Casa de Lorena

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Casa de Lorena
Maison de Lorraine (em francês); Haus von Lothringen (em alemão)
Casa de Lorena
Status Unida com a Casa de Habsburgo
Estado Lorena e Bar
Título Duque Soberano de Lorena, Duque Soberano de Bar, Marquês de Pont-à-Mousson
Origem
Fundador Adalberto da Lorena
Fundação século XI
Casa originária Casa das Ardenas-Metz
Atual soberano
Último soberano Soberano Francisco III da Lorena
Linhagem secundária
Vaudémont
Guise
Mercœur
Aumale
Elbeuf
Harcourt

A Casa de Lorena (em francês: Maison de Lorraine, em alemão: Haus von Lothringen) é uma dinastia nobre europeia que tem as suas origem no século XI. O nome de Lorena foi adoptado quando o Sacro-Imperador Henrique III nomeou Duque de Lorena Adalberto e, logo depois, o seu irmão Gerardo da Alsácia, pertencentes à família dos condes de Metz.

Casa de Ardenas-Metz[editar | editar código-fonte]

No século X os Condes de Metz governavam uma série de senhorios nas regiões da Alsácia e Lorena. Em 1047 o imperador Henrique III outorgou o ducado da Alta Lorena a Adalberto de Metz que vem a falecer no ano seguinte, pelo que o imperador nomeia o seu irmão Gerardo I, cujos descendentes se vão sucedendo, geração após geração, até à morte do duque Carlos II da Lorena, em 1431, o último membro masculino da Casa da Alsácia.

Casas de Vaudémont e Guise[editar | editar código-fonte]

Em 1431 o ducado passou para a filha do anterior duque, Isabel da Lorena casada com Renato de Anjou, cuja descendência governou a Lorena até 1473.

Com a extinção, em linha masculina, dos Anjou, a Lorena reverteu para a Casa de Vaudémont, um ramo cadete da Casa de Lorena, na pessoa de Renato II, que veio a agregar aos seus títulos o de Duque de Bar. A dinastia fortaleceu-se a partir do século XV, depois da vitória na Batalha de Nancy (1477) onde Renato II venceu o duque de Borgonha Carlos, o Temerário.

As Guerras religiosas em França assistiram ao crescimento de um ramo cadete da Casa de Lorena, a Casa de Guise, que se instalara em França, e se convertera numa força dominante na política francesa, a ponto de, durante os últimos anos do reinado de Henrique III de França, ter estado próximo da sucessão ao trono de França. Os Guise estabeleceram importantes alianças como é o caso de Maria de Guise, que foi mãe de Maria Stuart, Rainha da Escócia.

Enquanto o ramo principal desta Casa governava os ducados independentes de Lorena e de Bar, diversos ramos cadetes, para além dos Guise, constituíram-se na vizinha França: os Duques de Mercœur, os Duques de Aumale, os Duques de Elbeuf e os Condes de Harcourt.

Mas as ambições imperialistas de Luis XIV forçaram os duques a uma aliança permanente com os seus inimigos, os Sacro-Imperadores da Casa de Habsburgo. Assim, em 1736, o duque Francisco III da Lorena casa com Maria Teresa de Áustria, casamento que deu origem à Casa de Habsburgo-Lorena.

Casa de Habsburgo–Lorena[editar | editar código-fonte]

Brasão de armas da Casa de Habsburgo-Lorena. No escudo aparecem as armas originais dos Habsburgo (esquerda) e dos Lorena (direita) separados pelas cores do Arquiducado da Áustria.

Dado que nem o imperador José I nem o imperador Carlos VI produziram descendência masculina, a Pragmática Sanção de 1713 atribuíu a sucessão do trono a Maria Teresa da Áustria, filha de Carlos VI.

Em 1736 o imperador determinou o casamento de sua filha e herdeira com Francisco III da Lorena, que entregava à França os seus ducados soberanos da Lorena e de Bar, sendo compensado com o Grão-Ducado da Toscana[1] e com o Ducado de Teschen, dado pelo Imperador.

Ao morrer Carlos VI, em 1740, o património dos Habsburgo passou para Maria Teresa e Francisco que, em 1745, foi eleito Sacro-Imperador com Francisco I. A dinastia dos Habsburgo-Lorena controlou os domínios dos Habsburgo, incluindo o Império da Áustria, o Reino da Hungria e o Reino da Boêmia.

Os Habsburgo-Lorena governaram ainda diversos estados italianos, como o Reino Lombardo-Veneziano, o Grão-Ducado da Toscana (até 1860), o Ducado de Módena (até 1859) e o Ducado de Parma (até 1847).

Um dos seus membros, Arquiduque Maximiliano da Áustria, foi Imperador do México (1863–67).


Árvore genealógica[editar | editar código-fonte]

Ramos Cadetes da Casa de Lorena



Renato II
(René II)
[1451-1508]
D. da Lorena 1473
D. de Bar 1483
António I
(Antoine I)
[1489-1544]
D. da Lorena e Bar 1508
Cláudio
(Claude I)
[1496-1550]
D. de Guise 1528
Francisco I
(François I)
[1517-1545]
D. de Lorena e Bar
Nicolau
(Nicholas)
[1524-1577]
P. de Mercoeur 1563
D. de Mercoeur 1565
Francisco
(François)
[1519-1563]
D. de Guise
Cláudio II
(Claude)
[1526-1573]
D. de Aumale
Renato II
(René II)
[1536-1566]
M. de Elbeuf 1554

D. de Lorena
depois Habsburgo-Lorena


D. de Mercoeur
ramo extinto 1602


D. de Guise
ramo extinto 1675


D. de Chevreuse
ramo extinto 1657


D. de Mayenne
ramo extinto 1621


D. de Aumale
ramo extinto 1631


D. de Elbeuf
ramo extinto 1825


C. de Harcourt
ramo extinto 1747


Legenda :
P. = Príncipe
D. = Duque
M. = Marquês
C. = Conde
nota: data indicada é a de extinção da linha masculina

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. o último Grão-Duque Médici, João Gastão de Médici, morrera sem descendência

Fontes/Bibliografia[editar | editar código-fonte]