Bart the Genius

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"Bart the Genius"
"Bart, o Génio[1]" (PT)
"Bart, o Gênio[2]" (BR)
2.º episódio da 1.ª temporada de The Simpsons
Informação geral
Direção David Silverman
Escritor(es) Jon Vitti
Código(s) de produção 7G02
Transmissão original 14 de janeiro de 1990[3]
Características
Frase do quadro negro "I will not waste chalk" ("Não vou desperdiçar giz")[4]
Couch gag A família senta no sofá e Bart é jogado para fora dele, caindo na frente da TV.[5]
Cronologia
"Simpsons Roasting on an Open Fire"
"Homer's Odyssey"

Bart the Genius (Brasil: Bart, o Gênio / Portugal: Bart, o Génio[1][2]) é o segundo episódio da primeira temporada de The Simpsons. Foi exibido originalmente em 14 de janeiro de 1990,[3] sendo o primeiro a conter a sequência e a vinheta de abertura e o primeiro escrito por Jon Vitti, que escreveu outros 25 episódios para a série, antes de sair na décima sexta temporada, e também o primeiro dirigido por David Silverman. É também a primeira vez que Bart usa a famosa frase "Eat my shorts".

Foi o segundo episódio a ser produzido após Some Enchanted Evening, que sofreu vários problemas na animação e, por esse motivo, o episódio tinha que ser considerado aceitável para a série continuar sendo exibida.[6] A animação acabou sendo considerada boa e a série continuou.[5][7]

Enredo[editar | editar código-fonte]

Diante da perspectiva de tirar "F" em um teste de inteligência, Bart sorrateiramente muda seus exames com Martin Prince, o aluno mais esperto da classe. Quando o psicólogo da escola, Dr. Pryor, estuda os resultados, ele identifica Bart como um gênio, para o deleite de Homer e Marge, que lhe matricula em uma nova escola.

No Centro de Aprendizagem enriquecido para crianças superdotadas, Bart se sente fora do lugar entre os outros alunos com habilidades acadêmicas avançadas. Enquanto isso, Marge tenta estimular Bart com um pouco de cultura, levando a família para a ópera.

Banido por seus colegas dotados de inteligência, Bart visita a Escola Primária de Springfield, onde seus velhos amigos também lhe rejeitam. Pelo lado positivo, ele passa a gostar da atenção recém descoberta de Homer.

Depois de causar uma explosão de experiência química, enchendo o laboratório da escola com gosma verde, ele confessa ao Dr. Pryor que ele trocou de testes com Martin. Bart volta para casa e diz a Homer que ele trocou os testes de inteligência, mas que ele está feliz por eles estarem mais próximos do que nunca. Homer persegue Bart bravo pela casa.

Produção[editar | editar código-fonte]

O conceito do episódio surgiu do roteirista Jon Vitti, que fez com uma longa lista de coisas que Bart poderia fazer e suas prováveis consequências. Destas, a única ideia que ele conseguiu desenvolver em uma história interessante para um episódio foi a de Bart trapaceando em um teste de Q.I.[8] O episódio é baseado em uma experiência que Vitti teve em sua infância, quando alguns de seus colegas de classe não levaram um teste de Q.I. muito a sério, sofrendo sérias consequências por causa disso. Tendo em vista que Bart não era muito inteligente, Vitti resolveu converter o problema para Bart.[9]

Vitti utilizou a sua experiência que teve na escola e acabou fazendo um roteiro de 71 páginas, que ultrapassou o limite que lhe foi dado de 45 páginas. Esse foi o primeiro roteiro de Vitti escrito para um programa de 30 minutos.[8]

O diretor David Silverman teve problemas em fazer o tabuleiro do jogo de Scrabble no início do episódio porque as letras não ficavam certas.[10]

A animação contém alguns problemas, como por exemplo, a banana na primeira cena foi colorida de maneira incorreta, já que os animadores coreanos estavam pouco familiarizados com a fruta.[7] A cena em que Bart escreve a sua confissão, animada posteriormente, nos EUA, foi realizada para balancear entre as cenas muito curtas presentes ao longo episódio.[10] A cena final do banho também foi particularmente problemática, pois houve diversos problemas de sincronização dos lábios com o som e de animação, apesar de ter sido refeita diversas vezes, esse foi o melhor resultado conseguido.[10]

Esse episódio foi o primeiro a conter a sequência de abertura completa, incluindo a cena do quadro negro e do sofá. Matt Groening aumentou a duração da abertura para diminuir a quantidade de animação necessária para cada episódio e adicionou várias piadas nela para compensar a repetição em todos os episódios.[7] Matt Groening também queria que as nuvens no começo tivessem uma aparência mais real,[11] mas isso foi descartado na temporada seguinte.

