Tomada de Roma

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Breccia di Porta Pia.

A Tomada de Roma, em 20 de setembro de 1870, foi o evento final do longo processo de Unificação italiana, conhecido como Risorgimento, que unificou a península italiana sob o governo do rei Vítor Emanuel II da Casa de Saboia.

As regiões de Veneza Júlia, Trentino e Alto Adige continuaram sob domínio do Império Austríaco, sendo anexados depois do fim da Primeira Guerra Mundial.

A tomada da cidade de Roma exacerbou o conflito entre o governo italiano e o papado durante os anos de 1861 a 1929, que culminou na criação do Vaticano, com o estabelecimento do Tratado de Latrão durante o governo de Benito Mussolini.

Captura[editar | editar código-fonte]

O Exército italiano, comandado pelo general Raffaele Cadorna, atravessou a fronteira papal em 11 de setembro e avançou em direção a Roma, movendo-se lentamente, na esperança de que uma entrada pacífica pudesse ser negociada. As guarnições papais tinham recuado desde Orvieto, Viterbo, Alatri, Frosinone e outros redutos do Lácio. Pio IX estava convencido que a rendição era inevitável. [1] Quando o exército italiano se aproximou da Muralha Aureliana que defendeu a cidade, a força papal foi comandada pelo general Hermann Kanzler, e foi composta pela Guarda Suíça e alguns zuavos papais voluntários da França, Áustria, Holanda, Espanha, e outros países de um total de 13 157 homens contra cerca de 50 000 italianos. [2]

O exército italiano alcançou a Muralha Aureliana em 19 de setembro e colocou Roma em estado de sítio. Pio IX decidiu que a rendição da cidade seria concedida somente após suas tropas terem resistido suficiente para deixar claro que a tomada não tinha sido aceita facilmente. Em 20 de setembro, depois de um bombardeio de três horas que abriu uma brecha na Muralha Aureliana na Porta Pia, o corpo de infantaria piemontesa comandado por Bersaglieri entrou em Roma. Durante a tomada morreram 49 soldados italianos e 19 zuavos papais.

A Cidade Leonina, incluindo o Palácio Apostólico, sede do Papa, foi ocupada no dia 21 de setembro. O governo italiano tinha a intenção de deixar o Papa manter a Cidade Leonina, mas o Papa não aceitou desistir de suas reivindicações a um território mais amplo. [3]

Roma e a região de Lácio foram anexadas ao Reino da Itália após um plebiscito.

A Via Pia, a estrada que começava na Porta Pia, foi rebatizada como Via XX Settembre ("20 de setembro"). Posteriormente, em inúmeras cidades italianas o nome Venti Settembre foi dado para a via principal que conduz à catedral local.

Os eventos do dia são celebrados em toda a Itália nessa Via XX e em praticamente todas as cidades italianas.


O escritor Edmondo De Amicis participou da captura de Roma como um oficial do exército italiano.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Rendina, Claudio (2000). Enciclopedia di Roma. Rome: Newton Compton, p. 985
  2. De Cesare, Raffaele. (1909).The Last Days of Papal Rome. London: Archibald Constable & Co. p. 443 (em inglês)
  3. Para entender melhor esta questão veja também os artigos prisioneiro no Vaticano e Questão Romana.
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