Arimã

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Arimã
Deus da escuridão, da destruição, do mal e da desordem

Arimã sendo morto por Faramarze segundo iluminura da Épica dos Reis de Ferdusi
Outro(s) nome(s) Angra Maniu, Aramane
Pais Zurvan
Irmão(s) Aúra-Masda

Angra Mainiu, Ahriman,[1] Arimã[2] ou Arimane ( / ul ŋ r ə m aɪ nj u / ; avéstico: 𐬀𐬢𐬭𐬀⸱𐬨𐬀𐬌𐬥𐬌𐬌𐬎) é o deus da escuridão, da destruição, da morte, do mal e da desordem para os seguidores do zoroastrismo. Em oposição a seu irmão gêmeo, Aúra-Masda, Arimã deseja levar os homens à devassidão e corrupção. Ele é o senhor das trevas que cega os homens que buscam a verdadeira visão —seus métodos são vis e enganadores, ele corrompe os homens com desejos que os desviam da "trilha verdadeira". Ele é o senhor de todos os Devas (deuses malignos), e os utiliza em todos os seus propósitos malignos.

Mito[editar | editar código-fonte]

Angra Mainiu e Aúra-Masda eram filhos de Zurvan (o Tempo), que tinha características tanto masculinas quanto femininas. Zurvan disse que o primogênito dos dois seria o mais forte, o que levou Angra Mainiu a sair primeiro do ventre de Zurvan. Por isso, Zurvan profetizou que o poder de Angra Mainiu duraria mil anos, após o que seu império do mal seria destruído.[1]

Imagem[editar | editar código-fonte]

Rudolf Steiner, que fundou a antroposofia do movimento espiritual esotérico, usou o conceito de Arimã para citar uma das duas forças extremas que afastam a humanidade da influência centralizadora de Cristo. Steiner associou Arimã, o espírito inferior, ao materialismo, à ciência, à hereditariedade, à objetividade e ao endurecimento da alma. Ele achava que o cristianismo contemporâneo estava sujeito à influência arimânica, pois tendia a interpretações materialistas. Steiner previu que Arimã, como um Ser suprassensível, encarnaria em uma forma terrena, "algum tempo depois de nossa atual existência terrena, de fato no terceiro milênio pós-cristão".[3]

Arquétipo do mal[editar | editar código-fonte]

Arimã ou Arimane é um arquétipo mitológico semelhante ao Satã judaico-cristão, mas não se sabe se este deriva de Arimã, ou se ocorre o contrário. Embora o antropólogo Joseph Campbell afirme que o zoroastrismo foi o primeiro monoteísmo ortodoxo amplamente aceito, pois foi a primeira grande doutrina monoteísta a ser adotada oficialmente por um grande império de influência mundial: o Império Aquemênida (o cristianismo e o islamismo só seriam adotados por grandes impérios bem depois, com o Império Romano e o Império Islâmico, respectivamente). Os Zoroastristas acreditavam que não existia deus se não Aúra-Masda. Indiferentemente da origem, Arimã representa o lado sombrio da alma de todos os homens, o ego que os guia a prazeres fúteis e os afasta de tudo o que é bom.

Referências

  1. a b WILKINSON, P. O livro ilustrado da mitologia: lendas e história fabulosas sobre grandes heróis e deuses do mundo inteiro. Tradução de Beth Vieira. 2ª edição. São Paulo. Publifolha. 2002. p. 26.
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. '986. p. 163.
  3. STEINER, Rudolph. The Ahrimanic Deception - Lecture given by Rudolf Steiner in Zurich October 27th, 1919, Spring Valley, Nova York: Anthroposophic Press. 1985, p. 6.
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