Ataque em Mogadíscio em outubro de 2017

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Atentado de Mogadíscio de outubro de 2017

Mapa

Mogadíscio (Somália)
Local Mogadíscio, Somália
Coordenadas 2° 1' 57.12" N 45° 18' 16" E
Data 14 de outubro de 2017 (UTC+03:00)
Tipo de ataque Caminhão-bomba
Mortes 587[1]
Feridos 316[2]
Responsável(is) Al-Shabaab

O ataque em Mogadíscio em outubro de 2017 foi uma enorme explosão causada por um caminhão-bomba ocorrido em Mogadíscio, capital da Somália, que deixou ao menos 587 mortos e centenas de feridos no dia 14 de outubro.[3][4][5]

Embora nenhum grupo tenha assumido responsabilidade,[6][7][8][9] as autoridades senegalesas acreditam que o ataque foi feito por uma célula do grupo al-Shabaab, por conta da prisão de um membro-chave enquanto dirigia um segundo veículo repleto de explosivos para a cidade no dia da explosão.

Em resposta aos atentados, o presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed declarou três dias de luto.

Pano de fundo[editar | editar código-fonte]

Durante o verão de 2011, a região da África Oriental enfrentou uma seca e houve escassez de alimentos, particularmente na região Somali, forçando dezenas de milhares de pessoas a atravessar a fronteira da Etiópia e do Quênia para se refugiarem.[10] O grupo Al-Shabaab ameaçou expulsar os grupos de ajuda que estavam trabalhando na área, ao que as tropas da AMISOM da União Africana entraram em ação para expulsar os guerrilheiros do Al-Shabaab da região.[11][12]

Em julho de 2010, o Al-Shabaab também assumiu a responsabilidade por um atentado em Kampala, Uganda, em retaliação ao apoio e presença de Uganda na AMISOM.[13]

Ataque[editar | editar código-fonte]

Em 14 de outubro de 2017, um caminhão cheio de explosivos foi detonado perto do Safari Hotel no distrito de Hodan.[14] Fontes próximas ao governo disseram que o caminhão continha uma mistura de explosivos de uso militar e explosivos caseiros. O caminhão tinha sido detido brevemente em um posto de controle, mas foi autorizado a prosseguir depois das autoridades locais o liberarem; em seguida, foi parado por agentes de segurança enquanto estava preso no congestionamento. Quando estava prestes a ser revistado, o motorista acelerou e colidiu com uma barreira, e o caminhão explodiu. Acredita-se que o alvo era um ministério do governo. O ataque foi agravado por um caminhão de combustível que estava estacionado próximo e pegou fogo na explosão. O prédio do Safari Hotel entrou em colapso, prendendo muitas pessoas sob seus escombros, e a construção da embaixada do Catar foi severamente danificada.

Um segundo caminhão-bomba também explodiu no mesmo dia, matando duas pessoas no distrito de Madina. Mais um veículo bomba foi interceptado e parado.

Reações[editar | editar código-fonte]

Internas[editar | editar código-fonte]

  •  Somália: Conforme o número de mortes foi aumentando no domingo, o presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, declarou três dias de luto nacional. Ele doou sangue para as vítimas e pediu a seus concidadãos para fazer o mesmo. "Os ataques terríveis de hoje provam que nada trava nosso inimigo na tentativa de causar dor e sofrimento ao nosso povo. Vamos unir contra o terrorismo," disse Mohamed no Twitter.[15] "Momento de se unir e orar juntos. O Terror não vai ganhar."[16]

Internacionais[editar | editar código-fonte]

  •  Brasil: O Ministério das Relações Exteriores expressou, por meio de uma nota, que "o Governo brasileiro condena o atentado terrorista" e que "ao transmitir sua solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao Governo da Somália, o Brasil reafirma seu repúdio a todos os atos terroristas, quaisquer que sejam suas motivações, e reitera seu apoio aos esforços de consolidação das instituições somalis".[17]
  •  Reino Unido: O ministro dos negócios estrangeiros britânico, Boris Johnson, disse que o Reino Unido "condena nos termos mais fortes os covardes ataques em Mogadíscio, que tiraram tantas vidas inocentes".
  •  Estados Unidos: O Departamento de Estado expressou condolências às vítimas e desejos de uma rápida recuperação para os feridos. Os EUA chamam o ataque de "absurdo e covarde" e diz que ficará ao lado da Somália em sua luta contra o extremismo.[18]

