Azevedo Amaral

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Azevedo Amaral
Nome completo Antônio José Azevedo do Amaral
Outros nomes Azevedo Amaral
Nascimento 18 de março de 1881
Rio de Janeiro, Brasil
Morte 7 de novembro de 1942
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade  Brasil
Cidadania Brasileiro
Progenitores Mãe: Maria Francisca Alvares de Azevedo do Amaral
Pai: Angelo Thomaz do Amaral
Cônjuge Cecília Azevedo do Amaral
Ocupação escritor
jornalista
tradutor
Gênero literário crítica política
outros
Magnum opus "O Estado Autoritário e a Realidade Nacional", 1938
Religião Católico

Antônio José Azevedo do Amaral (Rio de Janeiro, 26 de março de 1881Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1942) [1] foi um escritor, jornalista e tradutor brasileiro.

Nacionalista e corporativista, defendia a intervenção estatal na economia e criticava o liberalismo, defendendo a implantação de um estado autoritário que prescrevesse a industrialização acelerada. Foi um dos ideólogos mais atuantes durante o Estado Novo até sua morte em 1942.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Formado em medicina, defendeu, em 1903, tese de doutoramento na Alemanha intitulada “Patogenia do Edema”. No ano seguinte foi para a Inglaterra, onde deslanchou em sua carreira jornalística, destacando-se como jornalista político ao manter, no Correio da Manhã, a coluna “Cartas de Londres”, mais tarde denominada “De Londres”.

Após 12 anos, regressou ao Brasil, onde fundou e colaborou com diversos veículos jornalísticos como “O País”, “O Dia”, “Correio da Manhã”, “O Jornal”, “Jornal do Brasil”, entre outros.[3] Foi fundador da revista Diretrizes, com Samuel Wainer, em 1938. No mesmo ano, por divergências políticas, rompeu a parceria e fundou a Revista Novas Diretrizes, mantendo as colunas que assinava na primeira: "A Política do Mês" e "Comentários Internacionais".[3]

Seu último artigo saiu publicado no Jornal do Brasil, às vésperas de sua morte, em 08/11/1942. [3]

Seus textos jornalísticos denunciavam tendências antissemitas, “sempre na perspectiva de anunciar o esfacelamento da nação através das forças do judaísmo”.[4]

Sua tese “O problema eugênico da imigração”, também apresentado por Oliveira Vianna,[3] gerou, à época, intensos debates, pois defendia a eugenia, com posicionamento racista,[5] tendo feito parte como um dos temas mais discutidos e polêmicos, do 1º Congresso Brasileiro de Eugenismo, realizado no Rio de Janeiro, em 1929.[6][7]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Ensaios Brasileiros. Ano: 1930.
  • O Estado Autoritário e a Realidade Nacional, 1938. Relançado pela UnB em 1981.
  • Getúlio Vargas, estadista, Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1941[9]

Artigos[editar | editar código-fonte]

