Carta Einstein–Szilárd

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Carta Einstein-Szilárd
Carta Einstein–Szilárd
Texto da carta.
Propósito Desenho de arma nuclear
Local de assinatura Estados Unidos
Autoria Leó Szilárd
Signatário(a)(s) Albert Einstein
Criado Data da entrega 11 de outubro de 1939 (84 anos)

Carta Einstein–Szilárd foi uma carta escrita por Leó Szilárd e assinada por Albert Einstein que foi enviada ao Presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt em 2 de agosto de 1939. Escrita em consulta com os colegas e físicos húngaros Edward Teller e Eugene Wigner,[1] a carta alertava que a Alemanha Nazista poderia desenvolver bombas atômicas e pedia por ação de Roosevelt, que por fim resultou no Projeto Manhattan a desenvolver as primeiras bombas atômicas.

A carta[editar | editar código-fonte]

A carta foi assinada por Einstein em 2 de agosto, e entregue a Roosevelt pelo economista Alexander Sachs.[2] Contudo, ela só chegou em 11 de outubro devido à preocupação do presidente com a invasão germânica da Polônia, que viria a iniciar a Segunda Guerra Mundial. Após ouvir um resumo de Sachs da carta Roosevelt autorizou a criação do Comitê Consultivo do Urânio (Advisory Committee on Uranium, no original).[2] A primeira reunião do comitê ocorreu em 21 de outubro, liderada por Lyman James Briggs, presidente do National Bureau of Standards. US$ 6 000 foram disponibilizados para experiências com o nêutron, feitas por Enrico Fermi na Universidade de Chicago.

[2]

A carta é frequentemente vista como uma das origens do Projeto Manhattan, o bem sucedido projeto nuclear que viria a produzir as bombas lançadas em Hiroshima e Nagasaki em 1945.

Apesar de não ter trabalhado no projeto atômico, de acordo com Linus Pauling, Einstein mais tarde teria se arrependido de ter assinado a carta.[3]

A carta foi concebida e escrita por Szilard e assinada por Einstein.[1]

Conteúdo[editar | editar código-fonte]

A carta afirmava que:[4]

No curso dos últimos quatro meses foi-se provado — pelo trabalho de Joliot na França assim como o de Fermi e Szilard na América — que pode ser possível provocar uma cadeia de reações nucleares numa grande massa de urânio, no qual grandes quantidades de poder e um novo tipo de radiotividade seriam geradas. Agora parece quase certo que isso poderá ser atingido num futuro próximo.

Esse novo fenômeno poderia ser usado na construção de bombas, e é concebível — apesar de haver muita pouca certeza — que bombas extremamente poderosas poderiam assim ser construídas. Uma única bomba desse tipo, levada por um barco e detonada num porto poderia muito bem destruir todo o porto e alguma parte da sua área adjacente. Contudo, tais bombas podem muito bem acabar por serem muito pesadas para o transporte aéreo.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. a b Lipscombe, Trevor (2 de agosto de 2019). «Einstein Feared a Nazi Atom Bomb—But Immigrants Made Sure the U.S. Got There First». Time (em inglês). Consultado em 26 de julho de 2023 
  2. a b c Baker, Sinéad (19 de julho de 2023). «Albert Einstein wrote to the US pleading with the government to build an atomic bomb 80 years ago. Here's what he said.». Business Insider (em inglês). Consultado em 26 de julho de 2023 
  3. (em inglês) Scientist Tells of Einstein's A-bomb Regrets. The Philadelphia Bulletin, 13 de maio de 1955.
  4. «Albert Einstein's letters to President Franklin Delano Roosevelt». E-World (em inglês). 20 de fevereiro de 1997. Consultado em 26 de julho de 2023 
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