Bahrein

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Reino do Bahrein
مَمْلَكَةُ البَحْرَين
(Mamlakat al-Baḥrayn)
Bandeira do Bahrein
Brasão de armas do Bahrein
Brasão de armas do Bahrein
Bandeira Brasão de armas
Hino nacional: Bahrainona
Gentílico: bareinita[1][2], baremita[3][4], baremense[5], baremês[6][7]

Localização do Barém
Localização do Barém

Localização do Bahrein (a verde) na Ásia (a cinzento).
Capital Manama
Cidade mais populosa Manama
Língua oficial Árabe e inglês
Governo Monarquia constitucional
• Rei Hamad bin Isa al-Khalifa
• Príncipe Herdeiro Salman bin Hamad bin Isa Al Khalifa
• Primeiro-ministro Khalifa bin Salman al-Khalifa
Independência do Reino Unido 
• Data (declarada) 14 de Agosto de 1971 
Área  
  • Total 750 km² (184.º)
População  
  • Estimativa para 2009 1 095 870 hab. (n/a.º)
 • Densidade 1 189,5 hab./km² (7.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2014
 • Total US$ 61,555 bilhões*[8] 
 • Per capita US$ 51 393[8] 
PIB (nominal) Estimativa de 2014
 • Total US$ 34,045 bilhões*[8] 
 • Per capita US$ 28 424[8] 
IDH (2014) 0,824 (45.º) – muito alto[9]
Moeda Dinar bareinita (BHR)
Fuso horário UTC (UTC+3)
Cód. ISO BHR
Cód. Internet .bh
Cód. telef. +973

Bahrein[10], Barém [11][12][13][10][14][15][16][17][18], Barein[12][2][10][17] ou Bareine[19] (em árabe: ‏البحرين al-Baḥrayn) é um pequeno estado insular do Golfo Pérsico, com fronteiras marítimas com o Irão a nordeste, com o Catar a leste e com a Arábia Saudita a sudoeste. A sua capital é Manama. Os desertos, com sua esterilidade, cobrem mais de 30 ilhas componentes desse país árabe.

Na região do Golfo Pérsico, onde se situa o país, há muito se praticam atividades econômicas muito importantes, como o comércio e as comunicações. Mas, a continuidade do subdesenvolvimento do país perdurou até ser descoberto o petróleo, em 1932, na ilha mais importante, que em árabe também se chama "Bahrayn". Hoje em dia, o país tem um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano da região do Golfo.

O Barém foi um protetorado do Reino Unido entre 1861 e 1971, quando adquiriu sua independência.

Manama é a sede do governo, a cidade mais populosa e o principal centro comercial do país.

Etimologia

O nome do país vem das palavras em língua árabe para "dois mares". A quais "dois mares" exatamente o nome do país se refere é tema que até a presente data gera debate. Alguns identificam os "dois mares" como as águas da baía nos dois lados da ilha. Outros acreditam que o nome se refere à posição do país como uma ilha do golfo pérsico, separada por "dois mares", o que a separa da Arábia ao sul e do Irã ao norte. Ainda há os que sugerem que o primeiro mar está em volta do país e o segundo "mar" metaforicamente representa a abundância natural de águas termais no interior da própria ilha.

Em português, a grafia mais tradicional para o nome do país é Barém,[13][10][14][15][16][17][18] encontrada já em Os Lusíadas de Luís de Camões.[20] No Brasil, acabou por tornar-se recentemente[21] muito difundida a forma homófona Barein[12][2][10][17] (homófona à forma tradicional portuguesa, porém calcada nas transliterações francesa - Bahrain ou Bahrayn - ou inglesa - Bahreyn ou Bahrein - do topônimo). No entanto, essa grafia foge à regra ortográfica da língua portuguesa para as palavras terminadas no som de "-ei" nasalizado no final: "bem", "hem!", "porém", "também", "trem".[22]

História

Ver artigo principal: História do Bahrein

As ilhas de Bahrein foram sempre compradas, vendidas e cobiçadas desde a Antiguidade, principalmente devido à sua posição geoestratégica privilegiada na região do Golfo. De 1521 a 1602, o país foi ocupado pelos portugueses. Em 1602 e com a ajuda dos ingleses as ilhas foram tomadas pelo Império Safávida tornando-se uma base estratégica e militar muito importante. Ahmad bin Khalifa, um príncipe oriundo da Arábia Saudita, conquistou as ilhas e obteve a sua independência do Império Afsharida em 1783. Vários tratados forçados, feitos no século XIX, determinaram que o arquipélago se transformasse num protetorado militar e comercial britânico. O Bahrein conseguiu novamente a independência (saindo da situação colonial de protetorado ocupado militarmente) em 1971 e transformou-se em emirado.

