Canção dos Nibelungos

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Primeira página do manuscrito C (aprox. 1220)

A Canção dos Nibelungos (em alemão Das Nibelungenlied) é um poema épico escrito na Idade Média por volta de 1200[1] em alto alemão médio. Embora use-se o termo "canção", o significado de liet em alto alemão médio abrange ainda 'estrofes', 'saga'. A "canção" dos Nibelungos é a mais famosa das versões da saga dos Nibelungos, que remonta à era do nomadismo dos povos bárbaros.

A Canção dos Nibelungos está baseada em motivos heróicos germânicos pré-cristãos que compreendem as lendas dos Nibelungos, misturando antigas tradições orais com eventos e personagens históricos dos séculos V e VI. Lendas sobre os mesmos temas existem em várias sagas da língua nórdica antiga, como a Saga dos Volsungos e a Edda em prosa.

Em 2009, os três principais manuscritos da Canção dos Nibelungos foram registrados no Programa Memória do Mundo, da UNESCO, em reconhecimento à sua importância histórica.[2]

Fontes manuscritas[editar | editar código-fonte]

O rastro do poema foi perdido no fim do século XVI, porém manuscritos da canção, datados do século XIII em diante, foram redescobertos no século XVIII. Na atualidade há trinta e cinco manuscritos medievais conhecidos da canção, o que indica a grande popularidade da história durante a Idade Média. Onze desses manuscritos estão essencialmente completos, e vinte e quatro são fragmentários, incluindo uma versão em neerlandês (manuscrito T). O texto contém aproximadamente 2400 estrofes divididas em 39 âventiuren (capítulos).

Em forma e conteúdo, as fontes do manuscrito têm uma tendência a desviar-se significativamente umas das outras. Os manuscritos completos mais antigos, todos datados do século XIII e contendo várias diferenças um em relação aos outros, são denominados "A" Hohenems-Münchener Handschrift (c. 1275), "B" St. Galler Handschrift (c. 1250 ou antes) e "C" Hohenems-Laßbergische ou Donaueschinger Handschrift e encontram-se hoje na Biblioteca Estadual Bávara de Munique, na Abadia de São Galo (Suíça) e na Biblioteca Estadual de Baden, em Karlsruhe, respectivamente.

Tirado de um dos últimos trechos da versão do texto em "C" (hie hât daz mære ein ende: daz ist der Nibelunge liet: "aqui acaba a história: essa é a canção dos Nibelungos."), o título atual data da metade do século XVIII, período em que ressurgiu o interesse pelo conteúdo dos manuscritos que contêm versões do poema (em especial os códices A, B e C, dentre outros 33 códices). Em "B" consta, no lugar de "canção", a palavra not, 'aflição' ao final: "diz ist der Nibelunge not".

Versão primitiva[editar | editar código-fonte]

Embora o manuscrito original da Canção dos Nibelungos tenha desaparecido, sabe-se que a epopeia transcrita no século XIII, com base na tradição oral, não é a primeira versão.

Segundo o germanista francês Jean Fourquet, a análise dos manuscritos disponíveis indica que a versão primitiva da Canção dos Nibelungos (Ur-Nibelungenlied) pode ter sido escrita por um jogral do século XII, perto de Worms, em frâncico renano. Seu estilo é inspirado nas canções de gesta francesas e seria o resultado de uma compilação coerente de um corpus simultaneamente germânico e escandinavo.[3]

Cenário histórico e influências[editar | editar código-fonte]

Vista atual do rio Reno, junto a Worms

A Canção dos Nibelungos é uma implementação medieval alemã do chamado Mito dos Nibelungos, um grupo de lendas cuja origem remonta à heróica época das migrações dos povos bárbaros. Nesse período, várias tribos germânicas invadiram o Império Romano e colonizaram vastas áreas da Europa ocidental. Uma destas tribos foi a dos burgúndios, que estabeleceram um reino na região do Reno, com capital em Worms. Um dos eventos históricos que possivelmente está nas origens da lenda é a destruição do reino burgúndio, por volta do ano de 436, pelo romano Flávio Aécio, com ajuda de soldados hunos. O poema se refere à destruição dos burgúndios numa luta travada no reino de Átila, o Huno. Outro evento histórico que pode ter influenciado o mito é o casamento de Átila com a princesa germânica Idico, em 453. No poema, Átila se casa com a princesa burgunda Kriemhild (em português, Cremilda).

