Armação Ilimitada

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Armação ilimitada)
Armação Ilimitada
Armação Ilimitada
Logotipo do programa
Informação geral
Formato
Género Comédia
Ação
Aventura
Musical
Criador(es) Kadu Moliterno
André de Biase
Daniel Filho
Elenco Kadu Moliterno
André de Biase
Andréa Beltrão
Jonas Torres
Paulo José
Francisco Milani
Catarina Abdala
Nara Gil
País de origem  Brasil
Idioma original português
Temporadas 4
Produção
Diretor(es) Guel Arraes
Tema de abertura "Say what you will", Fastway
Tema de encerramento "Tema de Armação Ilimitada", composta e executada por Ari Mendes
Exibição
Emissora original Brasil Rede Globo
Transmissão original 17 de maio de 1985 – 8 de dezembro de 1988
Cronologia
Juba & Lula

Armação Ilimitada foi um série de televisão brasileira, voltado para o público adolescente da Rede Globo, exibida às sextas-feira às 21h20min, entre 1985 e 1988, e que misturava aventura e esportes além de outros temas típicos da Zona Sul do Rio de Janeiro.

A série integrava a faixa de programação Sexta Super, sendo exibida uma vez por mês em seu primeiro ano, e quinzenalmente a partir do segundo ano, em episódios de 45 minutos de duração.

Em 1989 a série foi sucedido por Juba & Lula, de curta duração.

A série também ganhou uma adaptação em quadrinhosː Juba & Lula em dois álbuns Operação Super-Homem (1988) e Uma Aventura na Amazônia (1989) produzidos pelo escritor Régis Rocha Moreira (que era um dos roteiristas do spin-off de 1989) e ao desenhista Hector Gómez Alisio lançados respectivamente em 1988 e 1989. Porém, embora o título da série fosse "Juba & Lula", não havia referência direta à série de TV, com os personagens sendo parte de uma organização não relacionada à "empresa" Armação Ilimitada e nem a participação de outros personagens da série.[1][2][3]

Personagens[editar | editar código-fonte]

  • Juba (Kadu Moliterno) & Lula (André de Biase) - Dois amigos jovens que vivem juntos na Zona Sul carioca e têm uma pequena empresa de prestação de serviços, a Armação Ilimitada. Dentre as atividades a que se dedicam estão mergulho, pilotagem, competições esportivas e até mesmo trabalhar como dublês de filmes.
  • Zelda Scott (Andréa Beltrão) - filha do exilado político (Paulo José) e estagiária do jornal Correio do Crepúsculo, começa a ter uma relação amorosa com Juba e Lula, formando um triângulo amoroso nunca solucionado porque a moça não vê problema nenhum em amar os dois ao mesmo tempo.
  • Bacana (Jonas Torres) - um órfão muito esperto que se une a Juba, Lula e Zelda.
  • Chefe de Zelda (Francisco Milani) - Chamado apenas de "Chefe", o editor do Correio do Crepúsculo aparecia sempre caricaturizado de acordo com o que Zelda se referia a ele, sempre de maneira literal. Por exemplo, quando dizia que despachava os assuntos do jornal, aparecia num ritual de candomblé. Se ela o chamasse de nazista, ele aparecia vestido de Hitler, falando alemão e fazendo os gestuais.
  • Ronalda Cristina (Catarina Abdala) - melhor amiga de Zelda, e como esta mesma dizia, era a "rainha do último grito", ou seja, sempre aderia incondicionalmente à moda do momento.
  • Black Boy (Nara Gil) - DJ que narrava os acontecimentos direto de um estúdio de rádio.

