Batalha de Zacatecas

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Batalha de Zacatecas
Revolução Mexicana

Mural de Ángel Boliver representando a batalha de Zacatecas.
Data 23 de junho de 1914
Local Zacatecas, Zacatecas
Desfecho Vitória decisiva dos rebeldes
Beligerantes
México Villistas  México
Comandantes
Pancho Villa Medina Barrón
Forças
mais de 20 000 (est.) entre 7 000 e 15 000 (est.)
Baixas
1 000 (est.) 6 000 a 7 000 (est.)

A batalha de Zacatecas, também conhecida como Tomada de Zacatecas, foi a batalha mais sangrenta da campanha para derrubar o presidente Victoriano Huerta, durante a Revolução Mexicana. [1]Em 23 de junho de 1914, a Divisão do Norte de Pancho Villa derrotou de forma decisiva as tropas do general Luís Medina Barrón que defendiam a cidade de Zacatecas. Esta grande vitória desmoralizou os apoiantes de Huerta, conduzindo à sua renúncia em 15 de julho de 1914.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Zacatecas, uma cidade mineira com 30 000 habitantes, possuía um ativo militar estratégico, um nó ferroviário que tinha de ser capturado para se conseguir avançar sobre a Cidade do México a partir do norte.[1] Ciente desta realidade, Huerta enviou um dos seus melhores oficiais, o general Medina Barrón, com reforços para a guarnição que defendia a cidade. Estima-se que as suas forças rondassem os 12 000 homens.

Venustiano Carranza, o líder da rebelião, invejava a popularidade de Villa e não queria dar-lhe a oportunidade de o anteceder na entrada na Cidade do México, pelo que lhe ordenou atacar Saltillo após a sua difícil vitória em Torreón. Em seu lugar, Carranza escolheu o general Pánfilo Natera para efetuar o ataque a Zacatecas. Porém, o seu assalto foi facilmente repelido por Medina Barrón.[2] Sem autorização, Villa decidiu tentar a sua sorte com a sua Divisão do Norte, com cerca de 20 000 homens.

A batalha[editar | editar código-fonte]

Zacatecas encontra-se rodeada por montes. Medina Barrón colocou muitas das suas melhores tropas em dois deles, La Bufa e El grillo, com apoio da artilharia. Elevações menores, como Loreto e Sierpe foram também fortificadas.

Villa deixou o planeamento do ataque nas mãos de Felipe Ángeles. Foi decidido usar as vantagens do maior número de tropas e artilharia superior e atacar a cidade por todos os lados, com a artilharia a concentrar os seus disparos sobre La Bufa e El Grillo. O bombardeamento começou às 10 da manhã de 23 de julho de 1914. El Grillo foi tomado por volta das 13 horas. A resistência em foi mais forte em La Bufa, em parte porque ali se encontrava Medina Barrón,mas os seus soldados ficaram desalentados com a queda de El Grillo, e La Bufa foi tomado no final da tarde.

Medina Barrón e os seus homens retiraram para a cidade. Instalou-se o pânico, pois era bem sabido que os homens de Villa não teriam misericórdia. O general ordenou a retirada para a localidade vizinha de Guadalupe, na estrada para Aguascalientes, de onde se esperava que chegassem reforços. Porém, depararam-se com 7 000 tropas de reserva de Villa e foram massacrados.

No total, estima-se que tenham perdido a vida entre 6 000 e 7 000 defensores, muitos dos restantes foram feridos, e apenas Medina Barrón e algumas centenas de homens chegaram em segurança a Aguascalientes. As tropas de Villa sofreram cerca de 1 000 mortos. O número de baixas civis é desconhecido.

Referências

  1. a b Katz, Friedrich (1998). The Life and Times of Pancho Villa. Stanford, California: Stanford University Press. ISBN 0-8047-3046-6  p. 348
  2. «Reports Rout of Rebels» (PDF). New York Times. 16 de junho de 1914. Consultado em 21 de julho de 2009