Banzaê

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Banzaê
  Município do Brasil  
Panorama da cidade
Panorama da cidade
Panorama da cidade
Símbolos
Bandeira de Banzaê
Bandeira
Brasão de armas de Banzaê
Brasão de armas
Hino
Gentílico banzaeense
Localização
Localização de Banzaê na Bahia
Localização de Banzaê na Bahia
Localização de Banzaê na Bahia
Banzaê está localizado em: Brasil
Banzaê
Localização de Banzaê no Brasil
Mapa
Mapa de Banzaê
Coordenadas 10° 34' 37" S 38° 36' 54" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Cícero Dantas, Ribeira do Pombal, Euclides da Cunha e Quijingue
Distância até a capital 326 km
História
Fundação c. 1910 (113–114 anos)
Emancipação 24 de fevereiro de 1989 (35 anos)
Administração
Distritos
Prefeito(a) Jailma Dantas Gama Alves (PT, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 409,507 km²
População total (Censo IBGE/2022[1]) 11 958 hab.
Densidade 29,2 hab./km²
Clima Clima tropical com estação seca (Aw)
Altitude 350 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 48405-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[2]) 0,579 baixo
PIB (IBGE/2020[3]) R$ 103 222,83 mil
PIB per capita (IBGE/2020[3]) R$ 7 796,29
Sítio www.banzae.ba.gov.br (Prefeitura)
www.camarabanzae.ba.gov.br (Câmara)

Banzaê é um município brasileiro, no estado da Bahia, localizado no nordeste desse estado, circunscrito geograficamente entre o Agreste e o Sertão. O município compõe o território de identidade baiano Semiárido Nordeste II.

Sua população no censo de 2018 era de 11 958 habitantes, distribuídos por uma área de 409,507 km².[4]

Limita-se com os municípios de Euclides da Cunha ao norte, Ribeira do Pombal ao sul, Cícero Dantas a leste e Quijingue a oeste. Localiza-se a uma distância de 326 km da capital do estado e a 42 km do município de Ribeira do Pombal. Tem em sua sede as coordenadas geográficas: Latitude 10º35` sul e Longitude 38º37` e encontra-se a uma altitude de 350 m.

Topônimo[editar | editar código-fonte]

Há duas versões sobre a etimologia do topônimo Banzaê. A primeira diz que é de origem indígena e significa "terra dos valentes". A segunda diz que vem do quimbundo e significa "aldeia".[5][6]

História[editar | editar código-fonte]

Os primeiros habitantes de Banzaê são os indígenas quiriris.[7][8]

Com o avanço da pecuária pela região de Banzaê no século XVII e os conflitos entre os vaqueiros e indígenas, chegaram a essa área, para proteger e catequisar os quiriris, padres jesuítas, os quais criaram, em 1695, o aldeamento missionário de Saco dos Morcegos (atual Mirandela).[8][9]

Em 1758, os jesuítas foram expulsos de Saco dos Morcegos. Dois anos depois, em 1760, essa antiga missão jesuítica foi elevada à categoria de freguesia, com o nome de Mirandela, sendo subordinada à vila de Pombal (atual Ribeira do Pombal). Posteriormente, em data incerta, Mirandela foi elevada à categoria de vila, sendo reanexada a Pombal por meio da Lei provincial n° 51, de 21 de março de 1837. A Resolução provincial n° 185, de 12 de abril de 1843, extinguiu a Freguesia de Mirandela e anexou-a à de Santa Teresa do Pombal.[8][10]

Em 1910, comerciantes e viajantes de Sergipe que se dirigiam às cidades do Nordeste Baiano criaram uma feira, denominada Feira do Pau, na qual se reuniam pessoas de povoados dos arredores, como Mirandela e Tamburil, para comercializar seus produtos, assim originando o povoado de Banzaê, hoje sede do município de mesmo nome. Nessa povoação, em 1918, foi erguida uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição.[11][12]

O movimento pela emancipação de Mirandela se iniciou na década de 1980, mas enfrentou forte oposição da população de Banzaê, a qual alegava que seu povoado era um dos mais importantes de Ribeira do Pombal. Em 1985, a Comissão de Divisão Territorial da Assembleia Legislativa da Bahia, em nome do deputado Roberto Cunha, aprovou uma lei que criava um novo município em Mirandela, mas, no mesmo ano, esse deputado apresentou um novo projeto de lei, mas dessa vez a sede do novo município em Banzaê.[11][12]

Finalmente, a Lei estadual nº 4845, de 24 de fevereiro de 1989, sancionada pelo então governador Waldir Pires, criou o município de Banzaê, desmembrado de Ribeira do Pombal, sendo instalado em 1° de junho do mesmo ano.[11][13]

A Terra Indígena Kiriri, de ocupação tradicional desse povo indígena, foi demarcada em 1981 e, em 1987, as 37 famílias não-indígenas que habitavam essa TI foram indenizadas e reassentadas nas fazendas Taboa e Serrinha, no município vizinho de Quijingue. A TI Kiriri foi homologada por meio do Decreto nº 98.828, de 15 de janeiro de 1990. Os últimos não-indígenas que habitavam essa terras indígena se retiraram dali em 1998. Existem sete comunidades indígenas na terra indígena demarcada: Sacão, Cacimba Seca, Canta-Galo, Lagoa Grande, Baixa da Cangalha, Marcação e Picos, sendo estes os núcleos tradicionais.[7] Outra etnia de grande importância, porém recente no território, pois chegaram a Banzaê na década de 1980 vindos de Rodelas, devido ao alagamento decorrente da construção da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga, são os tuxás, os quais residem numa área entre os povoados de Salgado e Fazenda Sítio, situados ao norte do município. Ambas os povos sobrevivem basicamente de atividades campestres, pesca e agricultura (através do plantio do milho, feijão, mandioca, melancia, abóbora, quiabo e da colheita da castanha). No artesanato, destacam-se os trabalhos com a cerâmica, fibra e o cipó.[12][14]

