Bagrationi (esposa de João IV de Trebizonda)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com Bagrationi, o nome de sua família.
Bagrationi
Imperatriz-consorte de Trebizonda
Reinado 1429–antes de 1438
Consorte João IV de Trebizonda
Antecessor(a) Teodora Cantacuzena
Maria Gattilusio?
Sucessor(a) Maria da Gótia
Nascimento c. 1411/2
Morte antes de 1438
Dinastia Bagrationi (nasc.)
Mega Comneno (matr.)
Pai Alexandre I da Geórgia
Mãe Dulandukht
Filho(s) Eudóxia-Valenza de Trebizonda
Duas filhas de nome desconhecido

Bagrationi é como é conhecida a esposa de nome desconhecido de João IV de Trebizonda e sua imperatriz-consorte, uma referência à sua família, que governava a Geórgia.

Família[editar | editar código-fonte]

Bagrationi era filha do rei Alexandre I da Geórgia com sua primeira esposa, Dulandukht, a filha de Beshken II Orbeliani, da dinastia Orbeliana.[1] Dulandukht já havia morrido (ou sido repudiada) antes de 1415, pois Alexandre casou-se novamente, desta vez com a herdeira de Imerícia (Imereti) e filha de Alexandre I da Imerícia.[2]

Imperatriz[editar | editar código-fonte]

Por volta de 1426, Bagrationi casou-se com João IV de Trebizonda, filho do imperador Aleixo IV de Trebizonda com Teodora Cantacuzena, que estava refugiado na corte georgiana.[3] Segundo uma interpolação posterior na narrativa de Laônico Calcondilas, João teria acusado a mãe de ter um caso amoroso com um protovestiário de nome desconhecido da corte trebizondina e teria não só ordenado a sua morte como prendido seus pais. Os nobres da cidade intervieram e os libertaram.[4]

Sem conseguir apoio suficiente do sogro, João deixou a Geórgia e foi para Teodósia, onde conseguiu contratar uma grande galé e sua tripulação. Em 1429, seguiu para Trebizonda com a intenção de tomar a cidade e Aleixo se preparou para enfrentar o filho no campo de batalha. Porém, João subornou os funcionários do pai, que o mataram enquanto dormia. Os próprios assassinos foram depois assassinados para eliminar as provas de sua ligação com o crime e João sucedeu ao pai, presumivelmente com Bagrationi como imperatriz.[5]

Sua filha Teodora Comnena foi prometida a Uzune Haçane, dos Cordeiros Brancos, em 1457, com quem ela se casou no ano seguinte. De acordo com Anthony Bryer, este é "o mais celebrado casamento trebizondino-muçulmano". Os termos do casamento incluíram um dote de propriedades nas vilas de Halanik e Sesera, uma promessa de que Uzun Hassan daria algum tipo de ajuda para proteger Trebizonda, a permissão para que Teodora continuasse a ser cristã com seu próprio capelão e que atuaria como protetora dos cristãos nos domínios do marido, além do "considerável (e, provavelmente, raro) direito de influenciar as relações exteriores dos Cordeiros Brancos".[6]

Morte[editar | editar código-fonte]

De acordo com a "Europäische Stammtafeln: Stammtafeln zur Geschichte der Europäischen Staaten" (1978), de Detlev Schwennicke, baseado nas memórias de Pero Tafur, que visitou Trebizonda em 1438,[7] Bagrationi já estava morta na ocasião e João IV teria se casado novamente com uma senhora turca de nome desconhecido que, segundo a obra, seria uma filha de Dawlat Berdi.[8]

O túmulo de Teodora em Diyarbekir foi mostrado a um visitante italiano em 1507.[6]

Filhas[editar | editar código-fonte]

Suas duas filhas seguiram para Damasco, onde Caterino Zeno as encontrou em 1512.[6]

O relato de Caterino, de 1474, lista ainda outra filha, Eudóxia-Valenza de Trebizonda, que supostamente seria a esposa de Niccolò Crispo, senhor de Syros. Porém, conta-se que ela teve uma filha que se casou em 1429, o que inviabiliza a identificação do ponto de vista cronológico, pois João IV e Bagrationi dificilmente teriam sido avôs de uma mulher casada apenas três anos de seu casamento. Atualmente considera-se que Valenza teria sido uma irmã de João IV e não uma filha.[8] Seja como for, Niccolò Crispo teve onze filhos e, de acordo com sua correspondência, era genro também de Jacopo de Lesbos e não se sabe quais filhos são de que esposa. Entre eles estavam Francisco II Crispo, duque do Arquipélago, e Fiorenza Crispo, mãe de Catarina Cornaro.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bagrationi (esposa de João IV de Trebizonda)
Nascimento: ca. 1411/2 Morte: antes de 1438
Títulos reais
Precedido por:
Teodora Cantacuzena
como esposa de Aleixo IV
Imperatriz-consorte de Trebizonda
1429–antes de 1438
Sucedido por:
Maria da Gótia
Precedido por:
Maria Gattilusio
como esposa de Alexandre

Referências

  1. Cyril Toumanoff, "The Fifteenth-century Bagratids and the Institution of Collegial Sovereignty in Georgia", Traditio, 7 (1949-1951), pp. 178, 182
  2. Toumanoff, "Fifteenth-century Bagratids", pp. 178f
  3. Laônico Calcondilas, De reb. turc. 9 (PG 159.456); Toumanoff, "Fifteenth-century Bagratids", p. 182
  4. Laonikos, Histories II.219.12-222.21; discussed in Anthony Kaldellis, "The Interprestations in the Histories of Laonikos Chalkokondyles", Greek, Roman, and Byzantine Studies, 52 (2012), pp. 260-262
  5. [[William Miller (historiador)|]], Trebizond: The last Greek Empire of the Byzantine Era: 1204-1461, 1926 (Chicago: Argonaut, 1969), pp. 82f
  6. a b c Anthony Bryer, "Greeks and Türkmens: The Pontic Exception", Dumbarton Oaks Papers, 29 (1975), Appendix II, n. 146
  7. Toumanoff, "Fifteenth-century Bagratids", p. 184
  8. a b Cawley, Charles, Profile of Alexios IV and his children, Medieval Lands database, Foundation for Medieval Genealogy , Predefinição:Self-published inline[carece de fonte melhor]
  9. Cawley, Charles, Profile of Niccolò Crispo and his children, Medieval Lands database, Foundation for Medieval Genealogy , Predefinição:Self-published inline[carece de fonte melhor]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]