Essa foi a primeira aparição de Edna Krabappel e Martin Prince.[5]

Referências culturais[editar | editar código-fonte]

Na abertura, Maggie faz com bloquinhos de letras a frase "EMCSQU", uma clara referência a equação Equivalência entre massa e energia (E=mc²) de Albert Einstein. Uma figura de Einstein também aparece em uma das paredes do escritório de Dr. J. Pryor.[4] Em outro momento, Homer refere erroneamente Albert Einstein como o inventor da lâmpada incandescente. Dr. J. Pryor compara o seu trabalho com crianças com o de Jane Goodall com chimpanzés.[5] Goodall gostou de ser referida no episódio e enviou uma carta aos produtores[7] e um livro autografado a John Vitti.[8] Quando Bart vai buscar algo para ler na biblioteca de superdotados, entre os livros pode ser ver Crime e Castigo e Paraíso Perdido.[5] Os Simpsons assistem a ópera Carmen do compositor francês Georges Bizet e o maestro da ópera chama-se Boris Csuposki, uma referência ao animador húngaro Gábor Csupó.[4] A música que Bart satiriza durante a ópera é a Canção do Toreador (Votre toast, je peux vous le rendre).[4]

Recepção e legado[editar | editar código-fonte]

Em uma entrevista em 1991, Jon Vitti disse que aquele era o seu episódio favorito entre os que tinha escrito até o momento.[9] James L. Brooks mencionou que aquele era um de seus episódios favoritos dizendo que ele tinha aberto as portas para os posteriores[12] Warren Martyn e Adrian Wood, os autores do livro I Can't Believe It's a Bigger and Better Updated Unofficial Simpsons Guide elogiaram amplamente o episódio descrevendo-o como muito bem escrito e dirigido.[4]

No dia da sua exibição original, o episódio terminou em 47 lugar de audiência daquela semana entre 8 e 14 de janeiro de 1990, com 12.7 pontos no Nielsen Ratings, sendo o segundo programa da FOX mais exibido daquela semana.[13]

O vírus de computador Melissa (mais conhecido como Kwyjibo) teve seu nome inspirado no episódio.[8]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «The Simpsons Archive: Lista de Episódios dos Simpsons». Snpp.com 
  2. a b «Episódios - Os Simpsons». Canal FOX 
  3. a b «Guide». Nohomers.net. Consultado em 23 de julho de 2009 
  4. a b c d e Richmond, Ray; Antonia Coffman (1997). The Simpsons: A Complete Guide to our Favorite Family. [S.l.]: Harper Collins Publishers. 18 páginas. ISBN 0-00-638898-1 
  5. a b c d e Warren Martyn; Adrian Wood (2000). «Bart the Genius». BBC. Consultado em 23 de julho de 2009 
  6. James L. Brooks (2001). DVD da primeira temporada de Os Simpsons - "Some Enchanted Evening" (DVD). 20th Century Fox 
  7. a b c d Matt Groening (2001). DVD da primeira temporada de Os Simpsons (DVD). 20th Century Fox 
  8. a b c d Jon Vitti, Primeira Temporada de Os Simpsons [DVD] comentário "Bart, The Genius"
  9. a b Pat Jankiewicz. Entrevista com "Jon Vitti." Revista Comic Scene #17, Fevereiro de 1991.
  10. a b c David Silverman, Primeira Temporada de Os Simpsons [DVD] comentário "Bart, The Genius"
  11. Matt Groening, Primeira Temporada de Os Simpsons [DVD] comentário "Bart, The Genius"
  12. Kyle Braun. «The Simpsons Movie Interviews». Ugo.com. Consultado em 23 de julho de 2009 
  13. Jerry Buck (19 de janeiro de 1990). «ABC's 'Roseanne' takes first place in Nielsen ratings». St. Petersburg Times: 5D 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]