Batalha de Mullaitivu em 2009

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Batalha de Mullaitivu
Guerra civil do Sri Lanka,
Ofensiva norte do Exército do Sri Lanka em 2008-2009

Mapa detalhado do Distrito de Mullaitivu
Data 2 a 25 de janeiro de 2009
Local Mullaitivu, nordeste do Sri Lanka
Desfecho Vitória do Exército do Sri Lanka
Mudanças territoriais Reconquista do Distrito de Mullaitivu por parte do governo do Sri Lanka
Beligerantes
Forças Armadas do Sri Lanka Tigres da Libertação do Tamil Eelam
Comandantes
Gen. Sarath Fonseka
Maj. Gen. Jagath Jayasuriya
Maj. Gen. Jagath Dias
Velupillai Prabhakaran
Forças
Exército do Sri Lanka:
Divisão 59: > 7.000[1]
Brigada 593
Sentinela Gemunu 7
Baixas
Desconhecidos Desconhecidos
Mapa detalhado do Distrito de Mullaitivu

A batalha de Mullaitivu foi uma batalha em terra combatida pelas Forças Armadas do Sri Lanka e pelos Tigres da Libertação do Tamil Eelam (LTTE) pelo controle da cidade de Mullaitivu durante o Episódio setentrional da Quarta Guerra de Eelam, que faz parte da guerra civil do Sri Lanka. A cidade de Mullaitivu era a última fortaleza dos Tigres do Tâmil. O governo do Sri Lanka declarou em 25 de janeiro que suas tropas tinham adentrado a cidade e estavam estabelecendo suas posições.[2]

A Força Aérea do Sri Lanka estava atacando as posições dos Tigres do Tâmil em Mullaitivu e em seus arredores por vários dias antes das tropas do governo adentrarem a cidade.[3] Após a batalha de Kilinochchi, durante a qual as Forças Armadas do Sri Lanka capturaram a fortaleza dos Tigres do Tâmil na cidade de Kilinochchi, o Ministério da Defesa do Sri Lanka declarou que o próximo alvo das Forças Armadas era a cidade de Mullaitivu, e que a "batalha já tinha começado".[4] Folhetos foram lançados pela Força Aérea sobre a cidade antes da batalha, pedindo para que os civis fossem para "zonas seguras" controladas pelo governo.[5] O governo também suspendeu todos os serviços públicos para permitir que os funcionários públicos deixassem a área.[6] O Exército do Sri Lanka permitiu uma "zona segura" de 32 quilômetros dentro da zona de guerra com o objetivo de acolher os refugiados da cidade. Agências independentes de ajuda relataram que cerca de 230.000 civis estavam dentro da zona segura em torno da cidade durante a batalha.[7]

Plano de fundo[editar | editar código-fonte]

Os Tigres do Tâmil capturaram a base militar de Mullaitivu, e a própria cidade em 1996, após uma batalha que resultou em pelo menos 1.639 soldados mortos ou desaparecidos.[8] Os Tigres do Tâmil usaram a cidade como principal base militar desde então.[9] Uma grande base dos Tigres Marinhos, a Marinha dos Tigres do Tâmil, também estava localizada em Mullaitivu.[10]

Mullaitivu tem sido o principal alvo da Ofensiva norte do Exército do Sri Lanka em 2008-2009 durante o episódio setentrional da Quarta Guerra de Eelam.[11]

Batalha[editar | editar código-fonte]

Antes da batalha, escritórios públicos em Mullaitivu foram fechados para o final de semana, e os funcionários públicos saíram da cidade antes da iminente ação militar em 25 de janeiro. Foi observado que os civis de Mullaitivu seguiram para norte, em regiões de selva, mesmo local de onde os rebeldes dos Tigres do Tâmil já tinham se refugiado.[12] Em 24 de janeiro, véspera da batalha final, os soldados dos Tigres do Tâmil destruíram uma barragem perto da cidade e inundaram as áreas adjacentes à cidade. Os soldados dos Tigres do Tâmil também construíram barreiras de terra, dificultando a aproximação de tanques pesados do Exército.[12]

Soldados de infantaria do Sentinela Gemunu 7, do Exército do Sri Lanka, adentraram a cidade após grande resistência por parte dos soldados dos Tigres do Tâmil.[13] As tropas em terra estavam sendo guardados por helicóptero de ataque das Força Aérea do Sri Lanka. As tropas também vieram de um pequeno grupo de barcos do lado oeste da cidade.[12] Depois, a Divisão 59 ficou envolvida no combate, e terminou de reconquistar a cidade, começando a estabelecer suas posições.[13] Após a batalha, relata-se que alguns soldados dos Tigres do Tâmil se esconderam numa pequena área entre Vishwamadhu e Puthukkudiyiruppu.[13]

