Carcinoma de células pequenas

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Carcinoma de pequenas células
Carcinoma de células pequenas
Micrografia de um carcinoma de pequenas células do pulmão mostrando células com núcleos fundidos, pequena porção de citoplasma e cromatina pontilhada. Espécime obtida por punção aspirativa por agulha fina. Coloração de Field.
Especialidade oncologia
Classificação e recursos externos
CID-ICD-O 8041/3, 8044/3
CID-11 696732190, 1740317390
DiseasesDB 7616
MedlinePlus 000122
eMedicine med/1336
MeSH D018288
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O carcinoma de pequenas células, carcinoma microcítico ou carcinoma de células tipo grão de aveia (oat-cells carcinoma)) é um tipo de câncer muito agressivo que ocorre, com maior frequência, nos pulmões,[1] embora, ocasionalmente, também possa surgir em outras partes do corpo, como no colo do útero,[2] na próstata,[3] e no trato gastrointestinal.

Gráfico mostrando a incidência do câncer de pulmão de pequenas células (em vermelho, à direita), comparada à de outros tipos de câncer de pulmão, com as frações de fumantes versus não-fumantes para cada tipo.[4]

Tipos[editar | editar código-fonte]

  • Carcinoma de pulmão de células pequenas: Em inglês é conhecido como "carcinoma de células tipo grão de aveia (oat-cell carcinoma), por sua aparência ao microscópio. Crescem rapidamente e na maioria dos casos (67 a 75%) já se espalhou para outros órgãos no momento do diagnóstico. Representam 16% dos cânceres de pulmão.[5]
  • Carcinoma de células pequenas combinado: Além do carcinoma de células pequenas pode ser visto um outro tipo carcinoma simultâneo (adenocarcinoma, carcinoma de células grandes ou carcinoma de células escamosas). O prognóstico é pior, pois é mais difícil tratar dois cânceres simultaneamente.
  • Carcinoma de células pequenas extrapulmonar: "Extra" nesse caso tem sentido de fora dos pulmões. Podem afetar aparato genital feminino (26% dos casos), tubo gastrointestinal (23% dos casos), vias urinárias (19%), cabeça e pescoço (16%) ou ter outra origem (4%). Em 13% dos casos, diagnosticaram uma metástase com origem desconhecida.[6]

Causas[editar | editar código-fonte]

Os fatores que aumentam o risco de desenvolver o câncer de pulmão de pequenas células incluem:[7]

Histopatologia[editar | editar código-fonte]

O carcinoma de pequenas células é uma neoplasia indiferenciada composta de células aparentemente primitivas.

Como o nome indica, o carcinoma de pequenas células é composto por células menores do que o normal, com pouco espaço para citoplasma. Alguns pesquisadores identificam isso como uma falha do mecanismo que controla o tamanho das células.[8]

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

Alguns dos possíveis sintomas incluem[7]:

  • Dor no peito;
  • Dificuldade para respirar ou para engolir;
  • Tosse seca persistente;
  • Perda de apetite e/ou peso;
  • Cansaço;
  • Ruído ao respirar;
  • Subnutrição;
  • Tosse com sangue (incomum);
  • Mudança na voz (incomum);
  • Síndromes paraneoplásicas;

Em um número significante de casos, o carcinoma de pequenas células pode produzir hormônios ectópicos, incluindo o hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) e o hormônio antidiurético (ADH). A produção ectópica de grandes quantidades de ADH leva à síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH). A síndrome miastênica de Lambert-Eaton é uma condição paraneoplásica bem conhecida ligada ao carcinoma de pequenas células.[9]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Dificilmente curável o tratamento tem como objetivo prolongar a sobrevida (em média 2 anos) e melhorar a qualidade de vida. A sobrevivência é de apenas 20% após 5 anos do diagnóstico. Em mais de 80% dos casos o mais eficiente é usar quimioterapia combinando cisplatina com dois outros quimioterápicos: etoposídeo, vincristina, doxorrubicina ou ciclofosfamida. Esses medicamentos são injetados a cada 3 semanas em 4 a 6 sessões, que pode ser associada com radioterapia a partir da 4ª sessão. Em menos de 5% dos casos a cirurgia é útil, pois quase sempre o câncer de células pequenas já se espalhou antes do diagnostico. Se o câncer não responder a quimioterapia ou reaparece em menos de 6 meses o prognóstico é extremamente ruim, e provavelmente não responderá a outros tratamentos.[10]

Referências

  1. Small-cell carcinoma em Dicionário Médico de Dorland
  2. Nasu K, Hirakawa T, Okamoto M,; et al. (2011). «Advanced small cell carcinoma of the uterine cervix treated by neoadjuvant chemotherapy with irinotecan and cisplatin followed by radical surgery». Rare Tumors. 3 (1): e6. PMC 3070456Acessível livremente. PMID 21464879. doi:10.4081/rt.2011.e6 
  3. Capizzello A, Peponi E, Simou N,; et al. (2011). «Pure small cell carcinoma of the prostate: a case report and literature review». Case Rep Oncol. 4 (1): 88–95. PMC 3072185Acessível livremente. PMID 21475596. doi:10.1159/000324717 
  4. Fumantes auto-definidos como atuais ou ex-fumantes com mais de um ano de duração. Ver página da imagem no Wikimedia Commons para as porcentagens em números. Referência:
  5. http://www.emedicinehealth.com/small-cell_lung_cancer/article_em.htm
  6. http://www.uptodate.com/contents/extrapulmonary-small-cell-cancer
  7. a b http://www.cancer.gov/types/lung/patient/small-cell-lung-treatment-pdq
  8. Leslie M (2011). «Mysteries of the cell. How does a cell know its size?». Science. 334 (6059): 1047–8. PMID 22116854. doi:10.1126/science.334.6059.1047 
  9. Titulaer MJ, Verschuuren JJ (2008). «Lambert-Eaton myasthenic syndrome: tumor versus nontumor forms». Ann. N. Y. Acad. Sci. 1132: 129–34. PMID 18567862. doi:10.1196/annals.1405.030 
  10. http://www.emedicinehealth.com/small-cell_lung_cancer/page7_em.htm