Vítimas[editar | editar código-fonte]

Em 16 de outubro, pelo menos 512 pessoas foram mortas no atentado. O total de mortes pode nunca ser conhecido com certeza, pois os restos de muitas pessoas podem não ser encontrados devido ao intenso calor da explosão, e outros podem ter sido enterrados rapidamente por parentes seguindo o costume islâmico. Por volta de 160 corpos não puderam ser reconhecidos e foram enterrados pelo governo um dia após o atentado. Mais de uma centena de feridos foram levados para o hospital de Madina.

Referências

  1. «Committee: 587 dead in Oct 14 terror attack». Hiiraan Online. 5 de março de 2018. Consultado em 29 de dezembro de 2018. Cópia arquivada em 13 de março de 2018 
  2. «Un attentat en Somalie fait au moins 231 morts - Afrique» (em inglês). 15 de outubro de 2017. Consultado em 15 de outubro de 2017 
  3. Burke, Jason (16 de outubro de 2017). «Mogadishu bombing: al-Shabaab behind deadly blast, officials say» (em inglês). The Guardian. Consultado em 16 de outubro de 2017 
  4. «Somalia Declares Three Days of Mourning for Mogadishu Attack» (em inglês). Bloomberg. Consultado em 15 de outubro de 2017 
  5. «Hundreds dead in Mogadishu blast» (em inglês). BBC News. 15 de outubro de 2017. Consultado em 15 de outubro de 2017 
  6. «Somalia: At least 30 dead in Mogadishu blasts» (em inglês). BBC News. 14 de outubro de 2017. Consultado em 14 de outubro de 2017 
  7. Gayle, Damien (14 de outubro de 2017). «Somalia: deadly truck bombing in Mogadishu» (em inglês). The Guardian. ISSN 0261-3077. Consultado em 14 de outubro de 2017 
  8. Guled, Abdi (14 de outubro de 2017). «Blast rocks Somalia's capital; police say 20 dead» (em inglês). CTVNews. Consultado em 14 de outubro de 2017 
  9. «Somalia bomb attacks: Death toll rises to 85 in twin blasts in Mogadishu» (em inglês). The Independent. 15 de outubro de 2017 
  10. «Somalia fleeing to Kenya in large numbers» (em inglês). BBC News. 28 de junho de 2011. Consultado em 16 de outubro de 2017 
  11. Associated Press (29 de abril de 2013). «Famine Toll in 2011 Was Larger Than Previously Reported» (em inglês). New York Times. Consultado em 16 de outubro de 2017 
  12. Meleagrou-Hitchens, Alexander (26 de setembro de 2012). «Factors Responsible for Al-Shabab's Losses in Somalia» (em inglês). ctc.usma.edu. Consultado em 16 de outubro de 2017 
  13. Bariyo, Nicholas (12 de julho de 2010). «Deadly Blasts Rock Uganda's Capital» (em inglês). The Wall Street Journal. Consultado em 16 de outubro de 2017 
  14. «Truck Bomb Kills at Least 20 in Somalia's Capital» (em inglês). The New York Times. 14 de outubro de 2017. Consultado em 17 de outubro de 2017 
  15. Somalia, Villa (14 de outubro de 2017). «Pres Farmajo "Today's horrific attack proves our enemy would stop nothing to cause our people pain and suffering. Lets unite against terror.pic.twitter.com/YcMtV5TcOC» (em inglês). @TheVillaSomalia 
  16. Mohamed, Hussein; Schmitt, Eric; Ibrahim, Mohamed (15 de outubro de 2017). «Mogadishu Truck Bombings Are Deadliest Attack in Decades» (em inglês). The New York Times 
  17. «Atentado terrorista na Somália». Ministério das Relações Exteriores. Consultado em 21 de outubro de 2017 
  18. «The Latest: US calls Somalia attack 'senseless and cowardly'» (em inglês). ABC News