Após a batalha[editar | editar código-fonte]

Com a queda de Mullaitivu, os Tigres da Libertação do Tamil Eelam ficaram com apenas 5% do território que era anteriormente controlado pelo grupo rebelde.[14] Sarath Fonseka, o comandante do Exército do Sri Lanka, pediu para que o público celebrasse a vitória com dignidade, hasteando a bandeira nacional.[15] Antes de a cidade ser capturada, o Exército encontrou e destruiu duas instalações próximas à cidade, de fabricação de bombas e minas terrestres, que continham, segundo o Exército, 4.000 detonadores e 150 km de explosivos.[7] O Exército continuou a atacar posições dos Tigres do Tâmil nas selvas após capturar Mullaitivu.[16]

Diz-se que o líder dos Tigres do Tâmil, Velupillai Prabhakaran, estava escondido nas áreas de selvas ainda sob poder dos Tigres do Tâmil. No entanto, o governo do Sri Lanka não soube precisar a exata localização.[17] A Índia e a Malásia iniciaram esforços para prevenir que Prabhakaran entre nestes países. Prabhakaran foi procurado na Índia pelo assassinato do ex-primeiro-ministro da Índia, Rajiv Gandhi.[12]

Reações internacionais[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. (em inglês) http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601080&sid=aMaBWytgG884&refer=asia
  2. «Troops enter Mullaittivu; LTTE main garrison town falls». Ministro da Defesa do Sri Lanka (em inglês). Defence.lk. 25 de janeiro de 2009. Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  3. «SL Army captures LTTE camp, kills six rebels». Zee News (em inglês). 23 de janeiro de 2009. Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  4. «Sri Lankan troops pursue Tamil Tigers». AFP (em inglês). Taipei Times. 4 de janeiro de 2009. Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  5. Najmuddin, Jamila (23 de janeiro de 2009). «Air force drops leaflets over safe zones in Mullaitivu». Daily Mirror (em inglês). Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  6. Kamalendran, Chris (25 de janeiro de 2009). «Govt. clears Mullaitivu for final assault». The Sunday Times (em inglês). Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  7. a b «Sri Lankan troops capture last big rebel town -army». Reuters (em inglês). 26 de janeiro de 2009. Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  8. Athas, Iqbal (13 de outubro de 1996). «Censorship out: then events unfurled». The Sunday Times (em inglês). Consultado em 27 de janeiro de 2009 
  9. «LTTE's last stronghold Mullaitivu captured: Lankan army chief (Roundup)». Sindh Today (em inglês). 25 de janeiro de 2009. Consultado em 27 de janeiro de 2009 
  10. «Troops capture Mullaitivu Town». South Asia Terrorism Portal (em inglês). 26 de janeiro de 2009. Consultado em 27 de janeiro de 2009 
  11. Ferdinando, Shamindra (4 de janeiro de 2009). «The Army wins the Day». The Island (em inglês). Consultado em 27 de janeiro de 2009 
  12. a b c d «Sri Lankan troops seize last Tiger town». AFP (em inglês). 25 de janeiro de 2009. Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  13. a b c «Sri Lankan troops enter Mullaitivu, LTTE's last bastion». The Hindu (em inglês). 25 de janeiro de 2009. Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  14. «Sri Lankan troops capture rebels' major town». Agência de Notícias Xinhua (em inglês). 26 de janeiro de 2009. Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  15. «Mullaittivu liberated; LTTE main garrison captured». Ministro da Defesa do Sri Lanka (em inglês). Defence.lk. 25 de janeiro de 2009. Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  16. «Army targets 'last Tiger pockets'». BBC News (em inglês). 26 de janeiro de 2009. Consultado em 26 de janeiro de 2009 
  17. «Cornered, Prabhakaran may end life». Times of Índia (em inglês). 26 de janeiro de 2009. Consultado em 25 de janeiro de 2009 
  18. «India all for civilians, no sympathy for LTTE: Pranab». IBN (em inglês). 27 de janeiro de 2009. Consultado em 27 de janeiro de 2009 
  19. (em inglês)[1]
  20. (em inglês) [2]
  21. a b «Fears for civilians grow as Sri Lanka hammers rebels». AFP (em inglês). 28 de janeiro de 2009. Consultado em 27 de janeiro de 2009 
  22. (em inglês) ICRC:Sri Lanka
  23. (em inglês) [3]
  24. (em inglês)[4]