Batalha entre nibelungos e hunos (detalhe de afresco da Münchner Residenz)

Outro acontecimento com possível reflexo no mito é o conflito na casa dos Merovíngios, entre a rainha Brünhild (em português, Brunilda) e a amante do rei, Fredegunde (em português, Fredegunda), ocorrido no século VI. Esse evento histórico tem um paralelo no poema na relação conflitiva entre as rainhas Brünhild e Kriemhild.

Esse fundo histórico foi misturado com antigas lendas relacionadas aos nibelungos, originalmente uma raça mitológica de anões guardiões de um tesouro. Mais tarde, o nome nibelungo passou a designar uma dinastia burgunda. Na primeira parte do poema, o tesouro que Siegfried tomou dos nibelungos passa aos burgúndios. O significado do termo "nibelungo" muda na segunda parte, pois os burgúndios passam a ser chamados nibelungos, talvez por se terem tornado donos do tesouro.

O público da Canção dos Nibelungos era composto por cortesãos educados, acostumados aos romances de cavalaria da Matéria da Bretanha e da Matéria de França. Assim, apesar da antiguidade dos temas da Canção, o comportamento dos personagens está fortemente condicionado pela ética da cavalaria medieval e do amor cortês. O cerimonial da corte burgunda, as ações de Siegfried, seus esforços para conquistar Kriemhild e o relacionamento amoroso entre os dois são típicos dos romances de cavalaria da época.

Autoria[editar | editar código-fonte]

A morte de Siegfried, num manuscrito (K) do século XV

Como é frequente nos poemas épicos da época, o nome do autor da Canção dos Nibelungos não é indicado no texto. A opinão geral dos estudiosos é a de que o autor seria um poeta anônimo, de refinada educação, da região do Danúbio, entre Passau e Viena, e que a composição inicial dataria do período entre 1180 e 1210. Uma possibilidade é que o autor fosse da corte de Wolfger de Erla, bispo de Passau entre 1191 e 1204, que foi um grande incentivador da literatura, tendo sido mecenas de Walther von der Vogelweide, entre outros.

Na Lamentação dos Nibelungos, um poema anexo à maioria dos manuscritos da Canção, há uma explicação fantasiosa para a escritura do conto. O texto indica que um tal "Mestre Conrado" foi encarregado de transcrever a história para o bispo Pilgrim de Passau (971-991). Esse bispo teria sido, supostamente, testemunha ocular dos acontecimentos. Não é claro o sentido dessa menção a Pilgrim. Isso poderia dever-se a que o autor utilizou fontes da época de Pilgrim para compor a Canção, talvez da autoria de um mestre Conrado. Também poderia ser simplesmente uma homenagem ao ilustre predecessor de Wolfer, responsável pela cristianização dos húngaros.

Forma[editar | editar código-fonte]

A Canção dos Nibelungos está composta por estrofes de quatro versos denominadas Nibelugenstrophe ou Kürenbergerstrophe, uma métrica que influenciou diversos poemas épicos e o Minnesang. Elas estão organizados em pares de versos rimados chamados de Langzeile. As cerca de 2.400 estrofes da Canção dos Nibelungos estão subdivididas em 39 âventiure (aventuras), capítulos de tamanho variável com subtítulos. Estes subtítulos variam muito de manuscrito a manuscrito e são fruto de adições posteriores.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

A Canção dos Nibelungos está constituída por duas partes. A primeira parte descreve a viagem de Siegfried à terra dos burgúndios, o amor de Siegfried e Kriemhild, a conquista de Brünhild pelo rei Gunther com a ajuda de Siegfried, o casamento de Siegfried e Kriemhild e a morte de Siegfried por Hagen. A segunda parte narra a vingança de Kriemhild, que se casa em segundas núpcias com Átila, o Huno e atrai os cavaleiros burgundos para uma emboscada na corte huna, o que causa um massacre em que morrem quase todos os protagonistas.

O manuscrito "C" começa com uma estrofe que antecipa o final trágico e que se acredita que é uma adição posterior ao poema. Embora seja o manuscrito mais antigo que se conhece, acredita-se que sua versão seja posterior às versões *A e *B.

Uns ist in alten mæren   wunders vil geseit
von helden lobebæren,   von grôzer arebeit,
von freuden, hôchgezîten,   von weinen und von klagen,
von küener recken strîten   muget ir nû wunder hœren sagen.

Nos contam em antigas lendas sobre prodígios tantos,
grandes heróis e prebendas, dificultosos fatos,
de alegrias, festejos, de chorares e lamentar;
de batalhas de bravos guerreiros, prodígios agora ireis escutar.