  • O Brasil na Europa. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 27 de setembro de 1909, p. 1, 1º Caderno.
  • Um grande político. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 28 de novembro de 1909, p. 2, 1º Caderno.
  • A política londrina e os anarquistas – uma diligência sensacional – A Batalha de “Mile End” – Dois homens contra um exército – epílogo trágico. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 1911, p. 2, 1º Caderno.
  • O discurso do Sr. Pichon na Câmara Francesa – A atitude da França perante o acordo russo-alemão – Uma nova orientação na política européia – O fim das “ententes” de Eduardo VII. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 1911, p. 2, 1º Caderno.
  • A crise da Monarquia na Europa. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 02 de março de 1911, p. 2, 1º Caderno.
  • A nova phase da questão marroquina. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 06 de agosto de 1911, p. 1, 1º Caderno.
  • A Itália e a Tríplice Entente. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 24 de dezembro de 1911, p. 1, 1º Caderno.
  • Revelações sobre a contra revolução portuguesa. Uma conspiração internacional – banqueiros imperialistas e clericais reacionários. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 07 de janeiro de 1912, p. 2, 1º Caderno.
  • Jorge V na Índia’. Indus: diplomáticos (políticos); Maometanos: militaristas (horizonte intelectual acanhado). In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 14 de janeiro de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • A Alemanha e a África portuguesa – Confisco das colônias portuguesas pela Alemanha e Inglaterra devido às relações diplomáticas pautadas sob as relações econômicas. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 1912, p. 3, 1º Caderno.
  • As relações franco-espanholas e a situação interna da Espanha. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 1º de fevereiro de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • A expansão italiana no Mediterrâneo e o futuro da imigração italiana – movimento nacionalista impulsionando a Itália ao norte da África. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 04 de fevereiro de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • O negociador da paz anglo-alemã – Escolhido o ministro inglês (semi-alemão) para tentar acabar com a concorrência naval entre os dois países. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 1º de março de 1912, p. 2, 1º Caderno.
  • A Lei sobre blasfêmia na Inglaterra – Tolerância religiosa sustentada por uma antiga lei, ambígua, reflete a tradição inglesa de transformar o interior e conservar a aparência externa. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 03 de março de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • A morte do Conde Achrental – Primeiro ministro da Áustria, figura política mais brilhante da Europa contemporânea. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 21 de março de 1912, pp. 1 e 2, 1º Caderno.
  • A greve dos mineiros ingleses. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 28 de março de 1912, p. 2, 1º Caderno.
  • A crise inglesa – finalmente sir Herbert Asquith [Presidente do Conselho de Ministros da Inglaterra] cede às ‘Trade Unions’ que há nove meses realizaram uma onda de greves e estabelece o salário mínimo (mesmo tendo sido este aprovado em caráter provisório, por três anos). In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 15 de abril de 1912, pp. 1 e 2, 1º Caderno.
  • Uma crise política na Alemanha – O rompimento entre conservadores e católicos e a nova questão religiosa. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 23 de maio de 1912, p. 2, 1º Caderno.
  • A questão da reforma eleitoral em França – Propostas de reforma do Ministro Poincarè (prometido medidas eleitorais proporcionais) estão encontrando dificuldades para serem aprovadas. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 06 de junho de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • As eleições na Bélgica – derrota do Partido Clerical que dominava a cena político-partidária há quase 30 anos. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 21 de junho de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • Uma viagem misteriosa do Chefe do gabinete inglês e do Primeiro Lorde do almirantado – A Inglaterra no Mediterrâneo – O futuro da ‘Entente Cordiale’ – Enquanto os ingleses conservarem essa aversão à obrigatoriedade do serviço militar, será impossível realizar uma aliança com qualquer potência continental. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 27 de junho de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • A dissolução otamana – Ministro da Guerra turco [Mahmed Shevket Pachá] acabou por assumir as rédeas do país, mas teve seu poder minado pela sua franca preferência pelo governo alemão em detrimento dos governos ingleses e franceses. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 20 de agosto de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • A morte do Imperador do Japão – Morreu o imperador Muhuhito, de espírito progressivo e seu sucessor, Mirado, tem grande problema a resolver: conseguir dar continuidade a obra de seu antecessor. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 28 de agosto de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • A renovação da aliança franco-russa. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 03 de setembro de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • O temor português – Situação dos presos políticos encurralados no porão do ‘Cabo Verde'. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 06 de setembro de 1912, p. 1, 1º Caderno.
  • O flerte anglo-alemão – Nos últimos dois anos tanto a chancelaria de Berlim quanto a londrina, parecem sempre prontos a transtornar a política européia [principalmente tendo ocorrido o assassinato do rei Francisco Fernando no mês anterior, a situação ficaria mais crítica ainda]. In: Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 23 de julho de 1914, p. 2, 1º Caderno.
  • O problema eugênico da imigração, 1929.
  • A fisionomia do Estado Novo define-se. Coluna "A Política do Mês". In: Rio de Janeiro, Revista Diretrizes, Ano I, nº 1, abril de 1938.
  • A elite intelectual e o caráter evolutivo do Estado Autoritário. Coluna "Comentários Internacionais". In: Rio de Janeiro, Revista Diretrizes, Ano I, nº 1, abril de 1938.
  • A Ciência e o Fascismo. Coluna "Comentários Internacionais". In: Rio de Janeiro, Revista Diretrizes, Ano I, nº 6, setembro de 1938.
  • O Problema da Imigração. Coluna "A Política do Mês". In: Rio de Janeiro, Revista Novas Diretrizes, Ano I, nº 1, novembro de 1938, pg. 2.
  • A crise decisva da democracia parlamentar. Problema das matérias primas -- Conferência de Lima – O aproveitamento das matérias primas. Questão judaica – A morte de Kemal Ataturk. Em França precipitam-se os acontecimentos. Coluna "Comentários Internacionais". In: Rio de Janeiro, Revista Novas Diretrizes; Ano I, nº 2, dezembro de 1938, p. 31.
  • Realismo político e democracia. In: Rio de Janeiro, Revista Cultura Política, Ano I, nº 1, março de 1941.
  • O Presidente Getúlio Vargas e a política externa do Brasil. In: Diário Popular, Pelotas, RS, 02 de outubro de 1941.
  • O Problema Judaico. In: Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 20 de novembro de 1941, p. 2.
  • Pan-Bolchevismo. In: Diário da Tarde, Curitiba, 10 de dezembro de 1941, p. 7.
  • Tática bolchevista. In: Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1941, p. 2.

Traduções[editar | editar código-fonte]

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • OLIVEIRA, Lúcia L. (1982). Autoridade e Política: O Pensamento de Azevedo Amaral. Rio de Janeiro: Zahar. [S.l.: s.n.] 
  • WEBER, Izabel (2000). O Organizacionismo em Azevedo Amaral. São Paulo: CopyMarket.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]