Carlos Dittborn

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Carlos Dittborn
Carlos Dittborn
Nome completo Carlos Dittborn Pinto
Nascimento 19 de abril de 1921
Rio de Janeiro (DF), RJ
Morte 28 de abril de 1962 (41 anos)
Santiago do Chile
Nacionalidade Chileno
Cônjuge Juana Alicia (Juanita) Barros Orrego
Ocupação dirigente de futebol
Principais trabalhos Presidente da Federação de Futebol do Chile

Carlos Dittborn Pinto (Rio de Janeiro, 19 de abril de 1921 - Santiago de Chile, 28 de abril de 1962)[1] foi um dirigente esportivo chileno-brasileiro e um dos principais organizadores da Copa do Mundo de Futebol de 1962.

Filho de Eugenio Dittborn, um cônsul chileno que estava no Brasil em 1921, Carlos Dittborn passou a viver no Chile aos quatro anos de idade.[2] Construiu uma carreira de dirigente esportivo ao se tornar presidente do Universidad Católica em 1950. Em 1955 assumiu a presidência da Conmebol, e um ano antes, em 1954, assumiu a presidência da Federação de Futebol do Chile. Em 1956 a FIFA decidiu pela realização da Copa do Mundo no Chile, em votação realizada em Lisboa, no Congresso da FIFA, em 10 de julho, após uma ferrenha disputa entre Chile e Argentina.[3][4] A conquista da escolha como sede se deu por méritos de Dittborn, mas também pelos trabalhos desenvolvidos por Juan Pinto Durán, Ernesto Alvear, Juan Goñi, Antonio Losada, Hidalgo Ceballos e Eduardo Tironi, dirigentes chilenos.[5]

É famosa uma frase supostamente dita por Dittborn após ter seu país apresentado o projeto para sediar a Copa durante o Congresso de 10 de julho: Porque não temos nada é que queremos fazer tudo., em resposta aos críticos argentinos, porém tal frase foi negada por seu filho, que disse ter consultado sua mãe a respeito e nada havia de certo que seu pai teria dito a frase.[1]

Um terremoto ocorrido em 1960 e que deixou severos danos as estruturas do Chile ameaçou a realização do torneio. Foram mais de 5 mil mortos, e dois milhões de desabrigados, mas Dittborn persistiu na ideia e, com um plano onde diminuía o número de cidades-sede, conseguiu convencer o presidente Jorge Alessandri a manter o país como sede, assim como convenceu ao presidente da FIFA, Arthur Drewry.[1][3]

A pouco mais de um mês do início do torneio, Dittborn sofreu uma pancreatite aguda e não resistiu à doença, morrendo em 28 de abril de 1962, em Santiago. Sua morte causou comoção no Chile e no meio esportivo mundial, devido o reconhecimento de sua habilidade em conseguir a realização da Copa.[6]


Referências

  1. a b c «A lenda e o drama do brasileiro que é "herói secreto" do bi mundial de 1962». Globo Esporte. Consultado em 8 de março de 2019 
  2. RIBAS, Lycio Velozo. O Mundo das Copas. São Paulo: Lua de papel, 2010. Pág. 112.
  3. a b RIBAS, op. cit.
  4. «Mundial de 1962: A Copa que quase não aconteceu». Lance. Consultado em 8 de março de 2019 
  5. «Organización del 7º Campeonato mundial de fútbol». Biblioteca Nacional de Chile (em espanhol). Consultado em 8 de março de 2019 
  6. «El Día 70 años, 70 Historias: Muere Carlos Dittborn artífice del Mundial de Fútbol en Chile». El Día (em espanhol). Consultado em 8 de março de 2019