Azinhaga (Golegã)

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Portugal Portugal Azinhaga 
  Freguesia  
Coreto na Azinhaga
Coreto na Azinhaga
Coreto na Azinhaga
Símbolos
Brasão de armas de Azinhaga
Brasão de armas
Localização
Azinhaga está localizado em: Portugal Continental
Azinhaga
Localização de Azinhaga em Portugal
Coordenadas 39° 14' 30" N 8° 41' 27" O
Região Alentejo
Sub-região Lezíria do Tejo
Distrito Santarém
Município Golegã
Código 141201
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 38,21 km²
População total (2021) 1 414 hab.
Densidade 37 hab./km²
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Conceição
Sítio Junta de Freguesia de Azinhaga

Azinhaga ou também Azinhaga do Ribatejo é uma freguesia portuguesa do município da Golegã, com 38,21 km² de área[1] e 1414 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 37 hab./km².

É a terra que viu nascer o Nobel da Literatura, José Saramago. O melhor guia para conhecer a aldeia é o livro As Pequenas Memórias, descrição simples e comovente de um tempo e de um lugar que se perderam.[3]

História[editar | editar código-fonte]

O documento mais antigo que se conhece da Azinhaga é o foral concedido por D. Sancho II, pelo que a sua existência remonta aos primórdios da nacionalidade portuguesa.[4]

Se o seu nome, Azinhaga ou Azenhaga, provém do árabe الزنقة az-zanqa (o termo zanqa precedido do artigo definido) que significa caminho estreito, viela apertada entre montes, charnecas ou valados, então a sua antiguidade é mais remota e transfere-se para épocas anteriores à fundação do Reino.[4]

No seu crescimento, a povoação acompanhou o sentido natural do rio Almonda. Foi contudo forçada a suspender o seu desenvolvimento, pois situava-se em pleno pântano, quase uma pequena ilha.

O desenvolvimento do lugar deve-se a três razões: o começo da drenagem dos pântanos com o consequente aproveitamento das terras para a agricultura e pastorícia, sobretudo as do Infantado, sob orientação do príncipe D. Fernando; a evolução conseguida na utilização do Tejo autorizando-se, nos diversos portos, o aumento do número de barcas para transporte entre as margens e/ou a capital, de passageiros, gados e mercadorias; e, ainda, posto que de menor importância, o uso mais frequente da estrada real Lisboa-Coimbra que, passando perto da freguesia, cruzava o Almonda através de uma ponte existente a pouca distância da actual.

Na sequência da crise de 1383-1385, o Mestre de Avis, como D. João I de Portugal, pagou as suas dívidas. Com a legenda "e melhor lhe dera se melhor houvera" o novo rei presenteou o Dr. João das Regras com a rica propriedade do Paul do Boquilobo, às portas da Azinhaga.

Em 1609, o lugar tem 100 vizinhos, o que, segundo os técnicos, corresponderá a cerca de 400-500 habitantes. Terminada a epopeia dos Descobrimentos, os povos exigem espaço para se fixarem. O rei, sempre olhado como intruso, legisla que "a navegabilidade dos grandes rios como o Tejo, o Mondego e o Douro, se proceda na intenção de estimular o comércio para benefício das regiões interiores". Procedeu-se portanto à regularização dos braços do rio, limitação das alvercas e abertura programada das valas, conquistando-se assim terras para cultivo e, noutra vertente, iniciando-se o retrocesso das maleitas associadas às regiões pantanosas.

A Azinhaga em fins do século XVIII, "tinha uma população de 1500 habitantes" e, como freguesia rural o seu rendimento colectável era, talvez, o maior do país. Este desenvolvimento era assegurado pelas grandes Quintas das Casas de Lavoura, das quais se destacavam as propriedades de Rafael José da Cunha, da família Serrão de Faria, instalada na povoação há quinhentos anos, e dos Condes de Rio Maior.

Todas estas propriedades e quintas, por compra ou herança, foram ao longo dos tempos dando origem às maiores casas agrícolas do Ribatejo. A casa Veiga é uma dessas casas.

Talvez o facto mais importante para o estabelecimento da Azinhaga como ela é hoje, tenha sido, no final da Guerra Civil entre D. Miguel e D. Pedro, este último tenha decidido que as terras do Infantado seriam divididas pelo povo, que por ele se batera rijamente. Foi criada assim, com o beneplácito régio, uma empresa a que foi dado o nome de "Companhia das Lezírias do Tejo e Sado". O resultado foi que nunca o povo recebeu uma parcela das suas terras nem um avo dos seus lucros. Na sequência do 25 de Abril foi decidido venderem-se aos ceareiros as "Praias", na proporção das terras arrendadas.

Tendo pertencido desde sempre, aos "termos de Santarém" e, depois, ao seu concelho, desanexada dele, a rica e próspera freguesia de Azinhaga foi incluída no novo concelho da Golegã por decreto de 21 de Novembro de 1895.[4][5]

Demografia[editar | editar código-fonte]

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Azinhaga[6]
AnoPop.±%
1864 961—    
1878 1 026+6.8%
1890 1 727+68.3%
1900 1 346−22.1%
1911 1 486+10.4%
1920 1 358−8.6%
1930 1 482+9.1%
1940 1 617+9.1%
1950 1 676+3.6%
1960 1 742+3.9%
1970 1 831+5.1%
1981 1 929+5.4%
1991 1 901−1.5%
2001 1 817−4.4%
2011 1 620−10.8%
2021 1 414−12.7%
Distribuição da População por Grupos Etários[7]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 278 223 917 399
2011 208 183 819 410
2021 130 131 703 450

Património[editar | editar código-fonte]

Personalidades ilustres[editar | editar código-fonte]

  • Conde da Azinhaga
  • José Saramago
  • Augusto do Souto Barreiros
  • Francisco Serrão
  • José dos Reis - Músico e Compositor - Rancho Folclórico “Os Campinos d’Azinhaga”
  • Fernando Pombo - atleta premiado com medalhas de ouro e bronze, a representar a Seleccao Portuguesa, Presidente do Rancho Folclorico “Os Campinos D’Azinhaga”
  • Mariana Pombo - atleta premiada com medalha de ouro no campeonato mundial de duatlo de Gijon

Turismo[editar | editar código-fonte]

Gastronomia[editar | editar código-fonte]

  • Velhoses de Azinhaga
  • Caldeirada ou sopa de feijão verde
  • Sopa de feijão com couves e Requentado
  • Sopa de feijão frade
  • Broas do Natal
  • Massa com bacalhau
  • Alapardana
  • Bacalhau assado na brasa
  • Enguias no espeto
  • Magusto
  • Dejectos

Festas[editar | editar código-fonte]

  • Festa do Bodo - Festa do Espírito Santo
  • Feira da Mangueira
  • Festival Sete Sóis Sete Luas (Julho)
  • Festival Folclórico (Julho)
  • Aniversário da Filarmónica 1.º de Dezembro
  • Casa da Comédia (Espectáculo Cabaret - 16 e 17 de Julho)

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Guia Visão - Portugal Inesquecível, pág. 174.
  4. a b c «História da Golegã». Ecos do Ribatejo. Consultado em 20 de Fevereiro de 2014 
  5. «Paróquia de Azinhaga». Arquivo Distrital de Santarém. Consultado em 20 de Fevereiro de 2014 
  6. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  7. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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