paraguai.[6]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f SICK, Helmut (1997). Ornitologia Brasileira 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 501. 912 páginas 
  2. a b SOUZA, Deodato (1987). Aves do Brasil. Vis mea in labore, volume 6. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Limitada. p. 92. 160 páginas 
  3. «Os Nomes Portugueses das Aves do Mundo» (PDF). europa.eu. 20 de junho de 2021. Consultado em 14 de julho de 2023 
  4. a b c d «Araçari-banana». WikiAves. 1 páginas. Consultado em 21 de setembro de 2018 
  5. «araçari» (em inglês). Michaelis On-line - Uol. 1 páginas. Consultado em 4 de abril de 2020. 5 Ave de regiões montanhosas (Baillonius bailloni), da família dos ranfastídeos, que habita o Norte do Brasil, com cerca de 30 cm de comprimento, de plumagem amarelada e bico oliváceo com a parte inferior vermelha; araçari-banana, araçari-branco. 
  6. a b BirdLife International (2016). «Pteroglossus bailloni» (em inglês). IUCN. 1 páginas. Consultado em 21 de setembro de 2018 
  7. «Proposal (#151) to South American Classification Committee: Merge Baillonius into Pteroglossus» (em inglês). Web Archive - Internet Archive. 1 páginas. Consultado em 21 de setembro de 2018 
  8. «Collections ornithologiques / Musée George-Sand et de la Vallée noire» (em francês). Les Cahiers naturalistes. 1 páginas. Consultado em 21 de setembro de 2018 
  9. Ferreira, Eduardo Augusto (25 de outubro de 2015). «Araçari banana (Pteroglossus bailloni. Flickr. 1 páginas. Consultado em 21 de setembro de 2018 
  10. DEVELEY, Pedro F.; ENDRIGO, Edson (2004). Aves da Grande São Paulo. Guia de Campo. São Paulo: Aves e Fotos Editora. p. 101. 298 páginas. ISBN 85-98153-01-X 
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