Beatriz de Portugal, Duquesa de Viseu

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Beatriz
Duquesa de Viseu e Beja
Beatriz de Portugal, Duquesa de Viseu
Nascimento 13 de junho de 1430
Morte 30 de setembro de 1506 (76 anos)
Marido Fernando, Duque de Viseu e Beja
Descendência João, Duque de Viseu
Diogo, Duque de Viseu
Leonor de Viseu
Isabel de Viseu
Manuel I de Portugal
Dinastia Avis
Pai João de Portugal
Mãe Isabel de Bragança
Religião Catolicismo
Assinatura Assinatura de Beatriz

Beatriz de Avis (13 de junho de 143030 de setembro de 1506), foi uma infanta de Portugal e Duquesa de Viseu e de Beja, participou activamente na política dos reinados de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I. Desempenhou um papel crucial nas negociações de paz entre Portugal e Castela e foi a primeira mulher a governar a Ordem de Cristo.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Beatriz de Portugal, nasceu no dia 13 de Junho de 1430. Era filha do infante João, Condestável de Portugal (filho de D. João I e de Filipa de Lencastre) e de Isabel de Barcelos (filha do Duque de Bragança D. Afonso I e de Beatriz de Alvim). Era bisneta de D. Pedro I e de Nuno Álvares Pereira.[2]

Casou em 1447 com o seu primo direito, o infante Fernando, Duque de Beja e de Viseu, irmão do rei Afonso V, de quem teve vários filhos, nomeadamente o rei Manuel I e a rainha Leonor. Para além disto, era tia de Isabel, a Católica uma vez que a sua irmã Isabel havia casado com João II de Castela, de quem também era prima, uma vez que todos eles eram netos de João de Gante. Era também prima do imperador Maximiliano I e de Carlos da Borgonha, uma vez que descendiam do rei D. João I que era seu avô.[2]

Teve um papel activo na política dos reinados de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I. Ajudou a concretizar as pazes com Castela encontrando-se pessoalmente com Isabel, a Católica, na vila de Alcântara em 1479. Este acontecimento conduziu à assinatura do Tratado de Alcáçovas e Terçarias de Moura, em setembro desse ano.[3] Com a paz entre Portugal e Castela, ficou a duquesa responsável por cuidar do neto Afonso e da sobrinha-neta Isabel de Aragão, ficando a viver em Moura.[3][4]

Os primos estavam destinados a casar. Por outro lado, o seu filho Manuel foi para a corte de Castela.

Foi também preponderante na gestão da Ordem de Santiago actuando como tutora do seu filho D. Diogo. Nesta qualidade, também foi nomeada pelo Papa como governadora da Ordem de Cristo, tendo sido a única mulher a desempenhar este cargo.

Após a morte do filho Diogo, Duque de Viseu às mãos do rei D. João II de Portugal, que escreveu à sogra a explicar o sucedido, Beatriz aceitou o acontecimento, escrevendo aos alcaides dos seus castelos que os entregassem ao rei, seu genro.[3]

Fundou em Beja o convento de Nossa Senhora da Conceição, actual Museu Rainha Dona Leonor, também conhecido como Museu Regional de Beja e onde viveu Mariana Alcoforado que escreveu As Cartas Portuguesas. É lá que se encontra sepultada junto do marido.[1][5][6]

Beatriz morreu aos 76 anos, no dia 30 de setembro de 1506.[7]

Ascendência[editar | editar código-fonte]

Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência

Descendência[editar | editar código-fonte]

Do seu casamento com o Infante D. Fernando nasceram nove filhos, dos quais apenas cinco chegaram à idade adulta; contudo, todos eles desempenharam um papel capital na história portuguesa:

  1. João de Viseu (1448-1472), terceiro Duque de Viseu e segundo Duque de Beja;
  2. Diogo de Viseu (1450-1484), quarto Duque de Viseu e terceiro Duque de Beja;
  3. Leonor de Viseu (1458-1525), casou com João II de Portugal e tornou-se Rainha de Portugal;
  4. Isabel de Viseu (1459-1521), casada com o duque de Bragança Fernando II;
  5. Duarte de Viseu (1462-1476 ou depois), foi criado junto de D. João II;
  6. Simão de Viseu (m. 1465 / 1470);[8]
  7. Catarina de Viseu (1465-a.1470);
  8. Dinis de Viseu (1468- a.1470);[9]
  9. Manuel (1469-1521), Duque de Viseu e de Beja. Rei de Portugal após a morte do seu primo D. João II.[10]

Referências

  1. a b «PressReader.com - Réplicas de Jornais de Todo o Mundo». www.pressreader.com. Consultado em 20 de dezembro de 2020 
  2. a b c Oliveira e Costa, João Paulo (2005). D. Manuel I. Rio de Mouro: Círculo de Leitores. ISBN 972-42-3440-1 
  3. a b c Verbo Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, 3.º Volume
  4. Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, A Terra será redonda?
  5. Canelas, Lucinda. «Aqui viveram "dois gangs" de freiras e uma mulher apaixonada». Público. Consultado em 20 de dezembro de 2020 
  6. «Convento da Conceição | Museu Regional de Beja». www.museuregionaldebeja.pt. Consultado em 20 de dezembro de 2020 
  7. Almeida, A. Duarte de (1938). Enciclopédia histórica de Portugal. [S.l.]: J. Romano Torres & c.a 
  8. Martins, Maria Odete Banha da Fonseca Sequeira (2011). «Poder e sociedade : a duquesa de Beja (Tese)». Universidade de Lisboa, FLUL. Consultado em 18 de Abril de 2020 
  9. Fonseca, Luís Adão (1983). «ALGUMAS CONSIDERAÇÕES A PROPÓSITO DA DOCUMENTAÇÃO EXISTENTE EM BARCELONA RESPEITANTE À ORDEM DE AVIS: SUA CONTRIBUIÇÃO PARA UM MELHOR CONHECIMENTO DOS GRUPOS DE PRESSÃO EM PORTUGAL EM MEADOS DO SÉCULO XV. Carta do Condestável D. Pedro ao Papa acerca da sua disposição no sentido de renunciar ao governo do Mestrado de Avis a favor do infante D. Fernando de Portugal, ou do seu filho Simão."» (PDF). REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS. Consultado em 10 de abril de 2020 
  10. PINA, Rui de. Crónica de D. Afonso V. [S.l.: s.n.] p. 817 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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  1. Dávila, Maria Barreto (2019). A mulher dos descobrimentos: D. Beatriz, infanta de Portugal. [S.l.: s.n.] OCLC 1118531341