Bacurauzinho-da-caatinga

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Bacurau-da-caatinga no sertão do Rio Grande do Norte
Bacurau-da-caatinga no sertão do Rio Grande do Norte
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Caprimulgiformes
Família: Caprimulgidae
Género: Nyctipolus
Espécie: N. hirundinaceus
Nome binomial
Nyctipolus hirundinaceus
Spix, 1825
Distribuição geográfica
Distribuição do bacurauzinho-da-caatinga
Distribuição do bacurauzinho-da-caatinga
Sinónimos[2]
Caprimulgus hirundinaceus

O bacurauzinho-da-caatinga (nome científico: Nyctipolus hirundinaceus)[3] é uma espécie de bacurau endêmica do Brasil da família dos caprimulgídeos (Caprimulgidae).[4] Na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN / UICN), é classificado como sendo de menor preocupação. Seu tamanho populacional é desconhecido e acredita-se estar diminuindo. O habitat da caatinga é especialmente afetado pelo aumento da ocupação e da agricultura.[1]

Taxonomia e sistemática[editar | editar código-fonte]

O bacurauzinho-da-caatinga foi originalmente colocado no gênero Caprimulgus, mas análises de ADN mostram que ele e sua espécie irmã bacurau-de-lajeado (Nyctipolus nigrescens) precisavam seu próprio gênero.[5][6] Tem três subespécies, a saber: N. n. nigrescens; N. n. cearae; e N. n. véu.[4]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O bacurauzinho-da-caatinga mede de 16 a 20 centímetros (6,3 a 7,9 polegadas) de comprimento; um macho pesa 32 gramas (1,1 onças). Os machos da subespécie nominal têm partes superiores marrons com manchas brancas acinzentadas e canela. A cauda é marrom com pontos mais claras; algumas penas têm pontas brancas. Têm uma faixa na garganta e um queixo e garganta brancos com pontos marrons. A parte superior do peito é uma ampla faixa de canela amarelada com manchas marrons, a parte inferior do peito é marrom com manchas e pontas claras, e a barriga e os flancos são marrons com pontos marrons. As fêmeas são semelhantes aos machos, porém mais pálidas e não possuem o branco na cauda. N. n. cearae é mais pálida que a nominal, com ventre mais avermelhado e pontos marrons mais claros nas partes inferiores. A cauda tem mais branco. N. n. veilliardi é mais escuro que o nominal.[6]

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

A subespécie nominal de bacurauzinho-da-caatinga é encontrada nos estados do nordestinos do Piauí, Bahia e Alagoas. N. n. cearae também é encontrado no nordeste, do norte do Ceará ao sul até o extremo norte da Bahia. N. n. veilliardi é encontrado no sudeste de Minas Gerais e no centro-oeste do Espírito Santo, no leste do Brasil.[4] O bacurauzinho-da-caatinga habita paisagens secas de matagal e floresta decídua. Na região da caatinga favorece locais pedregosos. Na região da Mata Atlântica, normalmente é encontrado em afloramentos pedregosos.[6]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

O bacurauzinho-da-caatinga geralmente é solitário, exceto quando emparelhado para reprodução. Normalmente se empoleira em terreno aberto durante o dia. É ativo do anoitecer ao amanhecer. Forrageia em áreas abertas voando do chão para capturar presas e retornando ao mesmo local. Sua dieta não foi estudada em detalhes, mas sabe-se que é insetívoro. Se reproduz durante a estação chuvosa, entre novembro e maio. Põe um único ovo em terra nua. As fêmeas cuidam do ninho durante o dia e os machos à noite. Ambos os sexos têm uma exibição de distração em resposta a ameaças potenciais. Sua vocalização é um assobio curto de nota única, como um whee ou wheo, e muitas vezes é precedido por uma série rápida de 3-4 notas wha. Sua chamada de aviso é um conjunto de notas líquidas do tipo prrip.[6]

Conservação[editar | editar código-fonte]

em 2005, foi listada como criticamente me perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[2] e em 2018, foi listado com a rubrica de "dados insuficientes" na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[7][8] A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN), em sua Lista Vermelha, classificou o caititu como pouco preocupante devido à sua ampla distribuição geográfica, apesar de sua população estar em tendência decrescente devido à perda de habitat.[1]

Referências

  1. a b c BirdLife International (2018). «Pygmy Nightjar Nyctipolus hirundinaceus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2018. Consultado em 13 de abril de 2022 
  2. a b «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  3. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 106. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  4. a b c Gill, F.; Donsker, D.; Rasmussen, P. (julho de 2021). «IOC World Bird List (v 11.2)». Consultado em 13 de abril de 2022 
  5. Remsen, J. V., Jr.; Areta, J. I.; Bonaccorso, E.; Claramunt, S.; Jaramillo, A.; Lane, D. F.; Pacheco, J. F.; Robbins, M. B.; Stiles, F. G.; Zimmer, K. J. «A classification of the bird species of South America». American Ornithological Society 
  6. a b c d Alfano, A. (2020). «Pygmy Nightjar (Nyctipolus hirundinaceus)». In: Schulenberg, T. S. Birds of the World. Ítaca, Nova Iorque: Laboratório Cornell de Ornitologia. doi:10.2173/bow.pygnig1.01 
  7. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  8. «Nyctidromus hirundinaceus (Spix, 1884)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 17 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022