Caminho do Proença

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O Caminho do Proença, ou Caminho de Inhomirim, era uma variante do chamado Caminho Novo, uma das vias que dava acesso à região das Minas Gerais à época do Brasil Colônia.

Ver artigo principal: estrada real

Entre 1722 e 1725, o sargento-mor Bernardo Soares de Proença, proprietário de terras em Suruí, abriu uma variante que encurtava e facilitava em muito o trajeto do Caminho Novo que tinha sido aberto alguns anos antes.

O Caminho do Proença partia do porto de Estrela no fundo da baía de Guanabara e, evitando a perigosa e acidentada subida por Xerém, seguia o rio Inhomirim. Depois se iniciava um caminho terrestre que subia pela serra da Estrela até Itamaraty. A partir daí, seguia o rio Piabanha, descendo pelos distritos de Correias e Itaipava. Depois se desviava para a freguesia de Santana de Cebolas (atual distrito de Inconfidência, Paraíba do Sul) onde entroncava-se com o Caminho Novo em Santo Antonio da Encruzilhada (Paraíba do Sul), ponto de onde em 1700 foi desbravado o caminho novo, permitindo seguir-se até o centro da atual cidade de Paraíba do Sul.

Este novo trecho reduzia o tempo de viagem entre o Rio de Janeiro e Vila Rica de quatorze a apenas dez dias.

Em pouco tempo tornou-se a opção preferida pelos tropeiros e viajantes. Por este caminho passavam, no século XVIII, comerciantes, escravos, mercadorias e o ouro das Minas Gerais com destino ao porto da Estrela.

Em 1802, a Coroa portuguesa mandou calçá-lo com pedras irregulares. Restam atualmente alguns trechos com vestígios do calçamento original.

A existência de Petrópolis e adjacências se deve à existência desta variante, uma vez que foi por ela que, em março de 1822, Dom Pedro I antes de proclamar a Independência e antes de ser Imperador, assustado com a possibilidade de levante em Minas Gerais, foi pela primeira vez para o interior do Brasil, passando pela atual cidade de Petrópolis. Encantou-se com a região onde se hospedou na fazenda do Padre Correia, acabou comprando a fazenda vizinha do Córrego Seco em 1827, ao levar a sua filha de sete anos para ser tratada. Vinte e sete anos depois (1854) seu filho Dom Pedro II fundou no local a cidade de Petrópolis. Não fosse a variante, Pedro I teria levado a sua filha para Miguel Pereira ou Paty do Alferes, que também têm ótimo clima e ficavam no caminho da antiga subida do Caminho Novo por Xerém.

A inauguração da primeira ferrovia brasileira, ligando o porto de Mauá à estação de Fragoso, no atual município de Magé, ainda utilizava o porto de Estrela. Entretanto, posteriormente, o início de operação da estrada de ferro D. Pedro II causou o total abandono do porto.

Galeria[editar | editar código-fonte]

Paisagens do trajeto do Rio de Janeiro até as Minas Gerais passando pelo Caminho do Proença e Caminho Novo - Rugendas, cerca 1821-1825

Ver também[editar | editar código-fonte]


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