Bambuí

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Bambuí
  Município do Brasil  
Praça Coronel Tôrres, no Centro da cidade
Praça Coronel Tôrres, no Centro da cidade
Praça Coronel Tôrres, no Centro da cidade
Hino
Gentílico bambuiense
Localização
Localização de Bambuí em Minas Gerais
Localização de Bambuí em Minas Gerais
Localização de Bambuí em Minas Gerais
Bambuí está localizado em: Brasil
Bambuí
Localização de Bambuí no Brasil
Mapa
Mapa de Bambuí
Coordenadas 20° 0' 21" S 45° 58' 37" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Tapiraí, Iguatama, Medeiros, Piumhi, Doresópolis, Córrego Danta, São Roque de Minas e Luz.
Distância até a capital 270 km
História
Fundação 1886
Administração
Prefeito(a) Lélis Jorge Silva (PTB, 2009 – 2012)
Características geográficas
Área total [1] 1 455,380 km²
População total (IBGE/2010[2]) 22 709 hab.
Densidade 15,6 hab./km²
Clima Não disponível
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [3]) 0,788 alto
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 226 269,314 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 10 032,34


Bambuí é um município brasileiro do estado de Minas Gerais.

De acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2010, sua população é de 22.709 habitantes.[2] O município tem uma área total de 1453,99 km² e fica a 270 km de distância de Belo Horizonte. O município se localiza no centro-oeste mineiro, próximo à Serra da Canastra, onde nasce o Rio São Francisco. Os acessos rodoviários a Bambuí se dão por meio das rodovias MG-050, BR-354 e BR-262.


Bambuí é reconhecida internacionalmente pelo fato de terem se desenvolvido na cidade estudos que aprofundaram o conhecimento científico da moléstia tripanossomíase americana, vulgarmente conhecida como Doença de Chagas. Foram determinantes para o melhor conhecimento dessa doença, os trabalhos desenvolvidos nas décadas de 40 e 50 pelo grupo de pesquisadores reunidos no Centro de Estudos e Profilaxia da Moléstia de Chagas, posto do Instituto Oswaldo Cruz no município de Bambuí onde atuou o médico mineiro Ezequiel Dias.


História

Tudo começou com a construção de uma estrada, que por falta de recursos foi desativada. A estrada seria completada com o encontro de Araxá. Alguns trabalhadores ficaram cansados e não quiseram voltar para Campo Belo e fizeram um acampamento perto da cidade mais populosa da região Santana do Jacaré, com suas 75 pessoas de origem desconhecida.

Por volta de 1720, o capitão João Veloso de Carvalho se estabelece na região. Sua fazenda não prosperou devido a hostilidades com os índios Caiapós e com negros aquilombados, que expulsaram os brancos da região.

Alguns historiadores acreditam que o nome da cidade, Bambuí, foi dada pelos negros que viviam na região e pertenciam à federação do Quilombo do Campo Grande, sob a chefia do lendário escravo Ambrósio[5]. Essa hipótese é reforçada pela existência de uma cidade de nome Bambuí em Camarões, na África. Outra interpretação do nome da cidade ensina que bambuy é uma palavra indígena que quer dizer “Rio das águas sujas”.

Reputa-se ao padre Toledo e ao mestre de campo Inácio Correia Pamplona, um dos delatores da Inconfidência Mineira, a organização da expedição oficial que culminou com a conquista da região de Bambuí. Os quilombos do campo grande foram dizimados em uma grande carnificina[6]. Alguns historiadores consideram Inácio Correia Pamplona o fundador de Bambuí.

A povoação de Bambuí floresceu após a guerra com os quilombos e com os caiapós, e se desenvolveu lentamente nas décadas seguintes. Em 1768 foi criada a freguesia de Bambuí, tendo como padroeira Sant’ana, mãe de Maria Santíssima. O estabelecimento oficial da freguesia só se efetivou, no entanto, em 23 de janeiro de 1816 com a concessão do Alvará.

Em 10 de julho de 1886 a Lei n.º 307 conferiu à Vila de Bambuí o foro de cidade. Em 1911, a chegada da estrada de ferro a Bambuí impulsionou seu desenvolvimento.

Economia

A principal produção mineral de Bambuí é a extração de caolim, e a agrícola é o café, arroz, milho e soja. A economia da cidade está sendo movimentada pela instalação futura de uma grande usina de álcool e açúcar da Total Agroindústria Canavieira S/A, cujo investimento previsto é de cerca de 250 milhões de reais.

Educação

Bambuí possui um Instituto Federal de Minas Gerais. Localizado na Fazenda Varginha, o IFMG Campus Bambuí é referência para toda a região na área educacional e tecnológica, agregando valores para o desenvolvimento de profissionais de nível técnico e superior, para as áreas de administração, turismo, informática, indústrias alimentícias e agropecuária. O IFMG se encontra em amplo desenvolvimento com a criação periódica de novos cursos.

A rede de ensino conta com uma escola de tempo integral - CIEP Padre Mário Gerlin. Esta escola integral é o primeiro CIEP do estado de Minas Gerais, baseado no projeto pioneiro de Darcy Ribeiro e de Anísio Teixeira. Além da preocupação com a educação integral este tipo de escola investe também na alimentação e na higiene.

Bambuí fica próxima ao Parque Nacional da Serra da Canastra, região de cerrado e predominantemente rural, a qual atrai turistas devido ao clima ameno, cachoeiras, belas paisagens e pela produção de quitutes e quitandas. Bambuí é conhecida como Portal da Canastra, por dar acesso à nascente do Rio São Francisco e também à Serra da Canastra.

Outro atrativo da cidade são as diversas festas que ocorrem ao longo ano. As principais são:

  • Janeiro: Festas de Folias de Reis.
  • Fevereiro: Axé-Buí, o tradicional carnaval de Bambuí, com trios elétricos, bonecos gigantes, escolas de samba e movimento nos vários bares e "pubs" da cidade.
  • Julho: Neste mês ocorrem diversos festejos, por ocasião no aniversário da cidade, em 10 de julho. Os principais eventos são o encontro regional de carro de boi e a exposição agropecuária, a Expo-Bambuí.
  • Agosto: Encontro de Congados de toda a Região, relembrando a raíz quilombola da colonização de Bambuí.
  • Setembro:Axé Minas, carnaval fora de época, realizado por empresa particular, e Exposição de Orquídeas.
  • Dezembro: Festa a fantasia.

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  2. a b «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 
  5. Não há prova documental de que o Rei Ambrósio fosse escravo.
  6. Essa carnificina foi comandada por Bartolomeu Bueno do Prado, em 1759. Em 1769, restavam apenas pequenos remanescentes de quilombos, com populações ínfimas. Mesmo assim, Pamplona nunca os atacou pessoalmente. Disse ter contratado capitães-do-mato para fazer esses ataques, mas, nem isto provou

Ver também

Ligações externas


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