Em algumas de suas versões (A e B), porém, o poema começa com a descrição de Kriemhild. Ela é, de fato, a principal personagem da obra. O último verso desta estrofe inicial antecipa a ideia de que a bela mulher será o motor da tragédia. Assim, o manuscrito "B" diz:

Ez wuohs in Burgonden      ein vil edel magedîn,
daz in allen landen      niht schoeners möhte sîn,
Kriemhild geheizen.      Si wart ein schoene wîp.
dar umbe muosen degene      vil verliesen den lîp.

Cresceu em solo burgundo uma nobre princesa,
tão linda como no mundo nenhuma outra beleza,
Cremilda era chamada, uma mulher bela.
Muitos valentes tiveram de perder a vida por ela.[4]

Primeira parte[editar | editar código-fonte]

O poema começa apresentando a corte burgunda em Worms, onde mora a bela princesa Kriemhild junto a seus três irmãos: Gunther, rei dos burgúndios, Gernot e Giselher. Siegfried von Xanten, príncipe de extraordinária força e orgulho, filho do rei Sigmundo e da rainha Siglinda, escuta sobre a beleza da princesa Kriemhild e resolve viajar a burgúndia e conhecê-la.

Siegfried chega a Worms, capital do reino burgúndio, com o objetivo de casar-se com Kriemhild, porém não o revela a princípio. No momento da chegada do herói, desconhecido no país burgúndio, as aventuras da juventude de Siegfried são contadas por Hagen von Tronje, vassalo de Gunther. Hagen conta a Gunther que Siegfried obteve o tesouro dos nibelungos após vencer os irmãos Nibelungo e Schilbungo e um exército de guerreiros nibelungos. Hagen também menciona que Siegfried matou um temível dragão, o que lhe conferiu invencibilidade quando seu corpo cobriu-se com o sangue da fera. O único lugar vulnerável do corpo de Siegfried, conhecido apenas por ele, é um ponto onde uma folha de tilia impediu o contato do sangue com sua pele.

Após alguns conflitos iniciais, Siegfried consegue a amizade de Gunther e seus cavaleiros, ajudando-os a vencer uma invasão de saxões e dinamarqueses. Em agradecimento, Gunther permite a Siegfried que conheça Kriemhild, e os dois apaixonam-se um pelo outro.

O rei Gunther, que é ainda solteiro, decide casar-se com a rainha da Islândia, Brünhild, uma bela mulher dotada de força sobre-humana. Siegfried avisa-o que a tarefa não será fácil, porque Brünhild desafia a todos os seus pretendentes a vencê-la em três provas de força. Todos os que tentaram passar as provas perderam e tiveram de pagar com a vida. Gunther pede ajuda a Siegfried e este aceita ajudá-lo em troca da mão de Kriemhild.

Noite do casamento de Gunther (Johann Heinrich Füssli, 1807)

Gunther, Siegfried, Hagen e Dankwart viajam ao país de Brünhild numa barca. Para que a rainha não desconfie das intenções de Siegfried, o herói finge ser um mero vassalo do rei Gunther, levando a pé o cavalo em que vai montado o rei, segurando as rédeas (um ritual medieval de vassalagem). Para ajudar Gunther, Siegfried trouxe uma capa mágica tomada do rei Alberico (Alberich), o rei nibelungo vencido pelo herói na juventude. A capa tem o poder de tornar invisível os que se cobrem com ela. Com a ajuda da capa, Siegfried consegue proteger o rei durante as provas contra Brünhild, e esta, assombrada, aceita casar-se com Gunther. Viajam então todos de volta ao país dos burgúndios com Brünhild e seu séquito. Ao chegarem, celebra-se um casamento duplo: Gunther com Brünhild e Siegfried com Kriemhild.

O casamento de Siegfriede Kriemhild intriga a Brünhild, que não entende porque a irmã do rei foi entregue como esposa a um mero vassalo de Gunther. O rei não pode explicar o porquê, pois nesse caso Brünhild poderia descobrir como foi conquistada. Frente a negativa de Gunther em dar uma explicação, Brünhild recusa-se a dormir com o rei na mesma cama e consumar o matrimônio. Ao ver que o rei insiste, Brünhild simplesmente ata-o com seu cinturão e deixa-o pendurado de um gancho na parede toda a noite. No outro dia, desesperado, Gunther conta tudo a Siegfried, que decide ajudá-lo novamente usando a capa mágica. Na segunda noite, Siegfried entra no quarto do casal invisível, luta e subjuga, com muita dificuldade, Brünhild. Após vencê-la, rouba-lhe um anel e o cinturão. Gunther então consegue desvirginar a mulher. Ao perder a virgindade, Brünhild perde imediatamente sua força sobre-humana.