Prefeitos e vice-prefeitos[editar | editar código-fonte]

Lista de prefeitos e vice-prefeitos do município:

Nome Partido Vice-prefeito Início do mandato Fim do mandato Observações
1 Edval Calasans de Macêdo,
Seu Divá
Uindson de Souza Dantas,
Cicinho
1990 31 de dezembro de 1992 Prefeito e vice eleitos
2 José Ribeiro de Moraes,
Zé Leal
Hamilton Dantas Viana 1º de janeiro de 1993 31 de dezembro de 1996 Prefeito e vice eleitos
3 Jailma Dantas Gama Alves PFL Uindson de Souza Dantas,
Cicinho
1º de janeiro de 1997 31 de dezembro de 2000 Prefeita e vice eleitos
4 José Ribeiro de Moraes,
Zé Leal
PFL Erivaldo Cardoso Calasans,
Rico (PSC)
1º de janeiro de 2001 31 de dezembro de 2004 Prefeito e vice eleitos
5 Jailma Dantas Gama Alves PFL José Wilson Pereira de Souza
Têca (PSDB)/(PTB)
1º de janeiro de 2005 31 de dezembro de 2008 Prefeita e vice eleitos
PT 1º de janeiro de 2009 31 de dezembro de 2012 Prefeita e vice reeleitos
6 Patrícia Dantas do Nascimento PT Maria Veralucia Gama Moraes
Vera (PSD)
1º de janeiro de 2013 31 de dezembro de 2016 Prefeita e vice eleitas
7 Jailma Dantas Gama Alves 1º de janeiro de 2017 31 de dezembro de 2020 Prefeita eleita e vice reeleita
Adriano Souza Adriano (PT) 1º de janeiro de 2021 31 de dezembro de 2024 Prefeita reeleita e vice eleito [15]

Turismo[editar | editar código-fonte]

  • Pedra Furada (cartão postal da cidade por se diferenciar dos demais morros em virtude de ser uma bela escultura natural);
  • Estádio Municipal Banzaê (Cartão postal da cidade, após reforma o Estádio local agora possui estrutura profissional onde ocorre partidas amistosas e a Copa Rural Banzaê, em que times de nível amador costumam competir por premiações ou pela diversão);[16]
  • Fazenda Engenho Velho;
  • Arquitetura histórica em Mirandela Velha (principal comunidade dos Kiriris[17]);
  • Trilhas de Motocross (Prática de esportes radicais em diversos lugares do município com o uso de motocicletas por praticantes que gostam de desafiar os mais diversos tipos de obstáculos naturais como: morros, serras, areais, pedreiras, mata fechada e etc.);
  • Serras, morros, planaltos e flora nativa;
  • Cultura Indígena (Artesanatos, hábitos e costumes) e Cultura Nordestina (Quadrilhas, festejos juninos e culinária);
  • Santo Cruzeiro (ponto mais alto da cidade, cuja visão torna a visita ao local um grande atrativo).
  • Semana Santa no Povoado Tamburil (Os Festejos da Semana Santa atrai pessoas de diversas localidades. As atrações religiosas começam no domingo de ramos e vão ate os festejos pascoa).
  • Tradicionalmente, a principal festividade da cidade é o Arraiá do Banza, comemorado nos dias 28 e 29 de junho. Além destas datas, há a festa de 8 de dezembro, em homenagem à padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição.

Referências

  1. a b «Banzaê (BA) - panorama». IBGE Cidades. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  2. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 25 de agosto de 2013 
  3. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios - Banzaê (BA)». IBGE Cidades. Consultado em 5 de janeiro de 2023 
  4. «Banzaê (BA)». Cidades e Estados - IBGE. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  5. Santos, Cláudio André (11 de janeiro de 2022). «Banzaê/BA: Convivendo com os índios Kiriris e Tuxás». Blog do Poeta. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  6. Ramos, Ricardo Tupiniquim (2008). Toponímia dos municípios baianos: descrição, história e mudanças (PDF). Salvador: UFBA. p. 275. Cópia arquivada (PDF) em 3 de outubro de 2023 
  7. a b «Kiriri - Povos Indígenas no Brasil». Povos Indígenas no Brasil - Instituto Socioambiental. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  8. a b c Bandeira, Maria de Lourdes (1972). Os Kariris de Mirandela: um grupo indígena integrado (PDF). [S.l.]: UFBA. pp. 19–22 
  9. «CONDER recupera igreja do século XVIII em Banzaê». CONDER-BA. 2 de agosto de 2021. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  10. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros 🔗 (PDF). 21. Rio de Janeiro: IBGE. 1958. p. 160 
  11. a b c «Banzaê - lugar bom de se viver». ADSA - Associação Desportiva e Social de Adustina. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  12. a b c Santos, Cláudio André (14 de janeiro de 2022). «Banzaê/BA: a Terra da Pedra Furada onde Lampião foi Assaltado». Blog do Poeta. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  13. «Banzaê (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  14. «Justiça Federal condena Coelba por linha de transmissão instalada em terra indígena na BA». G1. 18 de maio de 2023. Consultado em 5 de janeiro de 2024 
  15. «Resultado das Eleições 2021 Banzaê». Consultado em 1 de janeiro de 2021 
  16. «Reforma do Estádio Municipal». Consultado em 17 de fevereiro de 2020 
  17. Rosalba, Lélia Maria Fernandes Garcia. 1976. O Posto Indígena de Mirandela. Boletim do Museu do Índio: Documentação, n. 1. Rio de Janeiro: Museu do Índio.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • Site de Notícias: [1]