Em 1973 foi promulgada uma constituição que estabeleceu o regime monárquico tradicional e criou um sistema bicameral de conselhos, um conselho consultivo e um conselho dos representantes.

Em Fevereiro de 2011 eclodiu uma importante onda de protestos no país, em sintonia com os protestos no mundo árabe em 2010-2011.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia do Bahrein
Pôr-do-sol no Bahrein.

O Bahrein é um arquipélago de trinta e cinco ilhas e ilhotas que fica no Golfo Pérsico, a leste da Arábia Saudita e a noroeste do Qatar, das trinta e cinco ilhas apenas, três são habitadas: Barein, Umm Nassam e Al Muharraq. A maior das ilhas é a dhkle Bahrein, com 16 km de extensão no sentido leste-oeste e 48 km no sentido norte-sul. A ilha principal é unida às pequenas ilhas de Muharraq e Sitra por uma estrada. Em 1986 uma ponte que liga Bahrein à Arábia Saudita foi inaugurada. A superfície total do país é de 692 km².

A altitude máxima no arquipélago barenita é a colina de Jabal Dukhan, com 130m, e que fica na ilha principal. O clima no país é árido, com temperaturas elevadas no verão, superando uma média de 28 °C, e moderadas no inverno, com média de 21 °C. As precipitações de chuvas não passam oitenta milímetros anuais, e se concentram no inverno. A escassez de água não impediu que as ilhas tenham algumas culturas de irrigação em torno dos mananciais na costa norte do país. O arquipélago possui cerca de 200 espécies vegetais. A fauna é formada por mamíferos, como a gazela, a lebre e o mangusto.

Demografia

Ver artigo principal: Demografia do Bahrein

Política

Ver artigo principal: Política do Bahrein
Rei Hamad bin Isa Al Khalifa do Bahrein.

O Bahrein é uma monarquia constitucional com um primeiro-ministro e um gabinete integralmente apontados pelo Monarca.

O atual primeiro-ministro (que é o mesmo desde 1971), bem como a totalidade do gabinete são da família real.

Esse estado tem órgãos bicamerais compostos por um conselho consultivo e um conselho dos representantes. Na teoria esses dois conselhos deveriam equilibrar-se, mas, na prática, o primeiro tem completa ascendência sobre o segundo, gerando algumas tensões entre a maioria da população que se opõe à monarquia governante e à minoria que a apoia. É interessante observar que no Bahrein a maioria da população (70%) é xiita, mas a família reinante Al Khalifa é sunita; todavia o Bahrein é um país relativamente estável e com poucos conflitos religiosos entre as duas vertentes muçulmanas

Símbolos nacionais

A bandeira nacional é formada por um pano vermelho, com uma faixa vertical de cor branca ao lado. A cor branca representa a trégua feita com os países vizinhos. A borda desta faixa, que separa as cores, tem forma de serra dentada de cinco pontas, representando os pilares do islão.

O brasão de armas foi desenhado nos anos 1930 pelo Conselheiro britânico do Rei do Bahrein (então o emir). O escudo contém o mesmo desenho encontrado na bandeira nacional com um escudo no centro. Consiste em um campo de gules com una franja dentada (com seis pontas) de prata, situada com o chefe. Ao redor do escudo apresentam-se lambrequíns de gules e prata que o decoram.

"Bahrainona" (Nosso Bahrein) é o hino nacional do Bahrein. Foi adoptado em 1971. A letra é de Mohamed Sudqi Ayyash (1925-), mas o autor da música é desconhecido.

Forças armadas

O reino possui uma pequena, mas bem equipada força militar, denominada Forças de Defesa do Bahrein, totalizando cerca de 13.000 militares. O comandante supremo das forças armadas do Bahrein é o rei Hamad bin Isa Al Khalifa.[23]

O governo do Bahrein possui relações estreitas com os Estados Unidos, tendo assinado um acordo de cooperação militar, em 1991, que permitiu a instalação de uma frota naval norte-americana no país.[24]

Subdivisões

Províncias do país.
Ver artigo principal: Subdivisões do Bahrein
Municipalidades

Antes de 3 de Julho de 2002, o Bahrein, encontrava-se dividido em doze municipalidades, estas eram administradas a partir da capital Manama e, posteriormente, transformaram-se em províncias.

Províncias
Ver artigo principal: Lista de províncias do Bahrein

O Bahrein está dividido em cinco províncias:

  1. Capital
  2. Central
  3. Muharraq
  4. Norte
  5. Sul

Economia

Ver artigo principal: Economia do Bahrein
Manama, capital e maior cidade do país.