Siegfried e Kriemhild viajam de volta a Xanten, e vivem felizes durante 10 anos, período no qual têm um filho, chamado Gunther em homenagem ao tio. Enquanto isso, na Burgúndia, Brünhild continua intrigada pelo casamento entre Kriemhild e Siegfried, que ela ainda pensa ser um mero vassalo de Gunther. A rainha consegue então convencer Gunther que convide os dois a vir a Worms. Siegfried e Kriemhild, acompanhados do rei Sigmundo e um séquito de guerreiros nibelungos viajam então ao país burgúndio, onde são bem recebidos.

Origina-se um grave conflito entre Kriemhild e Brünhild no momento em que cada uma, acompanhada de seus vassalos, devia entrar na Catedral de Worms. Brünhild pensa que ela deveria entrar primeiro, mas Kriemhild pensa que as duas tem a mesma posição social. Na discussão que se segue, Kriemhild diz que quem a subjugou na noite de núpcias foi Siegfried, e mostra-lhe o anel e o cinto que o herói lhe tomara naquela noite, chamando-a ainda de "concubina" (Kebse) de Siegfried. Brünhild tem um ataque de choro e de fúria, sentindo-se humilhada.

Kriemhild posteriormente se arrepende de haver maltratado a Brünhild, mas a rainha está profundamente ofendida. Hagen, fiel vassalo de Brünhild e de Gunther, decide vingá-la matando Siegfried. A princípio Gunther resiste, mas depois oferece seu consentimento tácito e inclusive ajuda para levar a cabo o plano. Os burgúndios inventam uma falsa ameaça de guerra para levar a Siegfried para fora da cidade. Hagen, argumentando que necessita conhecer o ponto fraco de Siegfried para protegê-lo melhor, consegue que Kriemhild ponha uma marca na roupa sobre o ponto débil nas costas do herói. A falsa guerra é posteriormente cancelada e Siegfried, Gunther, Hagen e vários cavaleiros vão caçar nas terras dos burgúndios. Após um dia caçando, quando Siegfried inclina-se para tomar água numa fonte, Hagen aproveita para matá-lo com uma lança, ferindo-o no seu ponto fraco.

Hagen joga o tesouro dos nibelungos no Reno (Peter von Cornelius, 1859)

Ao saber da morte de Siegfried, Kriemhild jura vingar-se dos assassinos, sentindo que o culpado é Hagen e que os outros foram cúmplices. O rei Sigmundo e os guerreiros nibelungos decidem guerrear com os burgúndios, mas Kriemhild convence-os de que isso seria suicídio. Os nibelungos retornam a Xanten, e Sigmundo tenta convencer Kriemhild a acompanhá-los, mas ela decide ficar junto a seus parentes, pensando em vingar-se. No período de luto que se segue, Kriemhild utiliza o tesouro dos nibelungos para ganhar o apoio de cavaleiros para o seu séquito. Temendo que a mulher esteja arquitetando uma vingança, Hagen termina roubando o tesouro e, com a anuência de Gunther, joga-o no rio Reno. Com isso termina a primeira parte.

Segunda parte[editar | editar código-fonte]

A segunda parte começa no capítulo 20. A partir desse ponto os burgúndios são chamados de nibelungos no poema, presumivelmente por haverem tomado o tesouro.

Kriemhild jura vingar-se pela morte do marido e o roubo do seu tesouro, passando seu tempo entre o lamento e a oração. Muitos anos depois, o rei Átila, o Huno (Etzel) pede Kriemhild em casamento, que aceita e viaja ao país dos hunos (correspondendo aproximadamente à atual Hungria). Após o casamento, os dois tem um herdeiro. Usando o batismo do filho como desculpa, ela convida seus parentes para uma festa no castelo de Átila. Desconfiado, Hagen não quer ir, mas termina sendo convencido pelos parentes de Kriemhild.

Ao chegarem ao país huno, Kriemhild os recebe muito bem. Um dos convidados, o rei Teodorico de Verona (Dietrich von Bern, identificado com o rei ostrogodo Teodorico, o Grande), avisa os parentes de Kriemhild que mantenham suas armas sempre preparadas. No grande salão de festas, cresce a tensão quando Kriemhild acusa seus parentes pelos seus crimes. Hagen, arrogantemente, admite todas as acusações sem mostrar nenhum arrependimento, acusando a rainha de ser a causa de todos os problemas.

