Bunte Götter

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Reconstituição de parte do friso do Tesouro de Sífnos, no Santuário de Apolo em Delfos

Bunte Götter, ou Deuses Coloridos, é uma exposição de arte produzida pela Gliptoteca de Munique em 2003 e que desde então excursionou por vários museus da Europa.[1]

A mostra teve colaboração da Gliptoteca Ny Carlsberg de Copenhague e dos Museus Vaticanos, e apresentou o resultado de pesquisas recentes em torno da pouco divulgada prática dos gregos antigos de pintar a superfície de suas obras de escultura, seja no todo, seja apenas em detalhes. Contudo, como essa policromia se desgastou com o passar do tempo, os antiquários do Renascimento, período quando começou a se apreciar novamente a obras clássicas, não se deram conta de sua existência, e passou-se a crer que toda a escultura da Grécia Antiga havia sido produzida com seus materiais deixados aparentes. Mais tarde o erro foi detectado, embora tenha-se preferido ignorar o assunto, já que para as culturas neoclássica e romântica dos séculos XVIII e XIX o branco simbolizava a pureza e perfeição que imaginavam encontrar nas formas esculturais da Grécia Antiga. O tema permaneceu um arraigado tabu, tanto que praticamente toda a produção escultural em mármore - o material mais "nobre" - permanecia com seu material aparente para que emulasse melhor as prezadas obras da antiguidade.[2][3]

Quebrando esta tendência que já havia se provado enganosa, aquelas instituições produziram uma série de réplicas de estátuas e relevos dos períodos arcaico e clássico da Grécia a fim de receberem cores como as que se julgou possuírem em sua origem. Tal iniciativa se baseou em pesquisas realizadas por um grupo de cientistas e os arqueólogos Ulrike e Vinzenz Brinkmann, usando equipamentos de luz ultravioleta, microscópios e outros aparatos de alta sensibilidade, capazes de detectar resíduos de pigmento que ainda permaneciam sobre muitos exemplares da escultura da antiguidade.[2][3]

As réplicas com suas cores novas (ou em verdade antigas) foram expostas lado a lado aos originais antigos, que perderam toda a cor ao longo dos séculos, com resultados surpreendentes e fascinantes. A exposição recebeu cobertura da mídia, e contribuiu para um processo de reeducação do olho contemporâneo para uma apreciação mais completa e verdadeira da arte grega daqueles tempos.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Colourful Gods. The Vibrant Colours of Ancient Sculpture. Staatliche Museen zu Berlin, Pergamonmuseum. Tue 13 July - Sun 3 October 2010
  2. a b c Höllerer, Leni. Ganz schön grell - So bunt war die Antike. IN Welt Online, 25.04.2007
  3. a b Schwerd, Wolfgang. Die Ausstellung "Bunte Götter" - Die Farbigkeit antiker Skulptur. Suite101, 09.03.2009