Arctotherium

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Arctotherium
Intervalo temporal: Pleistoceno superior-Holoceno inferior (Uquian-Lujanian) ~2,588–0,010 Ma
Representação artística de A. bonariense
Classificação científica e
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Ursidae
Subfamília: Tremarctinae
Gênero: Arctotherium
Bravard 1857
Species
  • A. angustidens Gervais & Ameghino 1880
  • A. bonariense Gervais 1852 (tipo)
  • A. tarijense Ameghino 1902
  • A. vetustum Ameghino 1885
  • A. wingei Ameghino 1902
Sinónimos

Arctotherium ("urso besta") é um gênero extinto de ursos-de-face-curta do Pleistoceno Sul-americano dentro da família Ursidae.[1] Seus ancestrais migraram da América do Norte para a América do Sul durante o Grande Intercâmbio Americano, após a formação do istmo do Panamá durante o Plioceno tardio. Os mais antigos vestígios confirmados datados são os de A. angustidens de Buenos Aires, Argentina, datando do Ensenadano, 1,76 a 0,98 Ma de idade, dentro do Pleistoceno[1] com um dente possivelmente pertencente ao Arctotherium datando de cerca de 2.588 Ma. Eles são geneticamente mais próximos do urso-dos-andes (Tremarctos ornatus ), do que dos grandes Arctodus da América do Norte, implicando que as duas formas extintas evoluíram de grande porte de forma convergente, talvez para roubas carcaças de outros carnívoros menores, um hábito denominado cleptoparasitismo.[2] A espécie mais ao norte, A. wingei, conhecida da Bolívia até a Venezuela na América do Sul,[1] invadiu a América Central e chegou até o Yucatán.[3]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Arctotherium foi nomeado por Hermann Burmeister em 1879. Um espécime de A. angustidens de Buenos Aires mostra um indivíduo com peso estimado entre 983 e 2.042kg embora os autores considerem o limite superior como improvável e digam que valores entre 1.588 e 1.749kg são mais plausíveis. Uma altura estimada em pé para essa mesma espécie é de 3,4 - 4,3 m. Isso faria o gênero o maior gênero de urso já encontrado e um candidato ao maior mamífero terrestre carnívoro conhecido.[4]

Seu grande tamanho foi atribuído ao aumento da competição de outros carnívoros que chegaram mais tarde na América do Sul, como as onças-pintadas ou os Smilodon, ou que evoluíram no continente, como o Protocyon.[4] Os carnívoros norte-americanos que invadiram a América do Sul, incluindo os ursos-de-face-curta e Smilodon, provavelmente dominaram rapidamente os nichos predatórios anteriormente ocupados pelos grupos sul-americanos nativos, como os sparassodontes e as aves da família Phorusrhacidae.[5]

Há evidências que sugerem que Arctotherium dormia em tocas.[6]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Fósseis de Arctotherium foram encontrados em: [7]

Blancan
Quaternário

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c Soibelzon, L.H.; Tonni, E.P.; Bond, M. (2005). «The fossil record of South American short-faced bears (Ursidae, Tremarctinae)». Journal of South American Earth Sciences. 20 (1–2): 105–113. Bibcode:2005JSAES..20..105S. doi:10.1016/j.jsames.2005.07.005. Consultado em 21 de fevereiro de 2019 
  2. Mitchell, K. J.; Bray, S. C.; Bover, .; Soibelzon, L.; Schubert, B. W.; Prevosti, F.; Prieto, A.; Martin, F.; Austin & Alan Cooper, J. J. (2016). «Ancient mitochondrial DNA reveals convergent evolution of giant short-faced bears (Tremarctinae) in North and South America». Biology Letters. 12. 20160062 páginas. PMC 4881349Acessível livremente. PMID 27095265. doi:10.1098/rsbl.2016.0062 
  3. a b Schubert, B. W.; Chatters, J. C.; Arroyo-Cabrales, J.; Samuels, J. X.; Soibelzon, L. H.; Prevosti, F. J.; Widga, C.; Nava, A.; Rissolo, D. (2019). «Yucatán carnivorans shed light on the Great American Biotic Interchange». Biology Letters. 15. 20190148 páginas. PMC 6548739Acessível livremente. PMID 31039726. doi:10.1098/rsbl.2019.0148. 20190148 
  4. a b Soibelzon, L.H.; Schubert, B.W. (2011). «The Largest Known Bear, Arctotherium angustidens, from the Early Pleistocene Pampean Region of Argentina: With a Discussion of Size and Diet Trends in Bears». Journal of Paleontology. 85: 69–75. CiteSeerX 10.1.1.870.2014Acessível livremente. doi:10.1666/10-037.1 
  5. Prevosti, Francisco J.; Forasiepi, Analía; Zimicz, Natalia (março de 2013). «The Evolution of the Cenozoic Terrestrial Mammalian Predator Guild in South America: Competition or Replacement?». Journal of Mammalian Evolution (em inglês) (1): 3–21. ISSN 1064-7554. doi:10.1007/s10914-011-9175-9. Consultado em 17 de setembro de 2021 
  6. Soibelzon, Leopoldo H.; Pomi, Lucas H.; Tonni, Eduardo P.; Rodriguez, Sergio; Dondas, Alejandro (setembro de 2009). «First report of a South American short-faced bears' den ( Arctotherium angustidens ): palaeobiological and palaeoecological implications». Alcheringa: An Australasian Journal of Palaeontology (em inglês) (3): 211–222. ISSN 0311-5518. doi:10.1080/03115510902844418. Consultado em 17 de setembro de 2021 
  7. Arctotherium at Fossilworks.org
  8. Soibelzon, L.H.; Romero, M.R.; Huziel Aguilar, D.; Tartarini, V.B. (2008). «A Blancan (Pliocene) short-faced bear from El Salvador and its implications for Tremarctines in South America». Neues Jahrbuch für Geologie und Paläontologie, Abhandlungen. 250: 1–8. doi:10.1127/0077-7749/2008/0250-0001. Consultado em 21 de fevereiro de 2019 
  9. Prevosti, F.J.; Soibelzon, L.H.; Prieto, A.; San Román, M.; Morello, F. (2003). «The Southernmost bear: Pararctotherium (Carnivora, Ursidae, Tremarctinae) in the latest Pleistocene of Southern Patagonia, Chile». Journal of Vertebrate Paleontology. 23: 709–712. doi:10.1671/0272-4634(2003)023[0709:TSBPCU]2.0.CO;2. Consultado em 21 de fevereiro de 2019 
  10. Soibelzon, L.H.; Rincón, A.D. (2007). «The fossil record of the short-faced bears (Ursidae, Tremarctinae) from Venezuela. Systematic, biogeographic, and paleoecological implications». Neues Jahrbuch für Geologie und Paläontologie, Abhandlungen. 244: 287–298. CiteSeerX 10.1.1.827.6635Acessível livremente. doi:10.1127/0077-7749/2007/0244-0287 
  11. Soibelzon, Leopoldo (2004). «Revisión sistemática de los Tremarctinae (Carnivora, Ursidae) fósiles de América del Sur». Revista del Museo Argentino de Ciencias Naturales nueva serie (1): 105–131. ISSN 1853-0400. Consultado em 17 de setembro de 2021