Produção[editar | editar código-fonte]

O projeto foi concebido a partir de um esboço feito por Kadu Moliterno e André De Biase, que haviam trabalhado juntos na telenovela Partido Alto em 1984. A ideia foi concretizada por Daniel Filho, que apostou e investiu no seriado de aventuras apresentado em ritmo de videoclipes. Para escrever foram chamados Euclydes Marinho, Antônio Calmon, Nelson Motta e Patrícya Travassos.[4] As contribuições de Travassos vieram na maior parte de um roteiro rejeitado de um filme que estrelaria a banda Blitz,[5] cujo líder Evandro Mesquita participou de alguns episódios da série.[6]

Cada episódio demorava doze dias para ser produzido, sob um orçamento modesto, aproveitando um estúdio abandonado da Globo para fazer a casa de Juba e Lula e tendo o carro usado para buscar locações também aparecer em cena dirigido pela dupla. Ocasionalmente haviam até citações no texto aos recursos limitados, com a dupla se dirigindo ao espectador para parar cenas de ação, informando que elas não caberiam no orçamento. O seriado inovou em diversos aspectos, tanto no texto como nas imagens. Os episódios eram narrados por Black Boy (Nara Gil), um DJ que tocava músicas e, ao mesmo tempo narrava e comentava as tramas, num cenário de estúdio radiofônico, provavelmente inspirado em personagem do filme The Warriors de 1979. A trilha sonora, creditada a Ari Mendes, tem o riff de guitarra na abertura retirado quase que integralmente da música "Say What You Will", da banda Fastway, em seu primeiro disco, de 1983, e várias bandas do rock brasileiro, como Ultraje a Rigor e Gang 90 e as Absurdettes.[7]

Exibição[editar | editar código-fonte]

Desde o seu término, a série já foi reexibida várias vezes: em 1988, com alguns episódios exibidos na Sessão Aventura; e entre julho e agosto de 1990, como uma das atrações do Festival 25 Anos; em 1997, quando a Globo perdeu os direitos dos jogos de futebol para o SBT e preencheu as tardes de domingo com reprises de programas antigos; e em 2005, em comemoração aos 40 anos da Rede Globo, no canal a cabo Multishow (de janeiro a abril de 2005, foram reapresentados os três primeiros anos da série, na íntegra). No início de 2011 começou a ser exibida em algumas afiliadas (ex.: TV Tribuna Santos).

Foi reexibida pelo Canal Viva de 1 de maio a 4 de setembro de 2011, substituindo A Justiceira e sendo substituída por O Quinto dos Infernos,[8] e novamente de 2 de abril a 27 de junho de 2012.

DVD[editar | editar código-fonte]

Em agosto de 2007 foi lançado um box com 2 DVDs dos melhores episódios pela Som Livre.[9]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

A série recebeu em 1985 o Prêmio Ondas, concedido pela Sociedade Espanhola de Radiodifusão,[10] considerado o Oscar televisivo da Europa.[11]

Referências

  1. «Juba & Lula - Operação Super-Homem». Universo HQ. 22 de fevereiro de 2013 
  2. Goida; Kleinert, André (2011). Enciclopédia dos Quadrinhos 2 ed. Porto Alegre: L&PM. p. 27. ISBN 978-85-254-2451-8 
  3. Cruz, Gutemberg (2022). Grande Dicionário do Quadrinho Brasileiro 1 ed. São Paulo: Noir. p. 185. ISBN 978-65-89482-13-0 
  4. Armação Ilimitada deixou saudade
  5. Alexandre, Ricardo. Dias de Luta: O Rock e o Brasil dos anos 80. [S.l.: s.n.] pp. 265–66. ISBN 9788560171811 
  6. Evandro Mesquita revela que não tinha dublê em Armação Ilimitada: “tomei dois sacos de sangue”, Banda B
  7. Bastidores - Armação Ilimitada
  8. «'Armação ilimitada' será reprisada no Canal Viva em maio». G1. 29 de abril de 2011. Consultado em 29 de novembro de 2016 
  9. «Para matar as saudades: 'Armação Ilimitada' sai em DVD». G1. 11 de agosto de 2007. Consultado em 29 de novembro de 2016 
  10. [1] Visitado em 15 abril 2011.
  11. Memorial Globo Arquivado em 23 de novembro de 2011, no Wayback Machine.. Visitado em 15 abril 2011

Ligações externas[editar | editar código-fonte]