Hunos e cavaleiros nibelungos (burgúndios) lutam no exterior do salão de festas. Hagen, ao ouvir sobre os combates, decapita o filho de Átila e Kriemhild diante dos pais. Inicia-se uma luta caótica, em que os nibelungos assumem o controle do salão. Kriemhild oferece poupar as vidas de seus parentes, com a condição de que Hagen seja-lhe entregue, mas eles se recusam.

Kriemhild exibe a Hagen a cabeça de Gunther (Johann Heinrich Füssli, 1805)

O salão é queimado com os nibelungos no seu interior. Morrem todos os nibelungos exceto Hagen e Gunther, mantidos prisioneiros por Teodorico. Kriemhild exige saber de Hagen o paradeiro do tesouro. Ante sua negativa, ela ordena a decapitação de Gunther. Erguendo a cabeça do irmão, Kriemhild pergunta novamente onde está o tesouro mas, frente à arrogância de Hagen, empunha ela mesma a espada de Siegfried (Balmung, roubada por Hagen e trazida à corte de Átila pelo próprio) e corta-lhe a cabeça. Frente a isso, horrorizam-se os sobreviventes, Átila, Teodorico e Hildebrando (Hildebrand, cavaleiro a serviço de Teodorico), de que o herói Hagen tenha sido morto por uma mulher. Hildebrando então mata Kriemhild. O poema termina com o lamento de Átila, Teodorico e Hildebrando pela morte de tantos heróis.

Adaptações[editar | editar código-fonte]

A Canção dos Nibelungos, a saga Thidreks e a saga Völsunga serviram como material para a obra de Richard Wagner, O Anel do Nibelungo. Certamente, alguns dos elementos de ambas as versões da lenda germânica foram inspirações para a obra de J. R. R. Tolkien, O Senhor dos Anéis, bem como para o seu conto The Legend of Sigurd and Gudrún.[5]

Em 1924, o épico foi transformado em uma série de dois filmes, a saber; Die Nibelungen: Siegfrieds Tod e Die Nibelungen: Kriemhilds Rache, do diretor alemão Fritz Lang, com roteiro escrito por Thea von Harbou. Mais remakes foram feitos em 1966.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Traduções[editar | editar código-fonte]

Italiano[editar | editar código-fonte]

Edições[editar | editar código-fonte]

  • Karl Bartsch, 1870/1880
  • Margaret Armour, Translator. Franz Schoenberner, Introduction. Edy Legrand, Illustrator. The Nibelungenlied, Heritage Press, New York, 1961.
  • Michael S. Batts. Das Nibelungenlied, critical edition, Tübingen: M. Niemeyer 1971. ISBN 3-484-10149-0
  • Helmut de Boor: Das Nibelungenlied, 22nd revised and expanded edition, ed. Roswitha Wisniewski, Wiesbaden 1988, ISBN 3-7653-0373-9
  • Hermann Reichert, Das Nibelungenlied, edition of manuscript B, Berlin: de Gruyter 2005. VII, ISBN 3-11-018423-0.
  • Ursula Schulze, Das Nibelungenlied, based on manuscript C , Düsseldorf / Zürich: Artemis & Winkler 2005. ISBN 3-538-06990-5.
  • ANÔNIMO, A Canção dos Nibelungos / Tradução de Luís Krauss. ed. 2. São Paulo: Martins Fontes, 2001. (Coleção Gandhara). ISBN 85-336-1388-1.

Referências

  1. Weddige, Hilkert. Einführung in die germanistische Mediävistik. C.H.Beck, 2006. P. 255.
  2. [1]
  3. Jean Fourquet, "Das Nibelungenlied - ein Burgondenlied ?", in Nibelungenlied und Klage, Ursprung-Funktion-Bedeutung, München, Herbert Utz, 1998 (em alemão). ISBN 9783831679034
  4. Silveira, Rafael Humberto. Eingangs- und Kriemhildstrophe im Kontext der Übersetzung ins Portugiesisch. In: Hahn, Reinhard. Anlässlich des Seminars "Einführung in die ältere deutsche Literatur". Jena: Friedrich-Schiller-Universität, 2010.
  5. Moosburger, Théo de Borba. Introdução à "Saga dos Volsungos", São Paulo: Hedra, 2009.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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