Bólido hipotético de Tollmann

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Concepção artística do impacto de um meteoroide contra a Terra (NASA).

A teoria do bólido de Alexander Tollmann, proposta por Kristen-Tollmann e Tollmann,[1] é uma hipótese apresentada pelo geólogo austríaco Dr. Alexander Tollmann, sugerindo que um ou vários bólidos (asteroides ou cometas) tenham impactado contra a Terra em 7640 AEC (±200), tendo outro bólido menor impactado em 3150 AEC (±200). Se comprovada, esta hipótese explicaria as extinções do Holoceno e, possivelmente, as lendas sobre um dilúvio universal.[1]

As supostas evidências para o evento incluem estudos estratigráficos de tectitos,[2][3][4] dendrocronologia, e núcleos de gelo extraídos de Camp Century, Groenlândia, contendo ácido hidroclórico e sulfúrico (indicando um impacto de alta intensidade no oceano) bem como ácido nítrico (criado pelo aquecimento extremo do ar).

A evidência para 7640 AEC parece ser consistente com as datas de formação de vários lagos salgados ainda existentes em regiões áridas da América do Norte e Ásia, sugerindo que o impacto pode ter ocorrido nos oceanos, causando múltiplos tsunamis com ondas quilométricas, que adentraram profundamente nos continentes, e/ou lançaram grandes massas de água salgada nas camadas superiores da atmosfera, de onde caíram como chuva, criando lagos salgados em desertos.

Avaliação científica[editar | editar código-fonte]

Por conta de várias inconsistências, a hipótese foi totalmente rejeitada pela comunidade científica:[5]

  1. As evidências apresentadas podem ser mais facilmente explicadas por processos geológicos mais corriqueiros e menos dramáticos;
  2. Muitos dos eventos que supostamente estão associados a este(s) impacto(s) ocorreram na época errada, muitas vezes centenas ou milhares de anos antes ou depois dos impactos hipotéticos; e
  3. Não existem evidências físicas críveis para a devastação ambiental cataclísmica e os depósitos característicos de sedimentos que maremotos com quilômetros de altura teriam depositado, caso realmente houvessem ocorrido.[5]

Referências

  1. a b Kristan-Tollmann, E. e A. Tollmann (1994). The youngest big impact on Earth deduced from geological and historical evidence. Terra Nova. v. 6, no. 2, pp. 209-217.
  2. Glass, B.P. (1978). Australasian Microtektites and the Stratigraphic Age of the Australites, "Bulletin of the Geological Society of America", v. 89, no. 10, pp. 1455-1458.
  3. Izokh, E.P., 1988, Age-paradox and the Origin of Tektites in J. Konta, ed., 2nd international conference on natural glasses. "Abstracts - International Conference on Natural Glasses" - Praga, Checoslováquia, 1988. v. 2, pp. 379-384.
  4. Prasad, N.S. e P.S. Rao (1990). Tektites Far and Wide. Nature. v. 347, no. 6291, pp. 340.
  5. a b Deutsch, A., C. Koeberl, J.D. Blum, B.M. French, B.P. Glass, R. Grieve, P. Horn, E.K. Jessberger, G. Kurat, W.U. Reimold, J. Smit, D. stoffler e S.R. Taylor (1994). The impact-flood connection: Does it exist?. Terra Nova. v. 6, pp. 644-650.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]