A produção e o refinamento de petróleo responde a aproximadamente por 60% das exportações, 60% dos rendimentos do governo local e 30% do PIB. Com uma rede desenvolvida de transporte e comunicação, Bahrein sedia diversas firmas multinacionais com negócios no Golfo[25].

Em 1932, foi descoberto petróleo em Awali, no centro da ilha de Bahrein. A extração do óleo era controlada por petrolíferas norte-americanas, mas passou em grande parte para a administração da BAPCO (Bahrein Petroleum Company). A extração de gás natural e petróleo adquiriu fundamental importância ao país. O arquipélago se tornou centro produtor e ponto de refinação e embarque do óleo cru vindo da Arábia Saudita, que o envia por um oleoduto submarino.

Com a renda do petróleo, diversos projetos industriais em outros segmentos estão em andamento, nas áreas de cimento, alumínio e construção naval. As antigas atividades piratas dos nativos foram substituídas pelo tráfego de frota mercante moderna. O desenvolvimento das atividades bancárias e de serviços transformou Bahrein num dos principais centros financeiros e comerciais do Médio Oriente. Esta situação é exemplificada por uma moderna rede de comunicações e pelo aeroporto internacional situado na ilha de Muharraq.

O uso das águas subterrâneas possibilita a prática da horticultura, porém, em quantidade insuficiente para atender toda a população. A tradicional coleta de ostras perolíferas quase desapareceu, em detrimento da menor rentabilidade que a cultura oferece perante a competição das pérolas cultivadas.

Entretanto, o desemprego, especialmente entre os jovens, e a deterioração dos lençóis subterrâneos de água são as principais preocupações nacionais a longo prazo.

Cultura

Ver artigo principal: Cultura do Bahrein

A cultura do Bahrein é predominantemente árabe, além de ser islâmica, sendo muito semelhante à dos seus vizinhos da região do Golfo Pérsico. Nos últimos dois séculos, o Bahrein tornou-se, em grande parte uma nação cosmopolita, hospedando pessoas de uma variedade de lugares como a Índia, Paquistão, Irã, Egito, Malásia, além de países do Ocidente. Embora a religião oficial seja o Islã, o país é tolerante com outras religiões; igrejas católicas e ortodoxas, templos hindus, bem como uma sinagoga judaica estão presentes na ilha.

Feriados
Data Nome em português Nome local Observações

Referências

  1. http://www.priberam.pt/DLPO/bareinita
  2. a b c Almanaque Abril, ed.2010
  3. http://www.priberam.pt/DLPO/baremita
  4. http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/baremita
  5. http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/baremense
  6. http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/baremês
  7. Dicionário Aurélio, 6ªed.
  8. a b c d Fundo Monetário Internacional (FMI), ed. (Outubro de 2014). «World Economic Outlook Database». Consultado em 29 de outubro de 2014 
  9. «Human Development Report 2015» (PDF) (em inglês). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 14 de dezembro de 2015. Consultado em 24 de dezembro de 2015 
  10. a b c d e Dicionário Aurélio, 6ª ed, tabela de países: traz o nome do país como Bahrein/Barém/Barein
  11. Vocabulário Onomástico da Academia Brasileira de Letras, 1999 (Lista de nomes de países e cidades na modalidade oficial da Língua Portuguesa no Brasil)
  12. a b c Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (versão digital, acesso em 27 de fevereiro de 2015) traz bareinita, baremês, baremense e baremita, indicando-as como gentílicos de Barém ou Barein
  13. a b «Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (dos oito países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa)» 
  14. a b Código de Redacção Interinstitucional da União Europeia
  15. a b Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora (disponível na Infopédia)
  16. a b Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda. 
  17. a b c d «Dicionário Priberam (se estiver selecionado português europeu, dá "Barém"; se estiver selecionado português brasileiro, dá "Barein")» 
  18. a b Os Lusíadas, de Luís de Camões: em mais de uma estrofe da obra, Camões menciona o país, exclusivamente sob a grafia Barém. Vide estrofe 41 do Canto X.
  19. Ministério das Relações Exteriores (Brasil)
  20. «Os Lusíadas, canto X» 
  21. Ciberdúvidas/ISCTE-IUL. «Ainda Barém, Barein e Bareine - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa». ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 11 de setembro de 2015 
  22. dicionarioegramatica (9Out2015). «Como se escreve "hein"? Qual a grafia de "hem"? Hem? Em? Êim? Heim? Ein? Hein?». DicionarioeGramatica.com. Consultado em 23 de Fevereiro de 2016  Verifique data em: |data= (ajuda)
  23. Forças de Defesa do Bahrein
  24. Quinta Frota dos Estados Unidos
  25. Bahrain expected to bustle Arabian Business, 1 February 2007 (em inglês)

Ver também

Ligações externas

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